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Conheça a fascinante história de Luiz Pereira de Souza em Canoas
Luiz Pereira de Souza, Canoas no coração… – Trajetória é narrada pela própria família
Morreu, na madrugada do último sábado, 13, Luiz Pereira de Souza, aos 85 anos de idade. Luiz tem uma história fascinante junto à cidade de Canoas, que será contada aqui por sua família…
Luiz Pereira de Souza nasceu em 15 de março de 1935, filho desta terra. Canoas ainda não era cidade, e sim o 1º distrito de Gravataí. Amava seus pais, Julio Pereira de Souza, funcionário municipal (primeiro presidente da ASMC – Associação dos Servidores Municipais de Canoas) e Adelina Martins de Souza, que cuidava com primazia a sua família. Menino ainda; ajudou a carregar os tijolos para a construção do Hospital Nossa Senhora das Graças, como ele sempre contava…
Um estudioso
Cursou o primário no Externato São Luis, hoje Colégio La Salle, e em meados de 1950, concluiu o ginásio no Colégio das Dores em Porto Alegre. Depois continuou seus estudos na ETA – Escola Técnica de Agricultura, em Viamão, formando-se Agrotécnico em 1954. Em janeiro de 1955, viaja a São Paulo para a cidade de Pirassununga, com o propósito de realizar o Curso de Educador de Base, que mais tarde se juntaria a uma Equipe de Missões Rurais, em Viamão.
Gostava de contar que nesta viagem conheceu ACM (Antônio Carlos Magalhães), que se tornaria futuramente governador e grande líder do estado baiano. Após um período, começa a trabalhar na Prefeitura de Canoas como Mestre de Jardineiro. Mas, mesmo trabalhando, não deixou de dar continuidade aos seus estudos, prestando vestibular e ingressando no Curso de Farmácia Bioquímica na UFRGS, graduando-se em 1960. Depois de formado, trabalhou no Colégio Comercial de Canoas como professor de Ciências Físicas e Biológicas, e era proprietário da Farmácia Brasil, localizada na BR 116 esquina com a Rua Tomé de Souza na Vila Fernandes.
Vida política
Em 1963 se elegeu vereador, sendo mais votado do Partido MTR (Movimento Trabalhista Renovador) em Canoas. Em 1º de janeiro de 1967, assumiu a Presidência da Câmara Municipal de Vereadores. Durante esta função, fundou o MACA (Movimento Assistencial de Canoas), onde a primeira presidente foi a Miss Canoas 1966. Ele costumava contar que o gabinete do Presidente da Câmara de Vereadores era ao lado do gabinete do Prefeito Municipal, na época Hugo Simões Lagranha, e conversavam muito por suas funções e por serem amigos.
Prefeito interino
Em 29 de janeiro de 1968, nas férias do Prefeito Lagranha, assumiu a Prefeitura interinamente, devido ao fato de o Vice-Prefeito, Jacob Longoni, ter se submetido a uma cirurgia. Lembrava que, neste período, encaminhou ao Governador do estado, Cel. Walter Perachi Barcelos, o pedido para a implementação do 1º Corpo de Bombeiros, acatado com sucesso. Em certo dia, sugeriu ao Prefeito Lagranha a construção de uma praça em homenagem a Base Aérea, instalada desde 1944 em Canoas. Fizeram uma visita ao Brigadeiro Nei Gomes da Silva, onde resolveram que a praça seria ornamentada com o primeiro avião que sobrevoou Canoas. A inauguração ocorreu no dia 20 de janeiro de 1968, data alusiva ao dia que a Aeronáutica se instalou na nossa cidade.
