Opinião
Paulo César de César: “Obrigado, meu pai, por tudo que fizeste por nós”

De Filho para PAI
UMA JORNADA INSPIRADORA
João César, filho de Teodomira Jardim César e Antônio César, nascido na cidade de Porto Alegre em 04.02.1935. Ficou órfão de pai e mãe muito cedo, não sabia precisar a idade, assim como não sabia precisar o que havia acontecido com os pais, provavelmente, ficou órfão ao redor dos 6 anos de idade, tendo ido morar em uma fazenda de um tio no município de São Pedro do Sul, interior do Rio Grande do Sul. Entretanto, por razões não sabidas, não ficou muito tempo com esses familiares e foi acolhido por outro familiar de nome Antílio, desta vez no município de Ubiretama, também no interior do Rio Grande do Sul.
Aos nove, talvez dez anos de idade, órfão de pai e mãe acolhido por familiar em Ubiretema, lá começou a trabalhar em uma serraria de propriedade do Sr. Telmo Mota. Foi acolhido nessa serraria e o Sr. Telmo lhe falou: “aqui vais trabalhar, vais ter onde dormir, vais ter o que comer, vais receber algum dinheiro e se me roubar vais apanhar”, esses foram os termos do seu primeiro contrato de trabalho. Trabalhou nesta serraria por 5 anos, era esforçado, prestativo, adquirindo a admiração dos outros funcionários, mas também era ambicioso, juntava algum dinheiro, mas não o suficiente e tinha intenções maiores na vida. E aos quinze anos, no interior gaúcho, quase seguiu o caminho do mal, pois fora convidado por “amigos” a seguir o caminho do crime e inicialmente ficou tentado pela ideia, mas graças às orientações do Sr. Telmo Mota acabou seguindo o caminho do bem, pois esse disse a seguinte frase: “este menino vai para Porto Alegre estudar e vai ser alguém na vida”.
Aos dezesseis anos de idade, analfabeto, foi trazido pelo Sr. Telmo Mota para Porto Alegre, esse pagou um hotel simples para o João César ficar um tempo e retornou para o interior gaúcho, se encontraram algumas vezes novamente vários anos depois. João César começou a caminhar com as próprias pernas e para poder arcar com seus custos, inclusive o pagamento da escola para, inicialmente, se alfabetizar, começou a trabalhar na construção civil. Esforçado, estudioso, após dois anos em Porto Alegre, foi aprovado no concurso do Banco do Estado (não vou falar qual estado), mas não foi aceito, o motivo foi que não possuía endereço fixo, pois nessa época morava nos prédios em construção onde estava trabalhando. Desapontado com o ocorrido, mas não desmotivado, prestou concurso para o curso formação de sargento do exército brasileiro, sendo aprovado. A partir deste momento ele se sentiu gente, saído do nada e agora sargento do exército brasileiro. Ele sempre dizia: “o exército foi muito importante, foi democrático, não perguntou de onde eu vim e me deu uma oportunidade”.
Cursou o curso de formação de sargentos em Três Corações – MG, sendo incorporado ao exército brasileiro em 09.04.1954. Exerceu suas atividades como militar em Corumbá – MS, Rio de Janeiro – RJ e Porto Alegre – RS. Em 1961, no episódio da Legalidade havia um conflito, o então governador do Rio Grande do Sul Leonel Brizola queria que o então comandante militar da região sul general Machado Lopes desse início a uma ação militar contra o exército do centro do país para garantir a posse do vice-presidente João Goulart. Machado Lopes sentindo sua vida ameaçada pela tensão do momento, solicitou a um major que escolhesse cinco militares de total confiança para serem seus guarda-costas vinte e quatro horas por dia. João César foi um dos cinco escolhidos e durante quase um ano foi guarda-costas do general Machado Lopes, inclusive frequentando as reuniões com o governador Leonel Brizola e em uma dessas reuniões o general falou: “nunca sob meu comando um soldado brasileiro vai derramar sangue de outro soldado brasileiro”. João César nunca perdoou Leonel Brizola por esta tentativa de conflito armado dentro do país, na verdade, uma guerra civil, e durante toda a vida foi um crítico contumaz do ex-governador.
