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Sinprocan e secretário avaliam presente e futuro da Educação em Canoas
A educação está entre os pilares básicos de serviços que devem ser prestados à população. Historicamente, esta área sofre com falta de estrutura e pessoal, tanto na instância municipal, estadual e federal. Em Canoas, o novo secretário de Educação, José D`Avila, chega ao posto com grandes desafios pela frente. Ele esteve na redação do OT para falar sobre o atual momento da rede de educação canoense e sobre as primeiras ações da futura gestão.
O próximo secretário afirma que 2016 foi um ano difícil. O sistema sofreu com falta de professores, ocasionada por uma onda de aposentadorias. José acredita que a situação ocorreu por conta desse período de renovação no quadro de profissionais e afirma que nada poderia ter sido feito para mudar o panorama.
Questionado sobre a atual infraestrutura das escolas da cidade, D`Avila informa que existem realidades muito diferentes atualmente. “Estamos fazendo um levantamento, é já vimos que temos algumas situações que devem ser repensadas” afirma o futuro secretário, com um alerta para alguns locais que precisam passar até por uma reconstrução total.
“Ontem visitei uma escola, já recebi informações sobre os problemas que existem e as coisas que devem ser feitas”, comenta José. Ele informa que está tentando visitar escolas de diferentes regiões da cidade para ter um panorama.
Na área de segurança, José discorda de algumas atitudes tomadas na última gestão, quando foram retirados os guardas municipais e profissionais terceirizados das escolas. “Vamos rever essa situação. Vou identificar os casos urgentes para termos pelo menos um porteiro ou um guarda nas maiores escolas”, afirmou. Segundo ele, o objetivo será fortalecer as escolas, dando condições e tranquilidade tanto aos alunos como aos professores.
Primeiras ações para 2017
José D`Avila afirma que já está direcionando algumas medidas para o ano que vem. A principal delas é a mudança no sistema de férias dos servidores, relativos ao Ensino Fundamental. A ideia é de que as equipes tenham férias coletivas, desde o dia 9 de janeiro até 7 de fevereiro. Dessa forma, o futuro secretário acredita que todos terão tempo para organizar a burocracia do final do último ano, e ainda sobrará tempo para a mobilização do próximo ano letivo. Segundo D`Avila, a ideia é um consenso entre os servidores e será a primeira resolução da nova gestão de Educação. “Acho que será melhor para todo mundo. Nos anos anteriores, as férias têm sido em tempos diferentes para os servidores e isso não tem funcionado”, concluiu.
Presidente do Sinprocan avalia 2016
O presidente do Sindicato dos Profissionais em Educação Municipal de Canoas (Sinprocan) Jari Rosa de Oliveira, também conversou com a reportagem acerca do último ano no âmbito da Educação. Para ele, o ano foi negativo. “Só podemos ter esperança no novo governo. O secretário escolhido pelo Busato é um professor da rede e isso pode fazer com que ele olhe pelas condições de trabalho dos professores.”
Assim como o novo secretário de Educação, Jari aponta as aposentadorias como um dos problemas do último ano. Para ele, a situação deve persistir: “Se não tiver uma virada geral, em cinco anos não teremos mais professores. Mais de 300 foram nomeados esse ano, mas a maioria não ficou”.
O presidente do Sinprocan também avaliou a segurança nas escolas municipais. Segundo ele, a situação é crítica: “a escola João Palma da Silva foi assaltada doze vezes e a Castelo Branco seis vezes. Até agora 90% das escolas de Ensino Fundamental foram arrombadas”.
Já com uma visão do futuro, Jari de Oliveira afirma que o sindicato preparou uma lista de reivindicações para entregar ao novo prefeito, Luiz Carlos Busato (PTB) e ao novo secretário de Educação. “Vamos cobrar deles desde o começo que tenham uma postura diferente e que, ao contrário da atual gestão, não passem o mandato inteiro nos prometendo as mesmas coisas” concluiu.
