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25/03/2025
 

Destaques

Fila de espera para cirurgias no Hospital Universitário

Falta estrutura e espaço para a realização de cirurgias no Hospital Universitário da cidade

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Gertrudes Karnopp é moradora do bairro Mathias Velho. Foto: Bruno Lara/OT

Gertrudes Karnopp é moradora do bairro Mathias Velho

Aos 72 anos de idade, Gertrudes Ires Karnopp faz uso dos remédios mais fortes para dor a venda nas farmácias do município. Há pelo menos 1 anos, se locomove apenas com a ajuda de muletas ou de uma cadeira de rodas. Não consegue mais tomar banho ou vestir as próprias meias sozinha. Ao lado do marido Osmar de Oliveira, 87 anos, também aposentado, Gertrudes recebeu a equipe de O Timoneiro para um pedido de ajuda.
Há 35 anos o casal chegou em Canoas, vindos de Santa Cruz do Sul, terra natal da costureira Gertrudes, que por 28 anos trabalhou no município, se aposentou aos 60 anos. Osmar, seu marido, trabalhava com vidro, mas após um reumatismo se obrigou a se aposentar por invalidez. “A gente quer ajuda. A gente quer resolver esse problema dela. Eu não posso fazer nada. O máximo que eu posso fazer é dar remédio”, lamenta a filha.
Em sua consulta com traumatologista do Hospital Universitário (HU), foi informada que estava na gigantesca lista de espera. “Oriento Paciente sobre a lista de espera. Paciente ciente do elevado número de pacientes na frente. Oriento o paciente sobre os riscos da cirurgia e os benefícios da prótese. Oriento prótese de quadril e retorno em seis meses se não for chamada para a cirurgia”, informa parafraseando o médico.
Há pelo menos um ano aguarda a cirurgia de prótese, recomendada pelo médico. É o único jeito de voltar a caminhar, informa o doutor. Ela sofre com coxartrose bilateral. Artrose é o termo genérico para o processo degenerativo das cartilagens. Coxartrose, por sua vez, é o nome dado quando este processo ocorre no quadril. ]

Muito além da coxartrose

Receita de Gertrudes. Foto: Bruno Lara/OT

Receita de Gertrudes. Foto: Bruno Lara/OT

Segundo a filha do casal, o problema vai além da coxartrose. “Um lado que ela não consegue firmar a pena. Ela tem problemas na coluna e isso pode afetar”, afirma a filha que prefere não ser identificada. Para ela, a dificuldade é na agenda da equipe de médicos. “A demora para a marcação de consulta com a ULBRA é bem complicada. É pelo 0800. Toda vez que tu liga, para marcar uma equipe que nem a do quadril, eles dizem que não abriu a agenda. É só a resposta que tu tem: A agenda não abriu. Alguém tem que fazer alguma coisa por ela”, conclui.
Gertrudes não quer mais passar trabalho. É muita dor. Muita dor para caminhar. Passo o maior trabalho e para levantar, tenho que esperar, esperar. É horrível. Aí o médico me disse: Para fazer a sua cirurgia só no ano que vem, em março. “Agora tenho que esperar até março, pois tinha muita gente na minha frente”, relata. Além da coxartrose, sofre também com a tireóide, a coluna, diabetes, pressão alta e o coração. A cirurgia da tireóide, que já trata há pelo menos cinco anos, está liberada pela secretaria municipal de saúde, mas o hospital, em função da demanda e do pouco espaço, terá que continuar esperando.
O último exame realizado na tireóide apontou massa no local. “A resposta do médico foi que está na fila de espera. Fez fisioterapia, o que não adiantou com a dor e só piorava com a função do deslocamento”, pontua a filha.

Jovem ainda não fez cirurgia
Na edição anterior de OT, trouxemos à luz da sociedade o caso de uma menina de 14 que sofre de escoliose. Desde os 10 anos de idade a menina reclamava de dor nas costas, mas ainda não conseguiu marcar cirurgia. A denúncia foi feita por Adriana Cardoso, moradora do bairro Guajuviras. A Prefeitura Municipal de Canoas informou que uma consulta foi agendada para a última quinta, 30.
A equipe de reportagem de O Timoneiro procurou Adriana após a consulta. Ela informou que o médico que lhe atendeu no Hospital Universitário solicitou mais exames e não marcou a cirurgia. Um dos exames é um hemograma que, segundo informou a equipe do hospital, só poderia ser realizado no mês de outubro. A mão informou também que as cirurgias de escoliose, que antes eram realizadas com uma periodicidade mensal, agora precisam de dois meses para realizar cirurgias. O motivo, segundo o médico, é a falta de estrutura.

