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07/07/2024
 

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Nove escolas de Educação Infantil são de fachada

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Denúncia feita aos Ministérios Públicos Estadual e Federal pelo ex-Procurador diz que são 1.683 alunos fantasmasfachada

O ex-Procurador-Geral do município, José Carlos Duarte, protocolou na Procuradoria da República e no Ministério Público Estadual da cidade uma denúncia contra o prefeito de Canoas, Jairo Jorge da Silva (PT), a Associação Educacional Primeira Infância Melhor (Assocepim) e o instituto Anjos e Marmanjos. Nela o advogado denuncia a contratação em 13 e 14 de janeiro de 2015 de instituições para o serviço de gestão de escola de educação infantil. Segundo ele, porém, nove dos contratos foram celebrados de forma irregular e ilegal por não existirem as escolas onde supostamente estariam as crianças.

Em uma das situações, no bairro Harmonia, a escola simplesmente não estava no local. “Nos deparamos com situações as mais incomuns e diferentes entre si, quando da ida até estes endereços e para exemplificar, um terreno baldio na rua Rio dos Sinos nº 1475, Bairro Harmonia, sem qualquer indicativo ou obras em andamento e onde consta, pelo contrato, seria a EMEI Vila Cerne”, diz no texto.

No bairro Niterói, segundo ele, também há irregularidades. “Outro local que chamou a atenção de maneira especial, foi o endereço na Rua Itamar de Mattos Maia n° 1285, Vila João de Barro, Bairro Niterói, porque aí nesta rua nem conseguimos localizar o n° 1285 onde deveria existir a EMEI Itamar de Mattos Maia”, informa.

Denuncia também as Escolas Municipais de Ensino Infantil (EMEIs) Mato Grande, que já deveria estar construída na rua Roberto Francisco Behrens e a Central Park, que há indícios de obras por realizar. “Foi contratada formalmente a gestão de escolas, que não exitem, e que totalizam 1.683 vagas de berçário, maternal I e II, Jardim I – meio turno e Jardim II – meio turno”, argumenta.

A Prefeitura mantém um contrato de prestação de serviços continuados de Gestão de Escola com essas entidades. No caso da Assocepim, a EMEI Julieta Balestro, no bairro Igara, detém 190 vagas e recebe, mensalmente, R$ 62.618,92, o que equivale a R$ 751.427,04 ao ano. Na EMEI Vila Cerne, no Harmonia, os mesmos valores e o mesmo número de vagas. A associação administra também as escolinhas EMEI Vó Nelsa (R$ 54.462,92 /mês) e EMEI Pôr do Sol (R$ 62.618,90/mês), no Guajuviras, EMEI Pitangueiras (R$ 62.618,92/mês) e EMEI Verdes Campos (R$ 62.618,92/mês), no Harmonia, EMEI Jardim Atlântico (R$ 62.618,92/mês), no Estância Velha, e EMEI São João (R$ 62.618,92/mês), no bairro Olaria.

Nas EMEIs Vó Lola e Itamar de Mattos Maia, no Niterói, administradas pelo Instituto Anjos e Marmanjos, o número de vagas é diferente. São 163 vagas na primeira, com um custo mensal de R$ 53.133,94 e 190 na segunda, por R$ 60.673,16. Administra também as escolinhas EMEI Campos Veronese (R$ 60.673,16/mês), no bairro Fátima, EMEI Primavera ((R$ 60.673,16/mês), no Rio Branco, EMEI Mato Grande (R$ 60.673,16/mês) com 190 vagas e custo total de R$ 728.077,092 e a EMEI Central Park (R$ 60.673,16/mês) com 190 vagas e custo total de R$ 728.077,092.

Funcionários sem experiência

Em abril, com matéria assinada por Bruno Lara, OT veiculou reportagem sobre a forma de contratação dos profissionais que trabalham nas EMEIs administradas pela associação na escola Irma Chies Stefani, no Pitangueiras. Em visita da equipe na unidade outras demandas foram questionadas como as salas de aula em desuso por falta de equipamentos, inclusive banheiro para deficientes; A luz elétrica proveniente de um “gato” do vizinho; Um cabo de alta voltagem caído dentro do pátio da escola, que deveria ser utilizado apenas no ato de inauguração; Falta de luz elétrica com periodicidade semanal; Falta de alimentos, os quais ainda não foram destinados a instituição; Uniforme básico para as funcionárias da cozinha com tocas e luvas; Telefone fixo; E material para se trabalhar em sala de aula. A equipe de reportagem presente no local presenciou a grama alta no espaço destinado a brinquedos e foi retirada das instalações por uma funcionária administrativa falando em nome da Assocepim. Na oportunidade, a Prefeitura de Canoas informou que a escola ainda não tinha sido recebida pela fiscalização.

