Política
Covid-19: Prefeitura enumera medidas adotadas em dois meses e mostra mapa da doença por região


Prefeitura também divulgou o mapa do contágio do vírus na cidade
Considerada uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional, o mais alto grau de alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS), a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, foi caracterizada como pandemia há dois meses, no dia 11 de março. Durante esse período, estados e municípios brasileiros têm tomado uma série de medidas para evitar a propagação do vírus.
Em Canoas, os índices de contaminação estão baixos se comparados a outras cidades do mesmo porte. Para a gestão municipal, isso se deve ao conjunto de medidas adotadas durante estes dois primeiros meses de pandemia. Dentre as primeiras medidas, o prefeito Luiz Carlos Busato, em decisões conjuntas com o Comitê de Enfrentamento ao Coronavírus, determinou o isolamento social e estabeleceu diversas regras para o os serviços essenciais e não essenciais, com suspensão do funcionamento de alguns estabelecimentos, para a efetiva proteção da população canoense.
Confira as 20 principais medidas adotadas pela Prefeitura de Canoas:
1. Criação do Comitê de Enfrentamento ao Coronavírus
Depois que a Organização Mundial da Saúde (OMS) elevou a Covid-19 para o patamar de pandemia, a Prefeitura de Canoas criou o Comitê de Enfrentamento ao Coronavírus. Formado por lideranças municipais, profissionais de saúde e representantes de secretarias estratégicas, como da Saúde (SMS), Desenvolvimento Econômico (SMDE), Educação (SME), Desenvolvimento Social (SMDS), Relações Institucionais e Comunicação (SMRIC), Câmara de Vereadores, entre outras, o Comitê foi criado com o objetivo de subsidiar as tomadas de decisão do município para evitar a propagação do vírus. Além disso, buscou sempre dialogar com a sociedade sobre todas as estratégias e decisões a serem tomadas, a fim de proteger os canoenses e minimizar as consequências sociais e econômicas da pandemia.
2. Estruturação de quatro hospitais de campanha
Canoas foi uma das primeiras cidades do Rio Grande do Sul a construir hospitais temporários para suprir a demanda de internações decorrentes do coronavírus e não sobrecarregar as estruturas já existentes. Ao todo, quatro hospitais de campanha foram criados, no complexo do Hospital Universitário (HU), na UPA Rio Branco, na UPA Boqueirão e no Hospital Nossa Senhora das Graças.
Os hospitais de campanha ajudam a desafogar a demanda por leitos para pacientes com Covid-19 de baixa complexidade, garantindo o atendimento dos demais pacientes. Com a antecipação na criação de leitos, Canoas não enfrentou a elevação de valores por parte dos fornecedores.
3. Abertura de 932 novos leitos exclusivos para tratamento da doença
Inicialmente, os hospitais de campanha teriam 679 leitos para pacientes com Covid-19. Entretanto, a administração municipal e a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) construíram 932 novos leitos, sendo 43 em unidades de terapia intensiva (UTIs). As estruturas vão entrando em funcionamento conforme o avanço da doença e cumprindo o que estabelece o Plano de Contingência ao Enfrentamento do Coronavírus de Canoas.
4. Distribuição de kits de higiene para pessoas em situação de rua
O chamado “Consultório na Rua”, iniciativa das Secretaria de Desenvolvimento Social (SMDS) e Saúde (SMS), leva mais de centenas kits de higiene para pessoas em situação de rua. Entre os itens estão toalhas de papel, sabonete, papel higiênico, escova e pasta de dente. A ação também tem o objetivo de orientar essa população, que não possui acesso às medidas de prevenção ao coronavírus.
5. Higienização de espaços públicos
Antes de Canoas confirmar o primeiro caso, os espaços públicos do município com grande circulação de pessoas já estavam sendo higienizados para evitar a propagação do novo coronavírus. Até o momento, mais de 1.500 locais receberam a limpeza com jatos de água com produto específico para desinfecção da área, entre unidades de saúde, hospitais, paradas de ônibus, calçadas com grande circulação de pessoas, como nas proximidades das agências bancárias.
6. Contratação de aproximadamente 200 profissionais de saúde
A Prefeitura de Canoas realizou a contratação de 200 profissionais da saúde, entre médicos, fisioterapeutas, enfermeiros, técnicos de enfermagem, farmacêuticos, entre outros, para reforçar o combate à pandemia de coronavírus no município.