Raio X da menina revela curvatura de 72 graus na coluna vertebral

Raio X da menina revela curvatura de 72 graus na coluna vertebral

O que diz a Prefeitura
Segundo a administração municipal, o Hospital Universitário possui seis salas de cirurgia. Informou também que o tempo de espera para cirurgias é variável, dependendo da necessidade clínica de cada especialidade e de cada paciente. “Em saúde, o que prevalece é o risco clínico e não a cronologia”. Também afirmou que não há um padrão na consulta com especialistas.
Sobre a cirurgia de escoliose, salientou que cada cirurgia tem sua especificidade e grau de gravidade e de necessidade distinta de outra. E que não há um tempo médio de espera, mas que o município realiza uma cirurgia ao mês. “É importante ressaltar que só 2 hospitais do Estado realizam este procedimento, sendo 1 deles o HU, por ser uma cirurgia extremamente complexa, que exige alta qualificação técnica da equipe e tecnológica dos equipamentos e ainda placas e próteses específicas, levando em torno de 8 a 10 horas cada cirurgia, é que se faz em média 1 cirurgia ao mês”, conclui.

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“Nunca trabalhei na vida, eu faço o que me dá prazer”; morre Jesus Pfeil aos 85 anos

Redação

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“Nunca trabalhei na vida, eu faço o que me dá prazer”; morre Jesus Pfeil aos 85 anos

Morreu no domingo, 24, o cineasta, historiador e escritor, e figura ilustre de Canoas, Antonio Jesus Pfeil. O prefeito de Canoas, Jairo Jorge, decretou três dias de luto oficial. O velório acontece nesta segunda-feira, até 17 horas, no Crematório de Cemitério São Vicente, em Canoas.

Antonio Jesus Pfeil nasceu em 7 de outubro de 1939, na área de Canoas que posteriormente foi emancipada e se tornou Nova Santa Rita. Cineasta, historiador e pesquisador do cinema gaúcho, estudou no Colégio La Salle e passou pelo serviço militar. Em 1960, atuou como ator no Teatro Brasileiro de Comédias, que estava com uma peça em cartaz no Theatro São Pedro. Na ocasião, subiu ao palco ao lado de Nathália Timberg e Leonardo Villar.

Seu primeiro curta-metragem, Cinema Gaúcho dos Anos 20, participou da mostra do Festival de Cinema Brasileiro de Gramado e, em 1974, recebeu um prêmio especial no mesmo festival. Além da carreira como cineasta, Jesus também conquistou espaço como pesquisador, autor de artigos e, paralelamente, atua como participante de conferências e de comissões julgadoras em festivais e outros eventos ligados à História do Cinema Gaúcho e Brasileiro.

Resgate

Como escritor e historiador, Jesus tem profunda contribuição para o resgate histórico da cidade. Ele é autor da coleção Canoas: Anatomia de Uma Cidade, e organizador do livro Origens de Canoas, que conta com artigos de Edgar Braga da Fontoura, primeiro prefeito do município. Estas são apenas algumas dentre muitas obras de Jesus no cinema e na literatura.

No ano 2000, Jesus recebeu uma justa homenagem pela sua contribuição para a cultura na cidade.  A biblioteca da Escola Municipal Ícaro foi inaugurada e, desde então, se chama Biblioteca Antonio Jesus Pfeil.

Prazeres

Ao ser indagado pelo O Timoneiro, em 2018, sobre como enxerga a importância de seu trabalho para o meio cultural e para Canoas, Jesus, sempre bem-humorado, brinca: “Trabalho? Que trabalho? Eu nunca trabalhei na vida, eu só tenho prazeres, só faço o que me dá prazer”.

“As pessoas me perguntam ‘Jesus, qual é a novidade hoje?’, e eu respondo: ‘Olha, de manhã eu abri os olhos e estava vivo, não morri dormindo. Vamos ver o que acontece hoje’. Eu sempre digo, e disse no filme Jesus – O Verdadeiro, é que meu futuro foi ontem e não tem como saber o que vai acontecer hoje. Sobre o que eu já vivi, eu posso falar. Meu primeiro Kikito em gramado eu ganhei em 1974 e foi o primeiro Kikito gaúcho do festival. Eu gosto de trabalhar com História porque filme de ficção todo mundo faz e faz igual hoje em dia, só muda o nome dos personagens e o título, é sempre o mesmo roteiro. Um filme que eu fiz e gosto de destacar é o Porto Alegre, Adeus…! É uma carta que eu escrevi ao Glauber Rocha. E o Glauber Rocha tinha aquela frase que dizia que tinha que ter uma câmera na mão e uma ideia na cabeça. Pensando bem, hoje em dia as pessoas, muitas vezes, têm a câmera na mão, mas não têm a ideia na cabeça, por isso fazem tanta coisa igual”.

 

 

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Prestes a completar 85 anos, Canoas olha para o passado para projetar o futuro

Redação

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Prestes a completar 85 anos, Canoas olha para o passado para projetar o futuro - Enchente 67
por Marcelo Grisa
marcelogrisa@gmail.com

A cidade de Canoas completa 85 anos de emancipação política no dia 27 de junho, enquanto ainda se recupera da maior tragédia de sua história.

As chuvas que atingiram o RS entre o final de abril e o começo de maio de 2024 entraram para a história em todo o Estado. Em Canoas, entretanto, mais de 60% da área urbana da cidade ficou debaixo d’água.

O Grupo O Timoneiro, no objetivo de discutir os rumos do município e para que a importância desse assunto não seja esquecida, foi atrás de histórias anteriores a que os canoenses vivem hoje.

Fala-se muito nas enchentes de 1941, que definiram políticas para as décadas seguintes em Porto Alegre e na Região Metropolitana. Entretanto, os mais antigos lembram-se também de 1967, quando muitos dos bairros que alagaram no mês passado.

Falamos com algumas dessas pessoas que já sabem, a 57 anos, o que é passar por uma enchente.

Primeiras memórias

Zenona Muzykant, de 85 anos, havia chegado a Canoas, vinda de Dom Feliciano, a menos de dois anos quando as águas atingiram a cidade.

Então moradora do Mathias Velho, ela se recorda de ficar confusa ao receber informações, já que pouco conhecia Canoas à época. “A gente ficava sabendo das coisas por quem passava na rua”, relata.

Na época, Zenoma Muzykant estava em Canoas a apenas dois anos

Na época, Zenoma Muzykant estava em Canoas a apenas dois anos

A água chegou até a metade das janelas da sua casa, na Rua Maceió. “O pessoal levantou tudo, não perdemos muita coisa. Mas muitos parentes meus perderam tudo que tinha em casa”, aponta Zenona.

A sensação que ela tem com a enchente de 2024 é bem diferente. “Parece que muito mais gente foi atingida dessa vez”, diz.

Entretanto, para a moradora do bairro Igara, o mais importante é a manutenção da vida. “O resto se batalha e consegue com garra, vontade e fé.”

Socorrista e resgatado

Samuel Eilert resgatava pessoas de barco na enchente de 1967

Samuel Eilert resgatava pessoas de barco na enchente de 1967

Samuel Eilert nasceu no bairro Rio Branco e, como ele mesmo diz, cresceu na beira do Rio Gravataí. Os diques estavam em construção, e a estrutura que foi afetada em 2024 não estava pronta em 1967.

Então com 23 anos, o professor aposentado saiu pelas ruas junto com seu pai, Douglas, fazendo o que muitos canoenses fizeram em 2024: o resgate dos vizinhos e amigos que não tinham como fazê-lo.

“Naquele momento, os lugares seguros eram dois: a Praça da Igreja ou os trilhos do trem. As pessoas acampavam por lá”, relembra.

Com menos informações a respeito dos rios do que hoje em dia, Samuel diz que não era possível prever o que aconteceria em seguida. “Auxiliávamos e esperávamos. Eu conhecia o terreno, mas nunca tinha visto algo assim”, explica.

Em 2024, o professor Samuca, como muitos ex-alunos o chamam, esteve do outro lado da mesma situação. No mês passado, ele foi resgatado em sua casa por um grupo de jovens em um barco.

“Me senti da mesma forma quando eu resgatava, lá em 67. A juventude salva”, afirma.

Samuel acredita que, assim como no passado, os fatos recentes farão com que os rios não se comportem mais da mesma forma. “A gente precisa que o poder público se prepare de outras formas agora”, diz.

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Prefeitura de Canoas disponibiliza formulário para população se cadastrar no Auxílio Reconstrução do Governo Federal

Redação

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Prefeitura de Canoas alerta população sobre golpe de e-mails falsos alegando irregularidades no alvará

Todos os canoenses que residem em regiões atingidas pela enchente já podem se cadastrar no formulário disponível pela Prefeitura, para terem acesso ao Auxílio Reconstrução do Governo Federal.

A iniciativa vai garantir R$ 5,1 mil diretamente à população, com pagamento realizado pela Caixa Econômica Federal, via PIX. O município cadastrou todos os CEPs das áreas afetadas. O programa não possui nenhum corte ou limitação de renda, nem a necessidade de inscrição no CadÚnico.

Os canoenses devem realizar o cadastro neste link.

Após o cadastro, a pessoa indicada como responsável deve acessar um sistema do Governo Federal, que será aberto na próxima segunda-feira (27/05), para confirmar o pedido. É necessário ter uma conta GovBr. Quem já possui conta na Caixa receberá o dinheiro diretamente nela. Para quem não tem, será aberta automaticamente uma poupança, onde será depositado o benefício.

No momento do cadastro, os canoenses devem preencher as seguintes informações:

– Nome completo e CPF do responsável da família;
– Nome completo e CPF de todos os outros membros da família;
– Endereço completo e CEP.
– Telefone de contato

*Após a inscrição, o morador deve assinar uma autodeclaração se responsabilizando pelas informações prestadas.

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Graduação Lasallediadamulher

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