Enchente 2024 Canoas
Clientes reclamam de cobranças de energia elétrica pela RGE no mês de maio

Milhares de residências foram inundadas no Estado durante as enchentes no Rio Grande do Sul no início do mês de maio, fazendo com que empresas de energia elétrica e de água desligassem o fornecimento nos locais atingidos.
No dia 21 de junho, a Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul firmou acordo com as companhias de energia elétrica CEEE Equatorial e RGE, suspendendo a cobrança de luz dos consumidores que ficaram sem acesso ao medidor durante maio.
A medida apresentada isentava os clientes de pagar a conta referente ao mês e suspendia cobranças, cortes de energia por falta de pagamento e juros por 30 dias para todos, e por 90 dias para quem se encontrava em estado de calamidade pública – o que representou 90% do Estado.
Medida gerou confusão e surpresa

Cliente do bairro Harmonia recebeu fatura de maio
Uma frase final no texto, destacando que o acordo não isentaria moradores afetados de pagar a conta futuramente, passou desapercebida pela população, e ressurgiu nas contas da RGE que começaram a ser geradas no início de agosto (como mostra a foto acima), afirmando que o valor faturado no mês poderia ser pago em 6 parcelas divididas nas próximas faturas, pegando os clientes de surpresa.
Foi o caso da canoense Janaina Nessi, que residia em Canoas, no bairro Harmonia, antes da enchente.
“Minha casa foi alagada dia 03/05 e perdi tudo. Desde essa data, a RGE fez o desligamento do fornecimento de eletricidade. Vim morar em Porto Alegre e solicitei o desligamento da minha luz no início de junho (não havia sido reestabelecido o fornecimento lá ainda), mas hoje recebi uma fatura de luz referente ao mês de maio”, contou à nossa reportagem.
Janaina disse ainda que contatou a empresa dizendo que não tinha como cobrarem o fornecimento de maio, pois não tinha luz no imóvel no período e que a resposta foi que havia uma determinação de que poderia ser cobrado conforme a média anterior, já que a empresa não podia fazer a medição.
“Tentei argumentar, mas foi inútil, disseram que a empresa também sofreu prejuízos e por isso iriam cobrar igual”.
‘Quando houver a constatação de destruição total ou parcial da residência em decorrência do impacto da enchente, a cobrança será perdoada’
Outra informação no texto da matéria do acordo assinado pela empresa RGE confundiu consumidores. Ela destaca que em caso de perda total ou parcial da residência a conta seria perdoada, ou seja, não poderia haver cobrança posterior.
Isto representa a situação de praticamente todas as residências do bairro Mathias Velho; mas ainda assim proprietários de imóveis da região contam que estão recebendo as faturas.
Resposta da RGE
A reportagem de O Timoneiro entrou em contato com a RGE questionando a situação de Janaina e pedindo esclarecimentos quanto a dúvidas da população.
Em resposta, a empresa informou que durante a calamidade, suas equipes de campo enfrentaram dificuldades, em determinadas regiões, de acesso para a leitura do consumo e também de entrega de contas em papel, e que esses casos estão sendo tratados sem que haja prejuízo ao cliente e dentro da Resolução 1092 criada pela ANEEL para essa situação excepcional vivida pelo Estado.
Ainda que “a empresa suspendeu a cobrança de faturamento de maio para todas as unidades consumidoras que tiveram o acesso comprometido a realização da leitura. Além de suspender os cortes por inadimplência para os clientes de municípios afetados pela calamidade […] O pagamento de contas atrasadas até o dia 20 de agosto de 2024 não irá gerar encargos como multa e juros, possibilitando que as contas sejam quitadas nesse período mesmo em atraso”.
Caso da Janaína
“Sobre o caso da cliente do bairro Harmonia, a empresa esclarece que o valor cobrado se trata de consumo residual e já foi retirado da fatura”, afirmou em nota a RGE.
Contato com a empresa
A RGE orienta que os clientes com problemas no recebimento da conta solicitem sua segunda via pelos seguintes canais oficiais e seguros de atendimento: App CPFL Energia (disponível para Android e iOS), site: www.rge-rs.com.br, WhatsApp: (51) 9 9955.0002 ou Call Center: 0800 970 0900. Nessa consulta, o cliente poderá visualizar contas em aberto e inclusive conhecer as opções de parcelamento de débitos disponíveis. O pagamento de contas atrasadas até o dia 20 de agosto de 2024 não irá gerar encargos como multa e juros, possibilitando que as contas sejam quitadas nesse período mesmo em atraso.
Procon de Canoas registra centenas de reclamações referentes a contas de água e luz
Entramos também em contato com o Procon de Canoas para saber quantas reclamações acerca do tema haviam sido registradas pelo órgão no município e quais as orientações em situação de possíveis irregularidades.
Resposta do Procon
“Desde a enchente histórica de maio até a primeira quinzena de agosto, o Procon de Canoas já somou o recebimento de 115 reclamações referentes a companhia de energia elétrica e outras 49 relacionadas ao abastecimento de água.
A maior parte dos contatos com o órgão municipal de defesa do consumidor são a respeito de cobranças por média superior ao consumo real relatado pelo cidadão, incompatibilidades a partir da troca de relógios medidores e até mesmo pedidos de orientações de como proceder com eventuais irregularidades são recorrentes”.
Procure o Procon
Para recorrer ao Procon é importante que o consumidor registre uma foto do relógio, comprovando a leitura real, bem como levar a fatura com cobrança indevida, a ser contestada. Esclarecimentos de dúvidas podem ser obtidos pelos telefones (51) 32362051 e (51) 32362052.
Canal OtPlay
ENTREVISTA EXCLUSIVA: Como estão os projetos e obras dos diques em Canoas nove meses após a enchente