7. Reforma de dois andares do Hospital Universitário (HU)
O Hospital Universitário (HU) vem recebendo, ao longo dos últimos anos, obras de recuperação e modernização de suas instalações. Neste ano, o 7º e o 9º andar foram reformados para disponibilizar mais de 200 leitos, que serão utilizados, neste momento, para pacientes com Covid-19. A reconstrução do piso, troca de iluminação, reforma nas paredes, pintura, troca de portas, limpeza e demais melhorias foram realizadas por profissionais disponibilizados por construtoras que atuam na cidade, servidores públicos e também por apenados, que participam do Recomeçar, programa que busca a reinserção social de apenados através do trabalho.
8. Vacinação contra a gripe de mais de 46 mil idosos em casa
Pela necessidade de evitar aglomerações e o contato de idosos com outras pessoas, a Prefeitura de Canoas realizou a vacinação contra a gripe na casa do público-alvo. Na primeira etapa da campanha de vacinação, mais de 46 mil idosos foram vacinados. Ao todo, 27 equipes percorreram as ruas do município.
9. Ampliação da validade de receitas médicas e aumento do tempo de distribuição de medicamentos
A Prefeitura de Canoas alterou os prazos de validade de receitas médicas para dispensação de medicamentos. A medida contempla prescrições para tratamentos de doenças crônicas, cuja validade passou a ser de 12 meses, e de medicamentos sujeitos a controle especial na Atenção Primária à Saúde do município, com validade de seis meses.
10. Proibição do corte de energia elétrica e água durante 90 dias
Com o objetivo de auxiliar a população de Canoas neste momento de crise sanitária, que também está desencadeando uma crise econômica, a Prefeitura de Canoas decretou a proibição da suspensão e corte da prestação de serviços públicos de abastecimento de água e saneamento básico e do fornecimento de energia elétrica de moradores que não consigam pagar suas contas. Com validade de 90 dias, a orientação é que as concessionárias parcelem o valor total dos atrasados em nove vezes.
11. Diálogo com empresários e comerciantes para buscar soluções econômicas durante a pandemia
Desde o início da pandemia do novo coronavírus, a Prefeitura de Canoas mantém diálogo com comerciantes, entidades empresariais e associativas para buscar soluções econômicas. As entidades que estão apoiando a Prefeitura no enfrentamento à pandemia são: Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Canoas (CICS), Câmara dos Dirigente Lojistas de Canoas (CDL), Sindicato dos Lojistas do Comércio de Canoas (Sindilojas), Conselho Comunitário Pró-Segurança Pública (Consepro), Sindicato das Indústrias Metal Mecânicas e Eletrônicas de Canoas e Nova Santa Rita (Simecan), e Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios e do Comércio Varejista de Supermercados e Hipermercados de Canoas (Sindigêneros).
12. Normas restritivas para proteger a população
Com a abertura do comércio decretado pelo Governo do Estado e a necessidade da retomada das atividades comerciais em Canoas, a Prefeitura estabeleceu 18 restrições para o funcionamento dos estabelecimentos. As normas restritivas visam a prevenção da saúde individual e coletiva dos canoenses. Entre as normas estão: obrigatoriedade do uso de máscara ou protetor facial de clientes e colaboradores; permitir o ingresso de clientes até o limite de 50% para manter o distanciamento; higienizar superfícies de toque (mesas, equipamentos, cardápios, teclados etc.); manter à disposição álcool em gel 70% para a utilização dos clientes e dos empregados; adotar sistemas de escalas, de revezamento de turnos e de alterações de jornadas, para reduzir fluxos, contatos e aglomerações de seus empregados; disponibilizar e exigir a utilização, por todos os empregados, de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual); verificar a temperatura corporal dos colaboradores a cada início de jornada.
13. Auxílio às famílias através da Secretaria de Desenvolvimento Social
A Prefeitura de Canoas vem dando auxílio às famílias através dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) do município e demais equipamentos da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SMDS). Em abril, a Prefeitura adquiriu mais de 7 toneladas de alimentos com recursos municipais e recebeu quase 11 toneladas de doações diversas. Além disso, aumentou em 46% a aquisição de alimentos pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), o que representa, atualmente, 38 toneladas, e em aumentou em 23% a doação de cestas de alimentos para usuários do Cadastro Único do Governo Federal (Cadúnico). Já o pedido de cestas eventuais realizadas junto à Diretoria de Segurança Alimentar e Inclusão Produtiva da SMDS aumentou 350% em abril comparada com março.
