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19/04/2025
 

Comunidade

Para metalúrgicos da MWM, sindicato falhou na negociação

Empresa fechou as portas, definitivamente, na última sexta-feira, 12. Metalúrgicos reclamam

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Vitor é uma das lideranças dos trabalhadores do MWM. Foto: Bruno Lara/OT - arquivo

Vitor é uma das lideranças dos trabalhadores do MWM. Foto: Bruno Lara/OT – arquivo

O convidado do programa OT Notícias da última sexta-feira, 12, foi Vitor Luiz Schwertner, um dos líderes. Para a web rádio canoense, Vitor, que é um dos líderes dos metalúrgicos que trabalham na fábrica levantou temas importantes. Em seu entendimento, houve uma falha política nas tentativas de manter os mais de 1.300 postos de trabalho que a empresa mantinha.

“Os metalúrgicos de Canoas estão de luto, pois hoje é o encerramento das atividades da segunda maior fábrica de Canoas. O processo começou com a denúncia de O Timoneiro. Nós éramos 1.300 trabalhadores e hoje se vão os últimos 200”, comentou.

O processo se finalizou por volta das 10 horas da manhã. “Entramos com o último motor na linha e nesse momento se finalizou a produção. Foi o encerramento das atividades”, lamentou o trabalhador.  A empresa se instalou no município em 1995, comprando parte de outra empresa, a Massey Fergusson.

Em 2011, no auge, foi então firmado um contrato com a multinacional General Motors (GM) para a fabricação, segundo Vitor, de 45 mil motores por ano. “Eles fizeram uma antecipação do encerramento deste contrato. Ele iria até outubro de 2018, então houve uma negociação entre as duas empresas que acharam mais conveniente e lucrativo encerrar este contrato. A Caminhonete a qual nós fabricávamos o motor, a S10, ainda é líder de mercado. Então de algum lugar esses motores devem vir”, salienta.

 

Fábrica de caminhões fantasma

Segundo o metalúrgico, um dos motivos de indignação é que o prefeito Jairo Jorge (PT) estava presente quando se inaugurou uma fábrica de caminhões, mas não quando a mesma fechou. “Uma fábrica fantasma, que foi usada para, na verdade, transferir a usinagem para São Paulo, que tinha um centro de usinagem, e se colocou uma fábrica de caminhões da International dentro deste pavilhão”, denuncia Schwertner.

“Essa fábrica estava em Caxias, mas é um modelo de caminhões que não conquistou o mercado. Um caminhão ultrapassado americano, então se pegou dinheiro público para instalar esta fábrica. Hoje ela está cheia de caminhões parados porque ainda tem envolvimento com o dinheiro público e eles não podem terminar com o CNPJ. Puxaram todos os caminhões para dentro da fábrica onde era a linha de montagem. Deve ter mais de 50, 60 caminhões parados, de fachada, como se houvesse a fábrica. Funcionou um ano no mesmo endereço. Exatamente um ano”, explica o trabalhador.

Esses motores, segundo ele, eram montados em Caxias, com uma parceria. “Prepararam a fábrica para vender, para fazer uma parceria com um grupo chinês de caminhões. Para que este negócio fosse viável, eles fizeram uma linha de caminhões dentro dessa fábrica. E aí começa a briga com a GM. Uma briga combinada entre as duas partes, pois era interessante, naquele momento, romper o contrato para conseguir instalar uma fábrica de caminhões. E naquela época, de um a um ano e meio atrás, os chineses ainda vinham investindo muito no Brasil. Então se viu uma grande oportunidade de fazer uma parceria com um grupo chinês e por isso se começa a desativar a fábrica de motores. A parceria não se concretizou. Fizeram um mal negócio, mas um negócio planejado”, diz.

Essa fábrica, conforme informou Victor, tem várias linhas de financiamento, das quais a empresa foi beneficiada para se instalar em Canoas para vender motores. “Tinha uma reposição de peças que veio a dez anos para Canoas que é um centro de distribuição de peças, uma logística, um negócio milionário, com uma renda mensal de 30 milhões. Faturava 1 milhão por dia. Tava a todo o vapor e se transferiu para São Paulo. Há exatamente 20 anos atrás, quando veio motores para Canoas, também veio com incentivos fiscais. Terminou, eles erguem a bandeira e vão embora”, critica o metalúrgico que fala em nome dos demais.

