Conecte-se conosco

header-top







 

14/11/2025
 

Opinião

Tito Guarniere: “A vaidade em Lula e Moro”

Redação

Publicado

em


Tito Guarniere

A VAIDADE EM LULA E MORO

No final do filme “O Advogado do Diabo”, Al Pacino, impecável no papel de diabo, vislumbra no olhar de Keanu Reeves (o advogado), cercado de repórteres após uma vitória brilhante no tribunal, o brilho da satisfação e orgulho. O diabo está feliz: “Vaidade, o meu pecado predileto”.

Os homens agraciados com a glória, ainda que efêmera, ignoram que, muitas vezes, só estavam na hora certa e no lugar certo, e que os deuses da época conspiraram a seu favor. Passam a acreditar que todo o mérito lhes pertence, e que alcançaram o panteão da fama e do reconhecimento somente por causa de suas inigualáveis qualidades.

Foi assim com Lula. O retirante nordestino, o operário de fábrica viveu o auge do prestígio quando se elegeu presidente da República, em 2002, e quando realizou um governo de indiscutíveis avanços, com a melhoria de vida dos brasileiros mais pobres.

Foi assim com Sérgio Moro. Ele foi o personagem principal de uma revolução na Justiça deste país. Nos cansamos de dizer, antes, que a cadeia era um lugar de pretos e pobres. Moro, mais do que qualquer outro, mudou para sempre a distorção incômoda e vergonhosa. Personalidades da política e da alta economia foram condenadas a dormir atrás das grades, usar tornozeleiras, pagar multas, devolver quantias milionárias.

Porém Lula e Moro, além de divergências e antagonismos, têm algo em comum: se perderam pela vaidade. Ambos, recebidos de braços abertos pelas massas, cada um deles tietado à maneira peculiar dos seus admiradores, em algum momento cederam à tentação de acreditar que eram destinados a uma missão superior. “Você é o cara”, diziam ao redor.

Nem Lula nem Moro cogitaram dos contextos nos quais atuaram; nenhum deles parou para pensar que existiam outros componentes e outras razões – fora deles – para o aplauso e o êxito.

Lula não percebeu que parte essencial da bonança da época era o efeito de uma conjuntura esplendorosa da economia mundial. Ele parecia convencido de que aqueles dias felizes eram devidos apenas aos seus méritos, à sua lendária (depois desmentida) intuição.

Moro, de sua vez, aplaudido nas ruas, reconhecido como herói nacional, remava a favor da corrente da indignação social contra a corrupção. Tinha herdado um formidável aparato institucional e legal, que lhe permitiu a coragem e o rigor com que se houve. O que seria da Lava Jato sem a delação premiada, votada pelo Congresso Nacional e pela execrável espécie dos políticos?

Lula continua pagando pela vaidade que o acometeu, a autoexaltação, a gabolice do “nunca antes na história deste país”.

Moro achou que podia – uma vez que seus objetivos eram nobres e elevados – superar sem susto certos “obstáculos” da lei. Esqueceu, no surto de autoconfiança e vaidade, que um juiz não pode agir em conluio e cumplicidade com o Ministério Público, como não poderia fazer em relação ao réu, ao advogado de defesa, porque tal conduta desnorteia a bússola da Justiça, retira-lhe o equilíbrio. Fez-se parcial, o mais grave erro em que pode incorrer um juiz.

Os vazamentos da The Intercept maculam a trajetória do juiz, lançam sombras e dúvidas mais do que razoáveis sobre os seus atos e decisões.

titoguarniere@terra.com.br

Continuar a ler

Opinião

“O assassinato da paz” (por Carlos Marun – ex-Ministro de Estado)

Redação

Publicado

em

“Tratado de Oslo assinado em 1993” Yasser Arafat, Bill Clinton e Yitzak Rabin

O ASSASSINATO DA PAZ

Por Carlos Marun*

Há exatos 30 anos, em 04 de novembro de 1995, o então Primeiro-Ministro de Israel Itzak Rabin foi assassinado com dois tiros pelas costas por um israelense. Nethaniahu se aproveitou deste crime, praticado por um correligionário seu, para assumir o poder, em eleições é verdade, e transformar-se na figura central da política israelense, sempre agindo no sentido de destruir qualquer chance de Paz.

Israel já havia vencido a Guerra pela sua existência. Isto aconteceu após a Guerra do Yom Kipur, quando em 1978, nos Acordos de Camp David e sob os olhares de Jiimmy Carter, Anwar Sadat assinou com Menahem Begin um tratado de Paz em separado, retirando o Egito da guerra contra Israel.

O Egito era a maior força militar árabe e a partir dali nunca mais Israel correu qualquer risco existencial. Aconteceram vários conflitos com grupos de resistência e até contra terroristas, além de movimentos como as Intifadas, mas guerra de verdade não mais aconteceu. Nem agora.

