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Um Natal atípico, mas sem perder a tradição
Por Graziele Albuquerque
O ano de 2020 foi um ano atípico. Por todos os cantos do mundo, enfrentamos, e continuamos enfrentando, uma pandemia histórica por conta do novo coronavírus, e com isso tivemos que nos adaptar a ele. Nesta quinta-feira, 24, é véspera de Natal, um momento de reflexão, de repensar comportamentos e recarregar as energias junto daqueles que amamos. Diante do novo cenário, muitas famílias repensaram a forma de comemorar a data festiva, pois a proteção dos familiares é o mais importante neste momento, mas sem deixar de lado a magia do Natal.
A técnica de enfermagem Iara Mendes optou por evitar aglomerações em eventos familiares tradicionais, como em outros anos. “Mesmo com menos pessoas, não deixaremos de estar juntos, com todos os cuidados que precisamos ter, mas em família. Acho que esse ano mais do que qualquer outro a gente tem que prezar pela reunião, por ter sido um ano tão difícil temos que valorizar ainda mais os momentos que passamos juntos”.
Mesmo com todas as limitações deste Natal diferenciado, a canoense fez questão de preparar toda a casa e manter a tradição natalina, com decorações, ceia e trocas de presentes. “Isso vai permanecer. Desde pequena aprendi a amar essa época, meus pais me ensinaram e passei isso aos meus filhos. Não teremos abraços e beijos, como de costume, mas teremos muito amor, o que é essencial. Iara acredita que existem muitos motivos para agradecer. “A palavra que define este ano é gratidão, ela vai tornar os momentos mais especiais ainda. Vai ser uma ocasião para comemorar a vida, agradecer o fato da gente poder estar ali com as pessoas que amamos”, conclui.
O Jornal Timoneiro separou alguns cuidados necessários para reduzir risco de contágio na sua festa de Natal
– Reuniões com no máximo 10 pessoas e com duração mínima possível.
– Preferir ambientes abertos, como quintal ou varanda, e se não for possível, manter janelas abertas.
– Convidados devem deixar o sapato fora de casa.
– No banheiro substituir toalha de pano por papel toalha.
– Não deixar os recipientes com comida na mesa. Já que ali as pessoas vão retirar a máscara.
– Para evitar que todos toquem nos mesmos talheres, uma pessoa deve servir a todos ou usarem luvas para se servir.
– Na hora de comer, fazer um rodízio na mesa, reunindo somente pessoas que moram na mesma casa a cada rodada.
– Outra opção na hora da refeição, é manter o distanciamento de um metro e meio das pessoas na mesa.
– Use máscara o tempo todo, higienize as mãos com álcool gel e manter distanciamento de um metro e meio.
– Abraços e beijos estão proibidos.
Destaques
Prestes a completar 85 anos, Canoas olha para o passado para projetar o futuro
por Marcelo Grisa
marcelogrisa@gmail.com
A cidade de Canoas completa 85 anos de emancipação política no dia 27 de junho, enquanto ainda se recupera da maior tragédia de sua história.
As chuvas que atingiram o RS entre o final de abril e o começo de maio de 2024 entraram para a história em todo o Estado. Em Canoas, entretanto, mais de 60% da área urbana da cidade ficou debaixo d’água.
O Grupo O Timoneiro, no objetivo de discutir os rumos do município e para que a importância desse assunto não seja esquecida, foi atrás de histórias anteriores a que os canoenses vivem hoje.
Fala-se muito nas enchentes de 1941, que definiram políticas para as décadas seguintes em Porto Alegre e na Região Metropolitana. Entretanto, os mais antigos lembram-se também de 1967, quando muitos dos bairros que alagaram no mês passado.
Falamos com algumas dessas pessoas que já sabem, a 57 anos, o que é passar por uma enchente.
Primeiras memórias
Zenona Muzykant, de 85 anos, havia chegado a Canoas, vinda de Dom Feliciano, a menos de dois anos quando as águas atingiram a cidade.
Então moradora do Mathias Velho, ela se recorda de ficar confusa ao receber informações, já que pouco conhecia Canoas à época. “A gente ficava sabendo das coisas por quem passava na rua”, relata.
