Destaques
Seis meses de espera por uma cirurgia de vesícula pelo SUS
Há três meses a vida de Gisele Duarte mudou drasticamente. Uma série de crises, desencadeadas por uma obstrução no canal da vesícula, fez com que ela procurasse atendimento na rede de saúde de Canoas. Até agora o problema não foi resolvido.
A primeira tentativa de Gisele em busca de atendimento foi na UPA Rio Branco. No local, foi diagnosticada gastrite, e foram prescritos apenas remédios para dor. Segundo Gisele, após duas semanas, ela não aguentava mais as dores e buscou atendimento novamente, mas dessa vez em uma instituição particular. Lá, foi diagnosticado que ela tem pedras na vesícula e início de pancreatite. Em 1° de dezembro de 2016, Gisele encaminhou pedido de cirurgia para retirada das pedras da vesícula e foi informada que a lista de espera demoraria aproximadamente 2 anos.
Já em 23 de dezembro, após ter uma forte crise, ela foi até o HPSC, onde ficou internada. A paciente foi transferida ao HU já com pancreatite aguda. No local, prometeram acelerar o tempo de espera devido à gravidade constatada no caso. Gisele conta que ficou na Ulbra até 26 de dezembro, quando recebeu alta clínica, “afirmaram que eu não tinha mais pancreatite e que podia voltar pra casa. Disseram que na próxima crise devia ir de volta ao HPSC”, afirma.
Dia 30, outra crise. Dessa vez, Gisele foi até o Hospital Conceição, em Porto Alegre. Lá, realizou exame que mostrou nível baixo de pancreatite e foi mandada de volta para casa. Dia 31, passou mal novamente e foi até a Santa Casa. Também não conseguiu atendimento e voltou para Canoas, no HPSC. “Me disseram que eu não sairia dali até realizar a cirurgia” conta.
Após realizar novos exames, no dia 6 de janeiro, o corpo clínico do HPSC informou que não foi constatada nenhuma obstrução no canal da vesícula e, segundo Gisele, sem realizar novos exames de sangue que poderiam constatar a continuidade da pancreatite, foi liberada.
Dia 10 de janeiro, Gisele foi até o HU, levou todos os exames realizados até o momento para tentar novamente a marcação da cirurgia. “No mínimo 6 meses de espera na fila para uma cirurgia”, relata.
Gisele conta que desde o início das complicações faz dieta rigorosa, e mesmo assim continua tendo crises: “Não consigo trabalhar, não consigo fazer nada. O que vai ser da minha vida?”
O que diz a prefeitura
Em nota, a Secretária de Saúde, Rosa Maria Groenwald, se pronunciou sobre o caso: “Recebemos a gestão municipal com uma demanda reprimida de 8,5 mil cirurgias especializadas, 47 mil consultas e 66 mil exames. Entendemos que a Gisele esteja passando por um momento de espera difícil, mas nós estamos trabalhando arduamente, de todas as formas possíveis, para dar conta de todos os procedimento em compasso de espera. Também estamos organizando a realização de mutirões da saúde para tentar resolver boa parte da demanda por cirurgias simples, como a da Gisele.” Questionada sobre prazos, a secretária informa que: “Por enquanto não vamos nos comprometer com prazos. A Secretaria da Saúde está trabalhando para que a cirurgia da Gisele, assim como a de todos os pacientes que estão na fila aguardando, ocorra o mais rápido possível.”
O que diz o Gamp
Em nota, a entidade informa que “ao assumir há 42 dias, o Gamp encontrou lista de espera de aproximadamente 3100 cirurgias gerais. O Gamp e a Secretaria Municipal de Saúde estão finalizando planejamento para a efetivação de mutirão de cirurgias gerais, visando a significativa redução deste número. O mutirão está previsto para iniciar ainda este mês.”
Destaques
Prestes a completar 85 anos, Canoas olha para o passado para projetar o futuro
por Marcelo Grisa
marcelogrisa@gmail.com
A cidade de Canoas completa 85 anos de emancipação política no dia 27 de junho, enquanto ainda se recupera da maior tragédia de sua história.
As chuvas que atingiram o RS entre o final de abril e o começo de maio de 2024 entraram para a história em todo o Estado. Em Canoas, entretanto, mais de 60% da área urbana da cidade ficou debaixo d’água.
O Grupo O Timoneiro, no objetivo de discutir os rumos do município e para que a importância desse assunto não seja esquecida, foi atrás de histórias anteriores a que os canoenses vivem hoje.
Fala-se muito nas enchentes de 1941, que definiram políticas para as décadas seguintes em Porto Alegre e na Região Metropolitana. Entretanto, os mais antigos lembram-se também de 1967, quando muitos dos bairros que alagaram no mês passado.
Falamos com algumas dessas pessoas que já sabem, a 57 anos, o que é passar por uma enchente.
Primeiras memórias
Zenona Muzykant, de 85 anos, havia chegado a Canoas, vinda de Dom Feliciano, a menos de dois anos quando as águas atingiram a cidade.
Então moradora do Mathias Velho, ela se recorda de ficar confusa ao receber informações, já que pouco conhecia Canoas à época. “A gente ficava sabendo das coisas por quem passava na rua”, relata.