14. Uso das ferramentas do Google for Education durante a suspensão de aulas
Mais de 30 mil alunos da rede municipal de ensino de Canoas estão recebendo atividades remotas, por meio de algumas plataformas como o site da escola, por aulas gravadas ou ao vivo pelo YouTube, até mesmo o WhatsApp e o Facebook são utilizados para alcançar os estudantes. Em alguns casos em que o acesso à internet é limitado, os pais retiram as tarefas na própria escola. Entretanto, o grande aliado das escolas nesse momento de isolamento social é o Google for Education, que entrou em implementação ainda no primeiro semestre de 2019 em todas as Escolas Municipais de Ensino Fundamental. A plataforma conta com uma série de aplicativos que permitem que as tarefas sejam realizadas de forma colaborativa e acessadas de qualquer local.
15. Reforço no combate à violência doméstica durante a quarentena
Com o isolamento social e a preocupação com o crescimento de casos de violência doméstica, a Prefeitura de Canoas, por meio da Diretoria das Políticas para as Mulheres, lançou a campanha “Peça Ajuda”, para mostrar às mulheres que elas não estão desamparadas neste período de pandemia, reforçando o combate à violência doméstica contra meninas e mulheres.
16. Entrega de rancho para 837 idosos do Programa Cidadania Alimentar
Os 837 idosos do município que recebem rancho e precisavam buscá-lo no local de entrega no quadrante onde residem passaram a receber em casa. A preocupação da Prefeitura é não expôr essa população do grupo de risco à contaminação.
17. Campanhas de arrecadação de alimentos, itens de higiene e roupas
A Prefeitura de Canoas lançou campanhas para arrecadar alimentos, itens de higiene e roupas para distribuir à população carente. O Drive Thru Solidário, que teve como beneficiário o Banco de Alimentos de Canoas, arrecadou mais de 2 mil toneladas de alimentos.
Já a central de doações montada no Centro Olímpico Municipal recebeu a doação de 30.135 itens, entre gêneros alimentícios, produtos destinados à higiene, vestuário e equipamentos de proteção. Dentre o total, estão 10.807 pares de luvas, 670 máscaras, 1.540 bombonas de água, 3.000 bombonas de detergente bactericida e 2.646 lençóis. Além disso, empresas e entidades realizam constantemente doações às unidades de saúde da cidade.
18. Criação da Central Telefônica para atender a população
Com a finalidade de atender às demandas dos canoenses, orientar e tirar dúvidas sobre questões que envolvem a pandemia do coronavírus, a Prefeitura de Canoas criou uma Central Telefônica. Até 8 de maio, já foram realizados mais de 3 mil atendimentos.
19. Economia das Secretarias Municipais
Com a diminuição na arrecadação de impostos em função da pandemia, a Prefeitura de Canoas tomou algumas medidas a fim de diminuir despesas. Mensalmente, a economia prevista é de R$ 8 milhões, sem trazer prejuízo aos servidores.
20. Seis novas ambulâncias
Uma notícia chegou para aliviar a preocupação dos canoenses em torno da pandemia da Covid-19: a aquisição de seis novas ambulâncias.
21. Ampliação da vacinação em casa
Mães de recém-nascidos, gestantes, pessoas com deficiência e crianças de até 6 anos estão sendo vacinadas em casa desde segunda-feira, 11.
Política
Vereadores aprovam projeto da Prefeitura de Canoas que aumenta ISSQN

Foi aprovada pelos vereadores de Canoas, na noite desta terça-feira, 1º de julho, o projeto da Prefeitura de Canoas de reajustar as alíquotas do ISSQN (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza), que provocou forte reação de entidades empresariais e jurídicas do município.
O Projeto de Lei nº 19/2025 foi protocolado na Câmara de Vereadores no fim de maio, prevendo aumentos em dezenas de atividades econômicas a partir de 2026 e foi colocado em pauta hoje em uma manobra regimental da base do governo, que propôs de surpresa a inserção na pauta do dia e foi aprovado por 15 a favor e 5 contra (o presidente da Casa não vota) em ambas votações.
Votaram contra o projeto Gabriel Constantino (PT), Emílio (PT), Rodrigo Dávila (NOVO), Jefferson Otto (PSD)e Ezequiel (PL).
Entidades contrárias
A Câmara de Dirigentes Lojistas de Canoas (CDL), em conjunto com o Fórum das Entidades, alertou para os impactos negativos da medida, considerada inoportuna e desproporcional.
“Trata-se de um aumento linear, desproporcional, que pode ferir frontalmente a competitividade do município. A cidade ainda se recupera das enchentes e da retração econômica.”, afirma Éverton Netto, presidente da CDL Canoas.
