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MP entra com ação judicial contra Prefeitura e Gamp por problemas na Saúde
O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) tem realizado frequentes denúncias sobre problemas na gestão da Saúde em Canoas, especificamente com relação ao Grupo de Apoio à Medicina Preventiva e à Saúde Pública (Gamp). Tais ações já motivaram cobranças por parte da administração municipal, noticiadas na capa da última edição de O Timoneiro, e tiveram novos desdobramentos na sexta-feira, 28 de abril.
A promotoria da Infância e Juventude de Canoas ingressou com ação civil pública na Justiça contra o Gamp e a Prefeitura de Canoas, em função da desassistência existente no Hospital de Pronto Socorro de Canoas (HPSC) e Hospital Universitário (HU). De acordo com o Simers, a medida judicial, que tramita em segredo de justiça, visa, em caráter de urgência, que os gestores assegurem condições para o atendimento à população.
Para complementar informações e apresentar um relatório dos problemas da Saúde de Canoas, a vice-presidente do Simers, Maria Rita de Assis Brasil, visitou a sede de O Timoneiro, na manhã de quinta-feira, 4.
Fiscalização
“Quando ficamos sabendo dessa mudança na gestão na saúde e do tamanho da modificação, envolvendo grandes hospitais, fomos atrás para saber mais”, conta Maria, sobre o momento em que o Gamp venceu a concorrência para administrar cinco unidades de saúde na cidade: HPSC e HU, Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) Caçapava e Rio Branco e Centros de Atendimento Psicossocial (CAPs) Recanto dos Girassóis, Travessia, Amanhecer e Novos Tempos. A sindicalista ainda afirma que, naquele momento, o Simers já havia verificado que a empresa realizava serviços preferencialmente sem relações trabalhistas definidas, contratando através de pessoa jurídica.
Problemas
A vice-presidente lembrou que, logo no início da gestão Gamp, “a empresa não cumpriu seus deveres com relação aos profissionais da saúde”. Maria também citou relações de trabalho precárias para os funcionários, prejudicando a oferta de saúde à população e o exercício da profissão. Segundo ela, os problemas não pararam por aí. “Hoje culmina com uma situação de desassistência, desabastecimento aqui na cidade.”
Cobrança
Maria Rita comenta que o sindicato já teve reuniões com a Prefeitura, onde relatou os problemas encontrados. “Fizemos algum tencionamento com relação à Prefeitura, que não tem tido uma resposta significativa para um problema de tal magnitude e que precisa ser resolvido.”
Contrato
Para a médica, o contrato entre Gamp e Prefeitura deveria ser reavaliado: “Do nosso ponto de vista, existem elementos de sobra para que a Prefeitura da cidade possa denunciar o contrato e romper. Com toda essa desassistência, tanto pelas relações de trabalho, como no compromisso com o atendimento em Saúde. Isso se comprova quando o MPT e MP reconhecem a importância da situação. Parece que não existe vontade política para resolver a questão de Saúde da população”, afirma Maria Rita.
Ela ainda comenta que, no curto espaço de tempo em que o Gamp atuou na gestão de Saúde de Canoas, não apresentou condições de gerenciamento na cidade. “A Saúde deveria ser gerida pela Prefeitura. Terceirizar todo o atendimento básico na cidade, a gestão de dois grandes hospitais, é uma temeridade. Não é possível deixar que essa situação permaneça. A grande prejudicada é a população”, concluiu a sindicalista.
Promessas
De acordo o assessor jurídico do Simers, Eduardo Braga Medeiros, foi realizada uma reunião, na quinta-feira, 27 de abril, onde o secretário adjunto de Saúde do município, Rinaldo Simões, assumiu o compromisso de convocar o Gamp para um próximo encontro. O secretário adjunto ainda prometeu, segundo Eduardo, convocar os sindicatos, Gamp, médicos e representantes dos hospitais para apresentar medidas concretas para estancar as maiores dificuldades que relatadas pelo Simers.
Exigência
Em nota, o sindicato se posicionou fortemente com relações aos atuais problemas: “O Simers exige que a Prefeitura de Canoas tome atitude em relação aos problemas na administração do Grupo de Apoio à Medicina Preventiva e à Saúde Pública (Gamp). O Gamp falha com pagamento de funcionários, com a manutenção e reposição de materiais, insumos e medicamentos, bem como promove precarização nas contratações de médicos. Para piorar a situação, a prefeitura municipal, responsável pela contratação e fiscalização do atual gestor, não toma as providências necessárias para garantir a assistência da comunidade canoense e de outras cidades que utilizam os serviços prestados pelo Gamp.”
