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Crianças sofriam maus-tratos e eram amarradas com fita
Diversas irregularidades teriam acontecido em escola do bairro Igara
Deixar os filhos recém nascidos em escolinhas é sempre uma dificuldade para qualquer pai, mas o trabalho geralmente acaba obrigando. Porém, mães perceberam que os filhos estavam agindo de forma diferente após serem deixados na Escola Municipal de Ensino Infantil Julieta Villamil Balestro, no bairro Igara. A suspeita é que as crianças estavam sendo constantemente agredidas por uma das professoras.
A escola faz parte das administradas pela Associação Primeira Infância Melhor (Assocepim) que, além desta, é responsável por mais seis das 38 escolas do município. Mães e profissionais que trabalham ou já trabalharam na escola entraram em contato com a redação de O Timoneiro para denunciar casos extremos na escola. Segundo ela, as crianças foram agredidas fisicamente por uma professora em exercício que, segundo elas, continuaria atuando na rede.
Pais e educadores denunciam
Segundo estas pessoas, que terão suas identidades preservadas por motivos de segurança, a professora em questão amarrava as crianças com fitas nas cadeiras; queimava algumas com cola quente; botava os dedos dos meninos em tomada, entre outras agressões psicológicas. Uma mãe teria sofrido ameaças de uma das representantes da associação. “Tu não sabe quem eu sou. Não sabe do que eu sou capaz”, afirmava esta ao telefone para a mãe. Outras crianças apareceram com roxos no corpo que não foram explicados pela escola.
A Prefeitura Municipal de Canoas afirmou “que toda as denuncias referentes a rede de educação infantil, sejam elas nas EMEIs das associações ou nas EMEIs da gestão do município, são tratadas com o mesmo fluxo e formalidade”. Informou também que a situação foi verificada e a professora foi afastada. “Em relação às denúncias apresentadas, é de conhecimento desta Secretaria a situação em que a educadora usava de maneira inadequada a fita adesiva, tais fatos foram averiguados e a educadora foi afastada imediatamente da escola não tendo mais contato com as crianças. Referente às denúncias de queimaduras com cola quente e utilização das tomadas como agressão, não foram constatados nenhum caso na escola. Nenhuma criança apresentou lesão ou sinais que demonstrassem tais agressões”, concluiu.
Em sua defesa, a Assocepim respondeu que a mesma pessoa tenta difamar a instituição. As denúncias fora “Todas provenientes da mesma pessoa e todas tratadas com a seriedade necessária, como procedemos sempre que nos apresentam possíveis não-conformidades na gestão escolar”, informou a instituição. Segundo a associação, “Todas as denúncias foram apuradas, em várias reuniões entre escola, diretoria Assocepim, Secretaria Municipal de Educação, denunciante e outros pais interessados, conforme registros em nosso poder”. E afirma que não necessitam das mães denunciantes. “Acidentes podem acontecer e não precisamos dela para tomar as providências, quando e se acontecerem. O inacreditável é que as denúncias dessa pessoa são desprovidas de provas, não há registro, não há atestados médicos e inexistem indícios de verdade. Joga discórdia pelo simples prazer pessoal. Lamentável difamação!”, se defende.
Sem condições estruturais
Ex-professoras denunciam também a execução de hinos de igrejas evangélicas durante o período letivo em alto e bom som; que não havia material para trabalharem; que a diretora da EMEI difamava algumas mães por serem as que mais questionam; que uma criança, inclusive, teria ingerido veneno de rato nas instalações; que crianças não almoçavam se não estivessem dispostas no horário certo com o argumento de “temos mais o que fazer”. Por fim, denunciam que as professoras não podiam comer dentro das instalações por “faltar comida” e precisavam comprar fora. Um delas afirmou que via crianças “sendo socadas (forçadas) a dormir”.
A Prefeitura respondeu que “a escola trabalha na perspectiva de que as crianças tenham acesso à diversidade cultural musical, e que neste ambiente as crianças ouvem desde músicas infantis e todos os outros gêneros musicais”, rebatendo a informação da ex-professora. “Ressaltamos que em cada escola do convênio há uma diretora pedagógica, funcionária de carreira da Prefeitura nomeada para garantir a qualidade do atendimento. Dessa forma, a SME está representada nas EMEIs através dessa figura. Essa diretora garante uma proposta pedagógica que segue a linha da mantenedora, inclusive no tocante à oferta de materiais e brinquedos pedagógicos adequados às faixas etárias”, respondeu.
A associação, por sua vez, firma que o exemplo de a falta de comida é clássico e que as professoras comem outra comida, que não as das crianças. Exemplo “clássico, referir que as educadoras não teriam o que comer, é difamatório pelo simples fato de que a alimentação das crianças é das crianças, não das colaboradoras”, alega.
A Prefeitura discordou. Sobre a alimentação escolar, garantiu que o repasse é realizado pela SME da mesma forma como são repassadas para as EMEIs administradas pela PMC. “As quantidades são superiores às necessidades per captas das crianças. Existe uma rotina escolar, em que as cinco refeições são oferecidas diariamente em horários previamente organizados, contudo há flexibilidade em situações adversas, tais como indisposição por parte da criança”, sustenta. “Os professores tem acesso a todo o cardápio, alimentando-se da mesma comida de qualidade oferecida às crianças”, garante.
