Opinião
Fabiano Vencato: “Uma filosofia chamada tradicionalismo”

Fabiano Vencato – Agenda Tradicionalista
UMA FILOSOFIA CHAMADA TRADICIONALISMO
De modo universal o conceito da palavra tradicionalismo é um sistema filosófico ou político, também conhecido como conservadorismo clássico, conservadorismo tradicional, que coloca a tradição como critério e regra de decisão, entendendo-a como o conjunto de hábitos e tendências que procuram manter uma sociedade no equilíbrio das forças que lhe deram origem. O tradicionalismo gaúcho não foge muito a esse conceito, sendo um movimento social que ganhou forma e força a partir da iniciativa de Paixão Côrtes em 1947. Este tradicionalismo até 1954 era considerado uma experiência social, como disse Barbosa Lessa na tese O Sentido e o Valor do Tradicionalismo, e se consagrou na sociedade graças a disseminação dos Centro de Tradições Gaúchas espalhados pelo Rio Grande do Sul o que resultou na criação do MTG como instituição civil. Neste sentido, a filosofia do Movimento Tradicionalista Gaúcho encontra-se descrita em documentos basilares, como a Carta de Princípios, que data de 1961 e tem autoria de Glaucus Saraiva e na já citada tese o Sentido e o Valor do Tradicionalismo de Barbosa Lessa. Em se tratando do imaginário social, o Tradicionalismo Gaúcho representa a identidade coletiva do Rio Grande do Sul. Possui a autoridade representativa da identidade cultural do estado. Por influência do Movimento, o tipo social símbolo do tradicionalismo, o gaúcho, se tornou o nome gentílico dos habitantes da região. Quanto a sua influência para com os poderes públicos, embora seja ele um movimento civil e não estatal, durante seus mais de 55 anos obteve diversas conquistas para sua causa frente ao Estado conseguindo, por exemplo, que vários de seus elementos, como os trajes e a comida campeira, fossem estabelecidos como símbolos oficiais do Rio Grande do Sul. Neste sentido então, podemos observar que o Tradicionalismo é uma filosofia de vida bastante atuante e com considerável projeção na sociedade gaúcha. Tanto esta filosofia chamada tradicionalismo é pujante que muitos estados acabaram absorvendo a cultura tradicionalista como sendo sua também, já dizia Conde D’Eu que percorreu o Rio Grande do Sul em 1865 em suas observações: (…) O sentimento que ao rio-grandense inspiram homens que, em primeiro lugar não são da província, e que além disso andam a pé, é sempre de desdém. De fato, para eles há no mundo três denominações, três classes de habitantes: rio-grandense ou filho do país, castelhano ou hispano-americano, e baiano. Para o gaúcho rio-grandense, quer um homem tenha nascido à sua porta, na província de Santa Catarina; quer venha da Lapônia, é sempre baiano. E se, para ele, o gaúcho castelhano é um rival odiado, ao menos o considera seu igual, pois sempre é gaúcho, ao passo que o baiano, é um ser inferior, porque não maneja bolas nem laço, não se tem por “centauro” e não entende ser desonra andar a pé.
AGENDA
12.02.2022 – GT Sepé Tiarajú – BAILE DE INÍCIO DAS ATIVIIDADES – R$ 25,00, início 21hs, local: Av. Henrique Bier, 4076 – Arroio da Manteiga – São Leopoldo;
13.02.2022 – GPF Aldebarã – MEIO GALETO ASSADO – R$ 25,00, início 11hs às 14hs, local: Rua Oscar Pedro Kulzer, 820 – Canoas. Maiores Informações: (51) 99316 0280;
19 e 20.02.2022 – CTG Tapera Velha – 6º TORNEO DE BOCHA CAMPEIRA E 48 – maiores informações: (51) 99197 7827 ou e-mail: secretariiataperavelha@gmail.com Local: Parque do Trabalhador São Leopoldo – Rancho do Tapera – nº 01;
13.03.2022 – CTG Raízes da Tradição – CURSO DE FANDANGO (início) – 19:30, local: Rua Engenheiro Kindler, 991 – Canoas;
13.03.2022 – CTG Chama Nativa – CURSO DE FANDANGO (início) – 18hs curso básico e 20hs curso avançado, local: Rua Coelho Neto, 117 – Jardim Planalto – Esteio. Maiores informações: (51) 998828 1420;
21.03.2022 – CTG Herança Farroupilha – CURSO DE FANDANGO (início) – 20hs, local: Tv. Java, 23 – Nova Sapucaia – Sapucaia do Sul. Maiores informações: (51) 99883 0250.
