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21/03/2025
 

ENCHENTE RS

Para dar notícias de como andam as coisas no RS (por Plínio José Borges Mósca)

Redação

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Plínio José Borges Mósca – professor e diretor de teatro, membro do Colegiado Setorial de Teatro do Estado do Rio Grande do Sul, Tecnólogo da Produção Cênica pela Faculdade Monteiro Lobato, Mestre em Memória Social e Bens Culturais pela Universidade La Salle e Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras da República Francesa.

Amigas e amigos: O RS ainda está longe de dizer que desastre ambiental passou.

As pessoas flageladas e os animais desamparados continuarão ainda por muitos meses nos abrigos criados para as vítimas do desastre ambiental. Muitas cidades ainda estão debaixo d’água, bairros inteiros desapareceram e certamente o número de mortos é maior do que este de 170 pessoas que o Estado afirma.

Porto Alegre por ser a maior cidade do estado e sua capital, é claro que virou a vitrine principal da catástrofe. O Centro da cidade continua alagado, repartições públicas, agências bancárias, fosso de elevadores, fosso de escadas rolantes, garagens subterraneas, praças, restaurantes, hospitais, hotéis, quartéis, shoppings, igrejas e sobretudo milhares de edifícios com moradores, foram alagados. Água e lama no térreo, no primeiro andar e não raramente no segundo andar.

Está evidente a falência da administração pública em vários aspectos. Há anos não se fazia reparações e manutenção nas comportas e nos diques que controlavam as cheias do Rio Guaíba e suas invasões de água na cidade. Algumas roldanas e dobradiças e trilhos de correr as engrenagens das comportas, esfarelaram-se quando foram usadas.

As Casas de Bombeamento, com dupla finalidade: abastecer as estações de tratamento de água para a distribuição de água nos bairros e fazer o retorno do excesso de água para dentro do próprio Rio Guaíba, não funcionaram. Várias com os motores elétricos estragados há 10, 12 ou 15 anos. Várias com vazamentos nas suas paredes, acabaram por ficar completamente submersas. Várias que estavam em locais mais altos, não estavam com seus painéis de controle funcionando.

Os bairros foram ficando sem água tratada que entrava nas caixas d’água e as ruas foram se alagando de água e lama direta do Rio Guaíba.

Tem em Porto Alegre um bairro chamado Menino Deus, cuja avenida principal, Avenida Getúlio Vargas. é comprida e larga, tem um jacaré solto, indo de um lado para outro, funcionários do Jardim Zoológico ainda não conseguiram capturá-lo. Já foi até batizado: Lacoste.

Com o excesso de água do Rio Guaíba e com o excesso de chuvas, muitos bairros ficaram sem energia elétrica ou com energia elétrica intermitente. Tem pedaços da cidade há 15 dias sem luz. As enxurradas, a falta de água potável, os alagamentos e a falta de energia elétrica, aconteceram e ainda estão acontecendo no dia de hoje, em mais de 30 bairros da cidade de Porto Alegre.

O número de pessoas atingidas e prejudicadas por este estado de coisas é de aproximadamente 500 mil pessoas.

Alguns municípios do Estado, como a cidade de Passo Fundo, mesmo com todas as adversidades presentes está realizando o seu calendário profissional cultural, para não deixar seus fazedores de Cultura do município à míngua. “Sirvam suas façanhas de modelo à toda terra”.

O número de comerciantes, empresários, pequenos e médios e até mesmo de grande porte, ultrapassa na capital dos gaúchos a casa de 10.000 empresários severamente prejudicados.

Quase tão grave quanto a enchente e as enxurradas, são os crimes de roubo, furto e depredação que os empresários estão enfrentando neste momento. Precisam de segurança e de estabilidade.

Mais sinistro que as enxurradas, o alagamento das ruas, bairros e cidades e as mortes de pessoas e de animais domésticos, mais horrível que o número de desaparecidos e de desabrigados, é a quantidade de FAKE NEWS plantadas pelos componentes do gabinete do ódio, um conjunto de tentativas nas quais os crimes e a ignorância são misturados com o intuito de tirar proveito político ideológico partidário, neste momento de luto pelos falecidos e de empenho pela vida e do salvamento.

É imoral e indecente que se tente atrapalhar o que está sendo feito em prol dos desassistidos. Sabe-se que muitas das injúrias e difamações têm inclusive seu nascedor justamente nas mãos de muitos culpados pelo crime de negacionismo ambiental e burramente acreditam que mudando o foco do olhar das pessoas, seus crimes não serão mais lembrados.

