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21/11/2024
 

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Opinião: Como Hércules, eu vou resistir

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simone11052016

Eu andei pelas ruas. Não somente pelas ruas de Porto Alegre. Eu andei muito por aí.

Ao longo dos meus 32 anos, olhando para trás sem a turbidez que sempre me acompanhou quando das minhas memórias, eu enxergo o quão rebelde eu fui, mesmo sem querer.

Recordo-me dos debates entre amigas em meu quarto repleto de papéis rabiscados de qualquer coisa que gritasse a poesia, que apresentasse o pouco do que eu entendia como liberdade, política, filosofia. Eu sinto falta daquela menina sonhadora, mas ela ainda está aqui; a distinção está no acúmulo de frustrações.

Eu vou a restaurantes caros, eu conheço de perto a elite, eu frequentei a periferia, eu converso com mendigos, eu sirvo bêbados em um bar, eu escrevo para quem nem entende o que quero dizer ou se importa com quem eu sou. Eu viajei um pouco, eu falei comigo mesma em inúmeras noites, mirando o céu com uma certeza incorrupta de que eu sequer sabia me definir. Eu ando bastante por aí…

Concomitante a toda essa aventura que é viver, independente da minha saúde mental e/ou física, eu estudei muito, muito mesmo, as pessoas e coisas que me faziam saltar essa veia no pescoço, sabem? Eu percebi o olhar triste de quem esteve em algumas salas comigo. Eu senti a solidão do transeunte, eu li aquele artigo cujo autor teve vergonha, eu observei cada gesto despercebido de quem sequer sabe que estava sendo observado (eu gostaria de lhe dizer o quão interessante você é, mas não iremos mais nos encontrar, és mais um na multidão; nos trens, nos ônibus, no aeroporto, no banco de espera do hospital público).

Contudo, e a grosso modo, eu sei que em 1888 começou-se uma luta para libertar os negros de algo mais pesado do que se pode medir, de uma doença que nos acomete até hoje. Corajosos e justiceiros jogaram um jogo perigoso para dar direito e voz àqueles tão humilhados seres; todos nós devemos isso a eles. Sei que no final do século XIX algumas mulheres tiveram a iniciativa de tornar mais sólido o movimento de luta por mais condições de vida e respeito, e assim ainda caminhamos dentro do ainda tão sem entendimento feminismo; palmas para elas. Tenho ciência de que em 1963 foi organizado um plebiscito para definir entre o parlamentarismo e o presidencialismo, e nós vencemos, no entanto, a democracia durou pouco devido ao golpe de 1964, e o governo do atual presidente foi destruído e os militares tomam o poder. Pessoas resistiram, mais uma vez os corajosos, chamados de loucos. Eles apanharam e morreram para que hoje pudéssemos escolher um representante e inclusive destituí-lo.

Conhecendo-me, eu diria que estaria presente em todos estes manifestos assim como presente me faço nos atuais. Sempre na luta pela justiça, democracia, liberdade e na defesa dos menos favorecidos financeira e amorosamente (sim, o amor é peça fundamental para a empatia e a gentileza. Só reproduzimos o que aprendemos).

Embora estes heróis já tenham feito muito pela evolução social, ainda temos pautas como veganismo e sexualidade atravancados.

Neste momento emblemático da história, quero ressaltar minha admiração a estes tantos “desconhecidos” que fazem de nossa sociedade hoje um caloroso debate de ideias e diversidade. E isso inclui a política de esquerda. Não esqueçam, amantes da revolução, ainda há muito pelo que lutar, apesar da rebeldia ter tido de ser polida.

Resistamos ao retrocesso.

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Prestes a completar 85 anos, Canoas olha para o passado para projetar o futuro

Redação

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Prestes a completar 85 anos, Canoas olha para o passado para projetar o futuro - Enchente 67
por Marcelo Grisa
marcelogrisa@gmail.com

A cidade de Canoas completa 85 anos de emancipação política no dia 27 de junho, enquanto ainda se recupera da maior tragédia de sua história.

As chuvas que atingiram o RS entre o final de abril e o começo de maio de 2024 entraram para a história em todo o Estado. Em Canoas, entretanto, mais de 60% da área urbana da cidade ficou debaixo d’água.

O Grupo O Timoneiro, no objetivo de discutir os rumos do município e para que a importância desse assunto não seja esquecida, foi atrás de histórias anteriores a que os canoenses vivem hoje.

Fala-se muito nas enchentes de 1941, que definiram políticas para as décadas seguintes em Porto Alegre e na Região Metropolitana. Entretanto, os mais antigos lembram-se também de 1967, quando muitos dos bairros que alagaram no mês passado.

Falamos com algumas dessas pessoas que já sabem, a 57 anos, o que é passar por uma enchente.

Primeiras memórias

Zenona Muzykant, de 85 anos, havia chegado a Canoas, vinda de Dom Feliciano, a menos de dois anos quando as águas atingiram a cidade.

