Enchente 2024 Canoas
Normalização do abastecimento da Corsan é novamente afetado pelo mau tempo
As fortes chuvas do último fim de semana tiveram impactos significativos no trabalho de recuperação dos sistemas de abastecimento de água da concessionária, principalmente nos municípios dos vales do Taquari e Caí, devido à elevação do nível dos rios.
Em muitas dessas áreas, o fornecimento estava sendo restaurado gradualmente, mas foi novamente afetado pelo mau tempo.
ATUALIZAÇÃO – 13h30
O levantamento da manhã desta segunda-feira, 13, mostra abastecimento parcial ou total em 19 cidades da área atendida pela Corsan, impactando 162 mil imóveis.
METROPOLITANA:
A chuva dos últimos dias complicou ainda mais a reconstrução das redes de água e adutoras danificadas. No domingo à noite, seguindo as orientações das autoridades municipais em Esteio, região Metropolitana, que também serve à cidade de Sapucaia do Sul, o trabalho das equipes da Corsan teve que ser suspenso, devido ao aumento do nível do rio dos Sinos.
Mesmo com todos os contratempos, as equipes da concessionária seguem cumprindo o Plano de Contingência para a retomada do abastecimento nas cidades mais atingidas pelas cheias.
As estações de captação e tratamento Rio Branco (Canoas) e Esteio continuam inundadas, e a captação de água bruta está obstruída por vegetação e detritos em diversos pontos. Além disso, a forte correnteza impede o trabalho de mergulhadores que fazem importantes reparos nos equipamentos submersos.
O sistema de abastecimento Cachoeirinha-Gravataí está praticamente normalizado, com situações pontuais de desabastecimento. Em paralelo, o sistema que atende Alvorada-Viamão está em recuperação gradual, com baixa pressão da água em alguns pontos mais altos e distantes dos municípios.
A expectativa é de que o fornecimento de água seja normalizado até terça-feira, 14. Guaíba e Eldorado têm o abastecimento normalizado.
Em Canoas, no domingo, equipes da Corsan utilizaram balsas para chegar à estação de tratamento Rio Branco, que está submersa e sem acesso desde o final de semana passado.
Os técnicos estão avaliando a estrutura e os equipamentos para realizar os reparos necessários e retomar, o quanto antes, as operações da unidade. Atualmente, o abastecimento de água está sendo realizado de forma gradual.
Com a migração de mais de 80 mil moradores para a região que não foi atingida pelas cheias, e o consequente aumento da demanda, a companhia precisou redimensionar a o funcionamento da Estação Niterói. Os trabalhos incluem a recuperação dos níveis dos reservatórios de água tratada, e melhorias na vazão e pressão dos sistemas que levam água potável à parte da população.
Por este motivo, nos próximos dias, será necessário intercalar o fornecimento de água entre dois grupos de bairro: o primeiro que inclui Marechal Rondon, Igara, São José, Estância Velha, Brigadeira, Nossa Senhora das Graças, Centro, Mato Grande e Fátima , com o segundo, que reúne os bairros Nossa Senhora das Graças, Guajuviras, Estância Velha, São José e Olaria.
Para ampliar a distribuição de água tratada, a Corsan está instalando mais quatro poços artesianos, além dos dois que já estão funcionando no Parque Getúlio Vargas.
As estações de captação e de tratamento que atendem o sistema Esteio-Sapucaia seguem comprometidas pelo grande alagamento nas instalações. Ainda assim, durante o fim de semana foi possível acessar a casa de bombas e de motores para retirada de água, avaliação e reparos de equipamentos.
De acordo com o Plano de Contingência da empresa, a construção de 3,8 quilômetros da nova adutora, que fornecerá água ao centro de reservação que atende Esteio e Sapucaia, está quase concluída. Simultaneamente, cinco estações móveis de tratamento estão sendo instaladas nas áreas mais elevadas das cidades. O plano é que essas estruturas comecem a operar já nos próximos dias.
Enquanto trabalha para restabelecer o abastecimento de água em diversas regiões, a Corsan está fornecendo água tratada para as áreas afetadas em Canoas, Esteio e Sapucaia do Sul. Isso está sendo feito por meio de 72 caminhões-pipa, com prioridade para hospitais e abrigos, além de 53 reservatórios móveis distribuídos pelas cidades.
NORDESTE (Região de Bento Gonçalves)
A elevação dos rios Taquari e Caí durante o fim de semana comprometeu o abastecimento em 11 cidades do Vale do Taquari e Altos da Serra, impactando 29 mil imóveis.
As inundações nas instalações da concessionária afetam os sistemas, total ou parcialmente, nos municípios de Arroio do Meio, Bom Retiro do Sul, Encantado, Estrela, Montenegro, Roca Sales, São Sebastião do Caí, Capela Santana, Gramado e Canela.
Nessas localidades, até que os sistemas sejam recuperados e o abastecimento retomado, o atendimento à população é feito por meio de caminhões-pipa.
CENTRAL (Região de Santa Maria)
Na região Central, os casos de desabastecimento são pontuais em Cachoeira do Sul, Santa Cruz do Sul, Santa Maria e Rio Pardo, afetando cerca de dois mil imóveis.
SINOS
Em General Câmara, as instalações foram novamente alagadas devido as chuvas dos últimos dias. A estação de captação está parada por falta de energia e com acesso limitado. Até que os sistemas sejam recuperados, o abastecimento é feito por meio de caminhões-pipa.
Enchente 2024 Canoas
Câmara de Vereadores de Canoas aprova ampliação do Programa Aluguel Social
Em sessão extraordinária realizada na quinta-feira, 21, a Câmara Municipal de Canoas aprovou o Projeto de Lei nº 46/2024, que amplia o número de beneficiários do Programa Aluguel Social Canoense Reconstrução.
A medida busca atender famílias atingidas pelas enchentes que afetaram 60% do território do município em abril deste ano, deixando cerca de 100 mil pessoas desabrigadas.
Com a aprovação, o limite de famílias atendidas pelo programa passa de 2.000 para 2.500, permitindo que mais pessoas tenham acesso a auxílio para custear moradias temporárias.
O benefício será mantido até que essas famílias possam retornar às suas casas ou sejam reassentadas por meio de programas habitacionais futuros.
O projeto também prevê que moradores de áreas de risco, onde obras emergenciais como a construção de diques e casas de bombas estão em andamento, tenham prioridade no programa, mesmo sem inscrição prévia.
Como funciona o Aluguel Social
O benefício é concedido mensalmente e pago via transferência bancária ou PIX, mediante apresentação de contrato de locação e recibos mensais. Caso os comprovantes não sejam entregues no prazo estipulado, o pagamento pode ser suspenso no mês seguinte.
A iniciativa foi criada em junho deste ano para atender às vítimas das enchentes, que devastaram aproximadamente 80 mil residências e causaram danos generalizados em Canoas. Até o momento, cerca de 1.000 famílias já foram beneficiadas, e mais de 15 mil estão inscritas aguardando avaliação.
Importância da ampliação
Segundo o executivo, o aumento do número de beneficiários reflete o impacto prolongado das enchentes e a necessidade de oferecer suporte às famílias que ainda enfrentam dificuldades para se restabelecer.
Além disso, a medida é essencial para garantir dignidade e segurança às pessoas que não têm condições de retornar às suas casas ou vivem em áreas de risco.
Enchente 2024 Canoas
Projeto vai traçar perfil dos idosos atingidos pela enchente em Canoas
Constituir uma rede de solidariedade para apoio emergencial aos idosos canoenses atingidos pela enchente de maio. Este é o objetivo do Projeto Envelhecer nos Territórios SOS RS, realizado em parceria entre a Secretaria Especial da Coordenadoria da Pessoa Idosa de Canoas e a Secretaria Nacional dos Direitos das Pessoas Idosas, do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.
De acordo com a atual gestão municipal, serão realizadas 400 entrevistas por bolsistas dos Institutos Federais do Rio Grande do Sul (IFRS) e Sul-rio-grandense (IFSul), devidamente identificados com crachás. Os entrevistadores não entram nas casas nem solicitam qualquer documento. A participação dos entrevistados é voluntária.
Secretária Especial da Coordenadoria da Pessoa Idosa de Canoas, Bianca Viana explica que o evento climático extremo que atingiu a cidade afetou também os idosos.