O leque dos prejuízos é largo: vai desde a borracharia da esquina, passa por um shopping inteiro e vai até uma companhia de carros forte de transportar dinheiro, que estão todos debaixo d’água.

Quase todas as minhas atividades profissionais estão canceladas “sine die”. Meu bairro, Petrópolis, foi muito pouco machucado por tantas tristezas, tivemos sim muitas panes de eletricidade, a queima de vários aparelhos eletrodomésticos e eletrônicos, 8 dias sem água nas torneiras, a necessidade de buscar num estabelecimento vizinho, um lava-jato, que diariamente gentilmente doava 2 baldes d’água por apartamento, a chatice de subir com os baldes na escada apenas iluminada pela luz de emergência, que diga-se de passagem, são fracas.

Porto Alegre está sem Estação Rodoviária, sem aeroporto, sem Mercado Público Central, sem o metrô de superfície que vai desde o Mercado Público da capital do estado até o município de Novo Hamburgo. Está rareando o dinheiro nos caixas automáticos de bancos e de postos de combustível, está rareando a distribuição de gás nos edifícios, os caminhões pipas com água bruta para abastecimento das caixas d’água dos prédios, hospitais, asilos, creches, abrigos de flagelados, quartéis, lavagem das ruas, mais do que triplicou de preço e todo este estado de tristeza/desolação/prejuízo financeiro, vai demorar bastante tempo ainda.

Por volta de 6 meses podendo chegar até 10 meses em cidades como Canoas, talvez, proporcionalmente a cidade mais vitimizada no RS inteiro, que está com 150 mil pessoas realmente sem seus lares.

Muitos bairros na capital do estado e muitas cidades do interior precisarão ser removidas de onde estavam. São pedaços da cidade que já se sabe que sempre estarão sujeitos às enxurradas e aos alagamentos. Tentar levá-los de volta para aqueles lugares é sinônimo de alimentar a indústria do acidente ecológico, da enchente e das tempestades.

O número de abrigos para pessoas e seus animais domésticos é enorme e a quantidade de abrigos cada vez aumenta mais.

O número de pessoas que colocou-se como voluntários é gigantesco. Mais impressionante ainda é ver pessoas que estão saindo de outros lugares do Brasil, gastando com suas passagens e suas demais despesas para vir até o RS para pegar no pesado, molhar-se, arriscar-se e isso tudo para salvar vidas humanas e de animais domésticos, resgatar pessoas que estão em perigo de morte, oferecer seu tempo, ombro amigo e solidariedade. Até do estrangeiro estão vindo voluntários para por a mão na lama, na água fria e nos flagelados.

Nunca na história do país, exceto no período da II Guerra Mundial, as Forças Armadas do Brasil são tão queridas, admiradas e incentivadas pela população civil (da maioria dos matizes ideológicos) como agora. Nunca mais se deixará de olhar com sorriso e gratidão para o Corpo de Bombeiros Militares do RS e a Defesa Civil do RS.

Tivemos problemas de segurança dentro de alojamento, um crime de estupro e crimes de abuso sexual contra meninos adolescentes.

Tem flagelado tarado, flagelado alcoolátra, flagelado doente. Na hora de fazer o salvamento não dá pra fazer separações por categorias ou pelo dimensão de seus caráteres. Foi prudente a decisão do governador do RS, Eduardo Leite, de colocar segurança pública dentro dos abrigos dos resgatados.

O crime de negacionismo ambiental está evidentemente relacionado com esta tragédia, uma das maiores do Brasil e certamente a maior do RS.

Há vários programas de assistência social, de amparo financeiro para as vítimas do desastre provocado pelo crime de negacionismo ambiental, programas de amparo que estão sendo oferecidos pelos municípios, pelo Estado e pela União. Bilhões estão sendo liberados pelo governo federal, milhões estão sendo alocados pelo governo estadual e pelas prefeituras.
Se muitos municípios e se o Estado tivessem investido mais em prevenção e manutenção, da mesma forma que nós humanos temos que de vez em quando fazer o nosso “check-up” , a realidade seria menos desgraçada.

No meio de toda essa realidade com sua tristeza que será crescente, me sinto um sujeito privilegiado. Estou na minha casa, seco, agora com água nas torneiras, com luz o tempo todo, agora com Internet e até televisão, com minha cachorra, tenho comida em casa e todos os remédios que preciso tomar todos os dias.