Entre os setores mais afetados estariam educação, construção civil, saúde animal, segurança privada e cartórios.
A CICS Canoas também se posicionou com veemência contra o projeto.
“Recebemos com grande surpresa a tramitação do projeto, sem qualquer diálogo prévio com os setores produtivos ou estudo técnico de impacto”, criticou Gerson Untertriefallner Costa, vice-presidente de Serviços da entidade.
Ele questiona a justificativa da prefeitura, que argumentou estar se antecipando à transição tributária nacional com o novo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). “Por que, novamente, se transfere ao contribuinte o custo de um ajuste que deveria começar internamente no setor público?”, questiona.
A OAB Canoas engrossou o coro das críticas. Em ofício ao prefeito Airton Souza, a subseção da entidade afirmou que “a majoração indiscriminada desconsidera a realidade econômica dos contribuintes” e que a proposta carece de estudos técnicos que demonstrem sua viabilidade. Para a OAB, o aumento compromete a recuperação econômica e a geração de empregos, além de contrariar o espírito da reforma tributária, que só será implementada plenamente até 2033.
As entidades alertaram que, se aprovada, a proposta poderia provocar fuga de empresas para municípios vizinhos com carga tributária mais equilibrada, aumento da informalidade, fechamento de pequenos negócios e encarecimento dos serviços para o consumidor final.
O que diz a Prefeitura
“A Prefeitura Municipal de Canoas está realizando um alinhamento de algumas alíquotas do ISSQN, algo fundamental para o ressarcimento previsto na Reforma Tributária, na qual Canoas irá perder em torno de R$ 350 milhões por ano. A medida tem a finalidade de equalizar com os demais municípios do Estado. Este realinhamento não atinge as micro e pequenas empresas optantes do simples nacional.”
Entenda o projeto
O prefeito de Canoas, Airton Souza, encaminhou à Câmara Municipal o Projeto de Lei nº 19/2025, que propõe alterações nas alíquotas do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), tributo cobrado de empresas e profissionais autônomos que prestam serviços no município.
A proposta prevê aumentos que variam entre 0,5 e 2 pontos percentuais, com vigência prevista para 1º de janeiro de 2026, caso o texto seja aprovado pelos vereadores.
Entre os principais pontos da proposta está o reajuste da alíquota de serviços ligados à educação e orientação pedagógica, que passará de 3% para 3,5%. O setor de registros públicos, incluindo cartórios, sofrerá um aumento mais expressivo, de 3% para 5%.
Além disso, uma série de outras atividades será impactada por uma elevação da alíquota para 4%. Estão nesse grupo serviços como medicina e veterinária, engenharia, arquitetura, urbanismo, contabilidade, advocacia, administração, limpeza urbana, saneamento, meio ambiente, transporte coletivo em terminais, armazenamento, estacionamento e serviços comerciais diversos.
Política
Na CICS, deputado federal Busato se posiciona contra aumento de impostos em Canoas

O deputado federal Luiz Carlos Busato (União Brasil) participou na manhã desta terça-feira, 24, de uma reunião na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Canoas (CICS), onde se manifestou contrário ao Projeto de Lei nº 19/2025, de iniciativa do Executivo municipal. A proposta prevê o aumento da alíquota do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) em diversos setores, com a média passando de 3% para 4%.
Durante o encontro, Busato foi enfático ao destacar que Canoas ainda vive um processo de reconstrução após a maior tragédia climática da sua história.
“Empresários estão lutando para reabrir seus comércios, manter empregos e reconstruir suas vidas. Nesse cenário, aumentar imposto é injusto, insensível e totalmente fora de hora. O momento exige apoio, incentivo e alívio para quem produz – não mais carga tributária”, afirmou.
Busato lembrou que, enquanto prefeito, reduziu a alíquota de 19 serviços como forma de atrair empresas para o município. Ele reforçou que o aumento do ISS pode gerar um efeito cascata, penalizando o consumidor final, além de comprometer a competitividade de Canoas em relação a cidades vizinhas.
“Não competimos com Caxias do Sul ou Pelotas, mas com Esteio, Nova Santa Rita, Cachoeirinha e outras que praticam alíquotas menores. Alvorada, por exemplo, baixou a alíquota de 82 serviços para atrair mais negócios”, destacou.
Para o parlamentar, o caminho não é penalizar quem empreende, mas revisar prioridades e promover o diálogo com a sociedade.