Serviu ao exército brasileiro até 15.09.1967, portanto, mais de 13 anos. Durante o período final no exército prestara e fora aprovado no concurso para delegado da polícia civil, naquele tempo não era necessário ser advogado para ser delegado de polícia. Foi diplomado delegado da polícia civil do Rio Grande do Sul em 04.12.1967, tendo exercido as funções de delegado de polícia em Porto Alegre – RS e Camaquã – RS. Nesta época era casado e pai de dois filhos, uma menina e um menino. Por razões não bem sabidas pediu transferência e foi designado como delegado para o município de Santa Rosa – RS, indo sozinho para esta localidade, tempos depois solicitou o divórcio (na época desquite), algo incomum para a época e muito mal aceito pela sociedade.
Em Santa Rosa desistiu da carreira de delegado e foi trabalhar na junta do trabalho. Foi aprovado no vestibular de direito na faculdade de Santo Ângelo – RS. Ia todos os dias de ônibus, um trajeto de aproximadamente uma hora, e nestas idas e vindas conheceu uma estudante de biologia Ivaldina Bottega, começaram a namorar e casaram em 06.03.1971, inicialmente ela relutou em casar, após saber que ele era um homem desquitado, “imagina casar com um homem desquitado”, mas ela acabou aceitando após João Cesar falar: “ você deve ir pelo seu coração e não pelo que as outras pessoas pensam ou falam sobre o nosso relacionamento”. Foram morar em Santo Ângelo e tiveram três filhos. Formou-se em direito em 18.03.1972 e começou a trabalhar como advogado. Por cobrança e estímulo de sua esposa Ivaldina, a qual inclusive pagou a inscrição no concurso, prestou concurso para oficial do registro de imóveis, sendo aprovado e designado para o município de Marcelino Ramos – RS, onde permaneceu por 3 anos, 6 meses e 14 dias. Durante o seu período em Marcelino Ramos prestou novo concurso para oficial do registro de imóveis para ir a uma entrância superior, foi aprovado e designado para Camaquã. Durante o período em Camaquã prestou concurso para magistratura estadual, foi aprovado, mas não foi aceito e, portanto, não se tornou juiz, o motivo foi, segundo ele, porque era desquitado, algo não bem aceito nos anos 1970. Pela segunda vez na vida foi aprovado em um concurso público, mas não foi aceito. Ficou 4 anos em Camaquã e depois foi removido e designado para o cartório de registro de imóveis de Canoas – RS, o qual assumiu em Janeiro de 1981.
Em Canoas foi o oficial do registro de imóveis por 30 anos, admirado, respeitado, ainda hoje é lembrado como um cartorário exemplar. Teve importante participação política e social, nunca teve cargo político, mas sempre esteve participante na vida política e social do município de Canoas e também em muitas questões do estado do Rio Grande do Sul. Sempre atento às questões sociais ajudava muito os mais necessitados, até porque conheceu o lado duro da vida, pois passou muitas dificuldades em sua jornada.
Era homem experiente, pois viveu muitas coisas na vida, homem de muitos conhecidos e poucos amigos, vou ser injusto esquecendo alguém, mas não posso deixar de citar três pessoas, na comunidade de Canoas, que João César considerava seus amigos: Francisco José Luz (tabelião em Canoas), Jorge Uequed (advogado) e Jandir Copoani (empresário).
Este breve relato é na verdade uma homenagem a meu pai João César, homem que deu uma formação muito sólida de caráter aos filhos. Esta é uma jornada inspiradora, alguém que saiu do nada, alfabetizado aos 16 anos, formou-se em direito e tornou-se oficial do registro de imóveis de Canoas, serve como exemplo de perseverança e força de vontade. Como ele mesmo dizia: “tudo é possível, mas exige sacrifício”.
Obrigado meu pai, agradeço por tudo que fizeste por nós, em nome dos filhos e de sua eterna esposa Ivaldina Bottega César.
Paulo César de César
Opinião
Artigo: “CORAGEM” (por Carlos Marun – advogado e ex-Ministro de Estado)

CORAGEM
“A maior de todas
as virtudes é a
Coragem, até
porque sem ela
nenhuma das
outras pode ser
praticada”
Maya Angelou
Poetisa
Alexandre de Moraes é uma figura singular. Penso até que errou ao determinar a prisão, mesmo que domiciliar, de Jair Bolsonaro. Não vi descumprimento claro pelo ex-presidente das medidas restritivas determinadas por ele próprio na decisão anterior que impôs ao Capitão o uso de tornozeleira eletrônica. Penso ainda que as penas que estão sendo aplicadas aos vandalos golpistas do 08/01/2023 são demasiadamente elevadas, especialmente quando comparadas àquelas aplicadas aos autores de outras crimes, aparentemente mais graves. Porém, isto não desfaz o imenso trabalho relalizado pelo STF em defesa da nossa Democracia, trabalho este que teve como como líder o próprio Ministro.
