O ex-vereador e ex-candidato à prefeitura de Porto Alegre, e atualmente presidente do CanoasPrev, da Prefeitura de Canoas, Valter Nagelstein (PSD), foi indiciado pela Polícia Civil, na última terça-feira, 9, por crime de racismo.
O inquérito foi aberto após a divulgação de um áudio no qual afirma que os vereadores eleitos pelo Psol, para o Legislativo de Porto Alegre no último pleito, “são jovens, negros, sem nenhuma tradição política, sem nenhuma experiência, sem nenhum trabalho e com pouquíssima qualificação formal”.
A mensagem, enviada pelo celular em conversa com amigos foi vazada logo após o final das eleições municipais, na qual Nagelstein teve inexpressivo número de votos para majoritária.
Ação judicial
O Ministério Público RS enviou o áudio à Delegacia de Combate à Intolerância para investigação. O requerimento teve como base uma representação do Movimento Negro Unificado, com a assinatura de cerca de 40 entidades e organizações civis.
De acordo com a delegada responsável pelo caso, Andreia Mattos, a polícia concluiu que Nagelstein cometeu duas das três condutas descritas no artigo 20 da lei 7.726, que considera crime “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”.
Defesa nega
O presidente do CanoasPrev disse que não houve discriminação em sua fala. O advogado de Valter, Gustavo Nagelstein, afirma que o cliente apenas expressou sua opinião e que não é racista, e ainda que a delegada estaria “fazendo militância política”.
Leia o conteúdo da mensagem
“Em primeiro lugar, muito obrigada, é o Valter que está falando, pelo apoio que tive. E rapidamente queria fazer duas ou três reflexões com vocês. A primeira delas, fica cada vez mais evidente que a ocupação que a esquerda promoveu, nos últimos 40 anos, da universidade, das escolas, do jornalismo e da cultura, produzem os seus resultados. Basta a gente ver a composição da Câmara, cinco vereadores do PSOL. Muitos deles, jovens, negros. Quer dizer, o eco aquele discurso que o PSOL fica incutindo na cabeça das pessoas. Pessoas, vereadores esses sem nenhuma tradição política, sem nenhuma experiência, sem nenhum trabalho e com pouquíssima qualificação formal”.