“Jogar a conta nas costas da população e dos empreendedores é um erro. O aumento pode inclusive empurrar empresas para a informalidade, diminuindo arrecadação em vez de ampliá-la”, concluiu.
No início de junho, Busato também se posicionou em Brasília contra o aumento do IOF, proposto pelo governo federal.
Política
Câmara de Canoas realiza audiência pública para debater proposta de aumento do ISSQN

A Câmara Municipal de Canoas promoveu, na tarde desta segunda-feira, 23, uma audiência pública para discutir o Projeto de Lei nº 19 de 2025, de iniciativa do Executivo, que propõe a revisão das alíquotas do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) no município.
A proposta prevê um aumento médio de 3% para 4% em alguns grupos de serviço, como forma de alinhamento com municípios de mesmo porte e preparação para a transição prevista na reforma tributária nacional.
“Na repartição da competência, para considerar os serviços públicos, foi definido que alguns impostos seriam de titularidade dos municípios, como o IPTU, o ITBI e o ISSQN”, explicou o secretário adjunto da Fazenda, Tiago Camargo, que conduziu a apresentação técnica.
Segundo ele, a proposta de aumento está inserida no esforço da Prefeitura para ampliar a base de arrecadação nos anos que serão utilizados para calcular o novo modelo de distribuição do IBS, tributo que substituirá o ISS e o ICMS.
De acordo com Tiago, o município vem obtendo resultados positivos na arrecadação do ISSQN por meio de auditorias, tecnologia e gestão de cadastro, mas o cenário fiscal exige medidas adicionais.
“Durante muito tempo, Canoas aplicou alíquotas mais baixas do que os outros municípios de porte semelhante. Agora, estamos propondo alinhar as alíquotas a esse padrão”, disse. Ele citou serviços como engenharia, segurança, portuários e de apoio técnico, que passariam a ter alíquotas de 4%, e serviços públicos, com alíquota de 5%.
O vereador Rodrigo D’Avila (Novo), proponente da audiência, posicionou-se contra o projeto. “Sempre que vem um projeto aqui para aumentar imposto, sou contra. Porque nós temos exemplos aqui do lado mostrando como a redução de tributos pode aumentar a produtividade e o caixa de um município”, afirmou.
Para ele, o caminho deveria ser o corte de despesas e o incentivo a novos empreendimentos, e não a elevação da carga fiscal.
Representando o Fórum das Entidades Empresariais de Canoas, a presidente Isabel Bodini avaliou que o momento é inadequado para aumento de impostos.
“Quando Canoas enfrenta o desafio da reconstrução econômica e política após os desastres climáticos, fomos surpreendidos com a apresentação do projeto que propõe o aumento do ISS. Isso penaliza quem está tentando manter empregos e reconstruir seus negócios”, disse. A dirigente também cobrou dados mais claros sobre o impacto do aumento proposto na média de arrecadação.
O vereador Juares Hoy (Progressistas), líder do governo na Câmara, defendeu mais análise técnica antes de qualquer decisão.
“Temos que examinar com muita cautela, com dados concretos, e com a maturidade que o momento exige”, afirmou. Hoy também disse que dialogou com o Executivo para viabilizar encontros entre os vereadores, as entidades e os técnicos da Fazenda.
A presidente da CICS Canoas, Shirley Panizzi, reforçou o posicionamento contrário das entidades empresariais.
“É surreal e cruel. Canoas ainda está tentando se levantar da maior tragédia da sua história e a resposta do poder público é aumentar imposto. Isso é inaceitável, insensível e contraproducente”, declarou. A dirigente também questionou o Executivo sobre os compromissos assumidos com redução de despesas e reforma administrativa.
O presidente da OAB Canoas, Josias dos Santos, manifestou posição contrária ao projeto e apontou falta de aprofundamento técnico.
“Trata-se de uma medida economicamente imprudente e socialmente injusta. Aumentar o ISS em meio a um cenário de reconstrução é caminhar na contramão da recuperação econômica da cidade”, disse. Para ele, o projeto carece de estudos de impacto e não passou por um debate público efetivo com a sociedade.
Na mesma linha, o vereador Jefferson Otto (PSD) afirmou que a proposta do Executivo ignora o cenário vivido por Canoas após as enchentes.
“Aumentar imposto é a teoria do preguiçoso. Mais fácil do que cortar gasto, mais fácil do que usar tecnologia para reduzir a máquina. E quem paga a conta é a população, é o consumidor, é o pequeno empresário”, disse. O parlamentar cobrou a adoção de medidas de corte de custos e lembrou promessas de campanha ainda não cumpridas pelo Executivo.
