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18/09/2025
 

Comunidade

Para metalúrgicos da MWM, sindicato falhou na negociação

Empresa fechou as portas, definitivamente, na última sexta-feira, 12. Metalúrgicos reclamam

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Vitor é uma das lideranças dos trabalhadores do MWM. Foto: Bruno Lara/OT - arquivo

Vitor é uma das lideranças dos trabalhadores do MWM. Foto: Bruno Lara/OT – arquivo

O convidado do programa OT Notícias da última sexta-feira, 12, foi Vitor Luiz Schwertner, um dos líderes. Para a web rádio canoense, Vitor, que é um dos líderes dos metalúrgicos que trabalham na fábrica levantou temas importantes. Em seu entendimento, houve uma falha política nas tentativas de manter os mais de 1.300 postos de trabalho que a empresa mantinha.

“Os metalúrgicos de Canoas estão de luto, pois hoje é o encerramento das atividades da segunda maior fábrica de Canoas. O processo começou com a denúncia de O Timoneiro. Nós éramos 1.300 trabalhadores e hoje se vão os últimos 200”, comentou.

O processo se finalizou por volta das 10 horas da manhã. “Entramos com o último motor na linha e nesse momento se finalizou a produção. Foi o encerramento das atividades”, lamentou o trabalhador.  A empresa se instalou no município em 1995, comprando parte de outra empresa, a Massey Fergusson.

Em 2011, no auge, foi então firmado um contrato com a multinacional General Motors (GM) para a fabricação, segundo Vitor, de 45 mil motores por ano. “Eles fizeram uma antecipação do encerramento deste contrato. Ele iria até outubro de 2018, então houve uma negociação entre as duas empresas que acharam mais conveniente e lucrativo encerrar este contrato. A Caminhonete a qual nós fabricávamos o motor, a S10, ainda é líder de mercado. Então de algum lugar esses motores devem vir”, salienta.

 

Fábrica de caminhões fantasma

Segundo o metalúrgico, um dos motivos de indignação é que o prefeito Jairo Jorge (PT) estava presente quando se inaugurou uma fábrica de caminhões, mas não quando a mesma fechou. “Uma fábrica fantasma, que foi usada para, na verdade, transferir a usinagem para São Paulo, que tinha um centro de usinagem, e se colocou uma fábrica de caminhões da International dentro deste pavilhão”, denuncia Schwertner.

“Essa fábrica estava em Caxias, mas é um modelo de caminhões que não conquistou o mercado. Um caminhão ultrapassado americano, então se pegou dinheiro público para instalar esta fábrica. Hoje ela está cheia de caminhões parados porque ainda tem envolvimento com o dinheiro público e eles não podem terminar com o CNPJ. Puxaram todos os caminhões para dentro da fábrica onde era a linha de montagem. Deve ter mais de 50, 60 caminhões parados, de fachada, como se houvesse a fábrica. Funcionou um ano no mesmo endereço. Exatamente um ano”, explica o trabalhador.

Esses motores, segundo ele, eram montados em Caxias, com uma parceria. “Prepararam a fábrica para vender, para fazer uma parceria com um grupo chinês de caminhões. Para que este negócio fosse viável, eles fizeram uma linha de caminhões dentro dessa fábrica. E aí começa a briga com a GM. Uma briga combinada entre as duas partes, pois era interessante, naquele momento, romper o contrato para conseguir instalar uma fábrica de caminhões. E naquela época, de um a um ano e meio atrás, os chineses ainda vinham investindo muito no Brasil. Então se viu uma grande oportunidade de fazer uma parceria com um grupo chinês e por isso se começa a desativar a fábrica de motores. A parceria não se concretizou. Fizeram um mal negócio, mas um negócio planejado”, diz.

Essa fábrica, conforme informou Victor, tem várias linhas de financiamento, das quais a empresa foi beneficiada para se instalar em Canoas para vender motores. “Tinha uma reposição de peças que veio a dez anos para Canoas que é um centro de distribuição de peças, uma logística, um negócio milionário, com uma renda mensal de 30 milhões. Faturava 1 milhão por dia. Tava a todo o vapor e se transferiu para São Paulo. Há exatamente 20 anos atrás, quando veio motores para Canoas, também veio com incentivos fiscais. Terminou, eles erguem a bandeira e vão embora”, critica o metalúrgico que fala em nome dos demais.

 

Denúncia ao vento

O deputado estadual Pedro Ruas (PSOL) foi quem representou os trabalhadores da MWM na Assembleia Legislativa, “mas não teve o respaldo que achávamos que iria ter”, salienta. O parlamentar orientou os manifestantes a procurar o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Delegacia Regional do Trabalho (DRT). “E nós fizemos todo esse processo. Na delegacia, nós fizemos essa denúncia, mas praticamente foi como fazer uma denúncia ao vento. No MPT, estamos com ela encaminhada, com um abaixo assinado de com mais de 200 pessoas, inclusive anexado a essa denúncia, e estamos esperando o retorno. Está nas mãos do Ministério Público que é a última esperança”, lamenta.