A água chegou até a metade das janelas da sua casa, na Rua Maceió. “O pessoal levantou tudo, não perdemos muita coisa. Mas muitos parentes meus perderam tudo que tinha em casa”, aponta Zenona.
A sensação que ela tem com a enchente de 2024 é bem diferente. “Parece que muito mais gente foi atingida dessa vez”, diz.
Entretanto, para a moradora do bairro Igara, o mais importante é a manutenção da vida. “O resto se batalha e consegue com garra, vontade e fé.”
Socorrista e resgatado
Samuel Eilert nasceu no bairro Rio Branco e, como ele mesmo diz, cresceu na beira do Rio Gravataí. Os diques estavam em construção, e a estrutura que foi afetada em 2024 não estava pronta em 1967.
Então com 23 anos, o professor aposentado saiu pelas ruas junto com seu pai, Douglas, fazendo o que muitos canoenses fizeram em 2024: o resgate dos vizinhos e amigos que não tinham como fazê-lo.
“Naquele momento, os lugares seguros eram dois: a Praça da Igreja ou os trilhos do trem. As pessoas acampavam por lá”, relembra.
Com menos informações a respeito dos rios do que hoje em dia, Samuel diz que não era possível prever o que aconteceria em seguida. “Auxiliávamos e esperávamos. Eu conhecia o terreno, mas nunca tinha visto algo assim”, explica.
Em 2024, o professor Samuca, como muitos ex-alunos o chamam, esteve do outro lado da mesma situação. No mês passado, ele foi resgatado em sua casa por um grupo de jovens em um barco.
“Me senti da mesma forma quando eu resgatava, lá em 67. A juventude salva”, afirma.
Samuel acredita que, assim como no passado, os fatos recentes farão com que os rios não se comportem mais da mesma forma. “A gente precisa que o poder público se prepare de outras formas agora”, diz.
Destaques
Prefeitura de Canoas disponibiliza formulário para população se cadastrar no Auxílio Reconstrução do Governo Federal
Todos os canoenses que residem em regiões atingidas pela enchente já podem se cadastrar no formulário disponível pela Prefeitura, para terem acesso ao Auxílio Reconstrução do Governo Federal.
A iniciativa vai garantir R$ 5,1 mil diretamente à população, com pagamento realizado pela Caixa Econômica Federal, via PIX. O município cadastrou todos os CEPs das áreas afetadas. O programa não possui nenhum corte ou limitação de renda, nem a necessidade de inscrição no CadÚnico.
Os canoenses devem realizar o cadastro neste link.
Após o cadastro, a pessoa indicada como responsável deve acessar um sistema do Governo Federal, que será aberto na próxima segunda-feira (27/05), para confirmar o pedido. É necessário ter uma conta GovBr. Quem já possui conta na Caixa receberá o dinheiro diretamente nela. Para quem não tem, será aberta automaticamente uma poupança, onde será depositado o benefício.
No momento do cadastro, os canoenses devem preencher as seguintes informações:
– Nome completo e CPF do responsável da família;
– Nome completo e CPF de todos os outros membros da família;
– Endereço completo e CEP.
– Telefone de contato
*Após a inscrição, o morador deve assinar uma autodeclaração se responsabilizando pelas informações prestadas.
Destaques
DESASTRE NO RS: Total de mortos sobe para 83; 111 estão desaparecidos
Na manhã desta segunda-feira, 6, um boletim divulgado pela Defesa Civil apontou que o número de mortos em decorrências das chuvas e enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul subiu para 83. Ainda estão sendo investigadas outras 4 mortes, e há 111 desaparecidos e 276 pessoas feridas.
De acordo os dados da Defesa Civil, 141,3 mil pessoas estão fora de casa, sendo 19,3 mil em abrigos e 121,9 mil desalojadas (na casa de amigos ou familiares). Ao todo, 345dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 850 mil pessoas.
Risco de inundação extrema
O nível do Guaíba, em Porto Alegre, está quase 2,30 metros acima da cota de inundação. Em medição realizada às 5h15min desta segunda-feira, 6, o patamar estava em 5,26 metros. O limite para inundação é de 3 metros.
- Coluna4 dias atrás
ECONOMIA: ‘Caminhos para a Inclusão e o Empoderamento’ (por Cristiane Souza)
- Coluna1 semana atrás
PSICOLOGIA: Tenho esquizofrenia, e agora? (por Marianna Rodrigues)
- Eleições 20241 semana atrás
Airton Souza se manifesta sobre decisão do STJ que mantém condenação
- Empresas & Negócios1 semana atrás
Grupo Passarela segue firme em seu plano de expansão e inaugura mais uma loja no Rio Grande do Sul
- Empresas & Negócios1 semana atrás
Confirmada a instalação de uma unidade das lojas Havan em Canoas
- Artigo3 dias atrás
‘400 DIAS, O FIM DO MITO’ (por Carlos Marum – Ex-Ministro de Estado)
- Emprego1 semana atrás
Feirão de Emprego em Canoas oferta vagas na empresa JBS
- Policial1 semana atrás
Polícia Civil deflagra 3ª fase da Operação Capa Dura