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28/03/2024
 

Opinião

Tito Guarniere: “Deltan Dallagnol é igual a todos os demais procuradores da República”

Redação

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Tito Guarniere

A LAVA JATO NÃO É INSTITUIÇÃO

A Lava Jato não é uma instituição da República. Não é uma instância superior ao Ministério Público. A capital do Brasil não é Curitiba. O doutor Deltan Dallagnol não é o “primus inter pares” dos procuradores da República: ele é apenas um deles, igual a todos os demais.

Ah, mas a Lava Jato prestou relevantes serviços ao país. Estamos de acordo. Graças a ela – mas tenhamos clareza, não só – é falso hoje dizer que no Brasil só os pobres vão presos, porque ricos e poderosos, incluindo um ex-presidente da República, dormem atrás das grades ou com tornozeleiras. A Lava Jato é um marco divisório da Justiça deste país. Mas é apenas o nome fantasia de uma operação policial importante e bem sucedida.

Para muita gente boa, entretanto, incluindo medalhões do jornalismo, que assinam vistosas colunas na grande imprensa, a Lava Jato é como que uma instituição sagrada, intocável e infalível. Não é. E como poderia ser se é composta de homens, que alternam virtude, erro e o pecado predileto do diabo, a vaidade?

Tanto é assim que agora descobrimos, atônitos, que o MPF do Paraná, o reinado de Dallagnol, no meio de um acordo com a Petrobras, no âmbito da Lava Jato, por assim dizer contrabandeou uma cláusula marota, de que o valor nada modesto de uma multa – RS 1,5 bilhão de reais – iria para constituir uma fundação privada, destinada a combater a corrupção no Brasil.

Na tal fundação, quem iria dar as cartas e jogar de mão era a Lava Jato, era o doutor Dallagnol. O acordo estava viciado de uma montoeira de ilegalidades grossas, dessas que um calouro de direito identificaria de plano. O Ministério Público Federal do Paraná não poderia celebrar o acordo sem a ciência e a aprovação da Procuradoria Geral do órgão – não era pois parte legítima. Mesmo a instituição MPF não pode sair por aí criando fundações privadas e determinando onde poderiam ser apropriados valores de multas.

Nenhum dos 12 ilustres membros do MPF do Paraná que assinam o acordo, incluindo Dallagnol, percebeu as incongruências jurídicas, as notórias ilegalidades do documento. Nenhum deles (e nem a juíza que o homologou) achou estranho que até a sede da fundação já tinha lugar: Curitiba, naturalmente. Pilhados em flagrante, tiveram de jogar a toalha e voltar atrás.

São os guardiões da lei, mas se atribuem tal valor que se permitem dispensá-la, em nome de bons propósitos. É de tal magnitude os serviços que eles entendem ter prestado ao país, que ampliam por conta própria o enorme poder de que já dispõem.

A decisão da semana passada do Supremo Tribunal Federal, por 6×5 votos, só fez confirmar o que está no Código Eleitoral: cabe à Justiça Eleitoral o julgamento dos “crimes eleitorais e comuns que lhe foram conexos”. Para ser diferente teria de violar o texto expresso. O Tribunal fez o simples e o certo: decidiu com a lei. Não jogou para a torcida, não deliberou com o alarido das ruas.

A lei é injusta, errada, não serve mais ao país? Mude-se a lei. Essa função não é do STF, do MPF, e menos ainda da Lava Jato. Essa função, na democracia, é do Poder Legislativo, onde o povo expressa a sua vontade soberana.

titoguarniere@terra.com.br

 

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Opinião

Artigo: “O CAUSA” (por Carlos Marun – Ex-Ministro de Estado)

Redação

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Por Carlos Marun – Ex-Ministro de Estado

Nem o terrorismo do Hamas e nem o terrorismo de Estado de Israel são causa do que está acontecendo agora. Ambos são consequência do fracasso das tentativas de pacificação empreendidas ao longo dos anos.

É verdade que se os Árabes tivessem concordado em 1948 com a partilha determinada pela ONU seria até possível que a situação hoje fosse outra. Mas não era fácil aceitar que o remorso do mundo frente o que aconteceu na Alemanha fizesse com que eles tivessem que deixar suas terras e casas para que elas fossem entregues a gente vinda de todas as partes do mundo. Fez-se necessário que Israel conquistasse na Guerra o direito de existir, e nestes combates, inclusive o terrorismo foi utilizado como forma de luta.

A história andou. Israel venceu as Guerras de 56 e 67. Porém, em 1973, um grande ataque promovido por Egito e Síria por pouco não derrotou Israel. Isto abalou o mito da sua invencibilidade e abriu caminho para a Paz. Alguns países árabes celebraram acordo com Israel e os Palestinos restaram como esquecidos.

E daí foram eles próprios à luta. Ali também sendo praticado o terrorismo, mas foi a Intifada a principal forma de resistência.

Chegou-se então a Oslo, onde um Presidente Americano, Bill Clinton, realmente ansioso por encerrar com aquela Guerra, patrocinou um acordo seguido de um histórico aperto de mãos entre Itzak Rabin e Yasser Arafat. Com base no reconhecimento mútuo do direito de existência de dois Estados livres e soberanos nunca se chegou tão perto da Paz.