 

Denúncia ao vento

O deputado estadual Pedro Ruas (PSOL) foi quem representou os trabalhadores da MWM na Assembleia Legislativa, “mas não teve o respaldo que achávamos que iria ter”, salienta. O parlamentar orientou os manifestantes a procurar o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Delegacia Regional do Trabalho (DRT). “E nós fizemos todo esse processo. Na delegacia, nós fizemos essa denúncia, mas praticamente foi como fazer uma denúncia ao vento. No MPT, estamos com ela encaminhada, com um abaixo assinado de com mais de 200 pessoas, inclusive anexado a essa denúncia, e estamos esperando o retorno. Está nas mãos do Ministério Público que é a última esperança”, lamenta.

 

Sindicato falhou

Para Vitor, o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Canoas falho no seu dever de lutar pelo direito dos trabalhadores. “Nós estamos no processo há um ano e o sindicato dos metalúrgicos de Canoas, através da sua direção, até este momento, não foi realizada nenhuma assembleia com os trabalhadores para discutir a situação”, denuncia. “Um sindicato que sempre foi a vanguarda da luta em Canoas, que saiu as grandes lideranças políticas Marco Maia, (Paulo) Paim, Nelsinho Metalúrgico. Porque não conversar com os trabalhadores? Por que não fazer uma assembleia? Estava em jogo comunidades de Canoas, uma boa parte. Quantas pessoas foram largadas na rua?”, questiona as lideranças municipais.

“Estava conversando ontem com os primeiro que saíram, que já fecha um ano. A grande maioria não conseguiu nada. Nem se quer uma entrevista para um emprego”, conta.

Para Vitor, um dos grandes problemas foi o modo como se deu a negociação. “A comissão negociou a portas fechadas. Não envolveu os trabalhadores, não perguntou se os trabalhadores estavam dispostos a isso. Os supervisores passaram postos por postos de trabalho obrigando os trabalhadores a assinar. Intimidando. Essa foi a assembleia falcatrua que o Paim se referiu”, faz menção a última reportagem publicada por O Timoneiro anteriormente.

 

Sem assembleia?

Por mais que o diretor diga que participou pessoalmente das conversas com a comissão e os trabalhadores, alguns acreditam que não seja verdade. “Tenho um abaixo assinado que garante que os trabalhadores não realizaram nenhuma assembleia. Eles (sindicato) negociaram a participação dos lucros e uma comissão de fábrica, a qual eu também fiz parte por três anos. Aproveitaram um momento que a grande maioria da fábrica estava de férias por a produção ser baixa, estávamos em férias coletiva. Apenas um setor, o dos caminhões, com 36 trabalhadores, estava na ativa. Ele foi, juntamente com o diretor da empresa, e apresentou aquela lista para pegar as assinaturas renovando a comissão de fábrica, colocando nomes completamente desconhecido, que nunca estiveram a frente dos trabalhadores, uma comissão para que a empresa pudesse negociar como ela quisesse, essa é a denúncia que estamos fazendo. E com os trabalhados assustados, perdendo o empregos, coletaram assinaturas sem expor realmente o que estava acontecendo”, dá a sua versão.

 

Com assembleia

Para Cledenir Dias Paim, diretor do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Canoas, a informação do metalúrgico não condiz com a verdade. “Foi feita assembleia. Uma assembleia é o começo de um processo. Todos os acordos a gente deposita no Ministério do Trabalho. Todos os acordos são depositados. Não é verdadeiro. Tem assinaturas da maioria”, comenta.

O diretor admite que alguns não foram acompanhados. “Tem um turno, de umas 40 pessoas, que não foi acompanhado pelo sindicato. Tinha uma turma que estava retornando, era o primeiro dia de trabalho, às 6 horas da manhã, eu falei na assembleia. A comissão mais três pessoas colocou. Quem tem que dar proposta não é o trabalhador, mas a empresa”, afirma.