Rabin entendeu isto e convidado por Bill Clinton foi a Oslo para se reunir com Arafat. O americano os pressionou até que chegassem a um acordo materializado por um aperto de mãos trocado por comandantes que conheciam a guerra e por isto tinham coragem de buscar a Paz. Era o ano de 1993.

Como consequência deste Acordo, Arafat e o Movimento Fatah abandonaram a luta armada, reconheceram a existência de Israel e obtiveram um cronograma de 05 anos para a instalação do Estado da Palestina nas fronteiras anteriores a Guerra de 1967. Ou seja, pela Paz os líderes Palestinos aceitaram instalar o seu Estado em 13% da área original da Palestina, ficando 87% do território para o Estado de Israel.

Havia o temor de uma rejeição popular a proposta. Mesmo assim, Arafat voltou para a Região e foi eleito Presidente da Autoridade Nacional Palestina com mais de 90% dos votos dos habitantes de Gaza e da Cisjordânia. Ali este povo provou que, como seus líderes, queria a Paz.

Já em Israel as coisas aconteceram de forma inversa. Rabin voltou e encontrou cerrada oposição aos acordos. Convocou uma manifestação peja Paz, e foi ali assassinado.

O pior veio depois. Nas eleições que se seguiram, Nethaniahu, um jovem, ambicioso e politicamente inexpressivo, derrotou um dos pais do Estado de Israel, Shimon Peres. E assumiu o poder com um único objetivo declarado: acabar com o processo de Paz. Ali o eleitorado israelense, infelizmente, provou que, naquele momento, em sua maioria, preferia a guerra.

Nethaniahu enfraqueceu, ludibriou e desmoralizou os movimentos palestinos que acreditaram no estabelecido nos Acordos já citados. Daí se fortaleceu o Hamas.

Os dois tiros que o israelense Yigar Amil acertou nas costas de Rabin não assassinaram somente este líder israelense. Assassinaram também a Paz.

Agora é torcer para que Trump e a gente de boa vontade que vive em Israel, nos Países Árabes e no Planeta Terra consigam ressusscitá-la…

*Advogado, Engenheiro e Ex-Ministro de Estado

Continuar a ler

Opinião

Artigo: “PRÊMIO NOBEL DO CESSAR-FOGO?” (por Carlos Marun – ex-Ministro de Estado)

Redação

Publicado

em

Artigo PRÊMIO NOBEL DO CESSAR-FOGO (por Carlos Marun - ex-Ministro de Estado)

*por Carlos Marun

É evidente que Trump mudou muito depois do fiasco de sua conversação com Putin no Alasca. Estendeu tapete vermelho, trocaram abraços e afagos, falaram em paz e o russo assim que chegou em Moscou mandou bombardear Kiev. E com força até então nunca vista. Me parece que ali o Presidente Americano caiu na real: “Posso muito, mas não posso tudo” deve ter pensado. Certamente não foi fácil para ele se olhar no espelho e concluir que não é um Deus, mas é necessário admitir que as mudanças provocadas em seu comportamento foram para “muito menos pior”.

Vejamos: não mais falou em anexar Canadá, a Groenlândia ou o Canal do Panamá; não estendeu as sanções da Lei Magnitsky aos demais membros do nosso Supremo Tribunal Federal que condenaram Bolsonaro e seus liderados a décadas de prisão; tomou a iniciativa de abrir diálogo com o Governo Brasileiro a respeito das Tarifas; e agora obrigou um contrariado Nethaniahu a aceitar assinar um acordo de Cessar-Fogo com o Hamas. Continua aprontando as suas a nível interno, mas é “um outro Trump” visto de fora. E visto de longe pode até ser considerado um presidente normal.

Tem agora o desafio de fazer com que Nethaniahu cumpra um acordo de cessar-fogo que não deseja cumprir. Bibi precisa da guerra para se manter no poder e longe da cadeia. Chegou ao cúmulo de romper unilateralmente um acordo de cessar-fogo anterior ordenando bombardeios em Gaza minutos antes de depor para o Judiciário Israelense em um caso de corrupção. Foi dispensado do interrogatório porque a “guerra” tinha recomeçado. Vai fazer de tudo para que este cessar-fogo também não dê certo.

Ele é um inimigo declarado da Paz. Ao assumir o poder, em função do assassinato de Rabin, sepultou os Acordos de Oslo articulados por Bill Clinton, causando inclusive constrangimento. Não pense Trump que não pode tentar fazer isto também com ele.

