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26/07/2024
 

Destaques

Manifestação de apoio a projeto da Famurs ocorre com tom partidário em Canoas

Com a presença de deputados estaduais e federais, prefeito criticou a presidente Dilma Rousseff no que diz respeito a política tributária. Nelsinho afirmou que os impostos deveriam ser apenas para os ricos e Luiz Carlos Busato que a segurança pública é a prioridade, acima de saúde e educação.

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Prefeitura de Canoas apoia projeto de maior retorno dos impostos para os municípios em ato na Praça do Avião na sexta, 25. Foto: Bruno Lara/OT

Prefeitura de Canoas apoia projeto de maior retorno dos impostos para os municípios em ato na Praça do Avião na sexta, 25. Foto: Bruno Lara/OT

Bruno Lara

A Praça do Avião limpa, com a grama cortada e os cordões pintados. Este é o cenário que todo canoense se depara quando um ato político acontecerá no local recentemente repaginado. A barraca estava montada, interditando a rua que dá acesso a Unidade Básica de Saúde (UBS) Praça do Avião. Lá, ao meio dia, boa parte da máquina pública se reuniu na quinta-feira, 25.

Os servidores, em peso, foram às dezenas chegando – bem como secretários – para aplaudir aqueles que fariam uso da palavra no ato político em praça pública para demonstrar o apoio da cidade à proposta da Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), reconhecida como “Movimento do Bolo” – nome em alusão ao que chamam de “pequena fatia do bolo tributário” -, que pretende rediscutir a distribuição do pacto federativo com os municípios. A proposta da Famurs é de que 40% do arrecadado fique com a União, mas que estados e municípios receba 30% cada.

Hoje, a maior parte das verbas são divididas entre os Estados (25%) e a União (57%). Apenas 18% dos recursos ficam nos cofres das cidades. O presidente da Federação, Luiz Carlos Folador, também prefeito de Candiota, defende mudanças fortes. “Queremos um grande movimento para buscar uma melhor distribuição dos recursos. De R$ 100 produzidos nos municípios, apenas R$18 retornam para os cofres das prefeituras. Precisamos de um novo pacto federativo”, propõe.

A mesa composta para os discursos teve um tom partidário. Da esquerda para a direita, Ary Vanazzi, presidente estadual do partido dos trabalhadores (PT). Ao seu lado, a deputada federal e esposa do secretário de educação de Canoas, Eliezer Pacheco, Maria do Rosário (PT). Imediatamente ao seu lado o nome mais falado para suceder Jairo, deputado estadual Nelsinho Metalúrgico (PT). Marco Maia (PT), deputado federal, era o mais despojado, sentado ao seu lado do companheiro de sigla Jairo Jorge (PT), atual prefeito. Também presentes a vice-prefeita Beth Colombo (PP), o deputado federal Luiz Carlos Busato (PTB) e o presidente dos conselhos de saúde do estado, Mário.

Discursos

Fazendo uso da palavra, o parlamentar canoense na Assembléia Legislativa (AL) Nelsinho Metalúrgico reconheceu o momento difícil. “Nós estamos no meio de uma crise. É preciso reconhecer. Mas ela também os permite olhar as oportunidades”, afirmou. Segundo ele, cobrar mais juros dos que tem mais dinheiro e menos dos que possuem menos poder aquisitivo é uma saída viável e justa da crise que o país vive. “O pobre é quem paga a maior fatia”, termina sendo aplaudido por Maria do Rosário.

Deputado Nelsinho Metalúrgico defende que impostos deveriam ser apenas para os ricos

Discurso Nelsinho Ato Pacto

Nelsinho fez discurso forte em defesa dos mais pobres e defendeu que os impostos deveriam ser para os ricos, apenas. Foto: Bruno Lara/OT

 

Emílio Neto

Representando a Câmara dos Vereadores, Emílio Neto afirmou que a mudança é essencial. “Uma necessidade de um novo pacto federativo. (…) É aqui, no município, que as pessoas buscam alternativas para atender suas necessidades”, afirmou o parlamentar que disse falar em nome de todo o poder Legislativo.

Emílio Neto, vereador e presidente municipal do PT, falou em nome de todos os legisladores do município em defesa do projeto. Foto: Bruno Lara/OT

Emílio Neto, vereador e presidente municipal do PT, falou em nome de todos os legisladores do município em defesa do projeto. Foto: Bruno Lara/OT

 

Luiz Carlos Busato

Busato apresentou uma retórica mais conservadora e menos radical que a de seus antecessores. Relembrou o vídeo pedindo soluções para a segurança pública da cidade, que postou nas redes sociais informando que Canoas possuía apenas uma viatura para o policiamento ostensivo. Mesmo assim, elogiou o tenente coronel do 15º Batalhão de Polícia Militar (BPM) Oto Eduardo Amorin e o próprio prefeito. “Mesmo não tendo esses 30%, Jairo faz milagre na segurança pública”, afirmou.

