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07/09/2024
 

Enchente 2024 Canoas

Histórias do Recomeço: famílias em casas provisórias contam como é a vida depois da enchente

Redação

Publicado

em

Marcelo Grisa
marcelogrisa@gmail.com

“Enquanto há vida e saúde, há esperança.” Indianara Santos da Silva era moradora do bairro Mato Grande até o dia 3 de maio. Desde 5 de julho, ela é uma das primeiras moradoras do Centro Humanitário de Acolhimento (CHA), que fica nas imediações da Refinaria Alberto Pasqualini, a Refap, próximo da divisa entre Canoas e Esteio. Ao local foi dado o nome de Recomeço.

Ela relata que tudo começou de forma comum, na quinta-feira, 2 de maio. “Acumulou água na rua, mas nada que a gente não estivesse acostumado. A água até baixou, e a princípio tudo bem”, explica.

Entretanto, na sexta-feira, 3 de maio, Indianara e seu marido acordaram já com a água no pátio. Na tarde desse mesmo dia, eles e seus cinco filhos precisaram ser resgatados.

Foram levados ao bairro Niterói, de onde precisaram ser retirados à noite, quando ocorreram avisos de evacuação do bairro por conta da ação das águas.

Indianara e sua família não conseguiram recuperar nada da casa que alugavam. “Mas do que adianta ter recuperado tudo se eu tivesse perdido um filho? O que importa é que estamos todos juntos aqui. O resto a gente recupera”, aponta Indianara.

O lugar

Os CHAs são geridos pela Organização Internacional para as Migrações (OIM), órgão que integra o sistema da Organização das Nações Unidas (ONU). Em Canoas, dezenas de membros da organização trabalham com as 320 pessoas nas casas provisórias montadas pelas Forças Armadas. O local tem capacidade para até 630 habitantes.

As moradias têm 17,5 metros quadrados, e são feitas de aço leve, suportando ventos de até 100 quilômetros por hora. A estrutura contém porta com fechadura, quatro janelas e quatro saídas de ventilação. Há revestimento no piso, iluminação LED e painel de energia solar.

Entretanto, como o material é inflamável, não é possível ter tomadas. No pavilhão anexo, além de espaços comuns como refeitório, lavanderia e centro de distribuição de mantimentos, há uma série de locais para a recarga de celulares e outros equipamentos eletrônicos.

Anneli Nobre, coordenadora de projetos da OIM, é quem faz a gestão do espaço. Segundo ela, o acolhimento dos desabrigados pelas cheias é somente a primeira parte do trabalho da organização. “Temos feito articulação com os governos municipal e estadual para dar seguimento às demandas de saúde, educação e assistência social. Já temos esses serviços por aqui também”, relata.

Por fim, a agência da ONU deverá atuar para conseguir escola para todas as crianças abrigadas no Recomeço e fazer ações de empregabilidade para as famílias que estejam morando por lá. Muitos dos desabrigados também perderam seus empregos, ou os danos às empresas resultaram em demissões.

Equipes de cozinheiros e outros voluntários da OIM já atendem 320 pessoas no CHA Recomeço (Foto: Marcelo Grisa/OT)

Diferente do abrigo

É o caso de Lisiane Fagundes, que morava na vila Santo Operário, no bairro Harmonia. Ela atuava como babá. Seu marido trabalhava junto à Ceasa, que também foi invadida pelas enchentes. “Agora é esperar se a gente vai conseguir casa definitiva. Temos que ir atrás de tudo de novo: móveis, eletrodoméstico, emprego, tudo. Vamos ter que conquistar tudo de novo”, lamenta.

Segundo ela, foi bem difícil ver o resultado das águas. “É tudo bem material, mas perdemos tudo. Nem tem como morar mais onde a gente alugava”, lembra.

Lisiane estava no abrigo da Ulbra, que chegou a receber mais de 8 mil pessoas. Para ela, que também chegou em 5 de julho, o novo espaço é bom, mas é necessário se adaptar. “Para quem só ficava dentro de casa, cuidando das crianças, é muito barulho, é meio complicado”, ri.