Em entrevista exclusiva ao jornalista Vanderlei Dutra na manhã de quinta-feira, 6, o Secretário de Obras e Reconstrução de Canoas, Victor Hampel, falou sobre a situação das obras nos diques e casas de bombas passados nove meses da enchente histórica na cidade, além de abordar a intenção da construção de um dique no bairro São Luiz, a microdrenagem da cidade e sobre os recursos necessários.
De acordo com o secretário, o conjunto de obras deve levar pelo menos 1 ano e meio para ser concluído e o valor do investimento passa dos R$ 500 milhões, que deve ser liberado pela União e o Estado, o que ainda não aconteceu.
A seguir, um resumo dos principais pontos. Assista a entrevista completa em www.jornaltimoneiro.com.br.
Dique Niterói
Segundo Hampel, no Dique Niterói há uma elevação ocorrendo na Rua Gravataí (em cima do dique), e até abril ou maio estará concluída. “Tem mais um trecho do dique que estamos falando em aproximadamente 2 Km de uma nova contratação para poder elevar esta via até a divisa com Cachoeirinha, o que vai ajudar a proteger ainda mais a área da Base Aérea, além de criar um novo fluxo de mobilidade urbana, o que ainda está em estudo para poder licitar”.
Dique do Rio branco
Segundo o secretário, tem um primeiro trecho que já foi licitado para contrato, mas primeiramente está sendo feito uma limpeza no dique e estudos e sondagem para chegar ao projeto básico e depois o projeto executivo. “Importante lembrar que estas contratações que foram feitas dos diques, elas foram integráveis, aonde a Prefeitura fez um anteprojeto, pois não havia, contratou no regime integrado, onde a empresa contratada tem que fazer todos os estudos para depois ser aprovado e então a obra ser realizada”.
Muro da Cassol
“Quando assumimos havia uma licitação de contratação para fazer o muro que estava parada, pois há um problema no projeto, que são os dutos de petróleo e gás que passam no local. Não é simplesmente chegar e fazer o muro, é muito mais complexo. Hoje o muro é o mais rápido para se fazer ali, desde que atendamos estas estruturações”. Segundo ele, não há um prazo para conclusão, mas acredita que possa levar cerca de seis meses.
Dique do Mathias Velho
Conforme Victor, trata-se da mesma situação do dique do Rio Branco, se encontra em fase de estudos e sondagens e até o momento só foi feita a limpeza do local. “Estamos tentando acelerar os projetos para que comece por ali, pois é a cota mais sensível. Nas próximas semanas, dentro de cerca de quinze dias, devem ser realizadas as obras de fechamento definitivo do ponto que rompeu no dique do Mathias Velho, como já foi feito no Rio Branco.
Dique do Mato Grande
“Aquelas obras estão em andamento, a empresa está fazendo toda a base e logo vai colocar argila e logo será elevado o dique. É uma obra que leva um ano e meio para ficar pronta, se tudo estiver indo bem”, explicou detalhadamente no vídeo.
Dique do São Luiz
Em relação à construção do dique no bairro São Luiz, Hampel destaca que será um projeto completamente novo, e, portanto, estão feitos estudos e discussões em nível de bacia hidrográfica. “Estamos falando de forma honesta. Se eu fizer um dique ali, eu alago os demais municípios. Ou seja, Canoas não decide sozinha sobre a construção dele. Mas vamos brigar para que seja feito”.
Casas de bombas
Sobre as casas de bombas, o secretário de Obras disse que cinco das oito existentes no município não estão energizadas pela RGE e ainda funcionam com gerador. “Os problemas de alagamentos da cidade não se dão por conta da drenagem das casas de bombas e sim pelos dutos entupidos, inclusive com lixo que entra na boca de lobo e entope”. Ainda “que está em fase final de licitação uma reforma de todas as casas de bombas, com motores que vão tanto mais fundo para poder acionar mais facilmente como atuar submerso, podendo drenar e agir rápido tanto em uma situação como o que aconteceu (na enchente) quanto nas chuvas. Esta obra levará cerca de um ano e meio também para ficar pronta.
Investimento de pelo menos R$ 500 milhões
Por fim, Victor relatou que o Prefeito está em contato com a União e o Estado para que se garanta os valores necessários prometidos, que são geridos por um comitê responsável pelo fundo com valores que foram enviados para o Rio Grande do Sul pelo Governo Federal. “Nós temos a parte de engenharia muito bem feita e temos todas as condições de receber estes recursos”.
Enchente 2024 Canoas
Mais de 400 MEIs canoenses ainda não sacaram auxílio calamidade de R$ 1,5 mil

