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25/04/2025
 

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Conheça a fascinante história de Luiz Pereira de Souza em Canoas

Redação

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Luiz Pereira de Souza, Canoas no coração… – Trajetória é narrada pela própria família

Morreu, na madrugada do último sábado, 13, Luiz Pereira de Souza, aos 85 anos de idade. Luiz tem uma história fascinante junto à cidade de Canoas, que será contada aqui por sua família…

Luiz Pereira de Souza nasceu em 15 de março de 1935, filho desta terra. Canoas ainda não era cidade, e sim o 1º distrito de Gravataí. Amava seus pais, Julio Pereira de Souza, funcionário municipal (primeiro presidente da ASMC – Associação dos Servidores Municipais de Canoas) e Adelina Martins de Souza, que cuidava com primazia a sua família. Menino ainda; ajudou a carregar os tijolos para a construção do Hospital Nossa Senhora das Graças, como ele sempre contava…

Um estudioso

Cursou o primário no Externato São Luis, hoje Colégio La Salle, e em meados de 1950, concluiu o ginásio no Colégio das Dores em Porto Alegre. Depois continuou seus estudos na ETA – Escola Técnica de Agricultura, em Viamão, formando-se Agrotécnico em 1954. Em janeiro de 1955, viaja a São Paulo para a cidade de Pirassununga, com o propósito de realizar o Curso de Educador de Base, que mais tarde se juntaria a uma Equipe de Missões Rurais, em Viamão.

Gostava de contar que nesta viagem conheceu ACM (Antônio Carlos Magalhães), que se tornaria futuramente governador e grande líder do estado baiano. Após um período, começa a trabalhar na Prefeitura de Canoas como Mestre de Jardineiro. Mas, mesmo trabalhando, não deixou de dar continuidade aos seus estudos, prestando vestibular e ingressando no Curso de Farmácia Bioquímica na UFRGS, graduando-se em 1960. Depois de formado, trabalhou no Colégio Comercial de Canoas como professor de Ciências Físicas e Biológicas, e era proprietário da Farmácia Brasil, localizada na BR 116 esquina com a Rua Tomé de Souza na Vila Fernandes.

Vida política

Em 1963 se elegeu vereador, sendo mais votado do Partido MTR (Movimento Trabalhista Renovador) em Canoas. Em 1º de janeiro de 1967, assumiu a Presidência da Câmara Municipal de Vereadores. Durante esta função, fundou o MACA (Movimento Assistencial de Canoas), onde a primeira presidente foi a Miss Canoas 1966. Ele costumava contar que o gabinete do Presidente da Câmara de Vereadores era ao lado do gabinete do Prefeito Municipal, na época Hugo Simões Lagranha, e conversavam muito por suas funções e por serem amigos.

Prefeito interino

Em 29 de janeiro de 1968, nas férias do Prefeito Lagranha, assumiu a Prefeitura interinamente, devido ao fato de o Vice-Prefeito, Jacob Longoni, ter se submetido a uma cirurgia. Lembrava que, neste período, encaminhou ao Governador do estado, Cel. Walter Perachi Barcelos, o pedido para a implementação do 1º Corpo de Bombeiros, acatado com sucesso. Em certo dia, sugeriu ao Prefeito Lagranha a construção de uma praça em homenagem a Base Aérea, instalada desde 1944 em Canoas. Fizeram uma visita ao Brigadeiro Nei Gomes da Silva, onde resolveram que a praça seria ornamentada com o primeiro avião que sobrevoou Canoas. A inauguração ocorreu no dia 20 de janeiro de 1968, data alusiva ao dia que a Aeronáutica se instalou na nossa cidade.