Deputado Federal Busato defende que segurança pública é a maior prioridade

Luiz Carlos Busato fez discurso voltado para a segurança pública. Foto: Bruno Lara/OT

Luiz Carlos Busato fez discurso voltado para a segurança pública. Foto: Bruno Lara/OT

 

Marco Maia

Segundo o deputado federal Marco Maia, a realidade do país mudou de 1988 (ano da atual Constituição Federal) até hoje. Ele assumiu o compromisso de brigar pela aprovação do projeto na Câmara dos Deputados. “Nós não viemos aqui para fazer discurso, mas para assumir um compromisso. Somos deputados municipalistas. Nós temos um prefeito que não se esconde do povo”, elogiou no discurso.

Deputado Federal Marco Maia (PT)

Deputado Federal Marco Maia (PT) se colocou no compromisso de lutar pela aprovação da PEC.

 

Maria do Rosário

A ex-ministra e atual deputada federal Maria do Rosário ressaltou dois prefeitos que lutam pela causa. Jairo e Fernando Haddad. Para ela, o município, o estado e a federação deveriam estar em um mesmo nível. “A colaboração, para ser produtiva, pressupões um equilíbrio”, esclareceu.

Maria do Rosário (PT)

Maria do Rosário (PT) acredita que é necessário um equilíbrio entre o município, o estado e a União.

 

Jairo criticou Dilma

O prefeito Jairo Jorge (PT), criticou a presidente da república Dilma Rousseff (PT).

O prefeito Jairo Jorge (PT), criticou a presidente da república Dilma Rousseff (PT). Foto: Bruno Lara/OT

Finalizando o ato, Jairo Jorge, que se auto declarou um dos criadores do Programa Universidade para Todos (Prouni), afirmou que a prefeitura protestou “trabalhando mais”, comparando com os municípios que aderiram ao ato de paralisar os serviços. Segundo ele, os servidores “abrirão mão do horário de almoço” para comparecerem ao evento que foi realizado até as 13h30min.

O chefe do Executivo fez duras críticas a presidente da república, Dilma Rousseff (PT), companheira de sigla. “Eu acho que hoje o Brasil tem um pouco de saudade do presidente Marco Maia”, afirmou referindo-se no período que o canoense assumiu o cargo interinamente enquanto presidente da Câmara dos Deputados.

Defendeu mudanças no pacto. “O que nós queremos agora é uma nova pactuação. Tudo aquilo que nós conquistamos em 130 anos queremos conquistar agora”, referindo-se ao tempo do império. “Nós propomos que isso seja feito em 17 ou 34 anos, mas que seja feito”, defendeu. Para amenizar o tom de crítica à Presidente, Jairo posicionou-se solidário. “É hora de solidariedade à Dilma e a Sartori. É preciso indignação para ver o que está errado, mas coragem para construir”, conclui.

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Prestes a completar 85 anos, Canoas olha para o passado para projetar o futuro

Redação

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Prestes a completar 85 anos, Canoas olha para o passado para projetar o futuro - Enchente 67
por Marcelo Grisa
marcelogrisa@gmail.com

A cidade de Canoas completa 85 anos de emancipação política no dia 27 de junho, enquanto ainda se recupera da maior tragédia de sua história.

As chuvas que atingiram o RS entre o final de abril e o começo de maio de 2024 entraram para a história em todo o Estado. Em Canoas, entretanto, mais de 60% da área urbana da cidade ficou debaixo d’água.

O Grupo O Timoneiro, no objetivo de discutir os rumos do município e para que a importância desse assunto não seja esquecida, foi atrás de histórias anteriores a que os canoenses vivem hoje.

Fala-se muito nas enchentes de 1941, que definiram políticas para as décadas seguintes em Porto Alegre e na Região Metropolitana. Entretanto, os mais antigos lembram-se também de 1967, quando muitos dos bairros que alagaram no mês passado.

Falamos com algumas dessas pessoas que já sabem, a 57 anos, o que é passar por uma enchente.

Primeiras memórias

Zenona Muzykant, de 85 anos, havia chegado a Canoas, vinda de Dom Feliciano, a menos de dois anos quando as águas atingiram a cidade.

Então moradora do Mathias Velho, ela se recorda de ficar confusa ao receber informações, já que pouco conhecia Canoas à época. “A gente ficava sabendo das coisas por quem passava na rua”, relata.