Opinião
Artigo: “PRÊMIO NOBEL DO CESSAR-FOGO?” (por Carlos Marun – ex-Ministro de Estado)

*por Carlos Marun
É evidente que Trump mudou muito depois do fiasco de sua conversação com Putin no Alasca. Estendeu tapete vermelho, trocaram abraços e afagos, falaram em paz e o russo assim que chegou em Moscou mandou bombardear Kiev. E com força até então nunca vista. Me parece que ali o Presidente Americano caiu na real: “Posso muito, mas não posso tudo” deve ter pensado. Certamente não foi fácil para ele se olhar no espelho e concluir que não é um Deus, mas é necessário admitir que as mudanças provocadas em seu comportamento foram para “muito menos pior”.
Vejamos: não mais falou em anexar Canadá, a Groenlândia ou o Canal do Panamá; não estendeu as sanções da Lei Magnitsky aos demais membros do nosso Supremo Tribunal Federal que condenaram Bolsonaro e seus liderados a décadas de prisão; tomou a iniciativa de abrir diálogo com o Governo Brasileiro a respeito das Tarifas; e agora obrigou um contrariado Nethaniahu a aceitar assinar um acordo de Cessar-Fogo com o Hamas. Continua aprontando as suas a nível interno, mas é “um outro Trump” visto de fora. E visto de longe pode até ser considerado um presidente normal.
Tem agora o desafio de fazer com que Nethaniahu cumpra um acordo de cessar-fogo que não deseja cumprir. Bibi precisa da guerra para se manter no poder e longe da cadeia. Chegou ao cúmulo de romper unilateralmente um acordo de cessar-fogo anterior ordenando bombardeios em Gaza minutos antes de depor para o Judiciário Israelense em um caso de corrupção. Foi dispensado do interrogatório porque a “guerra” tinha recomeçado. Vai fazer de tudo para que este cessar-fogo também não dê certo.
Ele é um inimigo declarado da Paz. Ao assumir o poder, em função do assassinato de Rabin, sepultou os Acordos de Oslo articulados por Bill Clinton, causando inclusive constrangimento. Não pense Trump que não pode tentar fazer isto também com ele.
Aí um Trump corajoso e decente, que exija o cumprimentos dos compromissos que ele avslisou, será mais do que necessário. É certo que está sendo heróica a resistência do Povo Palestino. É verdade que foram importantes as posições de países como o Brasil e África do Sul que desde o início repudiaram esta resposta genocida. Foi justa a ordem de prisão emitida pelo Tribunal Penal Internacional contra o Primeiro-Ministro israelense por crime de genocídio. Foram também importantes os reconhecimentos ao Estado Palestino promovidos por vários países há alguns dias, em especial França, Reino Unido e Austrália. Contribuiu muito o boicote promovido na ONU por dezenas de países que se retiraram do plenário e deixaram Nethaniahu na ridícula posição de falar para as paredes. Foi louvável a coragem dos participantes da “Flotilha Humanitária” que partiu para Gaza e terminou nas prisões de Israel, mas que levou milhões de europeus as ruas em protestos contra o genocídio. É meritória a ação de todos aqueles que no mundo pelas mais diversas formas expuseram a sua indignação frente ao que acontecia.
Porém nada é tão importante quanto este novo posicionamento americano. Por que? Porque os EUA são os garantidores deste acordo e tem verdadeiro poder sobre Israel. Se não o utilizou até agora foi porque não quis. Dou um exemplo: se não fossem os mísseis americanos “Patriots”, operados por militares americanos de dentro de Israel, teríamos assistido imagens de Tel-Aviv que pensaríamos até tratarem-se de fotos de Gaza quando os Alatoiás decidiram reagir com saraivadas de mísseis as provocações israelenses. Tudo é importante, mas no caso, só os EUA e Trump são imprescindíveis.
É sabido que, na sua megalomania, Trump deseja ser agraciado com um Premio Nobel da Paz. Porém, penso que ele só será digno disto se realmente conseguir efetivar a instalação de um Estado Palestino viável ao lado de Israel, e com o reconhecimento mútuo entre ambos. Ele tem poder para isto. Que o faça e receba então este reconhecimento que será justo.
Este é o caminho para a Paz e estaremos torcendo para que ele seja percorrido…
Por enquanto merece um louvável “Prêmio Nobel do Cessar-Fogo”, mas este prêmio não existe…
*Advogado, engenheiro e ex-Ministro de Estado
Opinião
Artigo: “CESSAR FOGO JÁ!!!” (por Carlos Marun – ex-Ministro de Estado)

CESSAR FOGO JÁ!!!