Everton Neto, presidente do CDL Canoas, destacou a falta de diálogo do Executivo com as entidades.
“Faltou transparência. Em nenhum momento fomos chamados para discutir alternativas. A conta chegou pronta. E, se for aprovada, quem vai pagar são os consumidores, os empreendedores e a cidade como um todo, que vai perder competitividade”, afirmou. Ele também alertou para o risco de aumento na informalidade, especialmente no comércio do centro da cidade.
O vereador Jonas Dalagna (Progressistas) avaliou que o projeto pode ter um impacto menor do que o projetado por algumas entidades.
“Mesmo com alíquotas mais altas, muitas empresas optaram por Canoas pela sua estrutura. Escolas, por exemplo, poderiam estar em Esteio, mas escolheram Canoas”, disse.
Ainda assim, o parlamentar afirmou servcontra o projeto e sugeriu que as entidades também apresentem dados mais específicos sobre os efeitos no setor produtivo. Jerri Bertoni, presidente do Consepro, afirmou que o aumento do ISS compromete diretamente a colaboração dos empresários com a segurança pública.
“Como é que eu vou pedir apoio ao Piseg se a carga tributária sobe? Isso vai ter um reflexo direto na contribuição das empresas para projetos que hoje são bancados quase integralmente pelo setor privado”, disse. Ele também citou o risco de aumento da informalidade no setor de segurança.
Viviane Lottici, da Associação do Mercado Imobiliário de Canoas e Nova Santa Rita, avaliou que a medida pode acelerar o esvaziamento da cidade.
“Esse aumento vai dificultar a recuperação das empresas. Muitas já estão migrando para cidades vizinhas com menor carga tributária. E Canoas, além de não incentivar, aumentou o ITBI no início do ano”, afirmou. A representante também mencionou tentativas frustradas de agenda com o Executivo ao longo do ano.
O vereador Ezequiel Vargas (PL) declarou-se contrário a qualquer tipo de aumento de imposto.
“Imposto é o que é imposto à força. E se não for pago, vira crime. E o excesso de transparência nunca é demais. A população tem que saber onde está indo esse dinheiro”, disse. Ele também leu um comentário de empresário que desistiu de transferir sua empresa para Canoas por causa da proposta de aumento do ISS.
Firmino Charão, presidente da Associação de Engenharia e Arquitetura de Canoas (CEAC), defendeu que o município pense em soluções estruturantes e não em medidas pontuais.
“Canoas está quebrada. E isso não se resolve com aumento de imposto. Já temos evasão, informalidade, empresas fechando. Precisamos repensar a cidade e revisar o plano diretor, atrair investimentos, valorizar a construção civil”, declarou.
A representante da Associação Brasileira de Odontologia, Maria Regina Ronchetti, afirmou que: “quem paga essa conta é o consumidor. Todos nós somos consumidores. Não há mais espaço para aumento de imposto. O setor público precisa fazer a ginástica que o setor privado faz diariamente para entregar mais com menos”, afirmou. A dirigente também cobrou mais efetividade nas políticas públicas e criticou o tamanho da máquina administrativa.
A última manifestação foi da vereadora Neuza Rufatto (PSD) e destacou a importância do diálogo entre o poder público e o setor produtivo.
“Nós que pagamos escolas particulares para os nossos filhos, pagamos duas vezes: pagamos imposto e pagamos a escola. Ela afirmou estar acompanhando de perto as dificuldades enfrentadas pela população após as enchentes e reforçou o desejo de contribuir para uma cidade melhor.
“É muito triste o lado oeste quando a gente passa e vê casas abandonadas, comerciantes que não conseguiram abrir as portas ainda. Eu escolhi morar em Canoas e estou aqui para construir junto com todos.”
Encerrando a audiência, o secretário de Governo, Rossano Gonçalves, afirmou que o governo está buscando diálogo e que nenhuma decisão será tomada de forma unilateral.
“Estamos sofrendo os efeitos da reforma tributária e tentando proteger o futuro de Canoas. O projeto ainda não tem data de votação. O diálogo está aberto e vamos construir em conjunto”, disse.
O Projeto de Lei nº 19 de 2025 segue em tramitação na Câmara e poderá ser votado até setembro, respeitando o prazo legal para alterações tributárias que entrem em vigor em 2026. O Executivo ainda deve promover novas reuniões com entidades empresariais e parlamentares nas próximas semanas.
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