Política
Beth Colombo é absolvida no processo dos “R$ 500 mil” de 2016

No último dia 21 de maio, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), reformou, por unanimidade (sete votos a zero), a sentença em que a ex-vice-prefeita de Canoas Beth Colombo (Republicanos) havia sido condenada e se tornado inelegível por oito anos, pelo juiz da 134ª Zona Eleitoral, no caso dos cerca de R$ 460 mil encontrados com o tesoureiro Guilherme Ortiz no comitê de campanha da chapa durante a corrida eleitoral de 2016, quando Beth e Mário Cardoso concorriam à Prefeitura.
Os desembargadores entenderam que ambos não tinham conhecimento da existência do dinheiro apreendido, nem responsabilidade pelo fato. A condenação, no entanto, foi mantida ao tesoureiro. Da decisão, cabe recurso ao TRE-RS.
Entrevista concedida
O Timoneiro entrevistou, com exclusividade, Beth Colombo, que falou sobre sua absolvição, projetos futuros e o desejo de não concorrer a cargo político neste ano.
Confira:
Jornal Timoneiro: Como foi receber a notícia da absolvição?
Beth Colombo: A absolvição com certeza foi um momento de muita alegria. Fiquei em paz, porque esse tema me perseguiu e me atormentou por quase quatro anos. E quando digo perseguiu é porque que de fato sempre permaneceu uma suspeita que tivesse cometido o equívoco, ou crime, como queiram chamar, naquele período da eleição de 2016. Até porque fui acusada de ter desviado recursos e, enfim, as acusações que foram feitas davam margem a várias interpretações para a opinião pública, este foi, para mim, o pior, pois passou a ser uma calúnia. Agora com a absolvição por unanimidade fica claro que não estive envolvida com absolutamente nada naquele período e que de lá pra cá só tive um objetivo em relação a isso, que era a justiça ser feita e ser revelada. Em quatro mil páginas de um processo, não havia uma palavra, uma linha, nada, que pudesse mostrar que eu tivesse participação nesse evento, nesse fato, então hoje estou muito tranquila, mas estive quatro anos atormentada.
Timoneiro: Desde que recorreste da sentença, parecia estar firme e segura. Em algum momento teve medo ou receio de que a justiça não fosse feita?
Beth: Tens razão, eu sempre me mantive muito firme em relação à minha postura, e na minha vida. Eu tinha a tranquilidade, a consciência e a certeza que não tinha qualquer culpa nesse sentido. Medo a gente tem sempre, olha bem: teve uma primeira instância que me condenou, que me tirou direitos eleitorais, que era o de menos, pois, pior de tudo é que havia uma condenação da minha pessoa, e isso me incomodava muito. Mas, com a equipe de advogados que estava cuidando do processo e a competência deles, me sentia esperançosa, e também com segurança e fé que a justiça chega, que ela acontece. Numa fala do Deputado Carlos Gomes, num momento de bastante aflição, ele me disse que não importa o tamanho da injustiça, quando a justiça chega e é feita, ela é muito maior que a injustiça. E eu acreditei sempre nisso, e de fato a justiça foi feita e foi muito maior: por unanimidade! Então, me mantive firme, nessa fé, nessa esperança e na certeza de que no final, tudo daria certo. Mas tive medo sim, e tenho muito medo das falsas notícias e acusações. Hoje nós vivemos num tempo de que quem acusa não precisa provar nada, e sim o acusado provar sua inocência, e isso, às vezes, requer tempo, dinheiro e muita serenidade. Enfim, eu consegui.
Timoneiro: Nos dias atuais, a senhora está trabalhando ou se dedicando a algum projeto dentro da política?
Beth: Atualmente, trabalho na Assembleia Legislativa, coordeno a Comissão de Cidadania e Direitos Humanos, que o Deputado Sergio Peres preside. Desde 2017, assumi a Secretaria Estadual das Mulheres Republicanas, e preparamos as eleições de 2018. Fortalecendo a sigla, mas especialmente motivando mulheres a se engajarem ao processo político. Fomos vitoriosos, porque nós conseguimos com 12 candidatas mais de 56 mil votos, e elegemos a primeira deputada mulher no Republicanos, Fran Somensi, e a primeira suplente a deputada, que sou eu. No próximo pleito teremos no estado mais de 600 mulheres concorrendo. É um grande projeto político, um resultado de maior engajamento de mulheres dentro do Republicanos, além de ser um trabalho que gosto muito de realizar.
Timoneiro: Quais são os seus projetos futuros?
Beth: Projetos eu tenho muitos, de trabalho ou na militância política. Mas, no futuro mais próximo é a candidatura à majoritária republicana dentro da cidade de Canoas. Vou caminhar ao lado dos nossos candidatos ao executivo, mobilizando nossa militância para um sucesso republicano, e junto, paralelo, a vereadores e vereadoras. Temos uma nominata de pré-candidatas forte. Esse é meu grande projeto político em curto prazo. Vamos estar juntos, e realizar esse desafio. Hoje o partido está pronto para concorrer.