Aí um Trump corajoso e decente, que exija o cumprimentos dos compromissos que ele avslisou, será mais do que necessário. É certo que está sendo heróica a resistência do Povo Palestino. É verdade que foram importantes as posições de países como o Brasil e África do Sul que desde o início repudiaram esta resposta genocida. Foi justa a ordem de prisão emitida pelo Tribunal Penal Internacional contra o Primeiro-Ministro israelense por crime de genocídio. Foram também importantes os reconhecimentos ao Estado Palestino promovidos por vários países há alguns dias, em especial França, Reino Unido e Austrália. Contribuiu muito o boicote promovido na ONU por dezenas de países que se retiraram do plenário e deixaram Nethaniahu na ridícula posição de falar para as paredes. Foi louvável a coragem dos participantes da “Flotilha Humanitária” que partiu para Gaza e terminou nas prisões de Israel, mas que levou milhões de europeus as ruas em protestos contra o genocídio. É meritória a ação de todos aqueles que no mundo pelas mais diversas formas expuseram a sua indignação frente ao que acontecia.

Porém nada é tão importante quanto este novo posicionamento americano. Por que? Porque os EUA são os garantidores deste acordo e tem verdadeiro poder sobre Israel. Se não o utilizou até agora foi porque não quis. Dou um exemplo: se não fossem os mísseis americanos “Patriots”, operados por militares americanos de dentro de Israel, teríamos assistido imagens de Tel-Aviv que pensaríamos até tratarem-se de fotos de Gaza quando os Alatoiás decidiram reagir com saraivadas de mísseis as provocações israelenses. Tudo é importante, mas no caso, só os EUA e Trump são imprescindíveis.

É sabido que, na sua megalomania, Trump deseja ser agraciado com um Premio Nobel da Paz. Porém, penso que ele só será digno disto se realmente conseguir efetivar a instalação de um Estado Palestino viável ao lado de Israel, e com o reconhecimento mútuo entre ambos. Ele tem poder para isto. Que o faça e receba então este reconhecimento que será justo.
Este é o caminho para a Paz e estaremos torcendo para que ele seja percorrido…

Por enquanto merece um louvável “Prêmio Nobel do Cessar-Fogo”, mas este prêmio não existe…

*Advogado, engenheiro e ex-Ministro de Estado

Continuar a ler

Opinião

Artigo: “CESSAR FOGO JÁ!!!” (por Carlos Marun – ex-Ministro de Estado)

Redação

Publicado

em

Artigo CESSAR FOGO JÁ!!! (por Carlos Marun - ex-Ministro de Estado)

CESSAR FOGO JÁ!!!

*por Carlos Marun

Desejo a aceitação pela Resistência Palestina do plano de trégua proposto por Trump. É óbvio que existem razões de sobra para a desconfiança em torno das intenções da besta-fera genocida chamada Nethaniahu. E confiar em garantias oferecidas pela metamorfose ambulante chamada Trump é coisa difícil. Mas é o que temos. E é urgente uma trégua que possa avançar para a paz antes que todos os habitantes de Gaza encontrem a morte provocada por bombas, fome, sede ou falta de remédios.

Os habitantes de Gaza já ofereceram ao mundo um inédito exemplo de resiliência, de coragem e de amor a sua terra. Mas agora merecem uma chance de sobreviver. E Nethaniahu já demonstrou que é suficiente mau para levar a efeito uma “Solução Final” para os Palestinos, coisa que Hitler tentou e felizmente foi impedido de concluir em relação aos Judeus.

Além dos Palestinos, os reféns ainda vivos também merecem sobreviver e os jovens soldados israelenses merecem parar de morrer. Já são 913 os militares israelenses mortos em enfrentamentos terrestres, tudo isto para a libertação de somente 7 reféns em combates.

A reação interna em Israel, onde os israelenses de bem que são muitos repudiam este massacre e exigem a volta dos reféns vivos, os últimos reconhecimentos ao Estado Palestino e o vexame imposto a Nethaniahu com a saída de diversas delegações do plenário da ONU no momento da sua fala pelo jeito abriram os olhos de Trump. E os interresses dos EUA na região são muitos e maiores do que simplesmente permanecer sustentando e apoiando o sanguinarismo de Bibi.

Pelo menos a perspectiva de retirada das tropas israelenses de Gaza e da instalação do Estado da Palestina estão presentes no documento proposto e este é o único caminho para a Paz.

Na sequência será hora de os homens e mulheres de bem que vivem na Terra buscarmos a punição de Nethaniahu. Os líderes do bárbaro atentado terrorista de 07/10/2023 já estão mortos. Falta agora a punição daqueles que desde aquele dia praticaram o Terrorismo de Estado matando e esfolando civis em uma Gaza onde não existe sequer uma única arma anti-aérea.

Julgamento e cadeia para Nethaniahu!!!
O Mundo precisa deste exemplo…

*Ex-ministro de Estado

Continuar a ler
publicidade
festivalSicrediGraduação Lasalle

Destaques