Comunidade
Secretário perde a compostura em reunião com associações no Igara
Encontro discutia sobre uma área que possui dos projetos distintos com duas instituições interessadas
Com dedo em riste, o secretário adjunto de Relações Institucionais da Prefeitura de Canoas, Célio Piovesan, perdeu a postura em uma reunião na manhã desta segunda-feira, 21, entre o poder público, a Associação dos Moradores do Jardim Igara II (Amorji) e representantes do Grêmio São Cristóvão, no bairro Igara. A pauta era informar oficialmente a associação da perda de uma das áreas antes por ela administrada.
O tumulto começou quando uma das presentes na reunião ameaçou o integrante do poder Executivo de tentar persuadir o presidente da associação, Carlos Alberto da Silva, em uma reunião com seis secretários do governo Jairo Jorge, dentro da Prefeitura, a desistir da resistência ao projeto. Após ouvir isso, e já irritado anteriormente com os moradores que não aceitavam a nova ideia, Célio levantou da cadeira e alterou o tom de voz com a moradora, inclusive com o dedo apontado para a mesma.
Somos gente, não políticos
Outro integrante da entidade então se levantou e foi ao encontro do secretário. “O senhor não aponte o dedo para ninguém aqui”, dizia enquanto afastava as mulheres que também foram discutir com o representante do governo. “Ninguém faz conluio naquela secretaria. (…) A acusação, você vai ter que provar isso. (…) Veio lá dar carteiraço (sic). Todas as reuniões têm lista de presença”, se defendeu. O presidente interveio. “Nós estamos aqui democraticamente. (…) Vamos acalmar, gente. Não vamos levar nada para o lado pessoal. Eu disse desde o começo, vamos fazer com que a coisa seja social e democrática. Nós somos gente, nós não somos políticos”, concluiu.
Curiosamente a secretaria pela qual Piovesan responde como adjunto tem como competência, segundo a própria Prefeitura de Canoas, “o relacionamento com a Câmara Municipal de Vereadores, manter contatos com lideranças políticas e parlamentares do Município, com representantes da sociedade civil, com organizações comunitárias, governamentais, coordenar o Orçamento Participativo e as Plenárias de Serviços Públicos”. O titular da pasta, que não estava presente, é o sociólogo Jorge Branco, que trabalhou no governo Tarso Genro (PT) até 2014 e, com a derrota de Tarso, veio para Canoas.
Área possui dois projetos
A discussão é antiga na área e perdura há mais de 15 anos, segundo os moradores. “Tem uma área de serviço que foi projetada junto aos moradores, que seria uma praça ou parque. Dentro disto, várias vezes, já houve um direito de uso assinado pela Prefeitura para o time do São Cristóvão. Essa área sempre vem sendo usada por várias pessoas da comunidade. Depois disto veio um edital, eles ganharam o direito de um sistema, em cima de um projeto de uma praça, saiu um edital. A associação e os moradores não se anteporam (sic) a este projeto, pois tinham isto aqui como uma área de parque. Quando nós vimos estavam colocando no edital para esporte. Isso então nos pegou de surpresa. Então não entramos no edital, não fizemos nada que fosse contra aquele ato e fomos impugnar o edital via jurídico. Não veio resposta nenhuma e ficamos aguardando. Em cima desse aguardar se tornou esse impasse” explica Carlos.
Outra parte envolvida é o time de futebol São Cristóvão. Mas, segundo seu diretor administrativo-financeiro, Hernani Amaral, a área foi ofertada a eles pelo poder público. “O São Cristóvão tem uma posição bem clara nesse aspecto: Em nenhum momento nós pedimos o campo localizado aqui nesta praça. Esta praça foi disponibilizada através de edital e o Grêmio São Cristóvão se habilitou através do edital público. Se habilitou a uma área para a prática do futebol. Essa não é uma área privada. Ela vai administrar a área, mas voltada para o lado social, inclusive com a participação de escolas que trabalharão aqui e a comunidade que vai desfrutar dos jogos, rachão domingo à tarde, onde vamos abrir o campo, obviamente dentro de regras”, lembrou.
A Amorji se colocou à disposição para conversar, mas criticou a falta de articulação política do governo. “Dizem que hoje, como eles tem direito no edital, que vão fazer de qualquer jeito. A gente está aberto para o diálogo. A gente está aberto para que a comunidade se entenda. Isto aqui não é nosso, não é só do Jardim Igara II, da Amorji II, isto aqui é de um bairro, de uma comunidade inteira”, afirma.