Tenente Coronel e farmacêutico bioquímico
Após toda esta trajetória, decidiu prestar concurso para Oficial da Brigada Militar, sendo aprovado e transferido para a cidade de Santa Maria, onde residiu de 1971 a 1975. No retorno a Canoas, inaugurou o Laboratório Blood, que ainda hoje atua em plena atividade, situado na Rua Santos Ferreira nº 1723, na mesma casa onde nasceu. Além da carreira de político, militar e farmacêutico bioquímico, Luiz Pereira de Souza, era apaixonado pelo Magistério, em especial pelas aulas de Química. Foi proprietário da Escola de Ensino Supletivo de 1º e 2º Graus Vetor, na qual lecionou por muitos anos.
Canoas Tênis Clube
Muito ativo e dinâmico, teve participação na área social como Presidente do Canoas Tênis Clube, na década de 80. Em 1990, se aposentou como Tenente Coronel da Brigada Militar. Mesmo aposentado, manteve um ritmo de vida ligado a atividades sociais e educacionais. Sempre privilegiou o conhecimento e a empatia. Quando Canoas completou o seu 63º aniversário, nas comemorações da Semana de Canoas, recebeu o título de “Cidadão Canoense”, uma das mais importantes homenagens de muitas recebidas.
Em 2018, foi convidado a participar do Curta Metragem “Avião, Canoas, Como?”, realizado pelos alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Bilíngue para Surdos Vitória, onde contava a história da Praça do Avião, sendo premiado em primeiro lugar no Concurso Roteiros, fazendo parte do Projeto Escola Sustentável e Criativa.
Família e amor por Canoas
Foi casado por mais de meio século com Cila Isabel Alves Nunes, e com ela teve 6 filhos: Júlio César, André Luiz, Vitor Hugo, Lucila, Isabel e Lúcia. Apesar de ter uma vida social intensa, a sua família sempre foi prioridade, sendo um pai carinhoso e sensível. Luiz era um amante da cidade de Canoas, nenhuma viagem ou destino fora lhe era interessante. Um dos seus prazeres era observar o quanto Canoas se desenvolvia, mas o principal era sair pela cidade e conversar com cada pessoa com a qual se encontrava. Aos 83 anos, enfrentou seu maior desafio, a luta pela vida, com coragem e serenidade, sem perder o bom humor e a simpatia, que lhe eram peculiares. Submeteu-se a uma cirurgia com sucesso, porém, nestes últimos meses a doença retornou e avançou de forma agressiva, privando-nos do prazer do seu convívio. Com certeza, permanecerá eternamente na lembrança de seus familiares e amigos.
Vitor Hugo Pereira de Souza, Rosângela Ribeiro e Lucila Pereira de Souza.
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Prestes a completar 85 anos, Canoas olha para o passado para projetar o futuro
por Marcelo Grisa
marcelogrisa@gmail.com
A cidade de Canoas completa 85 anos de emancipação política no dia 27 de junho, enquanto ainda se recupera da maior tragédia de sua história.
As chuvas que atingiram o RS entre o final de abril e o começo de maio de 2024 entraram para a história em todo o Estado. Em Canoas, entretanto, mais de 60% da área urbana da cidade ficou debaixo d’água.
O Grupo O Timoneiro, no objetivo de discutir os rumos do município e para que a importância desse assunto não seja esquecida, foi atrás de histórias anteriores a que os canoenses vivem hoje.
Fala-se muito nas enchentes de 1941, que definiram políticas para as décadas seguintes em Porto Alegre e na Região Metropolitana. Entretanto, os mais antigos lembram-se também de 1967, quando muitos dos bairros que alagaram no mês passado.
Falamos com algumas dessas pessoas que já sabem, a 57 anos, o que é passar por uma enchente.
Primeiras memórias
Zenona Muzykant, de 85 anos, havia chegado a Canoas, vinda de Dom Feliciano, a menos de dois anos quando as águas atingiram a cidade.
Então moradora do Mathias Velho, ela se recorda de ficar confusa ao receber informações, já que pouco conhecia Canoas à época. “A gente ficava sabendo das coisas por quem passava na rua”, relata.
A água chegou até a metade das janelas da sua casa, na Rua Maceió. “O pessoal levantou tudo, não perdemos muita coisa. Mas muitos parentes meus perderam tudo que tinha em casa”, aponta Zenona.