Amarrados com fita adesiva
As crianças, segundo estas ex-professoras, eram ameaçadas com uma fita adesiva. “Uma das profes andava com uma fita durex no punho para intimidar as crianças se fizessem algo errado e assim quando faziam eram amarradas com a fita na cadeira”, conta. Ela ainda diz que os bebês eram ameaçados constantemente. “Assustavam as crianças dizendo “vou chamar a galinha pintadinha para pegar vocês”. Segundo apurou a redação de O Timoneiro, ao menos quatro crianças foram transferidas para a escola Jornalista Marione Machado Leite, no bairro São José, supostamente por casos de agressão na sua antiga escola, Julieta Ballestro.
A Secretaria Municipal de Educação garantiu que “todas as denuncias foram acolhidas e averiguadas desde o princípio pela SME”. Informou, também, que há outros assuntos em suspeita. “A sindicância em andamento não trata dos assuntos referidos nessas denúncias, sendo de cunho administrativo e de caráter sigiloso. A profissional não está atuando em nenhuma das escolas municipais”.
A Associação informou que as fiscalizações “são feitas pelo público, sempre que julgar necessário. Acompanhamento, aí sim, é diário, através da equipes diretivas da EMEI e Assocepim e da Pedagoga, que é profissional do quadro da SME e responde pelo fazer pedagógico da Escola. E os relatórios de atendimento são apresentados mensalmente à SME.”
Sobre a sindicância instaurada pelo município, informou que “o Poder Público tem o direito e o dever de fiscalizar e normalmente o faz em segredo de justiça” e que “para a Assocepim, a sindicância é oportuna e bem-vinda. Permite mostrar a realidade, longe das suposições”.
Afirmou também que “Tudo já foi esclarecido. E, a propósito, não trabalha mais em nenhuma EMEI da Gestão Compartilhada e ela sabe disso”, respondeu em referência a uma pessoa em específico, embora tenha sido informada que mais de uma pessoa denunciou os maus tratos. A Assocepim sustenta que “Todas as educadoras, absolutamente todas, têm a qualificação necessária, conforme determina tanto a LDB quanto o Conselho Municipal de Educação. Dispõem de curso superior, aproximadamente, 40%”.
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Doze meses depois, qual é a real situação dos diques de proteção em Canoas

Ao completar um ano da enchente, os canoenses que foram afetados estão ansiosos e aflitos para saber como está o sistema de proteção da cidade. Na prática e de forma geral, ele está muito parecido com a época que a tragédia ocorreu.
Isto porque o ponto frágil onde o rio Gravataí invadiu o lado sul junto à Cassol ainda não tem um muro construído e porque os dois grandes diques, do Rio Branco e do Mathias Velho, foram remendados e reforçados onde romperam, mas os demais trechos ainda não tiveram revisão e manutenção por completo e nem foram elevados, já que os projetos ainda aguardam aprovação e verba por parte dos governos estadual e federal.
No Mato Grande, as obras para elevação dos atuais 3 metros e meio de altura estão em andamento, porém não finalizadas. Para deixar ainda mais complicado, o prefeito Airton Souza (PL) tem dito que até agora nenhum centavo de fora veio para estas obras, e que os recursos da Prefeitura oriundos da PPP da Corsan estão acabando, o que poderá resultar na paralização das obras atuais. Abaixo, confira a situação atual do sistema de proteção.
Fechamento
Nos diques Mathias Velho e Rio Branco foi concluída a etapa de fechamento definitivo das rupturas e neste momento se encontra em andamento o projeto para recomposição da altura das estruturas dos diques.
Niterói
O dique Niterói está em fase de construção do aterro que servirá de base para a pavimentação da rua que passa por cima do dique e que elevará a estrutura.
No Muro da Cassol, a obra foi iniciada no dia 17 de março, pois a antiga estrutura não era adequada para contenção de cheias e, agora, segundo a Prefeitura, será construído um sistema completo e que realmente funcione para proteger a cidade.
Mato Grande
Já no Mato Grande, estão sendo executados serviços de escavação, aplicação de manta geotêxtil e aterro com argila, e a próxima etapa será o reassentamento das famílias que estão sobre o trecho da obra no lado leste das pontes.
Casas de bombas
A respeito das casas de bombas, a administração municipal destacou a entrega da manutenção e energização da Casa de Bombas Cinco Colônias e Casa de Bombas 6.
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Prefeitura de Canoas decreta situação de emergência em decorrência do temporal desta semana

Depois de mais uma ocorrência de chuva intensa e ventania que causou danos a cerca de 300 residências na última segunda-feira, 31, o prefeito de Canoas Airton Souza assinou, nesta quinta-feira, 3, o decreto que declara situação de emergência nas áreas afetadas pelo evento climático.
Foi registrado um acumulado de chuva superior a 78 mm em curto período de tempo e rajadas de ventos que chegaram a 100 Km/h.