Tenente Coronel e farmacêutico bioquímico

Após toda esta trajetória, decidiu prestar concurso para Oficial da Brigada Militar, sendo aprovado e transferido para a cidade de Santa Maria, onde residiu de 1971 a 1975. No retorno a Canoas, inaugurou o Laboratório Blood, que ainda hoje atua em plena atividade, situado na Rua Santos Ferreira nº 1723, na mesma casa onde nasceu. Além da carreira de político, militar e farmacêutico bioquímico, Luiz Pereira de Souza, era apaixonado pelo Magistério, em especial pelas aulas de Química. Foi proprietário da Escola de Ensino Supletivo de 1º e 2º Graus Vetor, na qual lecionou por muitos anos.

Canoas Tênis Clube

Muito ativo e dinâmico, teve participação na área social como Presidente do Canoas Tênis Clube, na década de 80. Em 1990, se aposentou como Tenente Coronel da Brigada Militar. Mesmo aposentado, manteve um ritmo de vida ligado a atividades sociais e educacionais. Sempre privilegiou o conhecimento e a empatia. Quando Canoas completou o seu 63º aniversário, nas comemorações da Semana de Canoas, recebeu o título de “Cidadão Canoense”, uma das mais importantes homenagens de muitas recebidas.

Em 2018, foi convidado a participar do Curta Metragem “Avião, Canoas, Como?”, realizado pelos alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Bilíngue para Surdos Vitória, onde contava a história da Praça do Avião, sendo premiado em primeiro lugar no Concurso Roteiros, fazendo parte do Projeto Escola Sustentável e Criativa.

Família e amor por Canoas

Foi casado por mais de meio século com Cila Isabel Alves Nunes, e com ela teve 6 filhos: Júlio César, André Luiz, Vitor Hugo, Lucila, Isabel e Lúcia. Apesar de ter uma vida social intensa, a sua família sempre foi prioridade, sendo um pai carinhoso e sensível. Luiz era um amante da cidade de Canoas, nenhuma viagem ou destino fora lhe era interessante. Um dos seus prazeres era observar o quanto Canoas se desenvolvia, mas o principal era sair pela cidade e conversar com cada pessoa com a qual se encontrava. Aos 83 anos, enfrentou seu maior desafio, a luta pela vida, com coragem e serenidade, sem perder o bom humor e a simpatia, que lhe eram peculiares. Submeteu-se a uma cirurgia com sucesso, porém, nestes últimos meses a doença retornou e avançou de forma agressiva, privando-nos do prazer do seu convívio. Com certeza, permanecerá eternamente na lembrança de seus familiares e amigos.

Vitor Hugo Pereira de Souza, Rosângela Ribeiro e Lucila Pereira de Souza.

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Prefeitura de Canoas decreta situação de emergência em decorrência do temporal desta semana

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Prefeitura de Canoas decreta situação de emergência em decorrência do temporal desta semana

Depois de mais uma ocorrência de chuva intensa e ventania que causou danos a cerca de 300 residências na última segunda-feira, 31, o prefeito de Canoas Airton Souza assinou, nesta quinta-feira, 3, o decreto que declara situação de emergência nas áreas afetadas pelo evento climático.

Foi registrado um acumulado de chuva superior a 78 mm em curto período de tempo e rajadas de ventos que chegaram a 100 Km/h.

O Decreto Nº89 levou em consideração danos como queda de árvores e de postes, além de prejuízos generalizados na rede elétrica, prédios públicos e privados.

“É uma ação importante para que a cidade consiga recursos que ajudarão centenas de famílias afetadas pelo temporal”, explica o prefeito Airton Souza.

Em consequência do temporal, os efeitos ambientais, materiais, sociais e econômicos serão relatados no Formulário de Informações do Desastre (FIDE), quando forem apurados todos os danos.

A sugestão para o decreto de emergência partiu do secretário municipal de Defesa Civil e Resiliência Climática, Vanderlei Marcos.

“Basta circular pela cidade para verificarmos os danos no município, nas escolas, postos de saúde e residências das pessoas. Muitos que sofreram agora estavam reconstruindo suas casas devido às enchentes do ano passado”, comentou.

O governo municipal buscará, a partir da publicação do decreto, nesta quinta-feira, 3, o reconhecimento por parte das administrações estadual e federal.