Timoneiro: Pretende concorrer a algum cargo político?
Beth: Concorrer a um cargo político em 2020 não. Foi uma decisão pessoal minha, desde o começo do ano, quando começou-se a trabalhar a nominata. Conversei com a direção nacional e estadual do partido, e manifestei o desejo de ficar fora desse processo eleitoral, tinha minhas razões, continuo tendo, e são minhas. Uma das razões era – não que estivesse inelegível, porque a elegibilidade da condenação aqui em Canoas coube recurso, eu sou elegível -, que já havia decidido que em 2020 não iria disputar nenhum cargo político. Não concorro na majoritária, nem na proporcional, serei cabo eleitoral dos republicanos. Uma coisa é certa, estarei nas ruas, estarei nos portões das casas – se a pandemia acabar e permitir- falando dos nomes republicanos e aproveitando para mostrar minha absolvição.
Para o futuro, alguns dizem e é real, que a Deus pertence, e vou continuar trabalhando e fazendo meu trabalho político, que é o que me dá alegria, pois tenho o prazer de fazer parte do processo político na cidade que eu moro e no estado, para que a gente, através da política, tenhamos o resultado que tanto buscamos. Através da política que vamos poder transformar a vida das pessoas.
Política
Iniciam depoimentos de testemunhas de defesa e acusação do processo de impeachment do vereador Ezequiel (PL)

Teve início na manhã desta segunda-feira, 7, os depoimentos de testemunhas de defesa e acusação do processo que apura denúncia apresentada contra o vereador Ezequiel Vargas Rodrigues (PL), na Câmara de Vereadores de Canoas.
Relembre o caso
A Câmara Municipal de Canoas aprovou, no dia 21 de maio, por 14 votos favoráveis e 6 contrários, a abertura de uma Comissão Processante para apurar uma denúncia apresentada contra o vereador Ezequiel Vargas Rodrigues (PL). O pedido foi protocolado por Ágata Vieira Mostardeiro, bióloga, e Mayara Luciana Terra Alves, estudante, ambas eleitoras do município.
De acordo com a denúncia, o parlamentar teria publicado, em maio de 2025, conteúdos em suas redes sociais que, segundo as autoras, apresentariam linguagem ofensiva e discriminatória contra mulheres de Canoas. As publicações teriam sido feitas no contexto do Dia das Mães e, conforme alegado no documento, incluiriam manifestações consideradas pelas denunciantes como ideológicas, misóginas e transfóbicas.
Entre os trechos mencionados no texto, estão declarações em que o vereador teria afirmado que “não admira mulheres de esquerda”, além de responder a postagens de cidadãs com comentários classificados pelas denunciantes como depreciativos. Também é citada, segundo o documento, uma publicação com referência a “militância para matar crianças no ventre”.
As autoras alegam que os conteúdos foram direcionados a eleitoras “de esquerda” do município, incluindo uma das signatárias da denúncia. A denúncia também apresenta o que as autoras descrevem como histórico de condutas públicas do vereador, mencionando situações envolvendo profissionais da saúde, da educação e do Detran-RS.
Com base nessas informações, as autoras sustentam que o vereador teria, em tese, incorrido em infração político-administrativa prevista no artigo 7º, inciso III, do Decreto-Lei 201/1967 e no artigo 23, inciso III, da Lei Orgânica do Município de Canoas, por possível quebra de decoro parlamentar. O pedido também faz menção a artigos do Código Penal e a entendimentos do Supremo Tribunal Federal, no que se refere a injúria, transfobia e violência psicológica contra a mulher.
A composição da Comissão Processante foi definida por sorteio, conforme previsto no regimento interno da Câmara. A Comissão será composta por:
- Presidente: Heider Couto (PL)
- Relator: Jonas Dalagna (Progressistas)
- Membro: Rodrigo D’Avila (NOVO)
Prazo
A Comissão Processante tem até 90 dias para concluir o processo. Caso o julgamento não ocorra dentro desse prazo, a investigação será arquivada.
Política
Vereadores aprovam projeto da Prefeitura de Canoas que aumenta ISSQN

Foi aprovada pelos vereadores de Canoas, na noite desta terça-feira, 1º de julho, o projeto da Prefeitura de Canoas de reajustar as alíquotas do ISSQN (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza), que provocou forte reação de entidades empresariais e jurídicas do município.
O Projeto de Lei nº 19/2025 foi protocolado na Câmara de Vereadores no fim de maio, prevendo aumentos em dezenas de atividades econômicas a partir de 2026 e foi colocado em pauta hoje em uma manobra regimental da base do governo, que propôs de surpresa a inserção na pauta do dia e foi aprovado por 15 a favor e 5 contra (o presidente da Casa não vota) em ambas votações.
Votaram contra o projeto Gabriel Constantino (PT), Emílio (PT), Rodrigo Dávila (NOVO), Jefferson Otto (PSD)e Ezequiel (PL).