O que diz o Gamp
Em nota, o Gamp informa que está “empenhado em colocar sua experiência em estrutura e gerenciamento na implantação de novo modelo de administração no setor da saúde de Canoas, visando o melhor resultado para colaboradores, corpo clínico, gestores, unidades e, principalmente, no atendimento à comunidade. Quanto à questão de abastecimento de medicamentos e materiais, reitera, como já divulgado anteriormente, que o processo está regularizado, com estoques montados e fluxo definido, do centro de distribuição para as unidades. É importante ressaltar que nenhum caso de desassistência ocorreu no processo de organização do novo fluxo de compras e abastecimento, incluindo os emergenciais. Em relação à questão do lixo hospitalar, há mais de quatro meses já opera empresa especializada na gestão de resíduos hospitalares. O Gamp afirma que não houve nenhum prejuízo ao serviço, tanto para os profissionais de saúde quanto para os atendimentos, em nenhum momento, e que todo o processo de gerenciamento de resíduos observa todos os protocolos de segurança e controle dos órgãos oficiais”.
O que diz a Prefeitura
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) afirma que “assumiu no dia 2 de janeiro de 2017, pouco mais de um mês após o Gamp iniciar a gestão no Hospital Universitário e no Hospital de Pronto Socorro de Canoas (HPSC). O Gamp venceu a licitação que foi considerada legal pela Procuradoria Geral do Município (PGM). Entre as primeiras iniciativas determinadas pela secretária Rosa Groenwald, está a criação de uma equipe volante de fiscalização que é acionada com o objetivo de verificar a quantidade e a qualidade do atendimento nos equipamentos de Saúde da cidade. No que se refere à falta de medicamentos, algumas situações foram confirmadas, mas em pequenas quantidades e solucionadas em questão de horas com a devida reposição, não chegando a ocorrer um total desabastecimento. A Prefeitura de Canoas está trabalhando para organizar a situação gerencial junto ao Gamp. A população merece um atendimento de qualidade”.
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“Nunca trabalhei na vida, eu faço o que me dá prazer”; morre Jesus Pfeil aos 85 anos
Morreu no domingo, 24, o cineasta, historiador e escritor, e figura ilustre de Canoas, Antonio Jesus Pfeil. O prefeito de Canoas, Jairo Jorge, decretou três dias de luto oficial. O velório acontece nesta segunda-feira, até 17 horas, no Crematório de Cemitério São Vicente, em Canoas.
Antonio Jesus Pfeil nasceu em 7 de outubro de 1939, na área de Canoas que posteriormente foi emancipada e se tornou Nova Santa Rita. Cineasta, historiador e pesquisador do cinema gaúcho, estudou no Colégio La Salle e passou pelo serviço militar. Em 1960, atuou como ator no Teatro Brasileiro de Comédias, que estava com uma peça em cartaz no Theatro São Pedro. Na ocasião, subiu ao palco ao lado de Nathália Timberg e Leonardo Villar.
Seu primeiro curta-metragem, Cinema Gaúcho dos Anos 20, participou da mostra do Festival de Cinema Brasileiro de Gramado e, em 1974, recebeu um prêmio especial no mesmo festival. Além da carreira como cineasta, Jesus também conquistou espaço como pesquisador, autor de artigos e, paralelamente, atua como participante de conferências e de comissões julgadoras em festivais e outros eventos ligados à História do Cinema Gaúcho e Brasileiro.
Resgate
Como escritor e historiador, Jesus tem profunda contribuição para o resgate histórico da cidade. Ele é autor da coleção Canoas: Anatomia de Uma Cidade, e organizador do livro Origens de Canoas, que conta com artigos de Edgar Braga da Fontoura, primeiro prefeito do município. Estas são apenas algumas dentre muitas obras de Jesus no cinema e na literatura.
No ano 2000, Jesus recebeu uma justa homenagem pela sua contribuição para a cultura na cidade. A biblioteca da Escola Municipal Ícaro foi inaugurada e, desde então, se chama Biblioteca Antonio Jesus Pfeil.
Prazeres
Ao ser indagado pelo O Timoneiro, em 2018, sobre como enxerga a importância de seu trabalho para o meio cultural e para Canoas, Jesus, sempre bem-humorado, brinca: “Trabalho? Que trabalho? Eu nunca trabalhei na vida, eu só tenho prazeres, só faço o que me dá prazer”.
“As pessoas me perguntam ‘Jesus, qual é a novidade hoje?’, e eu respondo: ‘Olha, de manhã eu abri os olhos e estava vivo, não morri dormindo. Vamos ver o que acontece hoje’. Eu sempre digo, e disse no filme Jesus – O Verdadeiro, é que meu futuro foi ontem e não tem como saber o que vai acontecer hoje. Sobre o que eu já vivi, eu posso falar. Meu primeiro Kikito em gramado eu ganhei em 1974 e foi o primeiro Kikito gaúcho do festival. Eu gosto de trabalhar com História porque filme de ficção todo mundo faz e faz igual hoje em dia, só muda o nome dos personagens e o título, é sempre o mesmo roteiro. Um filme que eu fiz e gosto de destacar é o Porto Alegre, Adeus…! É uma carta que eu escrevi ao Glauber Rocha. E o Glauber Rocha tinha aquela frase que dizia que tinha que ter uma câmera na mão e uma ideia na cabeça. Pensando bem, hoje em dia as pessoas, muitas vezes, têm a câmera na mão, mas não têm a ideia na cabeça, por isso fazem tanta coisa igual”.