O que diz a Prefeitura

“A Prefeitura está efetuando a apuração dos fatos, tendo sido determinada abertura de sindicância em setembro de 2015, devendo estar concluída em meados de janeiro de 2016. Trata-se de processo excepcional e temporariamente sigiloso, até que esteja concluída a apuração, nos termos da Lei Fede-ral n. 12.527/2011 e Decreto Municipal n. 391/2013”, respondeu.

TCE aponta que faltam 10,7 mil novas vagas

egundo dados divulgados pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), na quarta-feira, 25, no estudo Radiografia da Educação Infantil no Rio Grande do Sul, apontou que em 2014 Canoas ofereceu um déficit de 94,5% no número de vagas para as crianças de 0 a 3 anos de idade, o que corresponde a 361 vagas criadas. Para as de 4 a 5 anos o déficit foi maior, de 95,5%, com 230 vagas criadas no período. Ao total, faltam mais de 10 mil vagas no município de Canoas.

Conforme estabelece o Plano Nacional de Educação (PNE), até 2024, 50% das crianças até 3 anos de idade devem estar em creches. As de 3 a 5 devem estar na pré-escola sem acessão até o próximo ano. Segundo o estudo, Canoas está entre os municípios que tiveram o desempenho mais reduzido entre os que tinham a necessidade de criar mais de 500 vagas na pré-escola e foi citada como um dos “piores desempenhos” no índice de atendimentos.Em todo o estado, faltam 172 mil vagas. Do total, segundo o TCE, 98.287 mil corresponde à necessidade de oferta em creches e 73.788 na pré-escola. O presidente do TCE-RS, Cezar Miola, destacou que o levantamento tem estimulado a ampliação do número de vagas. “Sabemos que são as crianças das famílias de menor renda que dependem desse atendimento”, disse. O estado pulou da 19 ª para a 10ª posição no Brasil.

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Prestes a completar 85 anos, Canoas olha para o passado para projetar o futuro

Redação

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Prestes a completar 85 anos, Canoas olha para o passado para projetar o futuro - Enchente 67
por Marcelo Grisa
marcelogrisa@gmail.com

A cidade de Canoas completa 85 anos de emancipação política no dia 27 de junho, enquanto ainda se recupera da maior tragédia de sua história.

As chuvas que atingiram o RS entre o final de abril e o começo de maio de 2024 entraram para a história em todo o Estado. Em Canoas, entretanto, mais de 60% da área urbana da cidade ficou debaixo d’água.

O Grupo O Timoneiro, no objetivo de discutir os rumos do município e para que a importância desse assunto não seja esquecida, foi atrás de histórias anteriores a que os canoenses vivem hoje.

Fala-se muito nas enchentes de 1941, que definiram políticas para as décadas seguintes em Porto Alegre e na Região Metropolitana. Entretanto, os mais antigos lembram-se também de 1967, quando muitos dos bairros que alagaram no mês passado.

Falamos com algumas dessas pessoas que já sabem, a 57 anos, o que é passar por uma enchente.

Primeiras memórias

Zenona Muzykant, de 85 anos, havia chegado a Canoas, vinda de Dom Feliciano, a menos de dois anos quando as águas atingiram a cidade.

Então moradora do Mathias Velho, ela se recorda de ficar confusa ao receber informações, já que pouco conhecia Canoas à época. “A gente ficava sabendo das coisas por quem passava na rua”, relata.

Na época, Zenoma Muzykant estava em Canoas a apenas dois anos

Na época, Zenoma Muzykant estava em Canoas a apenas dois anos

A água chegou até a metade das janelas da sua casa, na Rua Maceió. “O pessoal levantou tudo, não perdemos muita coisa. Mas muitos parentes meus perderam tudo que tinha em casa”, aponta Zenona.

