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18/04/2024
 

Geral

“Após 42 anos de trabalho, levanto minhas mãos limpas e com calos para o céu”, Pastor Edegar

Redação

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Por Simone Dutra

Edegar de Souza Machado é presidente da Assembleia de Deus de Canoas (Rua Florianópolis, 520 – Matias Velho) há exatos 42 anos, pois foi no dia 7 de maio de 1979 que tomou posse. Agora, prestes a ser jubilado por atitude voluntária, o pastor cita o prazer de ter o coração em paz por missão cumprida.

“Em primeiro lugar quero dizer da minha satisfação. Ora, veja, até parece contraditório ter prazer em se jubilar, mas eu tenho, porque faz 66 anos que eu exerço o sacerdócio na Assembleia de Deus aqui no Rio Grande do Sul, além dos 42 em que lido como diretor e pastor aqui na igreja de Canoas”, disse Edegar com voz mansa, abafada pela máscara constantemente ajustada durante nossa conversa.

Exemplar em sua conduta, fato mencionado por todos com quem falei sobre o pastor, chegou a Canoas já na maturidade de seus 46 anos, e começou a fazer o trabalho de evangelização no templo, que atualmente também conta com um departamento social, a ajuda à Associação Beneficente Lar Esperança de Canoas dentre outros. “É claro que tem a fadiga, tem o cansaço, mas tem compensação, tem vitória, tem benção”, destaca.

De Maceió a Canoas

“Eu tinha apenas cinco anos de idade quando vim de São Luís de Quitunde, próximo à capital, na grande Maceió, lugar onde nasci. Viemos de navio, pois meu pai foi transferido a trabalho para Novo Hamburgo. Levamos 12 dias e 12 noites para chegar ao Rio Grande do Sul, pois não havia estradas para chegar de ônibus ou carro. Já na adolescência, me mudei para Porto Alegre, onde me formei no ensino médio e ainda cursei faculdade de Teologia e também de Licenciatura no Curso Superior de Teoria Musical”, contou orgulhoso.

O evangelho

Edegar revela que desde os quatro anos tem contato com o evangelho. “Meu pai, a convite de um amigo, foi assistir a um culto na Assembleia de Deus lá em Alagoas, e ficou apaixonado pelo que o pastor pregou, e se converteu. Ele era um homem que gostava muito de estudar, então criou bastante conhecimento da bíblia, e aquela influência foi pegando em mim desde a infância”. Até que um dia, já adulto e se formando em licenciatura na faculdade, foi convidado para trabalhar como obreiro da bíblia em Porto Alegre, onde também foi regente de coral. “E assim foi a minha vida, como membro da igreja, junto de toda minha família, seguindo minha vocação e ajudando o povo”.

Missão na igreja

O pastor contou que o trabalho foi crescendo tanto que hoje tem trabalhos não só na cidade, mas também o de Missionário, presente no Uruguai, Paraguai, Canadá, África, México, no norte do país, no interior do nosso estado, “pequeninas cidades sem condições de sustentar um trabalho evangelístico, o que chamamos de missão, pois é assim que entendemos o trabalho feito fora da nossa jurisdição, que é Canoas”, explicou.
A importância da Assembleia de Deus de Canoas é contada também em números. A instituição, de acordo com Edegar, abrange atualmente 16 mil membros e conta com 88 igrejas na cidade, somando as pessoas de Nova Santa Rita.

Família e futuro

“Olhando para trás, com o que foi realizado, eu levanto as minhas mãos para o céu, agradeço a Deus pela oportunidade, pela força, pela graça, aliás, levanto as minhas mãos para o céu com elas limpas, com calos pelo trabalho que exerci aqui, com a consciência tranquila, o espírito em paz; por isso estou animado para continuar vivendo, já que estou com 88 anos (recém completados), acho que já estou nesta jornada quase no fim da carreira… mas Deus é quem sabe”, diz resiliente.

Quanto à família, Edegar conta que “está toda criada”. As quatro filhas formadas e os oito netos seguindo suas carreiras, o que corrobora para a sua satisfação de vida. E é junto deles que o eterno pastor passará seus dias de descanso daqui para frente.

Lições da pandemia

Quando menciono a pandemia, o pastor Edegar relembrou um provérbio comum entre os populares que diz que “não há mal que sempre dure”. E continuou dizendo que atrela a frase a essa pandemia miserável que tem varrido todos os povos do mundo, dos mais ricos aos mais pobres. “Ela atinge todos. E não é porque sou crente, religioso, que estou incólume, eu tenho visto companheiros e amigos indo embora”, preocupou-se.

“Eu tenho para mim que o povo tem que aprender a lição. Um dia eu estava na nossa casa em Arambaré, de madrugada, deitado, num calor terrível, e orando ao Senhor, quando disse: ‘mas Senhor, por que essa hora da madrugada, e esse calorão, o que é isso?’ E eu senti que me responderam ‘isso é a ganância do povo, a desobediência do povo’. Mas o quê liga ganância com calor? Na hora eu não entendi… Mas é isso aí, nós estamos assistindo as pessoas desrespeitando a natureza, destruindo e roubando as nossas riquezas”.

Ensinamentos de Deus

“Essa pandemia é um aviso de Deus para que as pessoas se aproximem da origem das coisas e Dele. Estamos vendo tanta desobediência aos princípios de saúde, e por outro lado, as autoridades, além das falcatruas e corrupção para todo lado. Então vem uma praga dessas para fustigar, para ver se o povo volta o seu olhar para o lado do amor, do respeito, com mais consideração. O ser humano está desorientado demais, e isso tudo é resultado do afastamento do homem com os mandamentos e ensinamentos de Deus”, conclui.

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Geral

Casas de bombas recebem geradores para funcionamento 24h em Canoas

Redação

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As estruturas de todas as oito casas de bombas de Canoas estão recebendo geradores de energia elétrica fixos. O objetivo da medida é evitar falta de água em caso de falta de luz.

O trabalho de instalação começou no sábado, 13, e deve ir até a próxima sexta-feira, 19.

A Casa de Bombas 7, no bairro Mathias Velho, foi a primeira a receber os geradores. São dois equipamentos que ficarão à disposição caso haja queda no fornecimento de energia elétrica.

Na segunda-feira, 15, foi a vez da Casa de Bombas 6, no mesmo bairro.

O secretário municipal de Obras, Guido Bamberg, ressalta a importância desse recurso material. “Os geradores, que são de 500 ou 750KVA cada, possibilitam que as bombas operem, em média, com mais de 60% de capacidade operacional em caso de queda total de energia elétrica, sendo nossa segurança para operação em caso de temporal”, explica.

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Comunidade

GUAJUVIRAS 37 ANOS: Moradores lembram da luta pela moradia no surgimento do segundo maior bairro de Canoas

Redação

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Marcelo Grisa
marcelogrisa@gmail.com

Nesta quarta-feira, 17, um dos maiores bairros de Canoas comemora 37 anos de existência. Em 17 de abril de 1987, começava a ocupação do que viria a se tornar o Guajuviras. Com 42.749 habitantes, é o segundo em termos de população na cidade. Mas para quem mora lá, vem em primeiro lugar.

Trajetória

A história do bairro é também uma história de lutas. Originalmente, o espaço do Guajuviras era chamado de Conjunto Habitacional Ildo Meneghetti. No local, construído pela Companhia de Habitação do Estado do Rio Grande do Sul (Cohab) haviam 5.974 unidades habitacionais, muitas delas abandonadas, e que foram ocupadas para formar o que inicialmente foi considerado uma invasão. A obra, que deveria ter 6.400 unidades, nunca foi finalizada pelo órgão estadual e, por isso, não havia sido entregue aos inscritos no programa de habitação popular. A Cohab chegou a tentar repassar as obras à Prefeitura de Canoas em 1984, sem sucesso.

Isso ocorria por conta da conjuntura econômica do país no período. Em 1987, o Brasil estava no período da hiperinflação, com mais de 250% ao ano após o fim do Plano Cruzado. Havia desabastecimento, e o preço dos alugueis se tornava demais para que muitos pudessem pagar.

Foto: Marcelo Grisa/OT

Espera e invasão

Herminio Farinha Vargas chegou no primeiro dia. Aquele 17 de abril era um domingo de Páscoa, e Farinha recebeu o aviso de que muitos estavam indo para lá. Ele e sua esposa, Otacília, foram até o local. “A gente nunca quis o direito de ganhar uma casa, mas o direito de pagar o preço justo por uma. Muitos, como nós, estávamos inscritos na Cohab”, diz.

Otacília explica que a situação se arrastava há anos. “Já tinha um tempo que o pessoal dizia que seria o ideal invadir. Eu passei um dia todo no sol, grávida, em frente à Praça do Avião, para me inscrever na Cohab, em 1982. Cinco anos depois e nada. Pior: algumas moradias já começavam a ser invadias por gente até de municípios vizinhos, que não estavam inscritas”, lamenta.

Maria Aparecida Flores estava no Guajuviras desde os primeiros dias da ocupação. Chegou com dois filhos. A filha mais velha e o marido não quiseram vir de Arambaré, onde morava. A nova vida começava com desafios extras. “O terreno onde hoje fica a igreja de Nossa Senhora Aparecida estava com uma cerca. Eu e mais umas 20 mulheres derrubamos. Precisávamos também de um espaço para a comunidade. Fizemos oficinas, forno coletivo para fazer pão, e conversávamos sobre as nossas vidas e nossos direitos”, recorda.

Ela lembra que, naquele momento de transição democrática do Brasil, ainda haviam resquícios da repressão dos anos da ditadura militar, que terminou oficialmente em 1985. “Antes de vir a Brigada Militar, mandaram o Exército para cercar o bairro. Ninguém entrava, ninguém saía. Fiquei dez dias sem comer por conta disso. Quando a ajuda chegou, eu tentei me alimentar e vomitei”, relata.

Foto: Marcelo Grisa/OT

Organização

Cida, como é conhecida no bairro, também fez parte da Comissão dos Setenta, o grupo que atuava nas negociações junto à Cohab. Ela aponta que a organização entre os moradores foi fundamental para garantir o direito à moradia. “Nós nunca fizemos nada debaixo dos panos. Tínhamos os líderes de cada quadra, que precisavam saber tudo que discutíamos em conjunto. Depois cada um precisava ir na sua quadra, chamar todo mundo e repassar”, explica.

Farinha, que também integrou o grupo, diz que o esforço precisava ser constante, com reuniões diárias. “Era difícil. Não tínhamos água, luz, nada. E a maioria de nós trabalhava. O encontro começava às 20 horas e terminava entre uma e duas da manhã. Mas valeu a pena”, observa.

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Policial

Após denúncia de moradores, cachorros que sofriam maus-tratos são resgatados em Canoas

Redação

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Após denúncia de moradores, cachorros que sofriam maus-tratos são resgatados em Canoas - Foto: Thiago Guimarães

A Secretaria Municipal de Bem-Estar Animal (SMBEA) realizou o resgate de dois cães, um macho e uma fêmea, que estavam em situação de abandono em um apartamento no bairro Olaria.

A denúncia foi realizada por moradores, que contataram a Polícia Civil e a SMBEA, que estiveram presentes na ação, na última sexta-feira, 12.

De acordo com a secretária adjunta da SMBEA, Telma Moraes, os animais estavam trancados, com fome e em uma situação totalmente precária.

“Nós resgatamos os dois animais que viviam em situação de maus tratos, sozinhos em um apartamento, sem alimentação e de forma insalubre. Agora, eles estão aqui na Secretaria Municipal de Bem-Estar Animal, onde receberão atendimento veterinário e ficarão albergados até se recuperarem”, salientou.

Olavo e Olivia

Os pets, que foram batizados com o nome de Olavo e Olivia, serão vacinados, castrados e após estarem aptos, serão disponibilizados para adoção responsável nas feiras de adoção realizadas pela SMBEA.

“Esperamos que eles tenham a chance de ter uma família amorosa e que proporcione uma nova história de vida para eles”, acrescentou Telma.

A Prefeitura de Canoas reforça que maus-tratos aos animais é crime, conforme a Lei Federal nº 9.605/98. Em 2020, com a aprovação da Lei Federal nº 14.064, ocorreu o aumento das penas cominadas ao crime de maus-tratos aos animais quando se tratar de cão ou gato.

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