Enchente 2024 Canoas
Câmara de Vereadores de Canoas aprova ampliação do Programa Aluguel Social
Em sessão extraordinária realizada na quinta-feira, 21, a Câmara Municipal de Canoas aprovou o Projeto de Lei nº 46/2024, que amplia o número de beneficiários do Programa Aluguel Social Canoense Reconstrução.
A medida busca atender famílias atingidas pelas enchentes que afetaram 60% do território do município em abril deste ano, deixando cerca de 100 mil pessoas desabrigadas.
Com a aprovação, o limite de famílias atendidas pelo programa passa de 2.000 para 2.500, permitindo que mais pessoas tenham acesso a auxílio para custear moradias temporárias.
O benefício será mantido até que essas famílias possam retornar às suas casas ou sejam reassentadas por meio de programas habitacionais futuros.
O projeto também prevê que moradores de áreas de risco, onde obras emergenciais como a construção de diques e casas de bombas estão em andamento, tenham prioridade no programa, mesmo sem inscrição prévia.
Como funciona o Aluguel Social
O benefício é concedido mensalmente e pago via transferência bancária ou PIX, mediante apresentação de contrato de locação e recibos mensais. Caso os comprovantes não sejam entregues no prazo estipulado, o pagamento pode ser suspenso no mês seguinte.
A iniciativa foi criada em junho deste ano para atender às vítimas das enchentes, que devastaram aproximadamente 80 mil residências e causaram danos generalizados em Canoas. Até o momento, cerca de 1.000 famílias já foram beneficiadas, e mais de 15 mil estão inscritas aguardando avaliação.
Importância da ampliação
Segundo o executivo, o aumento do número de beneficiários reflete o impacto prolongado das enchentes e a necessidade de oferecer suporte às famílias que ainda enfrentam dificuldades para se restabelecer.
Além disso, a medida é essencial para garantir dignidade e segurança às pessoas que não têm condições de retornar às suas casas ou vivem em áreas de risco.
Enchente 2024 Canoas
Cachorro que ficou 20 dias em cima de telhado na enchente ganha lar em Canoas
Depois de 20 dias em que presenciou teve de ficar em cima de um telhado durante a enchente que assolou Canoas em maio deste ano, o cachorrinho Black foi finalmente adotado por uma família e já está totalmente adaptado ao seu novo lar, no bairro Mathias Velho.
Segundo informações da família adotante, Black se adaptou completamente, e ainda de acordo com eles, nos primeiros dias, o cão deixou de tentar fugir quando o portão era aberto e se familiarizou rapidamente com o seu novo lar.
Sua nova tutora, Julia Vieira, adotou Black em uma das feiras da Secretaria de Bem-Estar Animal (SMBEA), após ficar comovida com a história dele e perceber uma conexão imediata ao encontrá-lo pela primeira vez.
“A situação que ele passou é muito comovente. Não só foram 20 dias em cima de um telhado, ele estava preso a uma corrente, com cadeado e foi um resgate muito difícil. É muito bom ver o quanto ele está feliz agora e aqui em casa também estamos muito felizes por recebê-lo em nossa família”, disse Julia.
“O Black sempre foi um cão especial, desde a sua chegada, muito medroso e com sinais claros de traumas. A equipe chegou a conclusão que sofria maus-tratos e, por isso, possuía vários gatilhos. Foram necessárias paciência e dedicação para que ele acreditasse que não sofreria novamente. O Black conheceu novamente o amor e voltou a acreditar nas pessoas. Para nós, foi uma alegria imensa ver a evolução dele e o dia da adoção foi marcado por alegria e lágrimas de felicidade. Na SMBEA ainda temos muitos Blacks, cada um com sua história, aguardando a adoção”, destaca a secretária adjunta de Bem-Estar Animal, Telma Moraes.
Mais de 19 mil resgatados
Canoas teve um total de 19 mil animais resgatados durante a enchente e, muitos deles, ainda podem ser adotados através das feiras da SMBEA.
“Eu super indico que, quem puder, adote um desses animais que ficaram sem lar. Foi a melhor decisão que a gente podia ter tomado. O Black só nos trouxe alegria e é ótimo saber que também fazemos a diferença na vida dele”, disse Júlia.
Enchente 2024 Canoas
Prazo para famílias atingidas pela enchente escolherem casa é de 60 dias
A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitação de Canoas alerta às famílias atingidas pela enchente que agora existe o prazo de 60 dias para que já as convocadas pela Caixa Econômica Federal (CEF), contempladas pelo Minha Casa Minha Vida (MCMV) Reconstrução, acessem o site do programa e escolham seus imóveis de até R$ 200 mil.
Na cidade, são 217 beneficiados habilitados até agora, e a CEF fará a convocação deles por meio de comunicação específica e formal. Somente a partir deste comunicado é que começa a contagem de 60 dias.
A medida foi definida em portaria do Ministério das Cidades, divulgada no Diário Oficial da União, em 21 de novembro. A escolha do imóvel pode ser feita no site da Caixa ou por outros meios, sendo necessário mostrar o imóvel de interesse ao banco.
Se alguém não conseguir cumprir o prazo, deve ser colocado em outro programa habitacional: o MCMV Calamidade, no qual os contemplados são encaminhados para empreendimentos que serão construídos no município de Canoas.
Educação
Alunos do Ensino Médio de Canoas realizam mostra artística com tema da enchente
Na noite do dia 19 de novembro, juntamente com os alunos do Ensino Médio da Escola Estadual São Francisco de Assis, a professora Anelise Espíndola de Oliveira realizou uma mostra artística com um tema bem peculiar: “Acontece que todos os alunos dessa comunidade são vítimas da enchente ocorrida no mês de maio, inclusive eu, professora de Língua Portuguesa”, contou Anelise a O Timoneiro.
A professora contou que, assim como seus alunos, sentiu de perto todos os piores impactos da catástrofe, pois perdeu sua casa, que era feita de madeira e ficava localizada próximo à escola.
“Vi o quanto foi difícil superar esse trauma e que a ‘fuga’ não me ajudava a refazer a minha vida. Como todo o trauma, não podemos fingir que aquilo não aconteceu, ou que não nos afetou, temos de parar para avaliar o impacto que teve e que poderá continuar tendo sobre nossas vidas.
Aulas ajudam alunos
Anelise explica que dentro das disciplinas da área de linguagens sempre pode trabalhar com os alunos sobre saúde mental, positividade, lei da atração e tudo o que envolve uma vida de qualidade.
“Dessa forma, precisava, junto deles, abrir as nossas feridas para começar o nosso processo de cura, transformar a dor em arte, assim como tantos artistas já fizeram, e trazer a possibilidade tanto de que eles pudessem expressar seus sentimentos, quanto que outras pessoas pudessem acabar se identificando com os pensamentos deles”, conta.
Trauma vira arte
O resultado foi uma noite emocionante, de muito orgulho, lágrimas e superação dos momentos mais difíceis que Canoas já viveu.
A mostra contou com poemas, pinturas, desenhos, uma maquete representando a escola alagada, e relatos do dia da saída das casas e do primeiro retorno. Todos os trabalhos estarão disponíveis em um e-book que será lançado no encerramento do ano letivo.
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