É aí que entra em cena “O Causa” do que está acontecendo hoje. Yasser Arafat voltou a Palestina e, mesmo tendo reconhecido a existência de Israel e abandonado a luta armada, foi aclamado como um herói e eleito Presidente da Autoridade Nacional Palestina com mais de 90% dos votos.

Os movimentos radicais como o Hamas praticamente não existiram naquela eleição. Não tinham força. O Povo Palestino queria a Paz. Já Rabin voltou a Israel e a oposição aos Acordos passou a ser liderada por um jovem e ambicioso político. Homem que nunca havia lutado em uma Guerra, mas que não aceitava a Paz. Benjamim Nethaniahu é o seu nome.

Itzak Rabin não se dobrou. Antigo herói de guerra foi a luta, desta vez guerreando pela paz. Em 4 de novembro de 1995 liderou imensa manifestação de pacifistas, mas ao final da mesma foi assassinado com dois tiros pelas costas por um partidário de Nethaniahu, que ao final deste processo venceu Shimon Pérez na eleição que se sucedeu e chegou ao poder. O eleitorado israelense infelizmente provou que ainda queria a Guerra.

Dali para a frente muita coisa aconteceu, mas foi sempre Nethaniahu a figura maior da política israelense e foi ele quem sempre boicotou as chances de que uma convivência pacífica baseada na dignidade dos dois povos pudesse acontecer.

É ele “O Causa” maior de tudo que está acontecendo hoje. Agora admite isto e até se vangloria de ter sempre boicotado as chances de instalação de um Estado Palestino. São deles estas palavras: “A minha insistência foi que impediu durante anos o estabelecimento de um Estado Palestino que representaria um perigo existencial para Israel”.

Até relativizar a culpa de Hitler no Holocausto ele já tentou. Foi ele quem convenceu os israelenses de que Israel não precisava de paz, mas de segurança. O resultado é que impediu que a Paz avançasse e falhou enormemente na segurança, levando as FFAA de Israel a uma acachapante derrota no dia 07/10/2023 e ao massacre de muitos de seus compatriotas.

Para boicotar a Paz e enfraquecer a Autoridade Nacional Palestina, Bibi apoiou o fortalecimento do Hamas. Para se manter no Poder e longe da cadeia, se uniu a setores ainda mais radicais do que ele e o resultado é que tanto Israel quanto Gaza passaram a ser governados por fundamentalistas religiosos perigosíssimos.

Sou um simpatizante da Causa Palestina. Defendo o direito de Israel existir como resultado de suas conquistas militares, mas defendo também o direito de os Palestinos terem a sua Pátria. Então, ao mesmo tempo em que repudio o terrorismo do Hamas em 07/10, repudio veementemente a vingança genocida que Israel está empreendendo em Gaza, com bombardeios que já mataram milhares de civis e tiveram resultados militares pífios, já que até agora só conseguiram libertar dois reféns e que a Resistência Palestina faz com que diariamente, em função dos combates terrestres, cadáveres de soldados israelenses sejam retirados de Gaza e entregues para suas famílias.

A solução militar fracassou. Estes bombardeios só produzem hoje estatísticas com número de mortos palestinos que servem para que o “Causa” continue passando ao seu eleitorado a falsa impressão de que está ganhando a Guerra e continue no Poder.

Outro prejuízo imenso que “o Causa” causa (pleonasmo intencional) ao Povo Judeu é o aumento do antissemitismo no mundo, sentimento este resultante da revolta causada pelas imagens que diariamente percorrem os lares do Planeta mostrando em tempo real corpos de mulheres e crianças destroçadas por bombas e o martírio de um povo assolado pela doença e peja fome.

Chega de tudo isto! Só a Paz pode derrotar radicais. Sei que para que a Paz se estabeleça nem o Hamas e nem o Governo Nethaniahu devem permanecer existindo. Porem, para que as coisas comecem a acontecer, o eleitorado de Israel deve reparar o erro que cometeu em 1996, quando colocou no Poder este fanático inimigo da Paz.

A vingança em relação aos atentados de 07/10 já foi imensa. O primeiro sinal de que as coisas podem mudar deve vir do mais forte, que é Israel. E este sinal deve ser a demissão pelo eleitorado israelense do “Causa” de tudo isto. Rogo que os homens e mulheres de boa vontade que existem e muitos em Israel se transformem em maioria e tenham coragem para fazer isto.

Por fim, quanto a fala de Lula sobre o Holocausto, penso que ele foi duro, mas não disse inverdades. E foi determinado, desejando que sua fala chocasse Nethaniahu. É compreensível que boa parte da colônia judaica tenha se abalado com a referência àquela imensa tragédia. É, ainda, evidente a diferença de escala entre os massacres, mas existem semelhanças entre os dois acontecimentos. Além disto, o Genocídio praticado no Holocausto não deve ficar enclausurado.

A melhor maneira de se prestar homenagem às vítimas daquela tragédia é fazer com que ela seja sempre lembrada e sirva de exemplo nefasto, até para que barbáries como aquela não voltem a acontecer nem em maior nem em menor escala!

