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27/07/2024
 

Opinião

Tito Guarniere: “Artigo de Frei Betto, “Cuba resiste”, é uma sequência de clichês clássicos”

Redação

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Tito Guarniere

FREI BETTO E CUBA 

O artigo de Frei Betto, “Cuba resiste”, de apoio ao governo cubano, é uma sequência de clichês clássicos, constantes do imaginário dele e da esquerda. É um esforço previsível, tedioso, de afirmar uma narrativa, a qual, entretanto, não encontra correspondência nos fatos, senão no fundamentalismo ideológico. 

É mais do mesmo. A Revolução Cubana de 1959 expulsou os ianques e os seus sicários locais – eram os beneficiários e culpados da espoliação das riquezas do país, e da pobreza do povo cubano. Mandá-los de volta para o continente era chave para mudança, pela qual os cubanos – finalmente – poderiam viver em paz e prosperidade. 

Só que não. O Império não descansaria um único e só dia para o fim de liquidar a audácia dos cubanos. O método predileto para asfixiar a revolução tem sido o bloqueio econômico. 

Olhado de perto, pois, a culpa das mazelas do povo cubano, antes de 1959, era dos Estados Unidos – Cuba era um quintal americano. Expulsos os americanos, há 62 anos, eles – os suspeitos de sempre – continuaram os culpados. 

Não é que os americanos sejam anjos e o embargo tenha uma razão justa. Mas é um retumbante fracasso que, em 62 anos, o regime não tenha sido capaz de atingir a autossuficiência de alimentos. Os defensores de Cuba – Frei Betto, Lula, Chico Buarque – esquecem de dizer que não há bloqueio para remédios e alimentos. Cerca de 80% dos alimentos importados por Cuba vêm dos Estados Unidos! Na pauta de exportações para Cuba, os EUA estão entre os cinco maiores exportadores. 

Cuba poderia perfeitamente viver sem o embargo americano, pois mantém relações comerciais livres com México, Canadá, Brasil, Espanha, China, Itália e mais de 170 países. E por que Cuba não busca estas alternativas de suprir as suas carências? Porque não tem dinheiro nem crédito. É conhecida a fama de má pagadora de Cuba, há muitos anos. 

Também ninguém explica porque tantos cubanos queiram atravessar as 90 milhas de Cuba até Miami, mesmo nas condições mais arriscadas, mas ninguém faz a travessia inversa. Só em Miami existem cerca de um milhão e 200 mil cubanos que fugiram da ilha. Não há estatísticas dos cubanos que desertam, que saem de Cuba para voltar mas não voltam, nas delegações esportivas ou nos programas dos médicos cubanos no mundo. 

Frei Betto, um velho amigo do regime, diz no artigo que para os ricos Cuba é um inferno – lá eles não podem explorar ninguém. Se você é da classe média melhor não ir: é um purgatório por causa das filas e falta de produtos. Mas se você é pobre, então estará no paraíso, onde terá alimentação, educação, saúde, moradia e trabalho – um paraíso para onde ninguém quer ir. 

E os protestos? Segundo Frei Betto (e todos os que apoiam o regime) são contrarrevolucionários. Financiados adivinhem por quem? Sim, por eles, os americanos. 

Uma parte, mínima que seja, é culpa dos erros dos governos cubanos, do regime ditatorial, de partido único, de um grupo no poder durante 60 anos, onde todas as empresas pertencem ao estado? Não, tudo se resume à ação maldosa dos malditos americanos. 

 É patético. 

titoguarniere@outlook.com 

twitter: @TitoGuarnieree

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Neuropsicóloga fala sobre saúde mental nas escolas

Redação

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Neuropsicóloga fala sobre saúde mental nas escolas

Prof Dra.Gilca Lucena Kortmann

Psicóloga CRP-07/38742/ Neuropsicóloga

Todo aluno ao entrar na escola, traz consigo uma bagagem de valores, aptidões, angústias, um mundo interior configurado a partir de uma combinação de fatores que procedem de fontes biológica e ambiental na qual desponta como fator primacial a influência dos pais, colegas, professores. As aprendizagens de crianças e adolescentes são processos evolutivos que estão imbricados no relacionamento destes com a escola e com a figura do professor(a), e em tempos pós pandêmicos, seguidos de manifestações da natureza que colocou a todos em situação de cansaço mental ou estafa mental, estresse crônico com sobrecarga das funções do cérebro, causando desregulação no sistema nervoso, abrimos espaço para reflexão e compreensão dos sentimentos , manifestações em termos de saúde mental destes atores envolvidos no espaço escolar procurando identificar as respostas tóxicas frente a este estresse que viveram  e vivem após inúmeras perdas: de casa , escolas, pertences de recordações..