Todos na vida erramos e acertamos. Os inimigos querem nos medir por nossos erros. Os amigos por nossos acertos. Eu já prefiro medir as pessoas pelo saldo médio. E sem nenhuma dúvida, o saldo médio da atuação de Alexandre de Moraes é altamente positivo.
Uma das características que mais admiro em um ser humano é a coragem. E isto inegavelmente Alexandre possui de sobra.
Enfrentou internamente um movimento político dos mais raivosos da nossa existência enquanto nação que é o Bolsonarismo Fanático. Esteve, hoje se sabe, na lista de alvos da operação “Punhal verde-amarelo” tramada dentro do Palácio do Planalto por auxiliares próximos do ex-presidente. Esteve até sob a mira dos fuzis dos militantes desta seita política que haviam sido escolhidos para por em prática a operação. E nada disto o fez recuar.
Agora, enfrenta sem vacilações o mais poderoso e nefasto ser que existe sobre a terra que é Trump, que ataca nosso país sob aplausos dos entreguistas, que insistem em manter os dentes arreganhados diante desta ameaça a nossa soberania e deste bombardeio a nossa economia.
Há mais de 200 anos conquistamos, não sem luta, a nossa Independência. Hoje assistimos brasileiros apoiarem e até desejarem o retorno do Brasil à condição de colônia. Não existem outros termos. E nem meio termo. Aplaudir ou desejar que ordens de Trump sejam aceitas pelo nosso Judiciário é desejar que o Brasil volte a ser colônia, agora americana no lugar de portuguesa.
E esta conspiração interna sobre a nossa Soberania é feita às claras, sem pudores ou subterfúgios. Há alguns dias discuti isto em um grupo de zap e ouvi de um empresário que nos transformarmos em um protetorado americano não seria um “mau negocio”. Não é fácil lutar contra adversários externos apoiados por americanófilos internos.
A coragem é a primeira qualidade que deve possuir um Advogado. Escrevi este artigo no “Dia do Advogado” e por isto este 11 de Agosto é dia também de homenagearmos Alexandre de Moraes.
Concluo rogando, como nos ensinou o colega Advogado João de Almeida Neto na bela canção “Vozes Rurais”, Que não falte coragem a estes Homens, contra o tempo e aguentando o repuxo, e que diante de estranhas tendências preservem as nossas Independência e Soberania!
CARLOS MARUN – Advogado e ex-Ministro de Estado
Opinião
‘Punição exemplar para dar um basta à violência contra as mulheres’ (por Patrícia Alba – deputada estadual)

Patrícia Alba*
Se a punição severa é a única maneira de frear os crimes contra as mulheres, quando se trata de uma autoridade, como o primeiro mandatário de uma grande cidade como Viamão, a sociedade saúda e aplaude a decisão da Justiça. O prefeito Rafael Bortoletti foi condenado pelo Juizado da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da Comarca de Viamão a mais de nove anos de prisão, por divulgar áudios íntimos trocados com uma mulher e por tentar silenciar testemunhas que poderiam depor contra ele na Polícia Civil.
Em qualquer sociedade, quem ocupa um cargo público deve prezar pelo respeito, integridade física, moral e intelectual dos seus cidadãos. Agora, cabe ao Legislativo municipal a reparação diante do povo de sua cidade. Votos legitimam uma eleição, mas é a conduta e comportamento do eleito que consagra sua permanência no cargo. É imperioso que os vereadores investiguem e até abram um processo para cassar o mandato. Não podem aceitar essa condenação como um evento banal ou de menor importância. Aliás, em qualquer país ou sociedade civilizada, os ocupantes de cargos dessa representatividade já teriam renunciado, imediatamente.
É inaceitável o ato vil cometido contra a vítima que, seis anos depois, ainda é obrigada a se recolher em uma vida de vergonha. Vejam o absurdo: a vítima foi condenada à humilhação, e o agressor segue livre, no comando do sétimo município mais populoso do Rio Grande do Sul.
Vamos acompanhar esse caso de perto, para que a Justiça seja efetivamente cumprida, dando exemplo para os agressores em potencial e evitando outros casos. Sabemos que há muito trabalho e ações a serem feitas para reduzir a violência contra a mulher – seja física ou moral.