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Opinião

Artigo: ‘Licença para matar’ – (por Carlos Marun – ex-Ministro de Estado)

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“O CAUSA” (por Carlos Marun - Ex-Ministro de Estado)

LICENÇA PARA MATAR

por Carlos Marun*

Só se mata reféns portando uma bandeira branca quando a prática de matar civis desarmados é a regra.

Os Nethaniahuistas de plantão continuam considerando isto como “coisas que acontecem”, mas o prisma de análise deve ser outro e bem mais profundo.

O que este episódio revela? Em primeiro lugar o completo despreparo e pavor dos militares israelenses envolvidos nos combates em Gaza. Só pessoas apavoradas poderiam cometer estes assassinatos. Na sequência vem a sua disposição para o cometimento de crimes de guerra. Estes coitados conseguiram escapar do cativeiro e seguiram em direção às suas tropas portanto uma bandeira branca. Não poderiam ter sido assassinados mesmo que fossem militantes do Hamas, pois executar adversários rendidos é crime de guerra. Dois deles morreram na hora, mas um mesmo ferido conseguiu fugir e gritar socorro em hebraico. Assim mesmo foi perseguido e assassinado por seus próprios compatriotas.

A realidade é que a falta de uma causa justa pela qual lutar está “mudando para muito pior” as FFAA de Israel. Uma coisa era lutar pela existência de sua Pátria. Outra coisa é lutar e morrer para que colonos possam continuar roubando as terras dos Palestinos ou simplesmente para matá-los. E sem uma causa moralmente justa os eficientíssimos soldados de Israel, que em 1967 em seis dias derrotaram 5 exércitos árabes, se transformaram em um bando desorganizado a executar as ordens criminosas emanadas do Governo de Israel e que em cerca de 70 dias de combates não conseguiram vencer a resistência do Hamas.

Os episódios de simples manifestações de ódio promovidas por estas tropas se repetem e são divulgados em vídeos postados por eles próprios. Além de outras barbaridades, até incendiar comida que chegou a Gaza como ajuda humanitária autorizada eles já fizeram.

Além disto os erros maiores são evidentes. Em primeiro lugar a bisonha falha da inteligência que não detectou o que iria acontecer. Na sequência, logo após os atentados terroristas de 07/10 helicópteros Israelenses chegaram ao local da festa rave atacada e mataram vários dos participantes sobreviventes por confundi-los com terroristas. De lá para cá não conseguiram libertar um único refém. (Dizem que libertaram um, mas não mostraram filmagens da operação e nem a comemoraram). Na sequência admitiram que cerca de 20% dos seus militares mortos nos combates terrestres o foram por fogo amigo ou em acidentes. E agora admitem que mataram a tiros 3 destes reféns que por seu próprio esforço tinham conseguido fugir.

O número de baixas entre os militares israelenses nos combates terrestres cresce a cada dia e hoje já é maior do que o número de reféns mantido em cativeiro.

As FFAA de Israel hoje só são eficientes no momento em que jogam bombas de aviões até porque o chão é difícil de errar. E no chão sempre existem palestinos a serem mortos até porque Gaza é a mais densamente povoada porção de território do nosso planeta. Além disto, lá pilotos não correm riscos pois em Gaza não existem armas anti-aereas.

É isto, na falta de uma causa moralmente justa pela qual lutar a outrora eficientíssimo máquina de guerra israelense se transformou em um pesado paquiderme ineficiente.

E nesta Guerra, no início até existia uma causa que, se vista isoladamente, poderia ser considerada justa: perseguir e punir o Hamas que praticou imensa barbárie contra seus cidadãos. Porém isto ficou em 2o plano quando um desmoralizado Nethaniahu decidiu-se por uma vingança contra toda a população palestina e fez das suas FFAA o “braço armado” para a execução destes massacres.   Chega!!!!

Urge que israelenses de boa índole, e eles existem e são muitos, cheguem ao Poder e demonstrem coragem de lutar pela Paz, conscientes de que ela só poderá vir a partir da implantação de um Estado da Palestina ao lado do Estado de Israel.

Sob o comando de Bibi a absoluta ruptura moral é hoje uma ameaça para Israel e isto é um perigo para a região e para o mundo.

Fora Nethaniahu!!! Que se comece a falar em Paz!!!

*Engenheiro e Advogado e Ex-Ministro de Estado

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Artigo: “O GUERNICAUSTO” (por Omar Ferri)

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O GUERNICAUSTO

por Omar Ferri

Como regra geral, não acredite na mídia. Ela, quase sempre está ligada a certas conveniências. Habitualmente inverte fatos ou revela apenas parte da verdade

O jornalismo não tem o direito de interpretar os acontecimentos fora de seus contextos, isto é, não pode ser tão faccioso como até agora tem sido. No caso dos palestinos, os responsáveis pela mídia têm que transmitir às pessoas a realidade dos fatos sem interpretações capciosas. O objetivo da imprensa é esclarecer as ocorrências, cumprindo com exatidão a missão de bem informar. Não podemos mais aceitar notícias estimuladas de acordo com os interesses dos senhores da guerra. Os grupos humanos não podem ser exterminados. Se é para se curvar às iniquidades, por que a imprensa existe? Na amplitude de bem informar, não pode haver dissimulação. Sendo assim como ela é, qual a contribuição que ela dá à Democracia?