 

Sindicato falhou

Para Vitor, o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Canoas falho no seu dever de lutar pelo direito dos trabalhadores. “Nós estamos no processo há um ano e o sindicato dos metalúrgicos de Canoas, através da sua direção, até este momento, não foi realizada nenhuma assembleia com os trabalhadores para discutir a situação”, denuncia. “Um sindicato que sempre foi a vanguarda da luta em Canoas, que saiu as grandes lideranças políticas Marco Maia, (Paulo) Paim, Nelsinho Metalúrgico. Porque não conversar com os trabalhadores? Por que não fazer uma assembleia? Estava em jogo comunidades de Canoas, uma boa parte. Quantas pessoas foram largadas na rua?”, questiona as lideranças municipais.

“Estava conversando ontem com os primeiro que saíram, que já fecha um ano. A grande maioria não conseguiu nada. Nem se quer uma entrevista para um emprego”, conta.

Para Vitor, um dos grandes problemas foi o modo como se deu a negociação. “A comissão negociou a portas fechadas. Não envolveu os trabalhadores, não perguntou se os trabalhadores estavam dispostos a isso. Os supervisores passaram postos por postos de trabalho obrigando os trabalhadores a assinar. Intimidando. Essa foi a assembleia falcatrua que o Paim se referiu”, faz menção a última reportagem publicada por O Timoneiro anteriormente.

 

Sem assembleia?

Por mais que o diretor diga que participou pessoalmente das conversas com a comissão e os trabalhadores, alguns acreditam que não seja verdade. “Tenho um abaixo assinado que garante que os trabalhadores não realizaram nenhuma assembleia. Eles (sindicato) negociaram a participação dos lucros e uma comissão de fábrica, a qual eu também fiz parte por três anos. Aproveitaram um momento que a grande maioria da fábrica estava de férias por a produção ser baixa, estávamos em férias coletiva. Apenas um setor, o dos caminhões, com 36 trabalhadores, estava na ativa. Ele foi, juntamente com o diretor da empresa, e apresentou aquela lista para pegar as assinaturas renovando a comissão de fábrica, colocando nomes completamente desconhecido, que nunca estiveram a frente dos trabalhadores, uma comissão para que a empresa pudesse negociar como ela quisesse, essa é a denúncia que estamos fazendo. E com os trabalhados assustados, perdendo o empregos, coletaram assinaturas sem expor realmente o que estava acontecendo”, dá a sua versão.

 

Com assembleia

Para Cledenir Dias Paim, diretor do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Canoas, a informação do metalúrgico não condiz com a verdade. “Foi feita assembleia. Uma assembleia é o começo de um processo. Todos os acordos a gente deposita no Ministério do Trabalho. Todos os acordos são depositados. Não é verdadeiro. Tem assinaturas da maioria”, comenta.

O diretor admite que alguns não foram acompanhados. “Tem um turno, de umas 40 pessoas, que não foi acompanhado pelo sindicato. Tinha uma turma que estava retornando, era o primeiro dia de trabalho, às 6 horas da manhã, eu falei na assembleia. A comissão mais três pessoas colocou. Quem tem que dar proposta não é o trabalhador, mas a empresa”, afirma.

“A pessoa que se sentir lesada pode procurar os seus direitos”, garantiu o diretor sem se ater as demandas políticas. “Eu nego isso. Houve uma fala com a comissão de negociação e depois foi estendida a todos os demais envolvidos”, argumentou. Segundo ele, a acusação de uma comissão fantasma é descabida.

Isto porque a mesma constituída dentro da própria empresa, por pessoas que lá trabalham. “É uma comissão constituída dentro do chão de fábrica com aclamação dos demais, da maioria, e isso também está no mediador. Qualquer problema é ir ao Ministério do Trabalho”, conclui.

 

Pegar ou largar

Para Vitor, o que o sindicato chama de assembleia foi, na verdade, o anúncio do fechamento da empresa. “Ele diz que houve assembleia quando o diretor da empresa, senhor Paulo Borba, anuncia o calendário de fechamento da empresa. Ele faz o pronunciamento, reúne toda a fábrica, sem a participação de nenhum diretor de sindicato, e faz o pronunciamento do fechamento da empresa e o pacote de como iria ser”, afirma.

Para o metalúrgico tudo isso é muito estranho. “Um contrato milionário que foi rompido com a GM que tinha uma multa rescisória inicial de R$ 150 milhões. E quem está pagando nossa rescisão hoje é a GM, dando dois salários e meio a mais das pessoas que estão indo para a rua. O sindicato não teve participação nenhuma nisso. O próprio Paulo Borba disse: “eu não dei oportunidade para negociação. Era pegar ou largar”. Cadê o sindicato que fazia a luta? Com 1.300 trabalhadores dispostos a luta. Porque ela não foi feita?”, questiona

 

 

Ouça entreviste de Victor ao programa O Timoneiro Notícias na sexta-feira, 12:

 

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Programa de benefício de R$ 2 mil a famílias afetadas pelas chuvas de junho retoma cadastramento

Redação

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Programa de benefício de R$ 2 mil a famílias afetadas pelas chuvas de junho retoma cadastramento

O cadastramento para o programa Volta por Cima já está aberto em Canoas. A medida é voltada a famílias atingidas pelas chuvas e enchentes ocorridas entre 14 e 20 de junho de 2025 e segue até o dia 5 de setembro, nos CRAS Harmonia, Mathias Velho e Rio Branco, conforme o endereço de residência.