Que o destino, que o Altíssimo, que nossos mestres e guias, que nosso empenho individual, que nossa garra coletiva nos amparem e nos protejam hoje e sempre.

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Governo do RS prorroga estado de calamidade pública da enchente por mais 90 dias

Redação

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Governo do RS prorroga estado de calamidade pública da enchente por mais 90 dias

Como perduram os efeitos dos prejuízos econômicos e sociais por conta dos danos causados pelos eventos meteorológicos do fim de abril e de maio de 2024, o Governo do Rio Grande do Sul decidiu prorrogar o estado de calamidade pública por mais 90 dias.

decreto 58.052 foi publicado na segunda edição do Diário Oficial do Estado desta terça-feir, 11, data em que se encerra a validade da prorrogação anterior (Decreto 57.905).

O novo texto também atualiza os decretos 57.596, de 1º de maio de 2024, 57.600, de 4 de maio, e 57.646, de 30 de maio, que declararam estado de calamidade pública no território estadual.

Os eventos meteorológicos foram considerados de grande intensidade, sendo definidos como desastres de Nível III – estragos de grande escala de acordo com a Classificação e Codificação Brasileira de Desastres (Cobrade).

Conforme o decreto, “considerando que permanecem os efeitos decorrentes dos eventos climáticos, com danos materiais e ambientais, especialmente a destruição de rodovias e pontes, bem como de moradias”, houve a decisão pela prorrogação.

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Gestão do governo do RS durante a enchente de 2024 recebe destaque em prêmio nacional

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Gestão do governo do RS durante a enchente de 2024 recebe destaque em prêmio nacional

O governo do Estado, por meio da Secretaria da Reconstrução Gaúcha (Serg), recebeu, na segunda-feira, 24, enchentes de 2024. O reconhecimento foi recebido na abertura do evento anual da plataforma, realizado na bolsa B3, no centro da capital paulista.

O evento tem como tema PPP’s e concessões: investimentos em infraestrutura no Brasil e reúne gestores públicos e privados, ministros do governo federal e representantes dos governos estaduais e de prefeituras.

Após a mesa de abertura, a plataforma P3C distribuiu as premiações do ano, com duas menções recebidas pelo Rio Grande do Sul por meio da Secretaria da Reconstrução Gaúcha. “O destaque recebido na conferência da P3C é um reconhecimento importante para todo o trabalho que o governo realizou desde maio do ano passado, com vários projetos de infraestrutura concentrados na Reconstrução Gaúcha”, afirmou Gabriel Fajardo, secretário em exercício da Serg.

Nesta terça-feira, 25, novas rodadas de discussão terão lugar no evento da plataforma P3C. A Secretaria da Reconstrução Gaúcha estará presente no painel Viabilidade em PPP’s municipais, representada pelo secretário em exercício, Gabriel Fajardo.

A Serg conta com espaço próprio no evento e preparou, para a ocasião, um material de divulgação para gestores públicos e privados sobre os projetos do governo do Estado.

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Governador atualiza avanços em sistemas de proteção de cheias e do Plano Rio Grande em encontro com ministros

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Governador atualiza avanços em sistemas de proteção de cheias e do Plano Rio Grande em encontro com ministros

O governador Eduardo Leite esteve reunido na manhã desta terça-feira, 28, com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e uma comitiva do governo federal para a primeira reunião do Conselho de Monitoramento das Ações e Obras para Reconstrução do Rio Grande do Sul, que trata especialmente dos projetos para sistemas de contenção de cheias.

Acompanhado de secretários, Leite também apresentou uma atualização das ações de resiliência climática desenvolvidas pelo Plano Rio Grande, que já contabiliza mais de R$ 6,7 bilhões em investimentos em todas as áreas.

“A reunião que tivemos pela manhã e as demais que teremos ao longo de todo o dia representam nosso empenho nesse esforço de coordenação federativa, que não é simples. As instâncias municipal, do Estado, e da União precisam dialogar permanentemente e construir conjuntamente as soluções. Por isso, saúdo a vinda dos ministros para este dia de interação e compatibilização de projetos e programas para reconstrução”, afirmou Leite.

O encontro, realizado na sede da Secretaria para Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, consolidou a governança e o funcionamento do Fundo de Apoio à Infraestrutura para Recuperação e Adaptação a Eventos Climáticos Extremos (Firece).