“A pessoa que se sentir lesada pode procurar os seus direitos”, garantiu o diretor sem se ater as demandas políticas. “Eu nego isso. Houve uma fala com a comissão de negociação e depois foi estendida a todos os demais envolvidos”, argumentou. Segundo ele, a acusação de uma comissão fantasma é descabida.

Isto porque a mesma constituída dentro da própria empresa, por pessoas que lá trabalham. “É uma comissão constituída dentro do chão de fábrica com aclamação dos demais, da maioria, e isso também está no mediador. Qualquer problema é ir ao Ministério do Trabalho”, conclui.

 

Pegar ou largar

Para Vitor, o que o sindicato chama de assembleia foi, na verdade, o anúncio do fechamento da empresa. “Ele diz que houve assembleia quando o diretor da empresa, senhor Paulo Borba, anuncia o calendário de fechamento da empresa. Ele faz o pronunciamento, reúne toda a fábrica, sem a participação de nenhum diretor de sindicato, e faz o pronunciamento do fechamento da empresa e o pacote de como iria ser”, afirma.

Para o metalúrgico tudo isso é muito estranho. “Um contrato milionário que foi rompido com a GM que tinha uma multa rescisória inicial de R$ 150 milhões. E quem está pagando nossa rescisão hoje é a GM, dando dois salários e meio a mais das pessoas que estão indo para a rua. O sindicato não teve participação nenhuma nisso. O próprio Paulo Borba disse: “eu não dei oportunidade para negociação. Era pegar ou largar”. Cadê o sindicato que fazia a luta? Com 1.300 trabalhadores dispostos a luta. Porque ela não foi feita?”, questiona

 

 

Ouça entreviste de Victor ao programa O Timoneiro Notícias na sexta-feira, 12:

 

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Espaço Palestino será inaugurado nesta terça-feira no centro de Porto Alegre

Redação

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Espaço Palestino será inaugurado nesta terça-feira no centro de Porto Alegre

Será inaugurado nesta terça-feira, 15, o Espaço Palestino, que pretende ser a casa dos lutadores e apoiadores do povo palestino em Porto Alegre.

O Espaço Palestino está localizado no Centro Histórico da capital gaúcha e o evento de inauguração está marcado para as 18h30. Ele é uma iniciativa do vereador Pedro Ruas (PSOL).

“Diante do genocídio sofrido pelo povo palestino, que continua neste exato momento, nosso papel é se manifestar em cada lugar onde estivermos, e fazer tudo o que estiver ao nosso alcance”, diz o vereador. “Após a vitória de Donald Trump nos EUA, tornou-se ainda mais importante que, no mundo todo, nos parlamentos, nas universidades, nos sindicatos, nos manifestemos em solidariedade ao sofrimento e à tragédia do povo palestino.”

Na ocasião, haverá também a cerimônia de instalação da Frente Parlamentar Brasil-Palestina, outra iniciativa de Ruas na Câmara Municipal. Ela é a primeira frente destinada à integração dos parlamentares brasileiros com a Palestina criada em Porto Alegre, mas já está influenciando outras iniciativas análogas em outras cidades do Rio Grande do Sul.

Como parte do grande evento de inauguração do Espaço Palestino, Ruas também entregará à Fepal um quadro com a fotografia (foto acima) em tamanho ampliado de seu encontro com o líder histórico da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Yasser Arafat. A foto foi tirada quando da viagem de Ruas a Lisboa, em 2000, representando Leonel Brizola, que não pôde comparecer devido a uma cirurgia.

“Minha ligação com a Causa Palestina é muito antiga e minha amizade sempre foi muito intensa e verdadeira”, conta o vereador, que está em seu 8° mandato. “Sempre fui muito ligado aos palestinos, há mais de 35 anos, e foi uma grande honra poder encontrar pessoalmente o comandante Arafat.”

O evento de inauguração do Espaço Palestino é aberto ao público e o próprio Espaço, em si, também estará disponível para as organizações e movimentos populares que queiram realizar atividades em apoio ao povo palestino em Porto Alegre.

