Destaques
Paciente morre após cirurgia de vesícula no HNSG
Familiar afirma que equipe médica admitiu formação de fístula na operação
Por Émerson Vasconcelos
Na última semana O Timoneiro narrou o drama da família de Santa Marina, que teve complicações em uma cirurgia de coluna no Hospital Nossa Senhora das Graças e que sofre com sequelas deixadas por uma fístula causada pelo procedimento. Depois da publicação da reportagem a família de outra paciente entrou em contato com nossa equipe de reportagem, narrando problema similar. Neste novo caso, no entanto, a paciente Maria Diula Medeiros, de 86 anos, acabou falecendo.
Segundo um dos filhos de Maria, que preferiu não se identificar nominalmente, sua mãe ficou internada por 30 dias no Hospital Nossa Senhora das Graças. De acordo com ele, a paciente passou por um cirurgia de vesícula no final de fevereiro e desde então não teve alta do hospital, onde faleceu no dia último dia 27.
O filho conta que, ao ler a reportagem sobre Santa Marina, percebeu que o mesmo que disseram para os familiares daquela paciente foi dito a respeito da sua mãe. Durante a cirurgia teria ocorrido a formação de uma fístula, que fez com que ela ficasse no hospital por muito mais tempo do que era esperado no caso de uma cirurgia de vesícula. Ainda segundo o filho, Maria teria falecido em decorrência de uma infecção hospitalar.
“Um erro médico fez com que minha mãe ficasse no hospital por tempo o suficiente para pegar uma infecção. Tínhamos este medo desde que a cuidadora que contratamos comentou que existia o boato de que já haviam outros casos de infecção hospitalar em pacientes que estavam internados no Nossa Senhora das Graças”, explicou.
O caso de Santa Marina
Conforme OT noticiou, a paciente Santa Marina da Rosa Silva, 67 anos, teve a coluna operada em 2013, no Hospital Nossa Senhora das Graças, pela equipe do doutor Fernando Sanchis, apontado como um dos responsáveis pela Máfia das Próteses. Como a cirurgia teve complicações, a paciente passou por mais três operações corretivas e acabou tendo os pinos da coluna retirados. Segundo a família, a equipe médica informou que as complicações se deram porque os pinos estariam infectados em decorrência de uma contaminação generalizada no bloco cirúrgico.
O resultado da série de cirurgias mal-sucedidas foi a formação de uma fístula e o vazamento de líquor da coluna. Com todas estas complicações, a paciente acabou dependente de uma cadeira de rodas e atualmente usa um dispositivo de drenagem (DVP) na cabeça.
O que diz a Prefeitura
Em nota, a Secretaria Municipal da Saúde esclareceu que, “por se tratar de uma pessoa idosa que permaneceu por 30 dias internada, com várias intercorrências nesse período, que envolve a análise de muitos documentos e profissionais envolvidos, não há como responder essa situação de forma detalhada e precisa sem a realização de uma auditoria no prontuário da paciente”.
O órgão informou ainda que haverá uma auditoria da secretaria para avaliar o caso. “Para não incorrer em informações imprecisas, vamos solicitar que o setor de auditoria da SMS analise o ocorrido. De qualquer maneira, a SMS coloca-se a disposição da família para repasse de dados necessários, juntamente com as informações técnicas do Hospital”.
Destaques
Prestes a completar 85 anos, Canoas olha para o passado para projetar o futuro
por Marcelo Grisa
marcelogrisa@gmail.com
A cidade de Canoas completa 85 anos de emancipação política no dia 27 de junho, enquanto ainda se recupera da maior tragédia de sua história.
As chuvas que atingiram o RS entre o final de abril e o começo de maio de 2024 entraram para a história em todo o Estado. Em Canoas, entretanto, mais de 60% da área urbana da cidade ficou debaixo d’água.
O Grupo O Timoneiro, no objetivo de discutir os rumos do município e para que a importância desse assunto não seja esquecida, foi atrás de histórias anteriores a que os canoenses vivem hoje.
Fala-se muito nas enchentes de 1941, que definiram políticas para as décadas seguintes em Porto Alegre e na Região Metropolitana. Entretanto, os mais antigos lembram-se também de 1967, quando muitos dos bairros que alagaram no mês passado.
Falamos com algumas dessas pessoas que já sabem, a 57 anos, o que é passar por uma enchente.
