A Sala de Situação e a Defesa Civil do Rio Grande do Sul orientam para os dias 8 a 12 de fevereiro a previsão de temperaturas elevadas e baixa umidade relativa do ar. As condições meteorológicas adversas devem atingir as regiões Oeste, Missões, Noroeste, Norte, Campanha, Centro, parte do Sul, parte da Costa Doce, Vales e Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPOA).

No sábado, 8, as temperaturas se elevam em comparação com os dias anteriores, além da umidade relativa do ar (UR), que volta a atingir níveis de atenção. Em áreas da fronteira Oeste, Campanha, Centro, Vales e RMPOA, as temperaturas mínimas devem variar entre 19 e 23°C, enquanto as máximas ficam entre 32 e 41°C.

No domingo, 9, as temperaturas mínimas ficarão entre 18 e 24°C, enquanto as máximas alcançam valores entre 34 e 42°C em áreas do Oeste, Missões, Noroeste, Centro, Campanha, Vales e RMPOA. Além disso, nessas regiões, a UR permanece em níveis de atenção, entre 20% e 30%.

Durante a segunda-feira, 10, as temperaturas deverão registrar mínimas entre 20 e 27°C. Já as máximas atingem valores em torno de 33 e 43°C em boa parte do Rio Grande do Sul. A UR se mantém baixa, variando entre 20 e 30% na metade Oeste, Centro, Vales, Costa Doce e RMPOA.

Na terça-feira, 11, as mínimas ficarão entre 22 e 28°C. As máximas devem subir bastante, alcançando valores entre 35 e 44°C no Oeste, Missões, Noroeste, Norte, Campanha, Centro, parte do Sul, parte da Costa Doce, Vales e RMPOA. A UR segue baixa, variando entre 20 e 30%.

Na quarta-feira, 12, a onda de calor segue atuando. Pela manhã, as mínimas variam entre 22 e 27°C na fronteira Oeste, Centro, Vales, Norte, RMPOA e parte da Costa Doce. À tarde, as máximas ficam entre 29 e 39°C.

Cuidados durante altas temperaturas:

Proteja grupos vulneráveis: cuide de crianças, idosos e animais, mantendo-os em locais frescos e ventilados. Mantenha-se hidratado: beba água regularmente, mesmo sem sede, para evitar desidratação. Evite exposição direta ao sol: procure sombra, especialmente entre 10h e 16h.

Exatamente nove meses após a enchente que assolou o Rio Grande do Sul, o Estado registra o que pode ser a maior temperatura da história em mais de 100 anos. O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) emitiu um alerta laranja, vigente até quarta-feira, 6, às 18 horas. Durante esse período, os termômetros podem marcar até 5°C acima da média, elevando os riscos à saúde.

De acordo com a MetSul Meteorologia, as maiores temperaturas têm sido registradas no Oeste e Noroeste do Rio Grande do Sul, incluindo Quaraí, cujos termômetros  registaram 42,5ºC, o que marca recorde de calor em 115 anos. Termômetros de rua registraram 50°C. A previsão indica a continuidade do calor extremo nos próximos dias, com mínimas variando entre 22°C e 26°C e máximas que podem ultrapassar os 40°C.

Diante desse cenário, as autoridades orientam a população a tomar precauções, como manter-se bem hidratado, evitar a exposição ao sol nos horários mais quentes e buscar locais frescos e ventilados. Para emergências, a Defesa Civil pode ser contatada pelo telefone 199.

Há possibilidade de tempestades isoladas nos próximos dias, o que pode proporcionar um alívio temporário, mas sem reduzir de forma significativa as altas temperaturas na região.

O Rio Grande do Sul obteve destaque no Anuário Estadual de Mudanças Climáticas, por adotar boas práticas na sua matriz elétrica, segundo documento elaborado pelo Centro Brasil do Clima (CBC) em parceria com o Instituto Clima e Sociedade (iCS), lançado na quinta-feira, 30, em Brasília.

A secretária do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), Marjorie Kauffmann, representou o governador Eduardo Leite no evento, realizado no B Hotel Brasília.

Composta por dados, tabelas e indicadores, a publicação tem como objetivo promover o debate público sobre as políticas climáticas praticadas pelos estados, qualificar as pautas de governos e sociedade civil, fomentar o diálogo construtivo e ampliar a transparência de informações setoriais, inspirando metas climáticas mais ambiciosas às vésperas da COP30, que acontece em Belém (PA), em novembro deste ano.

O documento aponta boas práticas e incentiva uma competição positiva entre os estados brasileiros. O Rio Grande do Sul se destacou por possuir matriz elétrica formada por 83% de fontes renováveis, sendo pioneiro no seu desenvolvimento. A título de comparação, em 2024, as fontes renováveis representavam apenas 49,1% da matriz brasileira, enquanto a média mundial não chega a 15%. Outro destaque gaúcho foi a implementação do Plano de Transição Energética Justa.

Marjorie Kauffmann ressaltou a importância dos estados no processo de mudança climática. Disse que o anuário disponibiliza e centraliza informações que até então estavam espalhadas em muitas fontes, tornando as políticas públicas mais eficientes.

A titular da Sema disse que o documento reforça a existência de boas políticas em todo o país e que elas vêm apresentando bons resultados, como as experiências de sucesso gaúchas.

Segundo Marjorie, “os destaques ao Rio Grande do Sul mostram que não somos um case da tragédia e sim um case de reconstrução, de reconstrução resiliente”.

O Estado também é citado como destaque por conta da participação em acordos internacionais, como o Regions Adapt (COP 21), Coalizão Under 2°, Race to Zero e Race to Resilience, e pelo lançamento, em 2022, do ProClima 2050, com roteiros para descarbonização e normativa climática que assegurem a transversalidade das ações.

Também foi mencionado pelo Programa Estadual de Revitalização de Bacias Hidrográficas, de 2020, voltado à segurança hídrica, e pelo Roadmap Climático, lançado em 2024 e que já conta com a adesão de 220 municípios gaúchos. O Plano Rio Grande, implementado após as enchentes de maio do ano passado, com ações emergenciais, de reconstrução e resiliência climática, foi elogiado no Anuário.

A coordenadora da Assessoria do Clima da Sema, Daniela Mueller De Lara, acompanhou Marjorie Kauffmann no evento. Também estiveram presentes a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, o presidente da COP30, embaixador André Correia do Lago, o presidente do IBAMA, Rodrigo Agostinho, e o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande.