Geral
Em entrevista, Delegada Tatiana Barreira Bastos conta detalhes e desafios da profissão

Em virtude da data de 21 de abril, em que se comemora o Dia do Policial Civil, conversamos com a atual titular da 4ª Delegacia de Polícia de Canoas, Tatiana Barreira Bastos, que nos contou os desafios da profissão, preconceitos, maior união com a comunidade e qualificação dos trabalhos em Canoas.
Nossa equipe iniciou a conversa perguntando sobre a execução do trabalho da profissão de Tatiana. Ela nos respondeu que é uma atividade extremamente dinâmica. “Eu costumo dizer que muito mais do que jurídica, é também uma atividade de cunho social muito relevante, nós somos responsáveis pela apuração das práticas infracionais, da materialidade e de indícios suficientes de autoria, buscando a responsabilização criminal daqueles infratores”.
Rotina de gabinete
Ainda, a Delegada explicou que existe uma intensa demanda de rotina de gabinete, que é de despacho das ocorrências policiais, despacho dos expedientes, relatórios e conduções de todas as investigações policiais, de todas as atividades de rua, diligências externas e cartorárias, e também de inteligência e operacionais. “Além das ações externas, como mandados de busca e apreensão, prisão, investigações de campo, quando é necessário ter um planejamento mais amplo”, explicou.
Mulher na polícia
Tatiana destacou o fato de que ser mulher não é nenhum obstáculo, pois não é necessário nada além de uma capacidade intelectual, do curso de Direito, e uma formação também nas práticas operacionais, como uso de arma de fogo e técnicas de imobilização etc. “Mas, é claro, que mesmo nos dias de hoje, por ser mulher, ainda sofremos preconceito. Muitas pessoas ainda acreditam que ser policial exige muito mais forças físicas ou algum atributo que as mulheres não tenham, o que já comprovamos há muito tempo, inclusive as delegadas do estado do Rio Grande do Sul entraram na área na década de 70, então já faz algum bom tempo que a gente consegue através da nosso trabalho, firmeza, condutas, posturas instrucionais, provar que temos igual capacidade que os homens e ainda algumas qualidade que eu costumo dizer que são tipicamente femininas que nos dão algumas vantagens, como ser mais observadoras, ter mais paciência, exercitar mais empatia com quem estamos ali atendendo e ouvindo. Então eu acho que as mulheres na Polícia Civil humanizaram e deram muito mais qualidade, mais participação comunitária, ou seja, qualificou os seus espaços de rotina, tudo isso graças a participação feminina”, enfatizou Tatiana.
Sonho realizado
Filha de policiais federais, o pai delegado federal e a mãe papilografista federal, Tatiana foi criada praticamente dentro de uma delegacia. “Desde cedo eu despertei o amor, e paixão, me sinto vocacionada para o exercício da atividade policial. Cursei Direito, me formei, e com 23 anos de idade passei no concurso para Delegada de Polícia, justamente a profissão que eu escolhi, e da qual nunca me arrependi, apesar da correria, do risco e estresse. É muito mais do que um ofício, nós abraçamos uma missão”, revelou.
Profissão de fascínio e intimidação
“Exercemos um cargo de muita autoridade, então, eventualmente, as pessoas se sentem receosas com a nossa presença, mas isso muito mais no âmbito profissional do que na minha vida pessoal. O que não é fácil mesmo é para nossos familiares, parceiros, maridos, esposas. Tem que ter um pouco de paciência e aprender a lidar com a nossa profissão, pois somos policiais 24hs por dia. E, claro que a postura muitas vezes de autoridade pode tanto exercer um fascínio em algumas pessoas, como intimidar outras”.
Canoas à frente
Tatiana não economizou elogios para a Segurança de Canoas, que, segundo ela, está à frente há tempo no trabalho de integração das forças policiais. Com passagem pela cidade em 2008, ela conta que viu a cidade crescer na área e ser pioneira em muitas práticas, como de monitoramento eletrônico, audiomonitoramento, o que enxerga como um grande aliado no enfrentamento à criminalidade local. “Hoje nós temos índices muito positivos, queda em todos os indicadores de criminalidade. Então, para mim, realmente, foi um grande presente poder assumir a titularidade da 4ª Delegacia de Polícia de Canoas, porque, além de um trabalho muito focado no enfrentamento ao tráfico de entorpecentes, aos crimes contra os patrimônios, que ocorrem bastante na região, roubo a pedestre, roubo a residências e roubo a estabelecimento comercial, principalmente, nós temos alguns cartórios especializados”.
Cartórios
Tatiana nos contou que no momento a DP trabalha com cartório de crimes de intolerância, o de direito dos animais, “que é um cartório que tem tido muita visibilidade por nossa atuação constante na verificação de denúncia contra maus tratos a animais”, e em breve estarão também com mais um cartório de proteção à pessoa idosa e pessoa com deficiência. Para isso a delegacia está passando por obras, “para melhorias, e qualificando os espaços, dando mais acessibilidade ao prédio para que possamos receber este novo cartório, e também um cartório de mediação, que é muito exitoso, realiza cerca de 20 mediações por mês, então a gente tem realmente muita matéria prima e muito trabalho ali na 4ª DP, o que tem me trazido muito retorno pessoal. Estou muito feliz de estar ali”, finalizou.
Biografia
Tatiana Barreira Bastos é Delegada de Polícia do Rio Grande do Sul desde 2004, atuou na 1ª Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher de Porto Alegre por onze anos (2009 a 2020), foi a primeira Diretora da Divisão de Proteção e Atendimento à Mulher (2019 a 2020), atualmente é Diretora da Divisão de Assessoramento Especial do Departamento Estadual de Proteção a Grupos Vulneráveis de PGV, Pós-graduada em Direito Penal e Processual Penal pelo Instituto de Desenvolvimento Cultural – IDC, Especialista em Gestão e Monitoramento de Políticas de Segurança Pública pela UFRGS, docente da ACADEPOL – Academia da Polícia Civil, do Curso Preparatório para Concursos – C PC, do Curso do Davi André e do Centro de Ensino Integrado de Santa Cruz do Sul – CEISC, Autora das Obras: Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher – Análise da Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/206) – Um diálogo entre Teoria e a Prática, e Lei Maria da Penha – comentários artigo por artigo e estudos doutrinários. Atualmente, atual titular da 4ª DP de Canoas.
Geral
5ª Conferência Municipal de Políticas para as Mulheres de Canoas tem data marcada

A 5ª CMPM de Canoas será coordenada pela Diretoria da Mulher, vinculada à Secretaria Municipal de Cidadania, Mulher e Inclusão (SMCMI) e pelo Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (COMDIM). O propósito da conferência será de promover debate amplo, democrático e plural sobre a realidade das mulheres do município e políticas públicas destinadas a elas; avaliar e propor diretrizes para o fortalecimento da Política Municipal para as Mulheres, além de eleger delegadas para a 5ª Conferência Estadual de Políticas para as Mulheres (CEPM), que irão representar Canoas.
Com o objetivo de debater diretrizes para a realização da 5ª CMPM, ainda serão realizadas duas Pré-conferências. A 1ª Pré-conferência será no dia 11 de julho, das 13h às 17h, na Associação de Moradores da Vila Cerne (AMVIC), na Rua Engenheiro Kindler, nº 641 – Harmonia, Canoas. A 2ª Pré-conferência será no dia 16 de julho, das 13h às 17h, na Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Erna Wurth, na Avenida 17 de Abril, nº 430 – Guajuviras, Canoas.
Os eixos temáticos que serão abordados na Conferência são:
b) Eixo 2: Trabalho, equidade salarial e autonomia econômica;
c) Eixo 3: Territórios livres de violência e qualificação das redes de atendimento e enfrentamento às violências contra mulheres;
d) Eixo 4: Direito ao território e sustentabilidade com ênfase à resiliência climática;
e) Eixo 5: Educação não-sexista e cultura para igualdade;
f) Eixo 6: Saúde integral e bem-estar da mulher.