A sensação que ela tem com a enchente de 2024 é bem diferente. “Parece que muito mais gente foi atingida dessa vez”, diz.

Entretanto, para a moradora do bairro Igara, o mais importante é a manutenção da vida. “O resto se batalha e consegue com garra, vontade e fé.”

Socorrista e resgatado

Samuel Eilert resgatava pessoas de barco na enchente de 1967

Samuel Eilert resgatava pessoas de barco na enchente de 1967

Samuel Eilert nasceu no bairro Rio Branco e, como ele mesmo diz, cresceu na beira do Rio Gravataí. Os diques estavam em construção, e a estrutura que foi afetada em 2024 não estava pronta em 1967.

Então com 23 anos, o professor aposentado saiu pelas ruas junto com seu pai, Douglas, fazendo o que muitos canoenses fizeram em 2024: o resgate dos vizinhos e amigos que não tinham como fazê-lo.

“Naquele momento, os lugares seguros eram dois: a Praça da Igreja ou os trilhos do trem. As pessoas acampavam por lá”, relembra.

Com menos informações a respeito dos rios do que hoje em dia, Samuel diz que não era possível prever o que aconteceria em seguida. “Auxiliávamos e esperávamos. Eu conhecia o terreno, mas nunca tinha visto algo assim”, explica.

Em 2024, o professor Samuca, como muitos ex-alunos o chamam, esteve do outro lado da mesma situação. No mês passado, ele foi resgatado em sua casa por um grupo de jovens em um barco.

“Me senti da mesma forma quando eu resgatava, lá em 67. A juventude salva”, afirma.

Samuel acredita que, assim como no passado, os fatos recentes farão com que os rios não se comportem mais da mesma forma. “A gente precisa que o poder público se prepare de outras formas agora”, diz.

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Prefeitura de Canoas disponibiliza formulário para população se cadastrar no Auxílio Reconstrução do Governo Federal

Redação

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Prefeitura disponibiliza formulário para população se cadastrar no Auxílio Reconstrução do Governo Federal

Todos os canoenses que residem em regiões atingidas pela enchente já podem se cadastrar no formulário disponível pela Prefeitura, para terem acesso ao Auxílio Reconstrução do Governo Federal.

A iniciativa vai garantir R$ 5,1 mil diretamente à população, com pagamento realizado pela Caixa Econômica Federal, via PIX. O município cadastrou todos os CEPs das áreas afetadas. O programa não possui nenhum corte ou limitação de renda, nem a necessidade de inscrição no CadÚnico.

Os canoenses devem realizar o cadastro neste link.

Após o cadastro, a pessoa indicada como responsável deve acessar um sistema do Governo Federal, que será aberto na próxima segunda-feira (27/05), para confirmar o pedido. É necessário ter uma conta GovBr. Quem já possui conta na Caixa receberá o dinheiro diretamente nela. Para quem não tem, será aberta automaticamente uma poupança, onde será depositado o benefício.

No momento do cadastro, os canoenses devem preencher as seguintes informações:

– Nome completo e CPF do responsável da família;
– Nome completo e CPF de todos os outros membros da família;
– Endereço completo e CEP.
– Telefone de contato

*Após a inscrição, o morador deve assinar uma autodeclaração se responsabilizando pelas informações prestadas.

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DESASTRE NO RS: Total de mortos sobe para 83; 111 estão desaparecidos

Redação

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DESASTRE NO RS: Total de mortos sobe para 83; 111 estão desaparecidos

Na manhã desta segunda-feira, 6, um boletim divulgado pela Defesa Civil apontou que o número de mortos em decorrências das chuvas e enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul subiu para 83. Ainda estão sendo investigadas outras 4 mortes, e há 111 desaparecidos e 276 pessoas feridas.

De acordo os dados da Defesa Civil, 141,3 mil pessoas estão fora de casa, sendo 19,3 mil em abrigos e 121,9 mil desalojadas (na casa de amigos ou familiares). Ao todo, 345dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 850  mil pessoas.

Risco de inundação extrema

O nível do Guaíba, em Porto Alegre, está quase 2,30 metros acima da cota de inundação. Em medição realizada às 5h15min desta segunda-feira, 6, o patamar estava em 5,26 metros. O limite para inundação é de 3 metros.

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