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Deputados João Derly e Manuela visitam a cidade
A deputada estadual mais votada no pleito de 2014, Manuela D’avila (PCdoB), esteve em Canoas, na terça-feira, 19, para uma palestra sobre o direito das mulheres e reforma política na UniRitter. A parlamentar, que somou 222.436 votos na última eleição, conversou com a equipe de O Timoneiro.
Perguntada sobre o evento, respondeu que se trata de um trabalho onde a equipe corre o interior do estado para divulgar ideias. “É um debate que a gente tem feito no estado inteiro que relaciona a luta das mulheres com a necessidade de uma reforma política democrática que possa incluir nossa população para representar melhor”, ressalta a comunista.
Para ela, falta entender a realidade política e pensar melhor na representação da população como um todo. Para ela, a reforma política deve ter como objetivo o fim do financiamento privado de campanhas. “Eu acho que a gente precisa ver a realidade brasileira, precisa ver que a sociedade se sente sub representada, por isso que nossas instituições são tão fragilizadas e pensar qual é o problema central. Para mim o problema central é o financiamento privado de campanhas”, explana Manuela.
A deputada defende que não só o Rio Grande do Sul, mas todo o Brasil é machista. “Não é justo com o Rio Grande do Sul dizer que ele é mais ou menos conservador”, ressalta. Em sua palestra, defendeu que o Congresso é o mais conservador da redemocratização. “Nós temos que conquistar muito mais espaço, seja na política, seja no setor empresarial, na sociedade como um todo”.
João Derly também visitou a cidade
Também esteve na cidade esta semana o comunista João Derly, deputado federal pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB). O bicampeão mundial de judô foi painelista no evento Jogos Olímpicos: expectativas e legado para o desenvolvimento do país, no dia 18 de maio, no salão azul do Unilasalle.
Junto com o parlamentar, Ignacio Aloise, diretor esportista da Federação Internacional de Judô também estava presente na condição de painelista. O evento foi mediado por Almiro Rodrigo Gehrat, o Cebola, ex-vereador de Canoas pelo PT e hoje presidente da Associação dos Moradores do Bairro Fátima.
“Verde e amarelo, sem foice e sem martelo”
No dia seguinte à sua visita, Manuela se envolveu em uma confusão durante evento do Humaniza Redes, ação do governo que tem o intuito de acabar com a violência nas redes sociais. Além da deputada, Jorge Pozzobom (PSDB) e os jornalistas Juremir Machado da silva, Luciano Potter e Moisés Mendes debatiam sobre a violência na internet quando foram interrompidos por gritos e insultos do grupo anticomunista que autointitulou-se como “Frente de Opressão de Abobados, Socialistas, Comunistas e Esquerdistas”.
Anderson Girotto, da coordenação do MST no Rio Grande do Sul, usava a palavra no momento da interrupção. “Sempre vemos o ódio dos outros. Neste momento que estamos passando no Brasil, esse ódio veio mais forte. É o ódio dos pobres. O ódio contra aqueles que não tiveram nada…”, e parou por estar sendo vaiado. Questionado sobre o símbolo do movimento, a foice, o representante respondeu que usavam o instrumento para o trabalho e foi surpreendido por risadas por parte dos manifestantes. Anderson continuou a discussão. “Vocês não tem calo na mão. Vocês não pegam em uma inchada”, continuou.
Os manifestantes começaram então a vaiar, gritar, acusar e a falar palavras de baixo calão. Em coro, os manifestantes gritavam: “Verde e amarelo, sem foice e sem martelo”. Na sequência, Manuela interrompeu o representante do MST e encerrou o evento. “Não vamos deixar a nossa atividade se encerrar com atos de violência, que é o que os provocadores querem. Queria agradecer para aqueles que foram bastante educados, se inscreveram e fizeram perguntas. Assim como tu do Partido Pirata (deputada aponta para um dos participantes), que também foi. Essa diversidade que queríamos ouvir. A daqueles que respeitam e fazem perguntas justas. A censura que está acontecendo agora não é a intenção de nenhum de nós”, concluiu D’Ávila.
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“Nunca trabalhei na vida, eu faço o que me dá prazer”; morre Jesus Pfeil aos 85 anos

