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Postos de gasolina ou casas noturnas informais?
Por cinco anos escrevi semanalmente no jornal O Timoneiro, mas sempre seguindo uma linha jornalística, mostrando ponto e contraponto de cada assunto abordado. No entanto, em alguns destes temas eu sempre quis me posicionar e, na esmagadora maioria das vezes, meu posicionamento era favorável à vítima do problema abordado. Um destes casos diz respeito a uma reportagem que eu fiz e retomei em pelo menos mais 5 ocasiões neste período: a tortura imposta aos moradores do entorno de postos de combustível que permitem a aglomeração de carros com som alto na madrugada.
Em Canoas existem pelo menos dois casos emblemáticos de postos que se tornaram expoentes do desrespeito à vizinhança. Um deles está localizado na Santos Ferreira e o outro na esquina da Boqueirão com a Liberdade. Toda semana é a mesma coisa, de quinta a sábado, a partir das 22 horas e sem hora para acabar, se formam reuniões de dezenas ou até centenas de jovens nestes locais. Na verdade nem se pode culpar a juventude, uma vez que muitos dos frequentadores já deixaram até mesmo a casa dos 20 anos para trás.
E não é apenas o som alto, gritaria e brigas são frequentes, além da ocorrência usual de “rachas” realizados com partidas destes postos. Não existem limites para a barulheira e os vizinhos não aguentam mais reclamar. A Brigada Militar faz a sua parte quando é acionada, mas a Prefeitura se omite e os postos de combustíveis seguem funcionando como casas noturnas informais.
Sempre que, como repórter, consultei a Prefeitura sobre o problema das festas irregulares em postos, as respostas oficiais foram evasivas, apontando que os postos seriam notificados ou que ações de um grupo integrado seriam intensificadas para fiscalizar os locais. Nunca entendi porque, se as tais ações integradas eram tão difíceis de ocorrer, porque a secretaria do Meio Ambiente não tomou providências mais rígidas até hoje por conta da puluição sonora.
O descaso da Prefeitura acabou encorajando os baderneiros dos postos a defenderem o seu lado publicamente, mesmo sabendo que estão desrespeitando leis ao atormentarem pessoas com barulho depois das 22 horas. Em vários grupos de Facebook as pessoas desesperadas por não conseguirem dormir, abrem postagens reclamando da situação e em segundos são rechaçadas por frequentadores ou mesmo simpatizantes de frequentadores que entendem que é direito deles fazerem aquela baderna. Eu acredito que, no lugar deles, eu também me sentiria com a razão. Afinal, estão ali naquela prática há vários anos e as autoridades nunca tomaram medidas, parece até lógico que eles têm o direito de continuar. É como a criança que não é repreendida pelos pais quando faz algo errado, ela vai crescer com a total certeza de que pode tudo. Ou a Prefeitura toma a postura de mãe, educando e aplicando de punições, ou estes seus filhos só irão piorar ainda mais. Falo em punir os frequentadores? Claro que não, seriam impossível e até mesmo um tanto quanto injusto, já que os donos dos postos abrem espaço para eles e praticamente incentivam estas práticas. São os postos que precisam ser fiscalizados, multados e até mesmo fechados, no caso do problema não ser resolvido.
O que impede a Prefeitura de tomar estas medidas. Se o Prefeito morasse ao lado de um destes postos, o problema continuaria? Eu, particularmente, duvido.
Destaques
Prestes a completar 85 anos, Canoas olha para o passado para projetar o futuro
por Marcelo Grisa
marcelogrisa@gmail.com
A cidade de Canoas completa 85 anos de emancipação política no dia 27 de junho, enquanto ainda se recupera da maior tragédia de sua história.
As chuvas que atingiram o RS entre o final de abril e o começo de maio de 2024 entraram para a história em todo o Estado. Em Canoas, entretanto, mais de 60% da área urbana da cidade ficou debaixo d’água.
O Grupo O Timoneiro, no objetivo de discutir os rumos do município e para que a importância desse assunto não seja esquecida, foi atrás de histórias anteriores a que os canoenses vivem hoje.
Fala-se muito nas enchentes de 1941, que definiram políticas para as décadas seguintes em Porto Alegre e na Região Metropolitana. Entretanto, os mais antigos lembram-se também de 1967, quando muitos dos bairros que alagaram no mês passado.
Falamos com algumas dessas pessoas que já sabem, a 57 anos, o que é passar por uma enchente.