O Decreto Nº89 levou em consideração danos como queda de árvores e de postes, além de prejuízos generalizados na rede elétrica, prédios públicos e privados.
“É uma ação importante para que a cidade consiga recursos que ajudarão centenas de famílias afetadas pelo temporal”, explica o prefeito Airton Souza.
Em consequência do temporal, os efeitos ambientais, materiais, sociais e econômicos serão relatados no Formulário de Informações do Desastre (FIDE), quando forem apurados todos os danos.
A sugestão para o decreto de emergência partiu do secretário municipal de Defesa Civil e Resiliência Climática, Vanderlei Marcos.
“Basta circular pela cidade para verificarmos os danos no município, nas escolas, postos de saúde e residências das pessoas. Muitos que sofreram agora estavam reconstruindo suas casas devido às enchentes do ano passado”, comentou.
O governo municipal buscará, a partir da publicação do decreto, nesta quinta-feira, 3, o reconhecimento por parte das administrações estadual e federal.
“Nossa cidade ainda está se recuperando da tragédia de maio passado e este temporal causou novos custos. Vamos buscar recursos para reestabelecimento e para que a população de Canoas tenha acesso a programas estaduais e nacionais destinados aos afetados do temporal”, reitera o secretário, que começa a trabalhar na sexta-feira, 4, em reuniões em busca do reconhecimento da situação de emergência.
Cerca de 120 mil pessoas foram afetadas por falta de energia elétrica ou abastecimento de água em Canoas e cerca de 1.200 pessoas que tiveram suas casas danificadas. Após a publicação do decreto, o documento terá validade de até 180 dias.
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“Nunca trabalhei na vida, eu faço o que me dá prazer”; morre Jesus Pfeil aos 85 anos

Morreu no domingo, 24, o cineasta, historiador e escritor, e figura ilustre de Canoas, Antonio Jesus Pfeil. O prefeito de Canoas, Jairo Jorge, decretou três dias de luto oficial. O velório acontece nesta segunda-feira, até 17 horas, no Crematório de Cemitério São Vicente, em Canoas.
Antonio Jesus Pfeil nasceu em 7 de outubro de 1939, na área de Canoas que posteriormente foi emancipada e se tornou Nova Santa Rita. Cineasta, historiador e pesquisador do cinema gaúcho, estudou no Colégio La Salle e passou pelo serviço militar. Em 1960, atuou como ator no Teatro Brasileiro de Comédias, que estava com uma peça em cartaz no Theatro São Pedro. Na ocasião, subiu ao palco ao lado de Nathália Timberg e Leonardo Villar.
Seu primeiro curta-metragem, Cinema Gaúcho dos Anos 20, participou da mostra do Festival de Cinema Brasileiro de Gramado e, em 1974, recebeu um prêmio especial no mesmo festival. Além da carreira como cineasta, Jesus também conquistou espaço como pesquisador, autor de artigos e, paralelamente, atua como participante de conferências e de comissões julgadoras em festivais e outros eventos ligados à História do Cinema Gaúcho e Brasileiro.
Resgate
Como escritor e historiador, Jesus tem profunda contribuição para o resgate histórico da cidade. Ele é autor da coleção Canoas: Anatomia de Uma Cidade, e organizador do livro Origens de Canoas, que conta com artigos de Edgar Braga da Fontoura, primeiro prefeito do município. Estas são apenas algumas dentre muitas obras de Jesus no cinema e na literatura.
No ano 2000, Jesus recebeu uma justa homenagem pela sua contribuição para a cultura na cidade. A biblioteca da Escola Municipal Ícaro foi inaugurada e, desde então, se chama Biblioteca Antonio Jesus Pfeil.
Prazeres
Ao ser indagado pelo O Timoneiro, em 2018, sobre como enxerga a importância de seu trabalho para o meio cultural e para Canoas, Jesus, sempre bem-humorado, brinca: “Trabalho? Que trabalho? Eu nunca trabalhei na vida, eu só tenho prazeres, só faço o que me dá prazer”.
“As pessoas me perguntam ‘Jesus, qual é a novidade hoje?’, e eu respondo: ‘Olha, de manhã eu abri os olhos e estava vivo, não morri dormindo. Vamos ver o que acontece hoje’. Eu sempre digo, e disse no filme Jesus – O Verdadeiro, é que meu futuro foi ontem e não tem como saber o que vai acontecer hoje. Sobre o que eu já vivi, eu posso falar. Meu primeiro Kikito em gramado eu ganhei em 1974 e foi o primeiro Kikito gaúcho do festival. Eu gosto de trabalhar com História porque filme de ficção todo mundo faz e faz igual hoje em dia, só muda o nome dos personagens e o título, é sempre o mesmo roteiro. Um filme que eu fiz e gosto de destacar é o Porto Alegre, Adeus…! É uma carta que eu escrevi ao Glauber Rocha. E o Glauber Rocha tinha aquela frase que dizia que tinha que ter uma câmera na mão e uma ideia na cabeça. Pensando bem, hoje em dia as pessoas, muitas vezes, têm a câmera na mão, mas não têm a ideia na cabeça, por isso fazem tanta coisa igual”.
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