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“Nunca trabalhei na vida, eu faço o que me dá prazer”; morre Jesus Pfeil aos 85 anos
Morreu no domingo, 24, o cineasta, historiador e escritor, e figura ilustre de Canoas, Antonio Jesus Pfeil. O prefeito de Canoas, Jairo Jorge, decretou três dias de luto oficial. O velório acontece nesta segunda-feira, até 17 horas, no Crematório de Cemitério São Vicente, em Canoas.
Antonio Jesus Pfeil nasceu em 7 de outubro de 1939, na área de Canoas que posteriormente foi emancipada e se tornou Nova Santa Rita. Cineasta, historiador e pesquisador do cinema gaúcho, estudou no Colégio La Salle e passou pelo serviço militar. Em 1960, atuou como ator no Teatro Brasileiro de Comédias, que estava com uma peça em cartaz no Theatro São Pedro. Na ocasião, subiu ao palco ao lado de Nathália Timberg e Leonardo Villar.
Seu primeiro curta-metragem, Cinema Gaúcho dos Anos 20, participou da mostra do Festival de Cinema Brasileiro de Gramado e, em 1974, recebeu um prêmio especial no mesmo festival. Além da carreira como cineasta, Jesus também conquistou espaço como pesquisador, autor de artigos e, paralelamente, atua como participante de conferências e de comissões julgadoras em festivais e outros eventos ligados à História do Cinema Gaúcho e Brasileiro.
Resgate
Como escritor e historiador, Jesus tem profunda contribuição para o resgate histórico da cidade. Ele é autor da coleção Canoas: Anatomia de Uma Cidade, e organizador do livro Origens de Canoas, que conta com artigos de Edgar Braga da Fontoura, primeiro prefeito do município. Estas são apenas algumas dentre muitas obras de Jesus no cinema e na literatura.
No ano 2000, Jesus recebeu uma justa homenagem pela sua contribuição para a cultura na cidade. A biblioteca da Escola Municipal Ícaro foi inaugurada e, desde então, se chama Biblioteca Antonio Jesus Pfeil.
Prazeres
Ao ser indagado pelo O Timoneiro, em 2018, sobre como enxerga a importância de seu trabalho para o meio cultural e para Canoas, Jesus, sempre bem-humorado, brinca: “Trabalho? Que trabalho? Eu nunca trabalhei na vida, eu só tenho prazeres, só faço o que me dá prazer”.
“As pessoas me perguntam ‘Jesus, qual é a novidade hoje?’, e eu respondo: ‘Olha, de manhã eu abri os olhos e estava vivo, não morri dormindo. Vamos ver o que acontece hoje’. Eu sempre digo, e disse no filme Jesus – O Verdadeiro, é que meu futuro foi ontem e não tem como saber o que vai acontecer hoje. Sobre o que eu já vivi, eu posso falar. Meu primeiro Kikito em gramado eu ganhei em 1974 e foi o primeiro Kikito gaúcho do festival. Eu gosto de trabalhar com História porque filme de ficção todo mundo faz e faz igual hoje em dia, só muda o nome dos personagens e o título, é sempre o mesmo roteiro. Um filme que eu fiz e gosto de destacar é o Porto Alegre, Adeus…! É uma carta que eu escrevi ao Glauber Rocha. E o Glauber Rocha tinha aquela frase que dizia que tinha que ter uma câmera na mão e uma ideia na cabeça. Pensando bem, hoje em dia as pessoas, muitas vezes, têm a câmera na mão, mas não têm a ideia na cabeça, por isso fazem tanta coisa igual”.
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Prestes a completar 85 anos, Canoas olha para o passado para projetar o futuro
por Marcelo Grisa
marcelogrisa@gmail.com
A cidade de Canoas completa 85 anos de emancipação política no dia 27 de junho, enquanto ainda se recupera da maior tragédia de sua história.
As chuvas que atingiram o RS entre o final de abril e o começo de maio de 2024 entraram para a história em todo o Estado. Em Canoas, entretanto, mais de 60% da área urbana da cidade ficou debaixo d’água.
O Grupo O Timoneiro, no objetivo de discutir os rumos do município e para que a importância desse assunto não seja esquecida, foi atrás de histórias anteriores a que os canoenses vivem hoje.