“Nossa cidade ainda está se recuperando da tragédia de maio passado e este temporal causou novos custos. Vamos buscar recursos para reestabelecimento e para que a população de Canoas tenha acesso a programas estaduais e nacionais destinados aos afetados do temporal”, reitera o secretário, que começa a trabalhar na sexta-feira, 4, em reuniões em busca do reconhecimento da situação de emergência.

Cerca de 120 mil pessoas foram afetadas por falta de energia elétrica ou abastecimento de água em Canoas e cerca de 1.200 pessoas que tiveram suas casas danificadas. Após a publicação do decreto, o documento terá validade de até 180 dias.

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“Nunca trabalhei na vida, eu faço o que me dá prazer”; morre Jesus Pfeil aos 85 anos

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“Nunca trabalhei na vida, eu faço o que me dá prazer”; morre Jesus Pfeil aos 85 anos

Morreu no domingo, 24, o cineasta, historiador e escritor, e figura ilustre de Canoas, Antonio Jesus Pfeil. O prefeito de Canoas, Jairo Jorge, decretou três dias de luto oficial. O velório acontece nesta segunda-feira, até 17 horas, no Crematório de Cemitério São Vicente, em Canoas.

Antonio Jesus Pfeil nasceu em 7 de outubro de 1939, na área de Canoas que posteriormente foi emancipada e se tornou Nova Santa Rita. Cineasta, historiador e pesquisador do cinema gaúcho, estudou no Colégio La Salle e passou pelo serviço militar. Em 1960, atuou como ator no Teatro Brasileiro de Comédias, que estava com uma peça em cartaz no Theatro São Pedro. Na ocasião, subiu ao palco ao lado de Nathália Timberg e Leonardo Villar.

Seu primeiro curta-metragem, Cinema Gaúcho dos Anos 20, participou da mostra do Festival de Cinema Brasileiro de Gramado e, em 1974, recebeu um prêmio especial no mesmo festival. Além da carreira como cineasta, Jesus também conquistou espaço como pesquisador, autor de artigos e, paralelamente, atua como participante de conferências e de comissões julgadoras em festivais e outros eventos ligados à História do Cinema Gaúcho e Brasileiro.

Resgate

Como escritor e historiador, Jesus tem profunda contribuição para o resgate histórico da cidade. Ele é autor da coleção Canoas: Anatomia de Uma Cidade, e organizador do livro Origens de Canoas, que conta com artigos de Edgar Braga da Fontoura, primeiro prefeito do município. Estas são apenas algumas dentre muitas obras de Jesus no cinema e na literatura.

No ano 2000, Jesus recebeu uma justa homenagem pela sua contribuição para a cultura na cidade.  A biblioteca da Escola Municipal Ícaro foi inaugurada e, desde então, se chama Biblioteca Antonio Jesus Pfeil.

Prazeres

Ao ser indagado pelo O Timoneiro, em 2018, sobre como enxerga a importância de seu trabalho para o meio cultural e para Canoas, Jesus, sempre bem-humorado, brinca: “Trabalho? Que trabalho? Eu nunca trabalhei na vida, eu só tenho prazeres, só faço o que me dá prazer”.

“As pessoas me perguntam ‘Jesus, qual é a novidade hoje?’, e eu respondo: ‘Olha, de manhã eu abri os olhos e estava vivo, não morri dormindo. Vamos ver o que acontece hoje’. Eu sempre digo, e disse no filme Jesus – O Verdadeiro, é que meu futuro foi ontem e não tem como saber o que vai acontecer hoje. Sobre o que eu já vivi, eu posso falar. Meu primeiro Kikito em gramado eu ganhei em 1974 e foi o primeiro Kikito gaúcho do festival. Eu gosto de trabalhar com História porque filme de ficção todo mundo faz e faz igual hoje em dia, só muda o nome dos personagens e o título, é sempre o mesmo roteiro. Um filme que eu fiz e gosto de destacar é o Porto Alegre, Adeus…! É uma carta que eu escrevi ao Glauber Rocha. E o Glauber Rocha tinha aquela frase que dizia que tinha que ter uma câmera na mão e uma ideia na cabeça. Pensando bem, hoje em dia as pessoas, muitas vezes, têm a câmera na mão, mas não têm a ideia na cabeça, por isso fazem tanta coisa igual”.