Para o secretário adjunto, no entanto, a Amorji, instituição que atua no local há 33 anos, é “um grupo de pessoas que está privatizando a área para algumas pessoas”. Em entrevista, explicou que todas as praças devem ser públicas. “É uma comunidade que tenta se apropriar de uma área pública. Todas as praças são de interesse público. Nós temos aqui um programa de uso compartilhado das áreas, todas elas, é a partir de regras, de editais públicos estabelecidos, inclusive por regra do Ministério Público. E essa não é diferente de qualquer uma. Mas aqui há um entendimento de que a área é destes moradores. Isso é uma forma de apropriação das áreas públicas incorreta por que todas as áreas públicas são de interesse público”, explica. “Não é posição da Prefeitura, isso esta na regra. Se tem um edital público, uma vez que a área foi licitada para o uso, quem se apresentou e se qualificou para isso tem o direito de usar”, conclui.
PSB de saída do governo?
A reunião seguia sem muitos sorrisos de nenhum dos lados. Os moradores afirmaram que vão em busca de assinaturas para barrar a novidade. “Essa é uma política pública e ela tem que ser mantida. Essa fase está vencida. Nós viemos aqui para demarcar a questão dos espaços. Aqui tem tampa quebrada, cerca caída”, lembrou um dos membros do governo presente. Os presentes levantaram que a área é alvo de retaliação do poder público por negar a área. “Se ele (prefeito) falou em retaliação, mentiu. Quem faz a distribuição é o prefeito”, afirmou o secretário municipal de Esporte e Lazer, Edimilson Tresoldi, cargo do PSB no governo, o que indica um possível distanciamento da sigla.
Para o secretario municipal de Meio Ambienta, Carlos Atilio Todeschinni, a reunião não era para negociar, mas para estabelecer o que já estava definido. “Não estamos aqui para retroceder. Não está mais na nossa alçada. Estamos aqui para cumprir o que está estabelecido”, afirmou durante a reunião.
Atualização: 22 de dezembro – 10:15
Não era o prefeito
O secretário municipal de Esporte e Lazer, Edimilson Tresoldi, ligou para a redação de O Timoneiro na manhã desta terça-feira, 22, para contribuir com a correção de um erro cometido pela equipe presente no local. Segundo ele, uma moradora informou a ele que “alguém, não citou o nome, que alguém tinha dito que não colocava a quadra por retaliação, mas não o prefeito”. Tresoldi aproveitou para lembrar que somente no bairro igara há quatro academias ao ar livre. “Jamais diria isso sobre o prefeito”, reiterou. “Na verdade aquilo ali, como sendo uma área pública, estamos tentando fazer uma mediação para fazer uma mediação tanto com a associação, que é legitima, quanto com o São Cristóvão”, explica. Para o membro do Executivo o que há na área é um preconceito dos moradores com o esporte “que não pode mais ocorrer no século XXI”, argumenta.
Conciliação possível
Para Hernani, a única demanda é ter um espaço em boas condições, independente se naquela área ou não. “Nós só queremos uma área para a prática esportiva do futebol e uma área adequada, com grama boa, com drenagem, com vestiários, uma área bem definida. O Grêmio São Cristóvão participou por seis anos da manutenção do Centro Olímpico, ou seja, é a maior demonstração de que nós não queremos privatizar uma área pública, nós queremos democratizar uma área pública”, afirma. Segundo ele, o próprio grupo mantinha o espaço. “Nós mantínhamos o campo. Nós colocávamos terra preta, nós cortamos grama, mantínhamos as redes, as bandeirinhas, pintura de campo. O Grêmio São Cristóvão sempre administrou a área pública de uma forma pública”, salienta.
Para a Amorji, o que falta é o companheirismo. “Eu acho que a melhor maneira é se o órgão que tem interesse aqui trabalhasse junto, em uma parceria com a associação, com os moradores, de que conservasse a pista de caminhada, conservasse as áreas livres, conservar toda a área que foi projeta, porque aquilo ali é dinheiro público, foi pago, foi feito 3, 4 projetos pagos com o dinheiro público do mesmo projeto, sendo que houve um em 2006 e outro em 2011. Projeto sobre projeto”, sugere Carlos. “Não há nem por que. A área vai ser utilizada tanto por um quanto por outro, apenas será administrada com regras claras de que tem que se manter o campo em estado adequado para campo”, afirma em resposta sugestiva o diretor do Grêmio São Cirstóvão.