É possível contrariar uma imprensa que controla o mundo? Ou um mundo que controla a imprensa? Esse é o grande obstáculo. As esfarrapadas desculpas do Estado policial comandado pelo ultranacionalista Netanyahu têm como escopo principal a alteração da verdade histórica. Portanto, os palestinos têm o direito de proclamar que todas as justificativas dadas pelo poderoso Estado de Israel não passam de uma grossa mentira. Mentira erroneamente acionada como verdade por grande parte da imprensa internacional.

Não são acreditáveis as justificações americanas, menos ainda as versões sionistas. Ambas se alimentam da própria falsidade. Uma mentira dita dezenas de vezes passa a ser considerada verdade.

Em torno de quatro milhões de palestinos fugiram ou foram expulsos de suas terras. Despidos de qualquer sentimento humano, o governo israelense nega o direito de retorno em flagrante violação das leis protetoras dos direitos de cidadania. Israel adotou um sistema de falsidades que se transformaram nas maiores fake news da atualidade. As fake news podem ser conceituadas como degeneração da dignidade pessoal de seus criadores. Os impostores são os gângsteres da mídia, no caso, também, lunáticos fascistoides.

Os disfarces comprometedores da imprensa fazem muito mal à sanidade intelectual dos povos. Muitos jornalistas estão sendo perseguidos e até assassinados por revelarem fatos que ultrajam a dignidade humana pela brutalidade de países onde predomina a histeria religiosa ou as componências raciais preconceituosas.

Nos tempos bíblicos os hebreus, atendendo as ordens de seu Deus, matavam velhos, mulheres, crianças e até primogênitos de animais. Nos dias atuais seus descendentes mantiveram o mesmo DNA, porém, ainda não chegaram ao ponto de matar primogênitos muares.

As ordens dos serviços secretos de Israel são: Levante-se e Mate Primeiro. Suas guerras são criminosas e são promovidas através de um processo desumano que transforma homens em assassinos, ou no mínimo, em agentes criminosos treinados para matar. O atual massacre contra os palestinos, revela, em caráter induvidoso, tratar-se de uma guerra étnica. Um verdadeiro pogrom que não pode continuar.

O Oriente Médio viveu em paz durante dois mil anos. Por muito tempo o Império Romano ocupou toda a região. Séculos depois fez parte do Império Otomano.

Após a Primeira Guerra Mundial a hegemonia militar europeia interveio na criação de novas nações, a maioria sob influxo de seus projetos colonialistas. Por exemplo, o reinado hachemita da Jordânia foi inventado por interesses estratégicos do Mandato Britânico em territórios da Palestina. Hoje abriga ao redor de três milhões de palestinos refugiados das guerras de 1948 e 1967 e, aproximadamente, dois milhões de sírios, muçulmanos ou cristãos.

O atual Estado de Israel tem origem no sionismo. Há mais de um século, Theodor Hertz, seu ideólogo, liderou uma marcha de judeus para ocupar as terras da Palestina, onde implantaram o primeiro kibutz.

Os palestinos não se preocuparam porque imaginavam tratar-se de um grupo isolado, carentes de condições para alterar a paz na região. Mas depois foram chegando muitos outros, muito mais. Então os árabes perceberam que não se tratava apenas de um movimento migratório, mas de uma penetração sorrateira, que tinha o propósito da ocupação da Palestina para retomar, a Terra Santa que pertenceu ao Povo de Deus até a destruição de Jerusalém pelas legiões romanas no ano 70 de nossa era.

Em 1917, em nome do Mandato Britânico, o lorde Arthur Balfour declarou apoio incondicional ao estabelecimento de uma nação judaica, através de um modelo de colonização, cujo objetivo subjacente era o de expulsar os árabes da região. Hipocritamente, antes dessa declaração, o governo britânico havia prometido o estabelecimento de um “grande” Estado Palestino, que jamais foi criado. Os ingleses eram tão mistificadores naquela época, como são os Estados Unidos em nossos tempos.

E foi assim que o Sionismo deu início à usurpação de terras que não lhe pertencia. Por esse motivo nasceu o conflito. O conflito evoluiu para guerras. A cada uma delas o Golias hebreu ia garantindo e aumentando os territórios conquistados pelas armas.

Aterrorizado, o povo da terra se pôs em fuga imaginando que logo retornariam para seus lares. Acontece que os judeus sabiam o que queriam e os palestinos ainda não tinham consciência do que estava por vir.

Com o tempo, os palestinos perderão todas as suas terras. Provavelmente, sobrará apenas o gueto da Faixa de Gaza, restos de terra onde os pedaços de famílias sem pátria ficarão isolados do mundo. Mais doloroso ainda, sob a tutela israelense. Hoje os palestinos já não sabem mais o que são. E, no momento em que entenderam de defender suas famílias, suas moradas e sua Pátria, passaram a ser acusados de terroristas.