Morreu no domingo, 24, o cineasta, historiador e escritor, e figura ilustre de Canoas, Antonio Jesus Pfeil. O prefeito de Canoas, Jairo Jorge, decretou três dias de luto oficial. O velório acontece nesta segunda-feira, até 17 horas, no Crematório de Cemitério São Vicente, em Canoas.
Antonio Jesus Pfeil nasceu em 7 de outubro de 1939, na área de Canoas que posteriormente foi emancipada e se tornou Nova Santa Rita. Cineasta, historiador e pesquisador do cinema gaúcho, estudou no Colégio La Salle e passou pelo serviço militar. Em 1960, atuou como ator no Teatro Brasileiro de Comédias, que estava com uma peça em cartaz no Theatro São Pedro. Na ocasião, subiu ao palco ao lado de Nathália Timberg e Leonardo Villar.
Seu primeiro curta-metragem, Cinema Gaúcho dos Anos 20, participou da mostra do Festival de Cinema Brasileiro de Gramado e, em 1974, recebeu um prêmio especial no mesmo festival. Além da carreira como cineasta, Jesus também conquistou espaço como pesquisador, autor de artigos e, paralelamente, atua como participante de conferências e de comissões julgadoras em festivais e outros eventos ligados à História do Cinema Gaúcho e Brasileiro.
Resgate
Como escritor e historiador, Jesus tem profunda contribuição para o resgate histórico da cidade. Ele é autor da coleção Canoas: Anatomia de Uma Cidade, e organizador do livro Origens de Canoas, que conta com artigos de Edgar Braga da Fontoura, primeiro prefeito do município. Estas são apenas algumas dentre muitas obras de Jesus no cinema e na literatura.
No ano 2000, Jesus recebeu uma justa homenagem pela sua contribuição para a cultura na cidade. A biblioteca da Escola Municipal Ícaro foi inaugurada e, desde então, se chama Biblioteca Antonio Jesus Pfeil.
Prazeres
Ao ser indagado pelo O Timoneiro, em 2018, sobre como enxerga a importância de seu trabalho para o meio cultural e para Canoas, Jesus, sempre bem-humorado, brinca: “Trabalho? Que trabalho? Eu nunca trabalhei na vida, eu só tenho prazeres, só faço o que me dá prazer”.
“As pessoas me perguntam ‘Jesus, qual é a novidade hoje?’, e eu respondo: ‘Olha, de manhã eu abri os olhos e estava vivo, não morri dormindo. Vamos ver o que acontece hoje’. Eu sempre digo, e disse no filme Jesus – O Verdadeiro, é que meu futuro foi ontem e não tem como saber o que vai acontecer hoje. Sobre o que eu já vivi, eu posso falar. Meu primeiro Kikito em gramado eu ganhei em 1974 e foi o primeiro Kikito gaúcho do festival. Eu gosto de trabalhar com História porque filme de ficção todo mundo faz e faz igual hoje em dia, só muda o nome dos personagens e o título, é sempre o mesmo roteiro. Um filme que eu fiz e gosto de destacar é o Porto Alegre, Adeus…! É uma carta que eu escrevi ao Glauber Rocha. E o Glauber Rocha tinha aquela frase que dizia que tinha que ter uma câmera na mão e uma ideia na cabeça. Pensando bem, hoje em dia as pessoas, muitas vezes, têm a câmera na mão, mas não têm a ideia na cabeça, por isso fazem tanta coisa igual”.
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Prestes a completar 85 anos, Canoas olha para o passado para projetar o futuro