A sensação que ela tem com a enchente de 2024 é bem diferente. “Parece que muito mais gente foi atingida dessa vez”, diz.
Entretanto, para a moradora do bairro Igara, o mais importante é a manutenção da vida. “O resto se batalha e consegue com garra, vontade e fé.”
Socorrista e resgatado
Samuel Eilert nasceu no bairro Rio Branco e, como ele mesmo diz, cresceu na beira do Rio Gravataí. Os diques estavam em construção, e a estrutura que foi afetada em 2024 não estava pronta em 1967.
Então com 23 anos, o professor aposentado saiu pelas ruas junto com seu pai, Douglas, fazendo o que muitos canoenses fizeram em 2024: o resgate dos vizinhos e amigos que não tinham como fazê-lo.
“Naquele momento, os lugares seguros eram dois: a Praça da Igreja ou os trilhos do trem. As pessoas acampavam por lá”, relembra.
Com menos informações a respeito dos rios do que hoje em dia, Samuel diz que não era possível prever o que aconteceria em seguida. “Auxiliávamos e esperávamos. Eu conhecia o terreno, mas nunca tinha visto algo assim”, explica.
Em 2024, o professor Samuca, como muitos ex-alunos o chamam, esteve do outro lado da mesma situação. No mês passado, ele foi resgatado em sua casa por um grupo de jovens em um barco.
“Me senti da mesma forma quando eu resgatava, lá em 67. A juventude salva”, afirma.
Samuel acredita que, assim como no passado, os fatos recentes farão com que os rios não se comportem mais da mesma forma. “A gente precisa que o poder público se prepare de outras formas agora”, diz.
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Prefeitura de Canoas disponibiliza formulário para população se cadastrar no Auxílio Reconstrução do Governo Federal
Todos os canoenses que residem em regiões atingidas pela enchente já podem se cadastrar no formulário disponível pela Prefeitura, para terem acesso ao Auxílio Reconstrução do Governo Federal.
A iniciativa vai garantir R$ 5,1 mil diretamente à população, com pagamento realizado pela Caixa Econômica Federal, via PIX. O município cadastrou todos os CEPs das áreas afetadas. O programa não possui nenhum corte ou limitação de renda, nem a necessidade de inscrição no CadÚnico.
Os canoenses devem realizar o cadastro neste link.
Após o cadastro, a pessoa indicada como responsável deve acessar um sistema do Governo Federal, que será aberto na próxima segunda-feira (27/05), para confirmar o pedido. É necessário ter uma conta GovBr. Quem já possui conta na Caixa receberá o dinheiro diretamente nela. Para quem não tem, será aberta automaticamente uma poupança, onde será depositado o benefício.
No momento do cadastro, os canoenses devem preencher as seguintes informações:
– Nome completo e CPF do responsável da família;
– Nome completo e CPF de todos os outros membros da família;
– Endereço completo e CEP.
– Telefone de contato
*Após a inscrição, o morador deve assinar uma autodeclaração se responsabilizando pelas informações prestadas.
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DESASTRE NO RS: Total de mortos sobe para 83; 111 estão desaparecidos
Na manhã desta segunda-feira, 6, um boletim divulgado pela Defesa Civil apontou que o número de mortos em decorrências das chuvas e enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul subiu para 83. Ainda estão sendo investigadas outras 4 mortes, e há 111 desaparecidos e 276 pessoas feridas.
De acordo os dados da Defesa Civil, 141,3 mil pessoas estão fora de casa, sendo 19,3 mil em abrigos e 121,9 mil desalojadas (na casa de amigos ou familiares). Ao todo, 345dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 850 mil pessoas.
Risco de inundação extrema
O nível do Guaíba, em Porto Alegre, está quase 2,30 metros acima da cota de inundação. Em medição realizada às 5h15min desta segunda-feira, 6, o patamar estava em 5,26 metros. O limite para inundação é de 3 metros.
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