Quando as crianças e adolescentes vivenciam uma dificuldade forte frequente e prolongada,  sem apoio emocional de um adulto, entre elas estão a negligência, abuso físico e emocional, ou exposição à violência, ou elevada carga de perdas como esta que vivemos no RS no mês de maio, com as catástrofes climáticas, devemos tomar  alguns cuidados com as soluções adotadas especialmente no caso das crianças e adolescentes , pois o estresse é uma resposta fisiológica a uma situação adversa, e quando produzido, desencadeia mudanças químicas em seus corpos que  podem afetar os sistemas imunológico, endocrinológico e psiconeurológico.

Vivemos neste momento, uma enxurrada de informações, em uma velocidade e complexidade que interpela nossa vida pessoal, profissional, com inúmeras demandas, produzimos o tempo todo e, em nosso entorno problemas sociais, angústias, depressões, cansaço dos professores: tristezas, isolamentos, problemas com o sono (Revista Nova Escola/2021).

De que forma acolher nossos alunos? Crianças e adolescentes com comportamentos disruptivos por excesso de telas, e quando os pais retiram ficam sem controle de impulsos, sem controle das suas emoções, pais desgastados faltam com ajuste parental. Portanto, o trabalho de refletir sobre a saúde mental de crianças e adolescentes, fazer modificação na rotina diária, no estilo de vida é um desafio. Força de vontade, é um fator preponderante, não espere! Dê seu modelo.

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Catástrofe e oportunidade: Sistema de Transporte Público de Canoas e Região precisa ser repensado (Por Flavio Paim)

Redação

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Catástrofe e oportunidade: Sistema de Transporte Público de Canoas e Região precisa ser repensado (Por Flavio Paim*)

Por Flavio Paim*

Conforme os Canoenses vão vendo reduzir aos poucos as agruras da Catástrofe Climática e o Sistema de Transporte Público da Cidade e da Região começa a ser restabelecido, também aparecem os velhos problemas do Sistema.

De novidade até aqui, por conta da catástrofe, O TRENSURB está operando com Tarifa Zero… Por Enquanto. Mas o preço da Passagem de ônibus, mesmo com as empresas subsidiadas por mais de R$ 1 milhão/mês pela Prefeitura, segue caro. E muitas vezes nem o número de ônibus e nem seus trajetos dão conta do que a população precisa, como tem nos mostrado matérias e mais matérias na mídia local.

E não bastasse o enorme custo para quem usa o Transporte Público, se ele não é adequado, obriga muita gente que poderia usá-lo, a andar de carro, e com isto congestionando o trânsito e em tempos de Catástrofe climática, nunca esquecendo também o poder poluente de milhares de carros movidos a combustível fóssil, contribuindo para aumentar o aquecimento do Planeta.

Em Canoas e na Região Metropolitana, o poder público deveria aproveitar toda a comoção gerada pela Catástrofe, e rever muita coisa no funcionamento de serviços na cidade, incluindo o Transporte Coletivo.

Com o TRENSURB como eixo, não só Canoas, mas a Região Inteira poderia e deveria repensar linhas de ônibus, adequando-a mais as necessidades de quem precisa, mas também de todos que tem que se locomover, melhorando a qualidade dos ônibus e oferecendo o Serviço de forma gratuita aos cidadãos, como já acontece em centenas de cidades Brasil afora.

E dirão: “Mas já vamos ter que gastar uma naba de dinheiro pra reconstruir a Cidade. E aí tu propõe gastar mais ainda?”

Mas aí é que está: Se temos que reconstruir e refazer serviços, incluindo o Transporte Público, não é o caso de reconstruirmos de forma diferente, já que da forma como estava, já não dá mais?