Viamão, uma cidade pujante, com um povo ordeiro e trabalhador, uma comunidade em que praticamente a metade da população é de mulheres, tem a oportunidade de mostrar para o Brasil que não aceita nem banaliza a violência, seja contra quem for e de onde venha, principalmente contra as mulheres.
*Deputada estadual (MDB-RS) e presidente da Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia
Opinião
“Oportunidades perdidas!” (Por Carlos Marun – ex-Ministro)

OPORTUNIDADES PERDIDAS!
Por Carlos Marun – Advogado e ex-Ministro
Não exerço atualmente nenhuma função pública e também não sou aposentado. Sou Advogado e Engenheiro e obtenho a remuneração necessária ao meu sustento e de minha família através da prestação de serviços de advocacia e consultoria a particulares. Niels Bohr, ganhador do prêmio Nobel de Física e um dos pais do modelo atômico, declarou em determinada oportunidade: “A previsão é muito difícil, especialmente se for sobre o futuro!”. Pois bem, a obrigação do consultor é opinar, e muitas vezes sobre o futuro. Obviamente não utilizando uma bola de cristal ou poderes extra-sensoriais, mas a lógica somada a razoável conhecimento.
Acordo cedo e diariamente envio para clientes, até as 9hs da manhã, um boletim matinal com análises políticas e jurídicas sobre a vida governamental, jurídica e legislativa do país. No de 3a feira(07/01) passada, declarei pensar que o fato de a imensa maioria dos brasileiros continuarem repudiando os atos do 08 de Janeiro somado à onda de “patriotismo fraterno” decorrente da vitória de Fernanda Torres se constituíam em uma excelente oportunidade para Lula buscar atrair o Centro com gestos de pacificação. E daí opinei sobre o futuro, arriscando dizer que o Presidente da República não estava à altura de conseguir se posicionar desta forma.
Infelizmente, acertei. No dia 09/01, Lula, no lugar de agir neste sentido, retomou a verborragia tragicômica, afirmando durante visita à galeria de fotos de ex-presidentes da República que Dilma foi vítima de um golpe comandado por Temer.
Dilma caiu, na forma prevista na Constituição, porque cometeu crime de responsabilidade e porque a isto se somaram condições políticas resultantes do péssimo governo que fazia. Lula não consegue entender que Temer não é mais o Presidente da República pressionado por uma conspiração comandada pelo então Procurador Geral da República que, através de chantagem, obteve o apoio de dois dos maiores grupos econômicos do país, um do ramo das Comunicações e outro do ramo das proteínas animais.
Michel Temer é hoje enormemente reconhecido como o chefe de um exitoso Governo de Centro, que teve coragem de promover reformas fundamentais e positivas. Tão positivas que, não obstante a já citada verborragia, não foram até hoje revogadas pelo atual governo do PT. Até algumas foram levemente alteradas, mas sempre para pior.
Lula não consegue entender também que estas declarações constrangem seus aliados não PTistas ou PSOListas, muitos inclusive ministros(as) que foram na sua grande maioria favoráveis ao impeachment, inclusive votando desta forma. Constrangem de forma especial aqueles MDBistas que participam de seu governo, todos hoje concientes do avanço representado pelo breve Governo Temer.
Lula pensa que pode “comprar” o Centro com cargos. Está errado. Pode no máximo “alugar”. Ele me parece um “caso perdido” que precisa do Centro para a sua reeleição, mas que se afasta dele e dela cada vez que expressa o seu rancor pela deposição constitucional de Dilma, perfeitamente prevista no Estado Democrático de Direito do qual apregoa ser um “amante”.
Porém, como eu afirmei, consultor tem que opinar também sobre o futuro e vou então falar de outra oportunidade que provavelmente será perdida.
O Centro não tem candidato a presidência e segue como uma boiada para o matadouro, “mugindo tonta” e sabendo que ao final terá que optar entre um candidato de direita ou de esquerda. Pois bem, um simples gesto pode hoje fazer surgir este candidato.
Neste caso uma candidata. Falo de Simone Tebet e afirmo que se deixasse o Governo agora em função das palavras de Lula, estaria iniciando uma trajetória que poderia levar o Centro a Presidência em 2026. Não precisaria e nem deveria sair atirando em um governo do qual participa, mas teria que deixar claro que sai porque discorda destas palavras reincidentemente repetidas por Lula.
Conheço Simone. Trata-se de mulher capaz e honrada e que de forma alguma precisa do cargo de Ministra para viver. Mas por dever de ofício devo declarar que penso que ela não aproveitará esta oportunidade.
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