Será que as causas do terrorismo não tiveram origem nas invasões e nas ocupações dos territórios palestinos da Cisjordânia, de Jerusalém Oriental e da Faixa de Gaza? Por acaso, essa deplorável situação não revela um conflito secular entre apátridas e patriotas?

Em 7 de outubro (estamos em 2023), o grupo palestino Hamas, que controla a Faixa d Gaza, numa doidice insana, lançou um ataque de surpresa contra Israel, matando mais de 1.400 pessoas e capturando reféns.

A gravidade da lamentável ocorrência, nos obriga a indagar, se esse desatino teve origem na decisão de um grupo isolado, ou foi consequência de uma série de situações de anormalidades, decorrentes de invasões, ocupações terroristas de territórios, modificações jurídicas e estruturais da região, genocídio de habitantes, prisões, assassinatos, perda do estatuto constitucional, e enfim a perda da liberdade de um povo que há séculos vivia pacificamente na região.

Para uma perfeita compreensão destes acontecimentos, necessário que informemos ao leitor, fatos da mais alta importância histórica ocorridos em épocas anteriores,

Diga-se preliminarmente que, quando os acontecimentos históricos se revestem de lógica, comprovam que são verdadeiros e, consequentemente, indesmentíveis.

Ocupação colonial da Palestina foi a origem de todos os conflitos. O Estado de Israel é um Estado Ilegítimo, que pôs em movimento uma prática genocida com o objetivo de exterminar os povos árabes lá residentes, que até então viviam à margem de tragédias, provendo seu sustento na forma de agricultura familiar, aliás, como nossos ancestrais, imigrantes alemães, italianos, árabes, polacos, japoneses e também judeus, que vieram produzir riqueza nas províncias do Sul do Brasil e assim contribuir com o progresso da Nação, sem usurpar terras de ninguém.

No século XIX havia na Palestina, 500 mil árabes, 60 mil cristãos e 20 mil judeus. O declínio da região começou com as penetrações do colonialismo europeu. Depois da Segunda Guerra, a população teria aumentado para 650 mil Muçulmanos, 80 mil cristãos e 60 mil judeus.

O estabelecimento de colônias agrícolas israelenses em terras da Palestina teve por objetivo carimbar o judaísmo como identidade nacional, e a ocupação da Cisjordânia por 600 mil judeus, comprova o objetivo de incorporá-la ao Estado de Israel.

Também é verdade, que na Europa oriental, principalmente na Rússia, a instituição de Pogroms resultou numa matança indiscriminada de judeus. Por esta razão, a partir de 1881, houve um incremento de imigração para o oeste da Europa e Estados unidos.

Em 1897, na cidade Suíça de Basileia, um congresso sionista deliberou estabelecer colônias na Palestina. Com essa determinação, ficou claro que o sionismo havia se transformado numa ideologia colonial. Primeiramente, entendiam de estabelecer os judeus na Uganda, Argentina, Estados Unidos, ou Azerbaijão. Embora a Uganda fosse uma colônia Britânica, os líderes ficaram convencidos que a única solução seria fundar o estado judeu na Palestina. Como justificativa, Theodor afirmava que, daquela maneira levariam a cultura ocidental para o oriente. Como se constata, explicação incompatível com a realidade, pois era exatamente a cultura segregacionista ocidental, que comandava as perseguições contra os judeus, tanto que, a partir da noite dos cristais, a brutalidade e a selvageria do abominável regime nazista de Hitler, estimulou a migração para a Palestina.

Rejeitado na Europa, o Sionismo proclamava que em nome da pureza não poderia haver perda de individualidade étnica, nem mistura racial. Os judeus entendem que a raça israelita, uma unidade histórica/cultural biblicamente dirigida por Yavé, seria uma raça santa. Os hebreus continuam obedecendo os comandos de seu Deus. Casamentos mistos põem em perigo a pureza da raça e a incolumidade da religião. Por estas razões, um estado hebreu na Ásia Menor, seria um posto avançado da civilização contra a barbárie do oriente, completando suas aspirações com o seguinte refrão: Uma terra sem povo, para um povo sem terra.

O movimento sionista é ultranacionalista e acredita na superioridade racial e religiosa. Qualquer movimento contra o Sionismo era e é considerado antissemitismo.

Paralelamente, como tática de colonização os judeus começaram a adquirir terras dos árabes pagando mais do que valiam. Não havia problema. Foram ajudados pelos cofres do Barão de Rothschild, o banqueiro mais rico da Europa, que enviava enormes importâncias, através do Fundo Nacional Judeu.

Foi soma desses acontecimentos que extinguiu a paz milenar entre árabes, cristãos e judeus que lá viviam pacificamente. Para os Palestinos a situação se tornou insuportável. Em 1920 ocorreram os primeiros motins (movimentos de massa).

Ao mesmo tempo surgiu no cenário dos conflitos a Haganah (defesa), um grupo paramilitar Sionista.