Há anos atrás, na época de gestão anterior do Prefeito Jairo Jorge, um Estudo mostrou que o custo total do financiamento da Tarifa Zero para os Canoenses, não custaria mais do que 2% do PIB do Município.

Este Estudo a época aliás, foi encomendado por conta de termos aqui na Cidade a Refinaria Alberto Pasqualini, pela qual a Cidade recebe volumosos Royalties, mas que também é responsável pela produção dos combustíveis fósseis que ajudam no aquecimento Global, responsável sim pelas ,mudanças climáticas que estão acontecendo aqui e em todo o Planeta.

Não se trata de voltarmos aos tempos das cavernas, mas de adaptarmos o que temos, incluindo por enquanto o Petróleo, para financiar uma nova forma de vivermos coletivamente na nossa Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre.

E de quebra ainda sermos referência no tema para o Brasil e o mundo, já que além de Canoas, poderíamos ter toda a Região cortada pelo Trensurb adotando não Sistemas municipais de Transporte Público, mas um Sistema Único e Integrado de todo o Transporte Público da Região Metropolitana de Porto Alegre.

“Quem imaginou que um dia você poderia andar de ônibus sem pagar passagem? Agora, isso é uma realidade em centenas de cidades no país. Agora já acontece em muitas Cidades no Brasil”, diz o Deputado Federal Gilmar Tatto, da FRENTE PARLAMENTAR EM DEFESA DA TARIFA ZERO, criada em 2023 para discutir isto a nível Federal e inclusive ver formas de Custeio, além das que a Prefeitura pode oferecer.

Depois de várias reuniões com trabalhadores do Transporte Público de Canoas e da Região Metropolitana, me convenci de que esta é uma demanda Urgente e Necessária, seja do ponto de vista da mobilidade, da economia, como também do Meio Ambiente.

*Coordenador Instituto Solidariedade

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PSICOLOGIA: Mutirão de cuidados (por Marianna Rodrigues)

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PSICOLOGIA: 'Esgotamento do trabalho' (por Marianna Rodrigues)

Mutirão de cuidados

Por Marianna Rodrigues*

As águas baixaram, mas não necessariamente isso significa um alívio. Para milhares de pessoas, aqui começa outro momento doloroso: reencontrar-se com os objetos perdidos e conhecer o tamanho das suas perdas.

Se você conhece alguém que está nessa situação, essa não é a hora de pedir calma e dizer que vai ficar tudo bem. Estar ao lado auxiliando nas tarefas práticas e, em meio a isso, estar disponível para escutar todo tipo de desabafo é o caminho mais recomendado para fornecer o devido cuidado em saúde mental neste momento.

Eu sei, intuitivamente o que queremos é dizer alguma coisa que faça quem está do outro lado sentir-se melhor. No entanto, diante de necessidades tão urgentes, o que irá produzir uma mudança no estado emocional de quem está em meio ao luto são ações concretas que possibilitem a reconstrução das suas vidas com dignidade.

Em outras palavras, estamos falando, no mínimo, de comida na mesa, de um teto seguro e de renda para poder seguir em frente. Não estamos lidando com um processo de luto comum, estamos lidando com o luto após efeitos de uma catástrofe.

Além disso, o choro, a raiva, a dor, possuem um papel importante aqui. “Ficar bem” não será um processo rápido, ou seja, não será através de uma conversa ou de um medicamento que iremos “conter” a dor do outro. Inclusive, qualquer tentativa de contenção pode aprofundar o trauma.

Por essas razões, se você pode estar ao lado de quem está lutando para reconstruir-se, contribua com as ações concretas e esteja disponível para escutar. Lembre-se: A volta para os bairros e o contato com as casas destruídas pode provocar muitas emoções. Não deixe de acionar a Rede de Atenção Psicossocial da cidade, através das UBS, dos CAPS ou das equipes de psicólogos que foram montadas, caso você entenda que precisa de ajuda.

*É psicóloga clínica (CRP 07/30799), Mestre e Doutoranda em Psicologia Social e
Institucional (UFRGS) e pesquisadora.

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