A água chegou até a metade das janelas da sua casa, na Rua Maceió. “O pessoal levantou tudo, não perdemos muita coisa. Mas muitos parentes meus perderam tudo que tinha em casa”, aponta Zenona.
A sensação que ela tem com a enchente de 2024 é bem diferente. “Parece que muito mais gente foi atingida dessa vez”, diz.
Entretanto, para a moradora do bairro Igara, o mais importante é a manutenção da vida. “O resto se batalha e consegue com garra, vontade e fé.”
Socorrista e resgatado
Samuel Eilert nasceu no bairro Rio Branco e, como ele mesmo diz, cresceu na beira do Rio Gravataí. Os diques estavam em construção, e a estrutura que foi afetada em 2024 não estava pronta em 1967.
Então com 23 anos, o professor aposentado saiu pelas ruas junto com seu pai, Douglas, fazendo o que muitos canoenses fizeram em 2024: o resgate dos vizinhos e amigos que não tinham como fazê-lo.
“Naquele momento, os lugares seguros eram dois: a Praça da Igreja ou os trilhos do trem. As pessoas acampavam por lá”, relembra.
Com menos informações a respeito dos rios do que hoje em dia, Samuel diz que não era possível prever o que aconteceria em seguida. “Auxiliávamos e esperávamos. Eu conhecia o terreno, mas nunca tinha visto algo assim”, explica.
Em 2024, o professor Samuca, como muitos ex-alunos o chamam, esteve do outro lado da mesma situação. No mês passado, ele foi resgatado em sua casa por um grupo de jovens em um barco.
“Me senti da mesma forma quando eu resgatava, lá em 67. A juventude salva”, afirma.
Samuel acredita que, assim como no passado, os fatos recentes farão com que os rios não se comportem mais da mesma forma. “A gente precisa que o poder público se prepare de outras formas agora”, diz.
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Prefeitura de Canoas disponibiliza formulário para população se cadastrar no Auxílio Reconstrução do Governo Federal
Todos os canoenses que residem em regiões atingidas pela enchente já podem se cadastrar no formulário disponível pela Prefeitura, para terem acesso ao Auxílio Reconstrução do Governo Federal.
A iniciativa vai garantir R$ 5,1 mil diretamente à população, com pagamento realizado pela Caixa Econômica Federal, via PIX. O município cadastrou todos os CEPs das áreas afetadas. O programa não possui nenhum corte ou limitação de renda, nem a necessidade de inscrição no CadÚnico.
Os canoenses devem realizar o cadastro neste link.
Após o cadastro, a pessoa indicada como responsável deve acessar um sistema do Governo Federal, que será aberto na próxima segunda-feira (27/05), para confirmar o pedido. É necessário ter uma conta GovBr. Quem já possui conta na Caixa receberá o dinheiro diretamente nela. Para quem não tem, será aberta automaticamente uma poupança, onde será depositado o benefício.
No momento do cadastro, os canoenses devem preencher as seguintes informações:
– Nome completo e CPF do responsável da família;
– Nome completo e CPF de todos os outros membros da família;
– Endereço completo e CEP.
– Telefone de contato
*Após a inscrição, o morador deve assinar uma autodeclaração se responsabilizando pelas informações prestadas.
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DESASTRE NO RS: Total de mortos sobe para 83; 111 estão desaparecidos
Na manhã desta segunda-feira, 6, um boletim divulgado pela Defesa Civil apontou que o número de mortos em decorrências das chuvas e enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul subiu para 83. Ainda estão sendo investigadas outras 4 mortes, e há 111 desaparecidos e 276 pessoas feridas.
De acordo os dados da Defesa Civil, 141,3 mil pessoas estão fora de casa, sendo 19,3 mil em abrigos e 121,9 mil desalojadas (na casa de amigos ou familiares). Ao todo, 345dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 850 mil pessoas.
Risco de inundação extrema
O nível do Guaíba, em Porto Alegre, está quase 2,30 metros acima da cota de inundação. Em medição realizada às 5h15min desta segunda-feira, 6, o patamar estava em 5,26 metros. O limite para inundação é de 3 metros.
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