Em 1925 houve uma explosão de imigrantes judeus. Em 1928 eles deliberaram em dividir a Palestina em dois governos. A ideia facilitava a chegada de mais judeus, particularidade que fazia crescer. a formalização de um estado paralelo. À toda evidência, a separação política e o controle da economia foram fontes de conflitos e violência. Mais confrontos ocorreram. Grande número de judeus foram mortos. Com a instabilidade europeia de pré-guerra, a imigração ganhou impulso.

À medida que os judeus adquiriam glebas, os palestinos começaram a ficar desempregados., fato que originou problemas sociais. Nas cidades começaram a brotar favelas. Para evitar a instabilidade e a insegurança, o Reino Unido inundou a Palestina de soldados, cujas forças militares deram início ao desarmamento dos palestinos. Os árabes foram proibidos de possuir armas. Os ingleses revistavam pessoas e casas criando humilhação para os palestinos, também passaram a destruir cidades, como foi o caso de Jaffa.

Em 1929 e 1936 ocorreram violentos distúrbios. Não tendo condições para enfrentar o Mandato Britânico, que fazia o jogo dos judeus, os palestinos, em 1936, promoveram uma greve geral. Houve reação policial. No intento de intimidar os grevistas o autoritarismo britânico demolia casas, prendia suspeitos e, brutalmente os submetia a trabalhos forçados. Suas lideranças foram assassinadas. A área estava sendo higienizada para possibilitar a divisão. Ao mesmo tempo, para garantir a segurança do novo estado, foi criado um movimento dissidente da Haganah chamado Irgun, o partido de Natanyahu.

Em 1947 houve um massacre perpetrado pelos britânicos. Em algumas cidades, Centenas de edifícios foram destruídos. Concomitantemente, o Irgun transformou-se numa organização terrorista. Os judeus passaram a comandar toda a região.

Em 1967, na guerra dos 6 dias Israel conquistou a Faixa de Gaza, a Cisjordânia, as Colinas de Golan e o Sinai. Em 1973 eclodiu a guerra do Yoon Kipur. Derrotados, os árabes começaram a entender o que estava acontecendo. O que os franceses fizeram na Argélia, os israelenses estavam fazendo na Palestina. Pior ainda, a ONU aderiu a proposta da divisão em dois estados. 56% formariam o estado judeu e 54% o estado Palestino. Os árabes se revoltaram. A partilha configurava uma brutal injustiça, dado ao fato de que 80% da população era árabe.

Definidos os limites do Estado Judaico, os ingleses criaram a Jordânia integrada por Jerusalém Oriental e a Cisjordânia. Quando se retiraram, os palestinos já estavam praticamente sem território, deixando os judeus livres para atuar do jeito que bem entendiam, pelo que, como primeira tarefa, ocuparam Haifa e cidades próximas.

Cinquenta mil árabes foram expulsos de Haifa. Alguns registros mencionam 70 mil. Milhares foram aprisionados em campos de detenção (melhor seria dizer, de concentração). Os presos eram obrigados a enterrar os próprios cadáveres. Os objetos de valor foram subtraídos pelas forças de ocupação. Logo depois Acra caiu, e 10 mil palestinos foram expulsos.

Prosseguindo com avanços, os sionistas passaram a controlar as cinco cidades mais importantes da Palestina. Sob o comando da Haganah quinhentas vilas foram destruídas. Os israelenses assassinavam o quanto podiam. exatamente como agora (outubro de 23), fato que significava limpeza em favor da etnia pura, que na realidade não deixava de ser também uma limpeza cultural para apagar da memória uma civilização que lá existia há vários séculos. Estavam instituindo um verdadeiro Apartheid Militar. Setecentos mil palestinos se refugiaram na Cisjordânia e Gaza, ou emigraram para outros países.

Sem consulta prévia dos árabes, a ONU aprovou em 1947 a divisão da Palestina em dois estados, um para os judeus e outro para os árabes. Os árabes rejeitaram a arbitrariedade que violava os fundamentos do direito histórico constitucional. Sequer tinham o direito de opinar. Para o comando israelense, um fato consumado tinha mais importância jurídica do que qualquer concepção contrária.

Via de consequência, em 1948 foi criado o estado de Israel, logo admitido como membro das Nações Unidas, conforme a Resolução 69 da Comissão de Segurança da ONU. O Sionista David Ben Gurion foi seu primeiro-ministro. Este foi o marco principal da origem de todos os males. Não nos esqueçamos que os árabes vinham ocupando a palestina a partir do ano 636 da nossa era.

Cinco países árabes enviaram tropas para impedir a formação. Foram rechaçados. A guerra de 1948 foi o início de um movimento que proclamava o inconformismo do Oriente Médio em face da invasão ilegal do exército judeu. A guerra de 1948 terminou com a vitória de Israel. Os palestinos foram repelidos. Entre 600 e 750 mil fugiram ou foram expulsos de Israel. Se tornaram apátridas.

As sucessivas derrotas permitiram que o território fosse oficialmente entregue aos judeus em 1949. Em 1950, Israel decretou que os proprietários ausentes por quatro anos, suas as terras e suas edificações passariam a ser propriedade estatal, fato que tipificava um esbulho criminoso. O terror policialesco israelense foi a verdadeira causa da fuga dos palestinos que pediam refúgio ou se exilavam nos países próximos (Jordânia, Líbano, Síria e outros). Sob o ponto de vista bíblico, os sionistas afirmavam que a palestina pertencia aos judeus. Setenta por cento dos judeus ainda acreditam ingenuamente, que são membros do povo escolhido.