Primeiras memórias
Zenona Muzykant, de 85 anos, havia chegado a Canoas, vinda de Dom Feliciano, a menos de dois anos quando as águas atingiram a cidade.
Então moradora do Mathias Velho, ela se recorda de ficar confusa ao receber informações, já que pouco conhecia Canoas à época. “A gente ficava sabendo das coisas por quem passava na rua”, relata.
A água chegou até a metade das janelas da sua casa, na Rua Maceió. “O pessoal levantou tudo, não perdemos muita coisa. Mas muitos parentes meus perderam tudo que tinha em casa”, aponta Zenona.
A sensação que ela tem com a enchente de 2024 é bem diferente. “Parece que muito mais gente foi atingida dessa vez”, diz.
Entretanto, para a moradora do bairro Igara, o mais importante é a manutenção da vida. “O resto se batalha e consegue com garra, vontade e fé.”
Socorrista e resgatado
Samuel Eilert nasceu no bairro Rio Branco e, como ele mesmo diz, cresceu na beira do Rio Gravataí. Os diques estavam em construção, e a estrutura que foi afetada em 2024 não estava pronta em 1967.
Então com 23 anos, o professor aposentado saiu pelas ruas junto com seu pai, Douglas, fazendo o que muitos canoenses fizeram em 2024: o resgate dos vizinhos e amigos que não tinham como fazê-lo.
“Naquele momento, os lugares seguros eram dois: a Praça da Igreja ou os trilhos do trem. As pessoas acampavam por lá”, relembra.
Com menos informações a respeito dos rios do que hoje em dia, Samuel diz que não era possível prever o que aconteceria em seguida. “Auxiliávamos e esperávamos. Eu conhecia o terreno, mas nunca tinha visto algo assim”, explica.
Em 2024, o professor Samuca, como muitos ex-alunos o chamam, esteve do outro lado da mesma situação. No mês passado, ele foi resgatado em sua casa por um grupo de jovens em um barco.
“Me senti da mesma forma quando eu resgatava, lá em 67. A juventude salva”, afirma.
Samuel acredita que, assim como no passado, os fatos recentes farão com que os rios não se comportem mais da mesma forma. “A gente precisa que o poder público se prepare de outras formas agora”, diz.
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Prefeitura de Canoas disponibiliza formulário para população se cadastrar no Auxílio Reconstrução do Governo Federal
Todos os canoenses que residem em regiões atingidas pela enchente já podem se cadastrar no formulário disponível pela Prefeitura, para terem acesso ao Auxílio Reconstrução do Governo Federal.
A iniciativa vai garantir R$ 5,1 mil diretamente à população, com pagamento realizado pela Caixa Econômica Federal, via PIX. O município cadastrou todos os CEPs das áreas afetadas. O programa não possui nenhum corte ou limitação de renda, nem a necessidade de inscrição no CadÚnico.
Os canoenses devem realizar o cadastro neste link.
Após o cadastro, a pessoa indicada como responsável deve acessar um sistema do Governo Federal, que será aberto na próxima segunda-feira (27/05), para confirmar o pedido. É necessário ter uma conta GovBr. Quem já possui conta na Caixa receberá o dinheiro diretamente nela. Para quem não tem, será aberta automaticamente uma poupança, onde será depositado o benefício.
No momento do cadastro, os canoenses devem preencher as seguintes informações:
– Nome completo e CPF do responsável da família;
– Nome completo e CPF de todos os outros membros da família;
– Endereço completo e CEP.
– Telefone de contato
*Após a inscrição, o morador deve assinar uma autodeclaração se responsabilizando pelas informações prestadas.
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DESASTRE NO RS: Total de mortos sobe para 83; 111 estão desaparecidos
Na manhã desta segunda-feira, 6, um boletim divulgado pela Defesa Civil apontou que o número de mortos em decorrências das chuvas e enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul subiu para 83. Ainda estão sendo investigadas outras 4 mortes, e há 111 desaparecidos e 276 pessoas feridas.
De acordo os dados da Defesa Civil, 141,3 mil pessoas estão fora de casa, sendo 19,3 mil em abrigos e 121,9 mil desalojadas (na casa de amigos ou familiares). Ao todo, 345dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 850 mil pessoas.
Risco de inundação extrema
O nível do Guaíba, em Porto Alegre, está quase 2,30 metros acima da cota de inundação. Em medição realizada às 5h15min desta segunda-feira, 6, o patamar estava em 5,26 metros. O limite para inundação é de 3 metros.
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