Primeiras memórias
Zenona Muzykant, de 85 anos, havia chegado a Canoas, vinda de Dom Feliciano, a menos de dois anos quando as águas atingiram a cidade.
Então moradora do Mathias Velho, ela se recorda de ficar confusa ao receber informações, já que pouco conhecia Canoas à época. “A gente ficava sabendo das coisas por quem passava na rua”, relata.
A água chegou até a metade das janelas da sua casa, na Rua Maceió. “O pessoal levantou tudo, não perdemos muita coisa. Mas muitos parentes meus perderam tudo que tinha em casa”, aponta Zenona.
A sensação que ela tem com a enchente de 2024 é bem diferente. “Parece que muito mais gente foi atingida dessa vez”, diz.
Entretanto, para a moradora do bairro Igara, o mais importante é a manutenção da vida. “O resto se batalha e consegue com garra, vontade e fé.”
Socorrista e resgatado
Samuel Eilert nasceu no bairro Rio Branco e, como ele mesmo diz, cresceu na beira do Rio Gravataí. Os diques estavam em construção, e a estrutura que foi afetada em 2024 não estava pronta em 1967.
Então com 23 anos, o professor aposentado saiu pelas ruas junto com seu pai, Douglas, fazendo o que muitos canoenses fizeram em 2024: o resgate dos vizinhos e amigos que não tinham como fazê-lo.
“Naquele momento, os lugares seguros eram dois: a Praça da Igreja ou os trilhos do trem. As pessoas acampavam por lá”, relembra.
Com menos informações a respeito dos rios do que hoje em dia, Samuel diz que não era possível prever o que aconteceria em seguida. “Auxiliávamos e esperávamos. Eu conhecia o terreno, mas nunca tinha visto algo assim”, explica.
Em 2024, o professor Samuca, como muitos ex-alunos o chamam, esteve do outro lado da mesma situação. No mês passado, ele foi resgatado em sua casa por um grupo de jovens em um barco.
“Me senti da mesma forma quando eu resgatava, lá em 67. A juventude salva”, afirma.
Samuel acredita que, assim como no passado, os fatos recentes farão com que os rios não se comportem mais da mesma forma. “A gente precisa que o poder público se prepare de outras formas agora”, diz.
Destaques
Prefeitura de Canoas disponibiliza formulário para população se cadastrar no Auxílio Reconstrução do Governo Federal
Todos os canoenses que residem em regiões atingidas pela enchente já podem se cadastrar no formulário disponível pela Prefeitura, para terem acesso ao Auxílio Reconstrução do Governo Federal.
A iniciativa vai garantir R$ 5,1 mil diretamente à população, com pagamento realizado pela Caixa Econômica Federal, via PIX. O município cadastrou todos os CEPs das áreas afetadas. O programa não possui nenhum corte ou limitação de renda, nem a necessidade de inscrição no CadÚnico.
Os canoenses devem realizar o cadastro neste link.
Após o cadastro, a pessoa indicada como responsável deve acessar um sistema do Governo Federal, que será aberto na próxima segunda-feira (27/05), para confirmar o pedido. É necessário ter uma conta GovBr. Quem já possui conta na Caixa receberá o dinheiro diretamente nela. Para quem não tem, será aberta automaticamente uma poupança, onde será depositado o benefício.
No momento do cadastro, os canoenses devem preencher as seguintes informações:
– Nome completo e CPF do responsável da família;
– Nome completo e CPF de todos os outros membros da família;
– Endereço completo e CEP.
– Telefone de contato
*Após a inscrição, o morador deve assinar uma autodeclaração se responsabilizando pelas informações prestadas.
Destaques
DESASTRE NO RS: Total de mortos sobe para 83; 111 estão desaparecidos
Na manhã desta segunda-feira, 6, um boletim divulgado pela Defesa Civil apontou que o número de mortos em decorrências das chuvas e enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul subiu para 83. Ainda estão sendo investigadas outras 4 mortes, e há 111 desaparecidos e 276 pessoas feridas.
De acordo os dados da Defesa Civil, 141,3 mil pessoas estão fora de casa, sendo 19,3 mil em abrigos e 121,9 mil desalojadas (na casa de amigos ou familiares). Ao todo, 345dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 850 mil pessoas.
Risco de inundação extrema
O nível do Guaíba, em Porto Alegre, está quase 2,30 metros acima da cota de inundação. Em medição realizada às 5h15min desta segunda-feira, 6, o patamar estava em 5,26 metros. O limite para inundação é de 3 metros.
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