Microempreendedores Individuais (MEIs) canoenses atingidos pela enchente histórica de maio do ano passado contam com uma ajuda financeira de R$ 1,5 mil do programa MEI RS Calamidades, do Governo do Estado do RS. Em visita à Canoas, o secretário estadual de Trabalho e Desenvolvimento Profissional do RS, Gilmar Sossella, esteve no gabinete do prefeito Airton Souza, na tarde de terça-feira, 4, para destacar os números do programa no município.
“O programa MEI RS Calamidades beneficiou 4.248 microempreendedores individuais em Canoas. Vejam bem, destes, 405 ainda tem esse recurso em seu nome na Caixa Econômica Federal e não sacaram o valor. E nós estamos deixando essa relação de nomes para o Município e Prefeitura, a fim de fazer até uma busca ativa. Os próprios beneficiados podem ir em uma agência para efetuar o saque”, explica o secretário estadual de Trabalho e Desenvolvimento Profissional do RS, Gilmar Sossella.
O saque dos recursos pode ser efetuado pelo beneficiado por meio do aplicativo Caixa Tem ou mediante comparecimento em uma agência da Caixa Econômica. Uma consulta referente a situação do requerente interessado pode ser feita no site: sosenchentes.rs.gov.br/mei-rs-calamidades.
Conforme a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Inovação (SMDEI) de Canoas, o programa estadual contemplou os MEIs com endereço registrado dentro da mancha de inundação das áreas afetadas, CNPJ e CPF ativos e em conformidade com a Receita Federal e Estadual. O prefeito Airton reforçou o apelo para os canoenses buscarem esse recurso para auxiliar nesse momento de reconstrução da cidade.
“São 405 canoenses com R$ 1.500 à disposição na Caixa Econômica Federal. Então, bora lá, corra para buscar esse recurso financeiro. Esse dinheiro sempre ajuda em momento de crise e dificuldade e é importante para recuperar a economia”, acrescenta.
Participação em consultorias garante uma segunda parcela
Ainda segundo a SMDEI, os MEIs que já receberam esse pagamento do programa estão aptos a participar de uma consultoria grátis e, posteriormente, com a conclusão das atividades, recebem uma segunda parcela também de R$ 1.500,00, via Banrisul. O complemento financeiro será para uso exclusivo como capital de giro. As inscrições junto ao site da PUC-RS, responsável pela atividade, encerram no dia 28 de fevereiro.
Em Canoas, segundo Sossella, um total de 1.900 MEIs ainda não se inscreveram para a consultoria e possuem até o fim de fevereiro para agregar conhecimento ao seu negócio e garantir mais R$ 1,5 mil. A qualificação, com carga horária de 9 horas, aborda temas como plano de negócios, gestão financeira, marketing e técnicas de vendas, e ocorre de forma online e gratuita. As inscrições para essa etapa podem ser feitas em: portal.pucrs.br/mei-rs-calamidades/ Após a confirmação, um consultor da PUC entrará em contato em até cinco dias úteis pelo telefone cadastrado.
Como sacar?
Como sacar a 1ª parcela: Acessando o aplicativo Caixa Tem ou indo pessoalmente a uma agência da Caixa Econômica Federal
Consulte a situação do seu MEI: sosenchentes.rs.gov.br/mei-rs-calamidades
2ª Parcela
O que é: segunda parcela também de R$ 1.500,00, via Banrisul
Quem pode receber: um total de 1.900 MEIs canoenses que já foram beneficiados na primeira etapa
Como garantir esse valor: mediante participação em consultoria gratuita e online
Inscrições no site: www.portal.pucrs.br/mei-rs-calamidades/
Enchente 2024 Canoas
Prefeitura publica lista de beneficiados do Aluguel Social Canoense Reconstrução

Foi publicado no Diário Oficial do Município de Canoas, o edital para convocação complementar de beneficiários do Programa Aluguel Social Canoense Reconstrução. O programa foi criado para contemplar 5 mil pessoas com R$ 2 mil, em parcelas de R$ 400, para auxílio no pagamento de aluguéis, após os alagamentos de 2024.
A lista com os nomes dos 889 convocados pode ser acessada aqui. Os beneficiados devem comparecer até o dia 24 de janeiro de 2025 na Secretaria Municipal de Habitação e Regularização Fundiária, na Rua Monte Castelo, 340, bairro Nossa Senhora das Graças, das 8 às 18 horas.
O que precisa levar
É necessário levar cópia autenticada do contrato de aluguel com assinaturas reconhecidas em cartório (ou assinaturas digitais mediante comprovação) e cópias comuns das identidades do locador e do locatário. O imóvel a ser locado precisa estar situado na Região Metropolitana de Porto Alegre e não pode estar em área de risco ou interditado.
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