*por Carlos Marun
Desejo a aceitação pela Resistência Palestina do plano de trégua proposto por Trump. É óbvio que existem razões de sobra para a desconfiança em torno das intenções da besta-fera genocida chamada Nethaniahu. E confiar em garantias oferecidas pela metamorfose ambulante chamada Trump é coisa difícil. Mas é o que temos. E é urgente uma trégua que possa avançar para a paz antes que todos os habitantes de Gaza encontrem a morte provocada por bombas, fome, sede ou falta de remédios.
Os habitantes de Gaza já ofereceram ao mundo um inédito exemplo de resiliência, de coragem e de amor a sua terra. Mas agora merecem uma chance de sobreviver. E Nethaniahu já demonstrou que é suficiente mau para levar a efeito uma “Solução Final” para os Palestinos, coisa que Hitler tentou e felizmente foi impedido de concluir em relação aos Judeus.
Além dos Palestinos, os reféns ainda vivos também merecem sobreviver e os jovens soldados israelenses merecem parar de morrer. Já são 913 os militares israelenses mortos em enfrentamentos terrestres, tudo isto para a libertação de somente 7 reféns em combates.
A reação interna em Israel, onde os israelenses de bem que são muitos repudiam este massacre e exigem a volta dos reféns vivos, os últimos reconhecimentos ao Estado Palestino e o vexame imposto a Nethaniahu com a saída de diversas delegações do plenário da ONU no momento da sua fala pelo jeito abriram os olhos de Trump. E os interresses dos EUA na região são muitos e maiores do que simplesmente permanecer sustentando e apoiando o sanguinarismo de Bibi.
Pelo menos a perspectiva de retirada das tropas israelenses de Gaza e da instalação do Estado da Palestina estão presentes no documento proposto e este é o único caminho para a Paz.
Na sequência será hora de os homens e mulheres de bem que vivem na Terra buscarmos a punição de Nethaniahu. Os líderes do bárbaro atentado terrorista de 07/10/2023 já estão mortos. Falta agora a punição daqueles que desde aquele dia praticaram o Terrorismo de Estado matando e esfolando civis em uma Gaza onde não existe sequer uma única arma anti-aérea.
Julgamento e cadeia para Nethaniahu!!!
O Mundo precisa deste exemplo…
*Ex-ministro de Estado
Opinião
“Sapatão com orgulho: nossa existência não pede licença” (por: Isabela Luzardo – Miss diversidade de Canoas 2025)

por Isabela Luzardo*
Desde cedo, a sociedade tentou me enquadrar em um molde que nunca me serviu: brincar de boneca, não jogar futebol, usar vestido, maquiagem e roupas apertadas. Quebrei cada uma dessas imposições ainda na infância. E deixo a pergunta: por que seguimos insistindo que certas práticas, comportamentos ou desejos pertencem a um “gênero exclusivo”? A resposta é simples: não pertencem.
A construção da minha identidade passou por etapas de compreensão, dúvida e coragem. Entender a diferença entre ser lésbica ou bissexual, assumir a palavra “sapatão” com orgulho, e principalmente, mostrar que amar livremente é um direito inegociável. Não é apenas sobre minha vida — é sobre tantas outras mulheres que ainda enfrentam medo, violência e silêncio para existir.
Hoje, eu vivo meu amor com transparência. Sou noiva da Taciana, estamos de casamento marcado, temos casa, emprego, uma gata e, ao lado da minha companheira, formo uma família. Essa normalidade, para muitos banal, é para nós uma conquista política. Porque quando mulheres que amam mulheres afirmam sua existência, elas desafiam séculos de invisibilização.
Neste Dia do Orgulho Lésbico, lembrar do Levante do Ferro’s Bar é lembrar que nossa liberdade foi arrancada com luta. Em plena ditadura, mulheres lésbicas se recusaram a aceitar a exclusão e o apagamento. Elas nos abriram caminho. Se hoje podemos falar em orgulho, é porque ontem houve resistência.
Ser sapatão é muito mais do que uma identidade. É enfrentar o machismo e a lesbofobia. É se recusar a ser apagada. É afirmar que amar mulheres não é desvio, mas potência.
Por isso, neste 19 de agosto, afirmo com toda força: orgulhem-se, mulheres que amam mulheres. Nossa existência é política, nosso amor é resistência.
*Miss diversidade de Canoas 2025
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