Ela acredita que o espaço na Ulbra era muito bom, e considera que sempre foi muito bem tratada, mas o Recomeço é um avanço. “Tem um atendimento bom, cobertor quentinho, um espaço para a gente mesmo”, afirma.

Indianara, grávida de oito meses, ficou muito feliz com a mudança para o CHA. “Eu já estou em gravidez de risco. Poder ter essa casa provisória, em que eu posso ficar no meu canto, sem todo mundo em volta como no abrigo, é muito positivo”, argumenta.

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Divulgada lista de inscritos na terceira fase do Programa Estadia Solidária Canoense

Redação

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Divulgada lista de inscritos na terceira fase do Programa Estadia Solidária Canoense

A Prefeitura de Canoas, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social, divulgou na quarta-feira, 4, a lista dos inscritos para integrar a terceira fase do Programa Estadia Solidária Canoense Reconstrução.

A iniciativa abrange pessoas que estão abrigando entre cinco e 15 desalojados, com valores entre R$ 500 e R$ 1,5 mil. A equipe da SMAS já está realizando as vistorias nas casas dos inscritos.

O auxílio poderá ser concedido pelo período máximo de um ano, mediante comprovação do número de abrigados, a cada três meses.

Confira a lista dos inscritos na fase 3:

Inscritos Fase 3 – Estadia Solidária

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Inscritos no Auxílio Reconstrução com pendência devem procurar Centrais de Distribuição de Doações

Redação

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Inscritos no Auxílio Reconstrução com pendência devem procurar Centrais de Distribuição de Doações

Com a prorrogação de inscrições até o dia 15 de setembro, o programa Auxílio Reconstrução do Governo Federal teve uma atualização em seu sistema e, em razão disso, alguns usuários inscritos estão encontrando um comunicado de situação de pendência.

Os beneficiados que encontrarem essa situação devem comparecer as Centrais de Distribuição de Doações.

Como funciona

O expediente é de segunda-feira a sexta, das 9h às 16h, nas EMEFs Max Oderich, Rio Grande do Sul, Paulo VI, Nelson Paim Terra e Thiago Würth. Além disso, uma equipe atende os cidadãos na Rua Siqueira Campos, 38, no Centro.

São cem fichas por dia. Os atendimentos são feitos a partir de agendamento, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Às quartas-feiras, as atividades vão até as 16h.

As famílias que tiveram suas casas atingidas pela enchente de maio ainda poderão se inscrever para receber o Auxílio Reconstrução do Governo Federal através deste link. A iniciativa garante R$ 5.100 às famílias.

Confira os locais onde funcionam os centros:

  • EMEF Professor Thiago Würth (Ginásio), rua São Gabriel, ao lado do CRAS, Mathias Velho
  • EMEF Max Adolfo Oderich, rua Professora Dona Sara, 100, Harmonia
  • EMEF Rio Grande do Sul, rua Wenceslau Braz, 35, Mato Grande
  • EMEF Paulo VI, avenida Irineu Carvalho Braga, 278, Fátima
  • EMEF Nelson Paim Terra, rua Primavera, 1676, Rio Branco.
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Divulgada nova lista de beneficiários do Aluguel Social Canoense

Redação

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Divulgada nova lista de beneficiários do Aluguel Social Canoense

A Prefeitura de Canoas, por meio da Secretaria da Habitação e do Desenvolvimento Urbano, divulgou na segunda-feira, 26, a atualização dos nomes dos canoenses aptos ao Programa Aluguel Social Canoense. Foram realizadas mais 154 vistorias, ampliando o número de beneficiários aptos para 951.

O benefício de R$ 1 mil (R$ 600 da Prefeitura e R$ 400 do Estado) será concedido mensalmente para até 2 mil famílias atingidas pela enchente, pelo período máximo de um ano.

Confira a lista atualizada de beneficiários:

Aluguel Social – 2/09

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