por Marcelo Grisa
marcelogrisa@gmail.com
A cidade de Canoas completa 85 anos de emancipação política no dia 27 de junho, enquanto ainda se recupera da maior tragédia de sua história.
As chuvas que atingiram o RS entre o final de abril e o começo de maio de 2024 entraram para a história em todo o Estado. Em Canoas, entretanto, mais de 60% da área urbana da cidade ficou debaixo d’água.
O Grupo O Timoneiro, no objetivo de discutir os rumos do município e para que a importância desse assunto não seja esquecida, foi atrás de histórias anteriores a que os canoenses vivem hoje.
Fala-se muito nas enchentes de 1941, que definiram políticas para as décadas seguintes em Porto Alegre e na Região Metropolitana. Entretanto, os mais antigos lembram-se também de 1967, quando muitos dos bairros que alagaram no mês passado.
Falamos com algumas dessas pessoas que já sabem, a 57 anos, o que é passar por uma enchente.
Primeiras memórias
Zenona Muzykant, de 85 anos, havia chegado a Canoas, vinda de Dom Feliciano, a menos de dois anos quando as águas atingiram a cidade.
Então moradora do Mathias Velho, ela se recorda de ficar confusa ao receber informações, já que pouco conhecia Canoas à época. “A gente ficava sabendo das coisas por quem passava na rua”, relata.

Na época, Zenoma Muzykant estava em Canoas a apenas dois anos
A água chegou até a metade das janelas da sua casa, na Rua Maceió. “O pessoal levantou tudo, não perdemos muita coisa. Mas muitos parentes meus perderam tudo que tinha em casa”, aponta Zenona.
A sensação que ela tem com a enchente de 2024 é bem diferente. “Parece que muito mais gente foi atingida dessa vez”, diz.
Entretanto, para a moradora do bairro Igara, o mais importante é a manutenção da vida. “O resto se batalha e consegue com garra, vontade e fé.”
Socorrista e resgatado

Samuel Eilert resgatava pessoas de barco na enchente de 1967
Samuel Eilert nasceu no bairro Rio Branco e, como ele mesmo diz, cresceu na beira do Rio Gravataí. Os diques estavam em construção, e a estrutura que foi afetada em 2024 não estava pronta em 1967.
Então com 23 anos, o professor aposentado saiu pelas ruas junto com seu pai, Douglas, fazendo o que muitos canoenses fizeram em 2024: o resgate dos vizinhos e amigos que não tinham como fazê-lo.
“Naquele momento, os lugares seguros eram dois: a Praça da Igreja ou os trilhos do trem. As pessoas acampavam por lá”, relembra.
Com menos informações a respeito dos rios do que hoje em dia, Samuel diz que não era possível prever o que aconteceria em seguida. “Auxiliávamos e esperávamos. Eu conhecia o terreno, mas nunca tinha visto algo assim”, explica.
Em 2024, o professor Samuca, como muitos ex-alunos o chamam, esteve do outro lado da mesma situação. No mês passado, ele foi resgatado em sua casa por um grupo de jovens em um barco.
“Me senti da mesma forma quando eu resgatava, lá em 67. A juventude salva”, afirma.
Samuel acredita que, assim como no passado, os fatos recentes farão com que os rios não se comportem mais da mesma forma. “A gente precisa que o poder público se prepare de outras formas agora”, diz.
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Prefeitura de Canoas disponibiliza formulário para população se cadastrar no Auxílio Reconstrução do Governo Federal

Todos os canoenses que residem em regiões atingidas pela enchente já podem se cadastrar no formulário disponível pela Prefeitura, para terem acesso ao Auxílio Reconstrução do Governo Federal.
A iniciativa vai garantir R$ 5,1 mil diretamente à população, com pagamento realizado pela Caixa Econômica Federal, via PIX. O município cadastrou todos os CEPs das áreas afetadas. O programa não possui nenhum corte ou limitação de renda, nem a necessidade de inscrição no CadÚnico.
Os canoenses devem realizar o cadastro neste link.
Após o cadastro, a pessoa indicada como responsável deve acessar um sistema do Governo Federal, que será aberto na próxima segunda-feira (27/05), para confirmar o pedido. É necessário ter uma conta GovBr. Quem já possui conta na Caixa receberá o dinheiro diretamente nela. Para quem não tem, será aberta automaticamente uma poupança, onde será depositado o benefício.
No momento do cadastro, os canoenses devem preencher as seguintes informações:
– Nome completo e CPF do responsável da família;
– Nome completo e CPF de todos os outros membros da família;
– Endereço completo e CEP.
– Telefone de contato
*Após a inscrição, o morador deve assinar uma autodeclaração se responsabilizando pelas informações prestadas.
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