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12/09/2024
 

Paralimpíadas 2024

Canoense Reinaldo Charão representará o Brasil na modalidade Tiro com Arco; confira entrevista

Redação

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O paratleta canoense Reinaldo Charão, da modalidade de Tiro com Arco, foi convocado para representar o Brasil nas Paralímpiadas de Paris 2024

O paratleta canoense Reinaldo Charão, da modalidade de Tiro com Arco, foi convocado para representar o Brasil nas Paralímpiadas de Paris 2024.

Charão treina no Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro (CTPB), no ginásio São Luís, em Canoas, tanto na pista Indoor, quanto no outdoor. O canoense, que busca seu maior desafio, já está concentrado em Paris, onde ocorrem os jogos Paralímpicos 2024, entre 28 de agosto a 8 de setembro.

O paratleta canoense Reinaldo Charão, da modalidade de Tiro com Arco, foi convocado para representar o Brasil nas Paralímpiadas de Paris 2024

O paratleta canoense Reinaldo Charão, da modalidade de Tiro com Arco, foi convocado para representar o Brasil nas Paralímpiadas de Paris 2024

Charão conversou com O Timoneiro direto de Paris poucas horas antes de competir. Confira os principais destaques deste bate-papo.

OT – Para começar, você pode contar um pouco da sua história dentro do esporte?

Charão – Eu comecei em 2017 com 40 anos de idade pela RS Paradesporto em Porto Alegre, iniciei no basquete e em seguida também fiz aulas de tiro com arco, no Parobé também em Porto Alegre, porque era um espaço perto do meu trabalho, no Tribunal de Contas, então eu conseguia sair do trabalho, fazer as aulas de tiro com arco e também em seguida ir para o Ginásio Tesourinha e fazer o treino de basquete.

Então em 2017, eu iniciei as aulas de tiro com arco. Em 2018, fiz alguns campeonatos internos, da própria escola, e cheguei a participar de um campeonato field, um campeonato de campo regional, era aqui do Rio Grande do Sul. Só com um tipo de arco, foi o arco recurvo. No final de 2018, começo de 2019, eu decidi pelo arco composto, e aí, no começo de 2019, comecei a competir para valer.

Logo, minha trajetória começa no alto rendimento em 2019. Fui campeão gaúcho indoor, vice-campeão gaúcho outdor, também consegui pela primeira vez no final de 2019, passar a nossa seletiva para a Seleção Brasileira Paralímpica de tiro com arco, então, foi um ano bem bacana assim, poderia ter sido um pouquinho melhor se não fosse a pandemia em 2020.

Só que aí eu foquei bastante nos treinos em 2020, e em 2021 retornei para a seleção, e consegui meu primeiro campeonato brasileiro em 2021, sempre treinando numa praça do lado de casa, em Canoas, infelizmente no final de 2021 a praça foi cedida para a escola do município, no Mato Grande, foi quando eu comecei a estreitar a relação com a Secretaria de Esportes para conseguir um local para mim, já que eu estava sendo convocado pela primeira vez para participar do Campeonato Mundial.

Foi em fevereiro de 2022 em Dubai, que consegui provisoriamente treinar lá no Eduardo Gomes, na parte onde eram os antigos piquetes, lá eu fiquei 8 meses, isso no começo de 2022. Fui para esse mundial, fiz a minha classificação internacional, foi uma baita experiência, eu não tinha ainda nenhuma noção de como era participar de uma seleção e viajar, e de cara fui para o mundial, então foi bastante válido nesse sentido.

OT – O que é mais difícil no dia a dia de um atleta?

Charão – No dia a dia de treino realmente é ter um local apropriado com condições de treinamento, com segurança com uma mínima infraestrutura. O alto rendimento requer isto, uma boa infraestrutura para se treinar com tranquilidade

OT – Como você vê o apoio do Município de Canoas para o desenvolvimento do esporte paralímpico?

Charão – É importante com a abertura dos editais. O ideal é que se tivesse uma rubrica maior para o paradesporto e para o tiro com arco. Seria um resgate histórico para a cidade, como nos anos 90 e 2000, quando Canoas valorizou muito o tiro com arco, tendo um atleta olímpico no esporte. Hoje no município contamos com um projeto que é o quinto maior do Brasil. Mas ainda é preciso um olhar maior para o esporte.

OT- O que você aprendeu com o esporte que leva para outras áreas da sua vida?

Na verdade, eu aplico no tiro com arco aquilo que aprendi na vida, por exemplo, o fato de ser estudante de concurso público, então a gente sabe que tem que estudar e fazer prova, estudar e fazer prova, o esporte é isso, o tiro com arco é isso, aplicar técnica, desenvolver a técnica e fazer prova, então a gente não vai ser campeão no primeiro campeonato, com certeza não, é muito raro isso acontecer, é assim como passar numa prova de concurso público, então as pessoas precisam compreender assim, a gente precisa, diferente daquelas que tem algum dom específico, a grande maioria das pessoas tem que desenvolver a sua inteligência e isso o esporte se aplica exatamente nisso, o fato de entrar na modalidade.

O esporte traz essa questão de ter a disciplina de poder desenvolver uma metodologia, acompanhar essa metodologia, ter a disciplina e a determinação para fazer sempre aquilo ali e acreditar que pode evoluir. Na vida, se a gente quer alguma coisa, a gente tem que começar estudando, vendo o que vai fazer, aplicando, e aí quando vê, tá crescendo naquilo ali, virou uma profissão, e a pessoa nem percebe que é uma profissão, quando vê ela é uma profissional. Então, basicamente é isso, assim, eu acho que o esporte ajuda muito nesse sentido.

OT – O que significa estar em Paris nestas Paralímpiadas?

Charão – Estar no Brasil Paralímpico, e competir nas paralimpiadas que é o terceiro maior evento esportivo do mundo, é olhar para o passado, ver as conquistas e o resultado do trabalho. Quando lançamos o projeto em 2021, e conquistamos o campeonato brasileiro, já tínhamos o objetivo de estar em Paris agora em 2024. Conquistei a vaga me mantendo entre os melhores no ranking do país.

OT – Quais as perspectivas nas provas da tua modalidade

Charão – Aqui temos praticamente dois campeonatos, o individual e por equipe. No individual é muito difícil conquistar uma vaga, porque temos uns 5 ou 6 atletas mais experientes, e são os favoritos, têm mais chances com mais participações em campeonatos mundiais, tenho apenas duas participações, e todos estão aqui.

Sendo bem sincero não tenho a expectativa de medalhas mas quero fazer o meu melhor aqui. Já na equipe mista sim, pois somos vice campeões mundiais no ano passado e fizemos uma boa temporada de treinos na Alemanha. Estamos em segundo lugar no ranking, e temos umas seis duplas disputando vagas contando com a gente. Vamos sim, tentar buscar esta inédita medalha para o Brasil.

Orgulho para Canoas

Conversamos também com a secretária de Esportes e Lazer de Canoas, letícia Boll Vargas, que destacou ser um orgulho para os gaúchos estarem representados.

“A cidade precisa reconhecer o empenho e a grandeza de ter um representante paraolímpico do nível do Charão. Mesmo com todas as dificuldades e o campo de treinamento atingido pela enchente, ele chegou lá! Nosso foco na Secretaria hoje é a reconstrução do espaço para retorno dos treinamentos do Tiro com Arco. E uma grande torcida para nosso atleta paraolímpico Reinaldo Charão, voltar de Paris com a medalha”, finalizou Letícia.

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