As inscrições podem ser feitas de forma online ou presencialmente no evento:
1° Pré-conferência https://forms.gle/
2º Pré-conferência https://forms.gle/
Conferência https://forms.gle/
O quê: 5ª Conferência Municipal de Políticas para as Mulheres de Canoas
Data: 22 de julho
Horário: Das 13h às 17h
Local: Auditório Irmão Arsênio Both da Universidade La Salle, Rua Victor Barreto, nª 2288 – Centro, Canoas
Meio Ambiente
Batimetria está em campo para medir profundidade dos rios de grande porte do Estado

O trabalho de campo batimétrico para avaliar a profundidade dos grandes rios do Rio Grande do Sul começou na segunda-feira, 7. A primeira ação foi no Rio Taquari, em Triunfo, na Região Metropolitana de Porto Alegre. O objetivo é identificar pontos críticos de acúmulo de sedimentos e outras alterações no leito, especialmente após eventos extremos, como as enchentes que atingiram o Estado em 2024.
A batimetria traz informação fundamental para melhorar o sistema de alerta de inundação por meio de modelagem hidrodinâmica – simula com maior precisão o comportamento do fluxo de água – e aprimorar o planejamento de gestão de eventos críticos de natureza hidrológica no Rio Grande do Sul.
Os dados obtidos vão subsidiar decisões técnicas sobre futuras intervenções previstas no Programa de Desassoreamento do Rio Grande do Sul (Desassorear RS). A atividade integra o Eixo 2 do programa e conta com investimento de R$ 45,9 milhões voltado aos rios de grande porte.
A ação, coordenada pela Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), ocorre após ordem de início assinada em 30 de maio e conclusão dos planos de trabalho pelas quatro empresas contratadas. Esse é um passo importante dentro das estratégias do Plano Rio Grande, programa de Estado liderado pelo governador Eduardo Leite para reconstruir o Rio Grande do Sul e torná-lo ainda mais forte e resiliente, preparado para o futuro.
Conhecendo as profundezas dos rios
Se as réguas instaladas em diversos pontos estratégicos medem a dinâmica das águas na superfície, a batimetria ajuda a identificar o perfil do relevo submerso dos rios, por meio de sonar e geolocalização. Para fazer a medição é usado o ecobatímetro, instrumento que usa uma antena de receptor GNSS (semelhante ao GPS). Ela demarca pontos geoposicionados que indicam a altura da qual o equipamento está operando, como referencial do dado coletado.
Esse equipamento possui um sonar, que faz uma varredura do rio, conforme explicou o engenheiro Diego Silva, da Profill Engenharia, que está atuando no trecho Taquari-Antas.
“À medida que o barco se desloca, o dispositivo vai emitindo um sinal sonoro que bate no fundo e volta para o equipamento. Pela velocidade desse retorno é que se determina a profundidade. Fazendo diversas coletas na mesma linha, vamos obter o que se chama seção batimétrica, que é a profundidade daquela seção do rio. Com todas as seções realizadas, vamos ter um perfil do leito daquele recurso hídrico”, detalhou o engenheiro.
A batimetria também é feita no trecho seco das margens. O técnico caminha com a antena, demarcando os pontos, ou utiliza drones com mapeamento da área por laser. Isso ajuda a registrar a topografia das margens para auxiliar nas previsões de onde o nível do rio pode subir em níveis críticos.
Levantamento mapeou locais prioritários
Os trabalhos de preparação começaram há um ano, envolvendo etapas de planejamento e contratação. Ao todo, serão vistoriados 2.589 quilômetros de extensão. Os pontos de análise foram definidos por estudos da Sema em parceria com o Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IPH/UFRGS).
Para medir as seções batimétricas, o barco atravessa o rio no sentido perpendicular, de uma margem à outra. A menor seção, em afluentes, pode ser de 30 metros. A maior linha a ser mapeada, segundo o planejamento da Sema, deve atingir 1.640 metros de uma margem à outra.
As seções são realizadas em trechos distribuídos conforme o potencial de risco. Próximo a áreas urbanas serão realizadas a cada 200 metros, para maior detalhamento. Nas áreas intermediárias, a cada 500 metros. Naquelas que oferecem menor risco, a medição será realizada a cada mil metros.