Serviço

  • O quê? Inauguração do Espaço Palestino e instalação da Frente Brasil-Palestina da Câmara de Porto Alegre
  • Quando? Terça (15), às 18h30
  • Onde? Espaço Palestino (Av. Borges de Medeiros, 328 sala 74 – Centro Histórico, Porto Alegre)
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Homens que completarão 18 anos recebem orientação sobre alistamento militar obrigatório

Redação

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Homens que completarão 18 anos recebem orientação sobre alistamento militar obrigatório

Desde o início do mês de abril, homens que completarão 18 anos em 2025, contam com atendimento e orientação sobre o alistamento militar obrigatório, diretamente na Diretoria da Família e Juventude, da Secretaria de Cidadania, Mulher e Inclusão.

A Diretoria já realizava atendimentos aos jovens com criação de currículos e emissão de título de eleitor. Com mais esse serviço, os jovens interessados podem se direcionar à Secretaria, na Rua Fioravante Milanêz, 256, sala 501.

Os atendimentos ocorrem toda terça-feira e quinta-feira, das 9 às 17 horas, e os interessados devem levar Documento de Identidade (RG), CPF, Comprovante de Residência, Certidão de Nascimento ou Casamento e possuir uma conta no Gov.br.

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Centro de Convivência do Idoso em Canoas oferece atividades gratuitas de saúde, bem-estar e tecnologia

Redação

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Centro de Convivência do Idoso em Canoas oferece atividades gratuitas de saúde, bem-estar e tecnologia

O Centro de Convivência do Idoso (CCI), localizado na Rua Clemente Pinto, 92, bairro Nossa Senhora das Graças, está com inscrições abertas para diversas atividades voltadas à promoção da saúde física, mental e da inclusão social de pessoas idosas. A programação inclui aulas de ginástica, pilates, inclusão digital, coral, entre outras, todas oferecidas gratuitamente.

Com uma rotina diária de atividades, o espaço busca proporcionar um envelhecimento ativo e saudável. A chefe de unidade do CCI, da Secretaria da Cidadania, Mulher e Inclusão, Camila Ferreira, destaca que “o objetivo é ampliar a participação da comunidade idosa, queremos que os idosos estejam ativos, integrados e protegidos. Nós dizemos que o curso de inclusão digital é de inclusão social também, eles têm dificuldade às vezes de pegar um Uber, querem explorar mais as ferramentas do WhatsApp, a intenção é mostrar que eles também podem continuar aprendendo”.

A professora Jenifer Cavalhero, que atua no local há dois anos, enfatiza os benefícios das aulas, “eles melhoram a qualidade de vida e conquistam autonomia, e mais do que isso: convivem, se divertem e criam vínculos. A cada dois meses fazemos confraternizações que são muito importantes para o bem-estar do grupo”.

Entre os participantes, a alegria em fazer parte das atividades é evidente. Nélia Flores, de 63 anos, aluna de ginástica e pilates, diz que o espaço é um refúgio para a alma, “a dança liberta, traz saúde mental. Aqui somos tratados com carinho, principalmente depois da enchente. Canoas é vitoriosa e a gente também precisa se sentir assim”.

José Carvalho do Nascimento participa do curso de inclusão digital e relata a importância da inclusão tecnológica, “se a gente não acompanhar, fica pra trás. Aqui eu aprendo, faço amizades e isso faz bem pro ser humano.” Já dona Luisa Pereira, de 83 anos, é enfática: “Conviver com pessoas é a melhor coisa que existe. Eu adoro estar aqui”.

Confira a programação completa do CCI:

  • Aula de ginástica: segundas e quartas, das 8h30 às 9h30
  • Pilates no solo: segundas e quartas, das 9h30 às 10h30
  • Ginástica do cérebro: terças, das 14h30 às 15h30 (a partir de 22/04)
  • Tricô e crochê: quartas, das 14h às 15h (a partir de 23/04)
  • Coral Vozes da Sabedoria: quartas, das 15h30 às 16h30
  • Inclusão digital: quintas, das 14h30 às 15h30 (a partir de 24/04)

As aulas são realizadas na sede do CCI, localizada na Rua Clemente Pinto, 92. Para mais informações ou para se inscrever, os interessados podem ir até o local ou entrar em contato pelo telefone (51) 3463-8428 ou WhatsApp (51) 98255-1217.

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