O benefício, no valor de R$ 2 mil em parcela única, é destinado a famílias em situação de vulnerabilidade social que atendam aos requisitos estabelecidos pelo Decreto Estadual 58.235/2025. O objetivo é garantir apoio financeiro emergencial às pessoas que não foram identificadas automaticamente pelo mapeamento do governo estadual.

Podem solicitar o benefício as famílias que:

  • Tenham sido desabrigadas ou desalojadas em razão das chuvas intensas e enchentes de junho de 2025;
  • Não tenham sido identificadas automaticamente pelo mapeamento do governo estadual;
  • Residam em município com decreto de situação de emergência ou calamidade pública homologado pelo Estado;
  • Estejam inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) como pobres ou extremamente pobres, com atualização nos últimos 12 meses.

Segundo o secretário de Assistência Social, Márcio Freitas, o cadastramento representa uma oportunidade de reparação para as famílias que ainda não tinham sido contempladas,

“O programa busca assegurar que todas as pessoas em situação de maior vulnerabilidade, impactadas pelas chuvas de junho, recebam o benefício e possam enfrentar este momento com mais dignidade”, destacou.

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Governo do Estado paga mais de R$ 1,3 milhão do Programa Volta por Cima a famílias atingidas pelas chuvas de junho

Redação

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Programa de benefício de R$ 2 mil a famílias afetadas pelas chuvas de junho retoma cadastramento

O governo do Rio Grande do Sul realizou, nesta quarta-feira, 20, o pagamento de R$ 1,3 milhão em benefícios do Programa Volta por Cima para famílias afetadas pelas chuvas e enchentes registradas entre 14 e 20 de junho de 2025. Os valores foram creditados no Cartão Cidadão de 686 famílias de nove municípios, concluindo o sexto lote da iniciativa.

Com esse repasse, o programa já soma mais de R$ 5,3 milhões destinados a famílias em situação de vulnerabilidade. Cada núcleo familiar desalojado ou desabrigado recebeu R$ 2 mil, conforme critérios definidos em decreto estadual, que incluem comprovação de residência em áreas atingidas, cadastro atualizado no CadÚnico e reconhecimento da situação de emergência ou calamidade no município.

O benefício é gerido pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes), com apoio da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), da Secretaria da Fazenda (Sefaz) e do Banrisul. Inicialmente, o governo havia destinado R$ 4 milhões ao programa, ampliados com um novo aporte de R$ 1,3 milhão.

As famílias contempladas foram identificadas por meio de mapeamento das áreas afetadas, realizado com imagens de satélite e cruzamento de dados oficiais, em parceria com prefeituras. Em casos excepcionais, municípios poderão cadastrar beneficiários não incluídos automaticamente.

O pagamento é feito pelo Cartão Cidadão. Quem já possui o documento pode acessar o recurso imediatamente. Para os novos beneficiários, o cartão estará disponível para retirada em agências do Banrisul a partir de 4 de setembro, com prazo até 30 de novembro. Valores não resgatados até essa data retornarão aos cofres públicos.

Todas as informações sobre os repasses estão disponíveis no Portal da Transparência do Estado. Denúncias podem ser encaminhadas pela Central do Cidadão.

Nesta etapa, foram contemplados moradores de Eldorado do Sul, Esteio, Mata, Nova Santa Rita, Restinga Sêca, Rio Pardo, São Vicente do Sul e Sapucaia do Sul e Triunfo.

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XVI Conferência Municipal da Assistência Social reúne comunidade e entidades em Canoas

Redação

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XVI Conferência Municipal da Assistência Social reúne comunidade e entidades em Canoas

Na quinta-feira, 14, a Associação Pestalozzi de Canoas foi palco da XVI Conferência Municipal da Assistência Social, que teve como tema “20 anos do SUAS: Construção, Proteção Social e Resistência”. O evento reuniu usuários, trabalhadores, entidades e gestores da política de assistência social, promovendo debates e a troca de experiências.

O objetivo, conforme a gestão municipal, foi fortalecer as ações de assistência social no município, com espaço para discussão sobre políticas públicas municipais, estaduais e nacionais. Para Edina Aparecida Alegro, presidente do Conselho Municipal de Assistência Social, “estamos aqui num momento muito importante de fala para tratar de políticas ligadas à assistência social em todas as esferas”.

Participante do encontro, Paola Estalamartes, integrante da Associação das Senhoras das Campanhas dos Bebês, destacou a relevância do apoio recebido: “Somos gratos pelo apoio da Prefeitura e de instituições parceiras. Nosso foco é trabalhar o fortalecimento do vínculo familiar”.

Representando a gestão municipal, o secretário de Assistência Social, Márcio Freitas, reforçou o compromisso com a área: “Estamos participando deste grande evento com o comprometimento de manter e ampliar as políticas públicas de assistência social, voltadas especialmente para a população que mais precisa”.

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