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Prestes a completar 85 anos, Canoas olha para o passado para projetar o futuro
por Marcelo Grisa
marcelogrisa@gmail.com
A cidade de Canoas completa 85 anos de emancipação política no dia 27 de junho, enquanto ainda se recupera da maior tragédia de sua história.
As chuvas que atingiram o RS entre o final de abril e o começo de maio de 2024 entraram para a história em todo o Estado. Em Canoas, entretanto, mais de 60% da área urbana da cidade ficou debaixo d’água.
O Grupo O Timoneiro, no objetivo de discutir os rumos do município e para que a importância desse assunto não seja esquecida, foi atrás de histórias anteriores a que os canoenses vivem hoje.
Fala-se muito nas enchentes de 1941, que definiram políticas para as décadas seguintes em Porto Alegre e na Região Metropolitana. Entretanto, os mais antigos lembram-se também de 1967, quando muitos dos bairros que alagaram no mês passado.
Falamos com algumas dessas pessoas que já sabem, a 57 anos, o que é passar por uma enchente.
Primeiras memórias
Zenona Muzykant, de 85 anos, havia chegado a Canoas, vinda de Dom Feliciano, a menos de dois anos quando as águas atingiram a cidade.
Então moradora do Mathias Velho, ela se recorda de ficar confusa ao receber informações, já que pouco conhecia Canoas à época. “A gente ficava sabendo das coisas por quem passava na rua”, relata.
A água chegou até a metade das janelas da sua casa, na Rua Maceió. “O pessoal levantou tudo, não perdemos muita coisa. Mas muitos parentes meus perderam tudo que tinha em casa”, aponta Zenona.
A sensação que ela tem com a enchente de 2024 é bem diferente. “Parece que muito mais gente foi atingida dessa vez”, diz.
Entretanto, para a moradora do bairro Igara, o mais importante é a manutenção da vida. “O resto se batalha e consegue com garra, vontade e fé.”
Socorrista e resgatado
Samuel Eilert nasceu no bairro Rio Branco e, como ele mesmo diz, cresceu na beira do Rio Gravataí. Os diques estavam em construção, e a estrutura que foi afetada em 2024 não estava pronta em 1967.
Então com 23 anos, o professor aposentado saiu pelas ruas junto com seu pai, Douglas, fazendo o que muitos canoenses fizeram em 2024: o resgate dos vizinhos e amigos que não tinham como fazê-lo.
“Naquele momento, os lugares seguros eram dois: a Praça da Igreja ou os trilhos do trem. As pessoas acampavam por lá”, relembra.
Com menos informações a respeito dos rios do que hoje em dia, Samuel diz que não era possível prever o que aconteceria em seguida. “Auxiliávamos e esperávamos. Eu conhecia o terreno, mas nunca tinha visto algo assim”, explica.
Em 2024, o professor Samuca, como muitos ex-alunos o chamam, esteve do outro lado da mesma situação. No mês passado, ele foi resgatado em sua casa por um grupo de jovens em um barco.
“Me senti da mesma forma quando eu resgatava, lá em 67. A juventude salva”, afirma.
Samuel acredita que, assim como no passado, os fatos recentes farão com que os rios não se comportem mais da mesma forma. “A gente precisa que o poder público se prepare de outras formas agora”, diz.
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Prefeitura de Canoas disponibiliza formulário para população se cadastrar no Auxílio Reconstrução do Governo Federal
Todos os canoenses que residem em regiões atingidas pela enchente já podem se cadastrar no formulário disponível pela Prefeitura, para terem acesso ao Auxílio Reconstrução do Governo Federal.
A iniciativa vai garantir R$ 5,1 mil diretamente à população, com pagamento realizado pela Caixa Econômica Federal, via PIX. O município cadastrou todos os CEPs das áreas afetadas. O programa não possui nenhum corte ou limitação de renda, nem a necessidade de inscrição no CadÚnico.
Os canoenses devem realizar o cadastro neste link.
Após o cadastro, a pessoa indicada como responsável deve acessar um sistema do Governo Federal, que será aberto na próxima segunda-feira (27/05), para confirmar o pedido. É necessário ter uma conta GovBr. Quem já possui conta na Caixa receberá o dinheiro diretamente nela. Para quem não tem, será aberta automaticamente uma poupança, onde será depositado o benefício.
No momento do cadastro, os canoenses devem preencher as seguintes informações:
– Nome completo e CPF do responsável da família;
– Nome completo e CPF de todos os outros membros da família;
– Endereço completo e CEP.
– Telefone de contato
*Após a inscrição, o morador deve assinar uma autodeclaração se responsabilizando pelas informações prestadas.
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