Com recursos de R$ 6,5 bilhões da União, o fundo irá financiar a construção de sistemas de proteção de cheias, cujas obras serão geridas pelo governo do Estado, em parceria com os municípios envolvidos. Na reunião, o secretário da Reconstrução Gaúcha, Pedro Capeluppi, também atualizou o andamento dos trabalhos.

A revisão dos anteprojetos será contratada pelo Estado, o que dará condições seguras para avançar com a licitação integrada de projetos e obras. As contratações mais adiantadas são as dos projetos do Arroio Feijó e para Eldorado do Sul, com publicação de editais previstas para o primeiro semestre de 2025.

Novo lotes de casas temporárias e edital para batimetria de rios

Na atualização de projetos do Plano Rio Grande, entre as principais novidades está a publicação, nesta terça-feira, 27, do edital para credenciamento de empresa interessadas em disputar a contratação para o serviço de batimetria e topografia dos principais rios do Estado.

O investimento será de R$ 45,9 milhões do Fundo do Plano Rio Grande (Funrigs). Esse levantamento é essencial para orientar políticas públicas de prevenção, além de fornecer dados precisos para o desenvolvimento de medidas corretivas nas áreas mais vulneráveis.

O Funrigs concentra os recursos do Estado que deixam, temporariamente, de ser repassados para pagamento da dívida com a União, suspensa pelo período de três anos desde a calamidade.

Na área de habitação, o governo estadual anunciou um novo lote de casas temporárias para Eldorado do Sul, com investimento de R$ 16,6 milhões. A política pública já entregou 332 casas das 500 previstas no primeiro lote, com investimento de R$ 66,7 milhões.

O governador e secretários também destacaram os avanços na contratação de ações para prevenção e gerenciamento de riscos de desastres como a modelagem hidrodinâmica, que prevê o comportamento de rios em situações de grandes chuvas, além da implantação de novas estações hidrometeorológicas e radares de monitoramento.

Ainda foi destacado o investimento de R$ 1,2 bilhão do Furings para reconstrução de três pontes e 11 rodovias, dividida em 15 lotes, em diversas regiões do Estado.

Avanço com BNDES para Projeto RioS e centro integrado de desastres

O encontro também alinhou os próximos passos para evolução do acordo de cooperação técnica com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para execução pelo governo gaúcho do Projeto RIOs e do Centro Estadual de Gestão Integrada de Riscos e Desastres (Cegird).

O governador ressaltou ao ministro Rui Costa e ao diretor de Planejamento e Estruturação de Projetos do BNDES, Nelson Barbosa, a importância estratégica das duas ações para tornar mais robusta a resposta do Estado a eventos climáticos extremos.

O Projeto RioS – Resiliência, inovação e obras para o futuro do Rio Grande do Sul – é uma das iniciativas de longo prazo do Plano Rio Grande que visa à recuperação resiliente do Estado. Ele consiste na contratação de serviços para a realização de estudos relativos à estratégia estadual de resiliência climática, considerando eventos de origem natural extremos, sendo priorizadas intervenções nas áreas com maior vulnerabilidade.

O RioS resultará em um portfólio de programas, planos e projetos viáveis e sustentáveis para o redesenho territorial e paisagístico em áreas vulneráreis a serem identificadas no decorrer do projeto, de forma que não voltem a ser ocupados por moradias e empreendimentos, promovendo uma convivência mais harmônica entre a população e o ambiente que habitam.

Sob coordenação da Defesa Civil estadual, o Cegird terá uma estrutura organizacional projetada para gerenciar operações de resposta a emergências e desastres, com tecnologia avançada para monitoramento em tempo real dos acontecimentos e incidentes acarretados por situações de emergência decorrentes dos eventos extremos, permitindo uma resposta rápida e eficaz.

Ao final, o governo federal fez um balanço de investimentos realizados na reconstrução do RS. À tarde, no Palácio Piratini, além de um almoço, governador e ministros terão novas reuniões de trabalho, com foco em atualização de projetos do Novo PAC.

Participam das agendas os secretários estaduais Artur Lemos (Casa Civil), Danielle Calazans (Planejamento, Governança e Gestão) e Carlos Mallman (Desenvolvimento Urbano e Metropolitano). Pelo governo federal, também acompanham a programação a ministra Nísia Trindade (Saúde) e o ministro em exercício da Integração e do Desenvolvimento Regional, Valder Ribeiro.

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