Entidades contrárias
A Câmara de Dirigentes Lojistas de Canoas (CDL), em conjunto com o Fórum das Entidades, alertou para os impactos negativos da medida, considerada inoportuna e desproporcional.
“Trata-se de um aumento linear, desproporcional, que pode ferir frontalmente a competitividade do município. A cidade ainda se recupera das enchentes e da retração econômica.”, afirma Éverton Netto, presidente da CDL Canoas.
Entre os setores mais afetados estariam educação, construção civil, saúde animal, segurança privada e cartórios.
A CICS Canoas também se posicionou com veemência contra o projeto.
“Recebemos com grande surpresa a tramitação do projeto, sem qualquer diálogo prévio com os setores produtivos ou estudo técnico de impacto”, criticou Gerson Untertriefallner Costa, vice-presidente de Serviços da entidade.
Ele questiona a justificativa da prefeitura, que argumentou estar se antecipando à transição tributária nacional com o novo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). “Por que, novamente, se transfere ao contribuinte o custo de um ajuste que deveria começar internamente no setor público?”, questiona.
A OAB Canoas engrossou o coro das críticas. Em ofício ao prefeito Airton Souza, a subseção da entidade afirmou que “a majoração indiscriminada desconsidera a realidade econômica dos contribuintes” e que a proposta carece de estudos técnicos que demonstrem sua viabilidade. Para a OAB, o aumento compromete a recuperação econômica e a geração de empregos, além de contrariar o espírito da reforma tributária, que só será implementada plenamente até 2033.
As entidades alertaram que, se aprovada, a proposta poderia provocar fuga de empresas para municípios vizinhos com carga tributária mais equilibrada, aumento da informalidade, fechamento de pequenos negócios e encarecimento dos serviços para o consumidor final.
O que diz a Prefeitura
“A Prefeitura Municipal de Canoas está realizando um alinhamento de algumas alíquotas do ISSQN, algo fundamental para o ressarcimento previsto na Reforma Tributária, na qual Canoas irá perder em torno de R$ 350 milhões por ano. A medida tem a finalidade de equalizar com os demais municípios do Estado. Este realinhamento não atinge as micro e pequenas empresas optantes do simples nacional.”
Entenda o projeto
O prefeito de Canoas, Airton Souza, encaminhou à Câmara Municipal o Projeto de Lei nº 19/2025, que propõe alterações nas alíquotas do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), tributo cobrado de empresas e profissionais autônomos que prestam serviços no município.
A proposta prevê aumentos que variam entre 0,5 e 2 pontos percentuais, com vigência prevista para 1º de janeiro de 2026, caso o texto seja aprovado pelos vereadores.
Entre os principais pontos da proposta está o reajuste da alíquota de serviços ligados à educação e orientação pedagógica, que passará de 3% para 3,5%. O setor de registros públicos, incluindo cartórios, sofrerá um aumento mais expressivo, de 3% para 5%.
Além disso, uma série de outras atividades será impactada por uma elevação da alíquota para 4%. Estão nesse grupo serviços como medicina e veterinária, engenharia, arquitetura, urbanismo, contabilidade, advocacia, administração, limpeza urbana, saneamento, meio ambiente, transporte coletivo em terminais, armazenamento, estacionamento e serviços comerciais diversos.
Política
Na CICS, deputado federal Busato se posiciona contra aumento de impostos em Canoas

O deputado federal Luiz Carlos Busato (União Brasil) participou na manhã desta terça-feira, 24, de uma reunião na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Canoas (CICS), onde se manifestou contrário ao Projeto de Lei nº 19/2025, de iniciativa do Executivo municipal. A proposta prevê o aumento da alíquota do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) em diversos setores, com a média passando de 3% para 4%.
Durante o encontro, Busato foi enfático ao destacar que Canoas ainda vive um processo de reconstrução após a maior tragédia climática da sua história.
“Empresários estão lutando para reabrir seus comércios, manter empregos e reconstruir suas vidas. Nesse cenário, aumentar imposto é injusto, insensível e totalmente fora de hora. O momento exige apoio, incentivo e alívio para quem produz – não mais carga tributária”, afirmou.
Busato lembrou que, enquanto prefeito, reduziu a alíquota de 19 serviços como forma de atrair empresas para o município. Ele reforçou que o aumento do ISS pode gerar um efeito cascata, penalizando o consumidor final, além de comprometer a competitividade de Canoas em relação a cidades vizinhas.
“Não competimos com Caxias do Sul ou Pelotas, mas com Esteio, Nova Santa Rita, Cachoeirinha e outras que praticam alíquotas menores. Alvorada, por exemplo, baixou a alíquota de 82 serviços para atrair mais negócios”, destacou.
Para o parlamentar, o caminho não é penalizar quem empreende, mas revisar prioridades e promover o diálogo com a sociedade.
“Jogar a conta nas costas da população e dos empreendedores é um erro. O aumento pode inclusive empurrar empresas para a informalidade, diminuindo arrecadação em vez de ampliá-la”, concluiu.
No início de junho, Busato também se posicionou em Brasília contra o aumento do IOF, proposto pelo governo federal.
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