Então moradora do Mathias Velho, ela se recorda de ficar confusa ao receber informações, já que pouco conhecia Canoas à época. “A gente ficava sabendo das coisas por quem passava na rua”, relata.

Na época, Zenoma Muzykant estava em Canoas a apenas dois anos

Na época, Zenoma Muzykant estava em Canoas a apenas dois anos

A água chegou até a metade das janelas da sua casa, na Rua Maceió. “O pessoal levantou tudo, não perdemos muita coisa. Mas muitos parentes meus perderam tudo que tinha em casa”, aponta Zenona.

A sensação que ela tem com a enchente de 2024 é bem diferente. “Parece que muito mais gente foi atingida dessa vez”, diz.

Entretanto, para a moradora do bairro Igara, o mais importante é a manutenção da vida. “O resto se batalha e consegue com garra, vontade e fé.”

Socorrista e resgatado

Samuel Eilert resgatava pessoas de barco na enchente de 1967

Samuel Eilert resgatava pessoas de barco na enchente de 1967

Samuel Eilert nasceu no bairro Rio Branco e, como ele mesmo diz, cresceu na beira do Rio Gravataí. Os diques estavam em construção, e a estrutura que foi afetada em 2024 não estava pronta em 1967.

Então com 23 anos, o professor aposentado saiu pelas ruas junto com seu pai, Douglas, fazendo o que muitos canoenses fizeram em 2024: o resgate dos vizinhos e amigos que não tinham como fazê-lo.

“Naquele momento, os lugares seguros eram dois: a Praça da Igreja ou os trilhos do trem. As pessoas acampavam por lá”, relembra.

Com menos informações a respeito dos rios do que hoje em dia, Samuel diz que não era possível prever o que aconteceria em seguida. “Auxiliávamos e esperávamos. Eu conhecia o terreno, mas nunca tinha visto algo assim”, explica.

Em 2024, o professor Samuca, como muitos ex-alunos o chamam, esteve do outro lado da mesma situação. No mês passado, ele foi resgatado em sua casa por um grupo de jovens em um barco.

“Me senti da mesma forma quando eu resgatava, lá em 67. A juventude salva”, afirma.

Samuel acredita que, assim como no passado, os fatos recentes farão com que os rios não se comportem mais da mesma forma. “A gente precisa que o poder público se prepare de outras formas agora”, diz.

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Prefeitura de Canoas disponibiliza formulário para população se cadastrar no Auxílio Reconstrução do Governo Federal

Redação

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Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Canoas alerta sobre tentativa de golpe contra empreendedores

Todos os canoenses que residem em regiões atingidas pela enchente já podem se cadastrar no formulário disponível pela Prefeitura, para terem acesso ao Auxílio Reconstrução do Governo Federal.

A iniciativa vai garantir R$ 5,1 mil diretamente à população, com pagamento realizado pela Caixa Econômica Federal, via PIX. O município cadastrou todos os CEPs das áreas afetadas. O programa não possui nenhum corte ou limitação de renda, nem a necessidade de inscrição no CadÚnico.

Os canoenses devem realizar o cadastro neste link.

Após o cadastro, a pessoa indicada como responsável deve acessar um sistema do Governo Federal, que será aberto na próxima segunda-feira (27/05), para confirmar o pedido. É necessário ter uma conta GovBr. Quem já possui conta na Caixa receberá o dinheiro diretamente nela. Para quem não tem, será aberta automaticamente uma poupança, onde será depositado o benefício.

No momento do cadastro, os canoenses devem preencher as seguintes informações:

– Nome completo e CPF do responsável da família;
– Nome completo e CPF de todos os outros membros da família;
– Endereço completo e CEP.
– Telefone de contato

*Após a inscrição, o morador deve assinar uma autodeclaração se responsabilizando pelas informações prestadas.

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DESASTRE NO RS: Total de mortos sobe para 83; 111 estão desaparecidos

Redação

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DESASTRE NO RS: Total de mortos sobe para 83; 111 estão desaparecidos

Na manhã desta segunda-feira, 6, um boletim divulgado pela Defesa Civil apontou que o número de mortos em decorrências das chuvas e enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul subiu para 83. Ainda estão sendo investigadas outras 4 mortes, e há 111 desaparecidos e 276 pessoas feridas.

De acordo os dados da Defesa Civil, 141,3 mil pessoas estão fora de casa, sendo 19,3 mil em abrigos e 121,9 mil desalojadas (na casa de amigos ou familiares). Ao todo, 345dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 850  mil pessoas.

Risco de inundação extrema

O nível do Guaíba, em Porto Alegre, está quase 2,30 metros acima da cota de inundação. Em medição realizada às 5h15min desta segunda-feira, 6, o patamar estava em 5,26 metros. O limite para inundação é de 3 metros.

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