Como resposta, em maio de 1964, a Palestina fundou a OLP (Organização para a Libertação da Palestina), que era uma frente única de vários movimentos contra os judeus, tendo como principal grupo a Al Fatah, sob a liderança de Yasser Arafat. Na guerra do Yoon Kipur os árabes foram derrotados. Dada a a impossibilidade de reação, contra o poderoso exército de Israel, em 1968 a OLP passou a apoiar oficialmente uma solução bi-estatal com israelenses e palestinos vivendo lado a lado.

De qualquer forma, sentindo-se vítimas do terror judaico, os palestinos criaram um movimento de rebelião denominado de intifada, com o objetivo de atacar os abusos dos invasores, com paus e pedras e atiradeiras, o único armamento que podiam dispor. Interesses políticos e religiosos incendiaram a região. Yasser Arafat recusou as propostas de paz formuladas por Israel.

Em 1982 a Falange Maronita Cristã, com a colaboração do exército israelense, perpetrou na capital do Líbano o terrível massacre de Sabra e Chatila onde viviam acampados em barracas mais de 3 mil refugiados palestinos.

Os assassinatos foram vergonhosos, covardes e sanguinolentos. Foram denominados por Ronen Bergman de massacres aterradores. Ronen apontou Ariel Sharon de responsável direto pela operação. Mataram indistintamente velhos, mulheres e crianças. Foi uma verdadeira carnificina.

Uma mulher gravida foi assassinada. Rasgaram-lhe o ventre de onde tiraram uma criança já sem vida, que foi esquarteja sob o aplauso dos israelenses que bradavam: mais um futuro terrorista morto. O terrorismo e os assassinatos não foram invenção do Hamas. Desde a antiguidade bíblica os judeus eram experts nessas empreitadas.

Foi então que presidentes norte-americanos se deram conta que somente através da paz e do entendimento, o conflito poderia ser solucionado. Surgiram no cenário Carter e Clinton que propunham um acordo. Yasser Arafat representando a Autoridade Palestina concordou e finalmente, Yitzhak Rabin e Shimon Peres representando Israel aderiram. Declarações conjuntas puseram fim às desavenças. Os acordos de Oslo, assinados em 04.05.1994, ratificaram os princípios firmados em Washington. Dois estados seriam criados e, assim, as divergências seriam encerradas.

Ainda, conforme Bergman, após o acordo de Oslo, acreditando na pacificação, os palestinos se comprometeram a suspender a intifada.

Não levando em conta aspectos cronológicos, a história registra que apenas o Estado de Israel foi criado. Ficava claro que, a marcha sionista de 1880 produzira frutos e a cada guerra mais os israelenses se apossavam de terras palestinas. As invasões eram “científicas”, isto é, estrategicamente bem-organizadas. Clinton e Carter já não eram mais presidentes. Rabin tinha sido assassinado por um israelense contrário à pacificação. Shimon Peres perdeu a eleição para Benjamin Netanyahu. As muralhas desmoronaram. Através de milhares de assentamentos, os judeus iam aos poucos tomando conta da Cisjordânia que deveria integrar o território palestino. As pré-concebidas ideias do açougueiro Ariel Sharon foram aceitas pela maioria dos israelenses e então tudo se agravou. Enquanto os árabes reagiam com atentados e intifadas, os israelenses assassinavam todos os grandes líderes palestinos. A essas ações eles denominavam de assassinatos selecionados. Não conseguiram matar Arafat. Sharon levou para seu caixão essa dor em seu coração petrificado por ódios seculares.

O fato de os israelenses não cumprirem os acordos de Oslo, fez com que Yasser Arafat e a Autoridade Palestina perdessem prestígio, circunstância que fortificou politicamente o Hamas e que por isso mesmo, venceu as eleições na Faixa de Gaza.

O fortalecimento do Hamas deu condições para que assumissem posições no cenário internacional, de modo especial, com intensão de fazer fracassar os acordos de Israel com os países árabes, com relevância em relação a Arábia Saudita. Para os árabes, as ações do Hamas estavam repletas de razão. Para os judeus o Hamas é um grupo de terroristas. A palavra pegou.

Hoje o mundo todo tem em seu subconsciente que os palestinos são um grupo de perigosos terroristas que pratica atos de terrorismo contra o pacífico povo israelense. Estratificou-se na imprensa mundial que os palestinos, a Al Fatah, o Hamas e o Hezbollah são grupos terroristas. Pode ser, mas também pode não ser. Será que quem luta pela sua Pátria e pelas suas terras comete terrorismo? Será que quem luta para defender ou retomar o que é seu é terrorista? Será que aqueles que formavam uma Nação que hoje foi destruída são terroristas? Como alguém ousaria afirmar que não, se toda a imprensa mundial diz que sim?