Praça sucateada
Inaugurada no início deste ano, a Praça Dom Vicente Scherer já vive dias difíceis. Conforme explica o presidente da associação dos moradores do Jardim Igara, a estrutura está prestes a ficar inutilizada em função da falta de reparos. “Neste de 2011 (projeto) deu R$ 99 mil de investimentos para a revitalização da Praça Dom Vicente Scherer, sendo que até hoje nós estamos com a praça sem luz, com as tubulações, os suportes, todo o material ali de terceira qualidade, já caindo e se deteriorando. Estamos sem iluminação porque incendiou toda a parte elétrica da praça inaugurada. E agora, quando vimos tem esse projeto que já esta estabelecido e queremos que seja cumprido pela Prefeitura aquilo que os moradores e os bairros adjacentes querem. Isso que é importante para nós”, lembra.
Vídeo: Veja vídeo do desentendimento na página de O Timoneiro no Facebook.
Comunidade
Lista de selecionados remanescentes para retirada de geladeiras do Programa Canoas Volta pra Casa é divulgada
Na segunda-feira, 2, foi divulgada pela Prefeitura de Canoas a relação dos selecionados remanescentes e que ainda não retiraram a geladeira do Programa Canoas Volta pra Casa. A listagem foi publicada no Diário Oficial do Município (DOM).
Segundo o Escritório de Projetos, o eletrodoméstico pode ser retirado, em uma última oportunidade, nesta terça, 3, e na quarta-feira, 4, no horário das 9h às 16h, no depósito junto ao Senai (Rua Napoleão Laureano, 11, Centro).
Confira a listagem:
Comunidade
Eleitores canoenses podem votar na Consulta Popular – Reconstrução RS até sexta-feira, 6
Os eleitores de Canoas já podem votar nas prioridades regionais para a Consulta Popular – Reconstrução RS, que começou nesta segunda-feira, 2, e segue até as 23h59 de sexta-feira, 6. Essa é a última etapa do processo participativo, pelo qual são definidas prioridades regionais que serão incorporadas ao orçamento do Estado.
Além da internet e na Coordenadoria da Pessoa Idosa (Rua Clemente Pinto, 92, Nossa Senhora das Graças), os cidadãos poderão usar o WhatsApp, através do número (51) 3210-3260, para eleger as ações que consideram essenciais.
Como participar
Para participar da votação pelo site, é preciso acessar o portal da Consulta Popular, informar o título de eleitor e, então, escolher a ação que deseja ver implementada.
Caso não tenha em mãos o número do título, poderá obtê-lo por meio do site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em seguida, o cidadão será encaminhado à cédula de votação regional, que contém as ações.
Consinos
O Corede do Vale do Sinos (Consinos) terá R$ 2.042.857,14 para serem aplicados em projetos de desenvolvimento regional eleitos pela comunidade.
O Consinos é formado por 14 municípios do Vale do Sinos: Araricá, Campo Bom, Canoas, Dois Irmãos, Estância Velha, Esteio, Ivoti, Nova Hartz, Nova Santa Rita, Novo Hamburgo, Portão, São Leopoldo, Sapiranga e Sapucaia do Sul.
Comunidade
Servidora canoense receberá homenagem póstuma no CAD Mathias Velho
A Prefeitura de Canoas, por meio da Secretaria Municipal de Segurança Pública, prestará uma homenagem póstuma a servidora do Centro de Acesso a Direitos (CAD), Elisandra Jaqueline dos Passos. Falecida em agosto deste ano, Elisandra será lembrada com a instalação de uma placa que dará nome a uma das salas do CAD Mathias Velho.
Um ato está programado para o dia 3 de dezembro, na unidade onde ela trabalhava como agente de ação social ao longo de oito anos. A denominação da estrutura teve o aval da Procuradoria-Geral do Município (PGM) e será chancelada por meio de decreto a ser assinado pelo prefeito Jairo Jorge. Responsável pela contratação da servidora à época, a Fundação La Salle se junta a homenagem.
Jaqueline dos Passos
Nascida no dia 27 de dezembro de 1973, Jaqueline dos Passos faleceu em decorrência de parada cardíaca, aos 50 anos, no período em que lutava contra um câncer no estômago.
Moradora do bairro Mathias Velho, ela era mãe de duas filhas. A profissional passou a integrar o quadro de colaboradoras da Segurança Pública de Canoas, como agente de ação social, a partir da Casa da Cidadania, em 2016.
A partir de contrato com a Fundação La Salle, Jaqueline permaneceu nos projetos do sistema integral de prevenção à violência de Canoas, passando pelo Centro de Prevenção às Violências e pelo Centro de Acesso a Direitos até o seu falecimento, em 22 de agosto de 2024.
Segundo relatos de colegas e amigos, Elisandra era engajada pelas causas sociais, amava atuar na prevenção às violências, em especial com adolescentes e jovens que o CAD atende. Ainda tinha uma atuação ímpar nas visitas domiciliares e nas buscas ativas, trabalho que executava com maestria.
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