Na época, Zenoma Muzykant estava em Canoas a apenas dois anos

Na época, Zenoma Muzykant estava em Canoas a apenas dois anos

A água chegou até a metade das janelas da sua casa, na Rua Maceió. “O pessoal levantou tudo, não perdemos muita coisa. Mas muitos parentes meus perderam tudo que tinha em casa”, aponta Zenona.

A sensação que ela tem com a enchente de 2024 é bem diferente. “Parece que muito mais gente foi atingida dessa vez”, diz.

Entretanto, para a moradora do bairro Igara, o mais importante é a manutenção da vida. “O resto se batalha e consegue com garra, vontade e fé.”

Socorrista e resgatado

Samuel Eilert resgatava pessoas de barco na enchente de 1967

Samuel Eilert resgatava pessoas de barco na enchente de 1967

Samuel Eilert nasceu no bairro Rio Branco e, como ele mesmo diz, cresceu na beira do Rio Gravataí. Os diques estavam em construção, e a estrutura que foi afetada em 2024 não estava pronta em 1967.

Então com 23 anos, o professor aposentado saiu pelas ruas junto com seu pai, Douglas, fazendo o que muitos canoenses fizeram em 2024: o resgate dos vizinhos e amigos que não tinham como fazê-lo.

“Naquele momento, os lugares seguros eram dois: a Praça da Igreja ou os trilhos do trem. As pessoas acampavam por lá”, relembra.

Com menos informações a respeito dos rios do que hoje em dia, Samuel diz que não era possível prever o que aconteceria em seguida. “Auxiliávamos e esperávamos. Eu conhecia o terreno, mas nunca tinha visto algo assim”, explica.

Em 2024, o professor Samuca, como muitos ex-alunos o chamam, esteve do outro lado da mesma situação. No mês passado, ele foi resgatado em sua casa por um grupo de jovens em um barco.

“Me senti da mesma forma quando eu resgatava, lá em 67. A juventude salva”, afirma.

Samuel acredita que, assim como no passado, os fatos recentes farão com que os rios não se comportem mais da mesma forma. “A gente precisa que o poder público se prepare de outras formas agora”, diz.

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Prefeitura de Canoas disponibiliza formulário para população se cadastrar no Auxílio Reconstrução do Governo Federal

Redação

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Prefeitura disponibiliza formulário para população se cadastrar no Auxílio Reconstrução do Governo Federal

Todos os canoenses que residem em regiões atingidas pela enchente já podem se cadastrar no formulário disponível pela Prefeitura, para terem acesso ao Auxílio Reconstrução do Governo Federal.

A iniciativa vai garantir R$ 5,1 mil diretamente à população, com pagamento realizado pela Caixa Econômica Federal, via PIX. O município cadastrou todos os CEPs das áreas afetadas. O programa não possui nenhum corte ou limitação de renda, nem a necessidade de inscrição no CadÚnico.

Os canoenses devem realizar o cadastro neste link.

Após o cadastro, a pessoa indicada como responsável deve acessar um sistema do Governo Federal, que será aberto na próxima segunda-feira (27/05), para confirmar o pedido. É necessário ter uma conta GovBr. Quem já possui conta na Caixa receberá o dinheiro diretamente nela. Para quem não tem, será aberta automaticamente uma poupança, onde será depositado o benefício.

No momento do cadastro, os canoenses devem preencher as seguintes informações:

– Nome completo e CPF do responsável da família;
– Nome completo e CPF de todos os outros membros da família;
– Endereço completo e CEP.
– Telefone de contato

*Após a inscrição, o morador deve assinar uma autodeclaração se responsabilizando pelas informações prestadas.

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DESASTRE NO RS: Total de mortos sobe para 83; 111 estão desaparecidos

Redação

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DESASTRE NO RS: Total de mortos sobe para 83; 111 estão desaparecidos

Na manhã desta segunda-feira, 6, um boletim divulgado pela Defesa Civil apontou que o número de mortos em decorrências das chuvas e enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul subiu para 83. Ainda estão sendo investigadas outras 4 mortes, e há 111 desaparecidos e 276 pessoas feridas.

De acordo os dados da Defesa Civil, 141,3 mil pessoas estão fora de casa, sendo 19,3 mil em abrigos e 121,9 mil desalojadas (na casa de amigos ou familiares). Ao todo, 345dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 850  mil pessoas.

Risco de inundação extrema

O nível do Guaíba, em Porto Alegre, está quase 2,30 metros acima da cota de inundação. Em medição realizada às 5h15min desta segunda-feira, 6, o patamar estava em 5,26 metros. O limite para inundação é de 3 metros.

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