Fala-se muito nas enchentes de 1941, que definiram políticas para as décadas seguintes em Porto Alegre e na Região Metropolitana. Entretanto, os mais antigos lembram-se também de 1967, quando muitos dos bairros que alagaram no mês passado.
Falamos com algumas dessas pessoas que já sabem, a 57 anos, o que é passar por uma enchente.
Primeiras memórias
Zenona Muzykant, de 85 anos, havia chegado a Canoas, vinda de Dom Feliciano, a menos de dois anos quando as águas atingiram a cidade.
Então moradora do Mathias Velho, ela se recorda de ficar confusa ao receber informações, já que pouco conhecia Canoas à época. “A gente ficava sabendo das coisas por quem passava na rua”, relata.
A água chegou até a metade das janelas da sua casa, na Rua Maceió. “O pessoal levantou tudo, não perdemos muita coisa. Mas muitos parentes meus perderam tudo que tinha em casa”, aponta Zenona.
A sensação que ela tem com a enchente de 2024 é bem diferente. “Parece que muito mais gente foi atingida dessa vez”, diz.
Entretanto, para a moradora do bairro Igara, o mais importante é a manutenção da vida. “O resto se batalha e consegue com garra, vontade e fé.”
Socorrista e resgatado
Samuel Eilert nasceu no bairro Rio Branco e, como ele mesmo diz, cresceu na beira do Rio Gravataí. Os diques estavam em construção, e a estrutura que foi afetada em 2024 não estava pronta em 1967.
Então com 23 anos, o professor aposentado saiu pelas ruas junto com seu pai, Douglas, fazendo o que muitos canoenses fizeram em 2024: o resgate dos vizinhos e amigos que não tinham como fazê-lo.
“Naquele momento, os lugares seguros eram dois: a Praça da Igreja ou os trilhos do trem. As pessoas acampavam por lá”, relembra.
Com menos informações a respeito dos rios do que hoje em dia, Samuel diz que não era possível prever o que aconteceria em seguida. “Auxiliávamos e esperávamos. Eu conhecia o terreno, mas nunca tinha visto algo assim”, explica.
Em 2024, o professor Samuca, como muitos ex-alunos o chamam, esteve do outro lado da mesma situação. No mês passado, ele foi resgatado em sua casa por um grupo de jovens em um barco.
“Me senti da mesma forma quando eu resgatava, lá em 67. A juventude salva”, afirma.
Samuel acredita que, assim como no passado, os fatos recentes farão com que os rios não se comportem mais da mesma forma. “A gente precisa que o poder público se prepare de outras formas agora”, diz.
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Prefeitura de Canoas disponibiliza formulário para população se cadastrar no Auxílio Reconstrução do Governo Federal
Todos os canoenses que residem em regiões atingidas pela enchente já podem se cadastrar no formulário disponível pela Prefeitura, para terem acesso ao Auxílio Reconstrução do Governo Federal.
A iniciativa vai garantir R$ 5,1 mil diretamente à população, com pagamento realizado pela Caixa Econômica Federal, via PIX. O município cadastrou todos os CEPs das áreas afetadas. O programa não possui nenhum corte ou limitação de renda, nem a necessidade de inscrição no CadÚnico.
Os canoenses devem realizar o cadastro neste link.
Após o cadastro, a pessoa indicada como responsável deve acessar um sistema do Governo Federal, que será aberto na próxima segunda-feira (27/05), para confirmar o pedido. É necessário ter uma conta GovBr. Quem já possui conta na Caixa receberá o dinheiro diretamente nela. Para quem não tem, será aberta automaticamente uma poupança, onde será depositado o benefício.
No momento do cadastro, os canoenses devem preencher as seguintes informações:
– Nome completo e CPF do responsável da família;
– Nome completo e CPF de todos os outros membros da família;
– Endereço completo e CEP.
– Telefone de contato
*Após a inscrição, o morador deve assinar uma autodeclaração se responsabilizando pelas informações prestadas.
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