Todavia, a pergunta que paira no ar é a seguinte: havia outra forma de luta contra o poderoso exército de Israel? É justo que os palestinos, que tiveram seus lares destruídos, sejam condenados a viver em guetos na Faixa de Gaza, onde, a há dezesseis anos estão submetidos a bloqueio israelense?

Em homenagem à declaração universal dos direitos da humanidade não temos razões para nos recolher ao silêncio: terroristas são aqueles que estão cremando os bebês palestinos nas fornalhas incendiárias das bombas israelenses

Em homenagem aos direitos vitais, não encontramos razões para obrigar um povo a rezar pela cartilha dos covardes. Há muitas maneiras de alguém ser terrorista. Certamente, o termo jamais servirá para manchar o ideal de quem luta pelos seus filhos, pelas suas propriedades, pela sua pátria, pela sua liberdade, enfim, por justiça.

As nações são criadas por um processo histórico, jamais por imposições autoritárias de grupos invasores. Igualmente, na criação dos países não existe nascimento espontâneo, muito menos autoritário.

Um promotor do Tribunal de Nuremberg, pedindo a condenação dos responsáveis pelo Holocausto, proclamava que os judeus tinham o direito de viver em paz e dignidade.

Não seria o caso de estender este mesmo direito aos palestinos?

O jornalista israelense Bruno Altman já afirmava que a propriedade da terra tem muitas origens, mas com toda a certeza, não a que provém de tradições religiosas.  Não existe direito histórico que justifique ocupações não consentidas. Os líderes sionistas fizeram mal em ocupar território que nãos lhes pertencia, impedindo a soberania de outro povo.

A solução é aceitar a manutenção do Estado de Israel, mas, também, em igualdade de direitos, permitir o estabelecimento de um Estado Palestino independente na Cisjordânia.

Se Israel ganhar a guerra, com toda a certeza perderá a paz. É fato comprovado que Israel mata 10 vezes mais árabes e, sem dúvida, embora não se tenham estatísticas, 50 vezes mais crianças.

Mas, será que a falta de liberdade, a perda do futuro, o desespero, as destruições de cidades inteiras, a dor infinita de verem suas famílias se despedaçarem, com hospitais já sem condições para salvar as dolorosas mortes de recém-nascidos, muitos morrendo nos braços de seus país, cujos gritos de desespero ecoam por todo o mundo, e tudo devidamente comprovado pelas comovedoras imagens das televisões, não são casos suficientes para rebeliões defensivas?

A morte de crianças soterradas ou sufocadas pelos vômitos dos mísseis lançados contra dezenas de cidades, será que isso não conta?

Os judeus acusam o Hamas de terrorista, mas eles, que matam famílias inteiras que nenhuma culpa tem da guerra, são o que? As imagens aterradoras das TVs falam mais alto do que o silêncio amargurado de todos quantos sentem a injustiça e nada podem fazer. Combater a barbárie do terrorismo com a insanidade de uma guerra genocida, qual a diferença?

Desde os primeiros movimentos sionistas, depois de vencerem todas as batalhas, tomarem todas as terras, expulsarem todas as famílias, está claro que o exército israelense mata por ódio racial, para que nenhum palestino fique vivo, Estes fatos provam que o objetivo proposto desde os movimentos iniciais é o de eliminar a etnia árabe para instalar definitivamente o povo de Deus na Terra Santa. Quem viver verá.

Esta é a terrível verdade que anima em caráter irresistível a guerra de conquista.

O povo de Deus repete Josué, uma espécie de Gengis Khan judeu, que arrasou cidades inteiras, não deixando pedra sobre pedra, matando velhos, mulheres, crianças, todos os seres vivos, inclusive primogênitos dos animais, até conquistar a terra de Canaã. As conquistas sempre terminavam em saque e pilhagens,

Estes acontecimentos comprometem os israelenses como responsáveis por um racismo genocida, praticados por homens sem sentimento, sem humanismo, destituídos de qualquer resquício de razão, muito embora, as partes em conflito tenham o mesmo Deus. Nesta Guerra tudo é inexplicável e tudo tem explicação.

O Sionismo afirma que a raça israelita trata-se de uma estirpe santa. Casamentos mistos põem em perigo a pureza da raça e da religião. Ela encerra uma unidade histórica cultural que teve seu DNA programado, montado, e dirigido por Deus.

Yuval Harari, uma das vozes israelenses de maior alcance, autor de Sapiens (uma Breve história da Humanidade), pediu ao jornal The Guardian, que a ampliação do conflito seja evitada. Forças externas precisam intervir par desescalar o conflito. Disse ver a região dominada por fanáticos religiosos irresponsáveis, dos dois lados

Num dos memoráveis encontros entre Einstein e Freud, Einstein pergunto-lhe: Por que tanto ódio entre os homens, e ele mesmo respondeu: é porque o homem encerra dentro de si um desejo de ódio e destruição e, Freud referindo-se aos motivos acrescentou: o prazer de agressão e de destruição.

Os fatos estão se consumando. A Faixa de Gaza é a Guernica de nosso tempo. Shimon Peres tinha razão: das guerras só sobram os cadáveres. O Holocausto para os judeus teve fim em 1945. O Holocausto palestino, começou a dezenas de anos, sem que se saiba quando terá fim.

 

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