 

 

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Prestes a completar 85 anos, Canoas olha para o passado para projetar o futuro

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Prestes a completar 85 anos, Canoas olha para o passado para projetar o futuro - Enchente 67
por Marcelo Grisa
marcelogrisa@gmail.com

A cidade de Canoas completa 85 anos de emancipação política no dia 27 de junho, enquanto ainda se recupera da maior tragédia de sua história.

As chuvas que atingiram o RS entre o final de abril e o começo de maio de 2024 entraram para a história em todo o Estado. Em Canoas, entretanto, mais de 60% da área urbana da cidade ficou debaixo d’água.

O Grupo O Timoneiro, no objetivo de discutir os rumos do município e para que a importância desse assunto não seja esquecida, foi atrás de histórias anteriores a que os canoenses vivem hoje.

Fala-se muito nas enchentes de 1941, que definiram políticas para as décadas seguintes em Porto Alegre e na Região Metropolitana. Entretanto, os mais antigos lembram-se também de 1967, quando muitos dos bairros que alagaram no mês passado.

Falamos com algumas dessas pessoas que já sabem, a 57 anos, o que é passar por uma enchente.

Primeiras memórias

Zenona Muzykant, de 85 anos, havia chegado a Canoas, vinda de Dom Feliciano, a menos de dois anos quando as águas atingiram a cidade.

Então moradora do Mathias Velho, ela se recorda de ficar confusa ao receber informações, já que pouco conhecia Canoas à época. “A gente ficava sabendo das coisas por quem passava na rua”, relata.

Na época, Zenoma Muzykant estava em Canoas a apenas dois anos

Na época, Zenoma Muzykant estava em Canoas a apenas dois anos

A água chegou até a metade das janelas da sua casa, na Rua Maceió. “O pessoal levantou tudo, não perdemos muita coisa. Mas muitos parentes meus perderam tudo que tinha em casa”, aponta Zenona.

A sensação que ela tem com a enchente de 2024 é bem diferente. “Parece que muito mais gente foi atingida dessa vez”, diz.

Entretanto, para a moradora do bairro Igara, o mais importante é a manutenção da vida. “O resto se batalha e consegue com garra, vontade e fé.”

Socorrista e resgatado

Samuel Eilert resgatava pessoas de barco na enchente de 1967

Samuel Eilert resgatava pessoas de barco na enchente de 1967

Samuel Eilert nasceu no bairro Rio Branco e, como ele mesmo diz, cresceu na beira do Rio Gravataí. Os diques estavam em construção, e a estrutura que foi afetada em 2024 não estava pronta em 1967.

Então com 23 anos, o professor aposentado saiu pelas ruas junto com seu pai, Douglas, fazendo o que muitos canoenses fizeram em 2024: o resgate dos vizinhos e amigos que não tinham como fazê-lo.

“Naquele momento, os lugares seguros eram dois: a Praça da Igreja ou os trilhos do trem. As pessoas acampavam por lá”, relembra.

Com menos informações a respeito dos rios do que hoje em dia, Samuel diz que não era possível prever o que aconteceria em seguida. “Auxiliávamos e esperávamos. Eu conhecia o terreno, mas nunca tinha visto algo assim”, explica.

Em 2024, o professor Samuca, como muitos ex-alunos o chamam, esteve do outro lado da mesma situação. No mês passado, ele foi resgatado em sua casa por um grupo de jovens em um barco.

“Me senti da mesma forma quando eu resgatava, lá em 67. A juventude salva”, afirma.

Samuel acredita que, assim como no passado, os fatos recentes farão com que os rios não se comportem mais da mesma forma. “A gente precisa que o poder público se prepare de outras formas agora”, diz.

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Graduação Lasallediadamulher

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