A primeira medição, realizada no Rio Taquari, próximo ao clube náutico Ygara, em Triunfo, foi feita a um quilômetro da foz com o Rio Jacuí e mediu uma profundidade de 13 metros.
Dados vão ajudar a melhorar os alertas
O analista de infraestrutura do Departamento de Recursos Hídricos e Saneamento da Sema e doutor em Geociências, Fernando Scotta, explicou que o levantamento batimétrico deve aumentar a qualidade e a velocidade da resposta do Estado para alertas necessários, gerando modelos hidrodinâmicos mais assertivos.
“Essa coleta é um salto para o desenvolvimento do Estado. Vamos ter um levantamento sistemático por todo o território e permitir que os dados estejam disponíveis e uniformizados para o acesso geral. Isso vai dar agilidade para as empresas e universidades que vão rodar os modelos hidrodinâmicos com insumos já prontos. Então, tudo tende a ficar mais rápido para a emissão de alerta das áreas que podem ser impactadas ou não”, afirmou.
Sondagem no Guaíba começa nesta semana
No Guaíba, o trabalho batimétrico começa na quarta-feira. 9. A aplicação da técnica no lago, no entanto, não é uma novidade. Anualmente, as empresas que navegam por ali realizam várias batimetrias anuais, que embasam as dragagens que realizam para manter o nível seguro para as embarcações. Nestes casos, os sedimentos não são retirados do lago, apenas removidos para a manutenção da profundidade e da largura exigidas para hidrovias.
Outros rios envolvidos
Além do Guaíba e do Rio Taquari, os trabalhos de campo batimétrico abrangem outras duas regiões prioritárias: Baixo Jacuí e bloco Metropolitano, que inclui os rios Caí, Sinos e Gravataí. A previsão é que os levantamentos sejam concluídos em até 180 dias. Os primeiros dados, com o trabalho de metade da área a ser analisada, devem ser entregues pelas empresas dentro de dois meses.
Geral
Defesa Civil de Canoas recebe equipamentos para nova sala de monitoramento

A Defesa Civil de Canoas recebeu, em solenidade ocorrida na Prefeitura, nesta segunda-feira, 7, equipamentos para estruturar sua nova sala de monitoramento climático. O material foi doado pela Organização da Sociedade Civil de Interesse Público AVSI Brasil, parceira do município em outras ações de reconstrução após a calamidade do ano passado.
“A reconstrução da nossa cidade passa por todas as mãos. A ação desta organização parceira merece nosso reconhecimento. Com união e trabalho vamos recuperar a tranquilidade e a confiança para que as pessoas voltem a se sentir seguras e Canoas volte a ser grande”, apontou o prefeito Airton Souza.
Para o secretário da Defesa Civil e Resiliência Climática, Vanderlei Marcos, os equipamentos serão fundamentais para a instalação da nova sala. Ele destacou que o trabalho preventivo, baseado em permanente monitoramento do clima, tem resultado em ações de planejamento e orientação correta à população.
Representante da AVSI Brasil, o assessor de projetos Heli Mansur citou outras frentes de atuação da parceria, como o suporte a pequenos empreendedores e o assessoramento técnico e material para a criação do primeiro Núcleo Comunitário de Proteção e Defesa Civil (NUPDEC), no bairro Mathias Velho.
- Política1 semana atrás
Vereadores aprovam projeto da Prefeitura de Canoas que aumenta ISSQN
- Canoas6 dias atrás
Comissão de Moradores dos bairro Fátima e Niterói realizam manifestação no sábado, 5
- Educação1 semana atrás
Governo abre concurso com 6 mil vagas para professores e retoma promoções na Rede Estadual
- Comunidade1 semana atrás
Campanha do Agasalho 2025 inicia doação de roupas nesta quarta-feira, 2
- Economia1 semana atrás
BRDE apresenta novo plano estratégico com foco na economia resiliente e inovação
- Educação1 semana atrás
Última semana para matrículas na EJA e na Educação Profissional da Rede Estadual
- Canoas1 semana atrás
Defesa Civil de Canoas monitora níveis dos rios para evitar possíveis inundações
- Saúde1 semana atrás
Estado abre seleção para municípios aderirem a programa que oferece atendimento em saúde mental