“Nesses seis, meses vem-se atuando para mitigar as perdas e atender às demandas. Somente com o trabalho dos agentes da Prefeitura não seria possível ter uma dimensão global do fato. Essa pesquisa vem para trazer indicadores de quais as serão as melhores políticas públicas a serem implementadas para a qualidade de vida do canoense maior de 60 anos”, explica.
A Prefeitura auxilia no mapeamento e nos dados da longevidade no município.
Entrevistas
Os agentes começaram nesta semana a fazer entrevistas com os idosos para levantar as principais necessidades dessa população após a calamidade.
Com base nesses dados, será elaborado um relatório técnico sobre o impacto do desastre climático nas pessoas idosas do município e o planejamento de um monitoramento do plano de cuidado da pessoa idosa, facilitando o acesso a serviços e programas.
Os agentes são estudantes do IFRS, estarão identificados com crachá da instituição e realizarão as pesquisas nos bairros nas próximas cinco semanas. Serão feitas 23 perguntas aos idosos que aceitarem participar do estudo.
Dúvidas podem ser esclarecidas pelo telefone/whatsapp do IFRS (51) 3415-8200.
Enchente 2024 Canoas
Atingidos pela enchente em Canoas recebem orientação para a compra assistida de imóveis
Os primeiros 198 beneficiados pela compra assistida de imóveis pelo Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) Reconstrução receberam orientações na sexta-feira, 8, para adquirir seu novo lar totalmente custeado pelo governo federal.
Agentes da Caixa Econômica Federal (CEF), do Ministério das Cidades, da Secretaria para Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul e da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitação (SMDUH) explicaram todos os passos para que as famílias tenham acesso às moradias de até R$ 200 mil, em mutirão realizado no salão da Paróquia São Pio X, no bairro Mathias Velho.
O prefeito Jairo Jorge salientou que o Município já realizou mais de 15 mil vistorias nos imóveis atingidos pela enchente de maio e deve concluir esse trabalho em breve. Ele estima que cerca de um terço dos imóveis atingidos não são mais habitáveis.
“É nesses casos de perda total que as pessoas vão ganhar um imóvel novo. Temos cerca de 1,4 mil famílias em áreas de risco, o que deve somar cerca de 6,5 mil unidades habitacionais para os canoenses”, calculou o prefeito. Jairo Jorge acrescentou que busca com o governo federal recursos para a construção de moradias no próprio terreno de quem não quer deixar seu endereço e destaca que Canoas já está habilitada para construir 3,4 mil unidades habitacionais.
A titular da SMDUH, Roberta Togni, salientou que o Município está trabalhando para que as famílias possam reconstruir suas vidas.
“Todas as pessoas aqui precisam virar a página da enchente e seguir”, afirmou.
Presentes
Também estiveram presentes ao evento o diretor de Habitação da Secretaria de Apoio à Reconstrução do RS, Carlos Comassetto; o assessor da Diretoria de Habitação da Secretaria para Apoio à Reconstrução do RS, Guilherme Genro; e os superintendentes de Rede da Caixa no Vale do Sinos, Marcos Tavaniello, e executivo de Habitação da Caixa no Vale do Sinos, Ricardo Darós; e de Governo em exercício da Caixa no Vale do Sinos, Juliana Alaniz Soares.
Entre os beneficiados nessa primeira convocação da CEF está o vendedor Paulo Xavier, 43 anos. Ele foi ao mutirão para entender os procedimentos para recomeçar, já que a casa dele e dos dois filhos foram destruídas pela enchente. A família vai ganhar três imóveis e eles gostariam que fossem próximos.
“Vamos procurar pelos bairros Estância Velha ou Olaria, sair do Mathias Velho”, contou. A dona de casa Letícia Rosa, 34 anos, também foi atrás de informações e entender como funciona o programa.
Mutirão
No mutirão, as famílias foram atendidas em quatro horários no salão da Paróquia São Pio X, no bairro Mathias Velho. Nesse programa, as famílias habilitadas pelo Ministério das Cidades escolhem e recebem moradias de até R$ 200 mil subsidiadas pelo governo federal.
Esses imóveis são destinados aos beneficiários das faixas 1 e 2 do programa, com renda bruta familiar de até R$ 4.700.
Ao ser contemplada pelas novas moradias, a família que tiver imóvel próprio precisa doar o imóvel atingido pela enchente à Prefeitura, que tomará providências para que o local não possa vir a ser ocupado novamente.
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