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Busato e Jairo Jorge se alfinetam em vídeos nas redes sociais sobre Aeromóvel
Por Bruno Lara
Amigos de longa data, parece que a relação entre Luiz Carlos Busato (PTB), pré-candidato à prefeitura de Canoas, e Jairo Jorge, atual prefeito que lançou sua vice, Beth Colombo (PRB), como candidata oficial do governo nas eleições municipais deste ano não vai bem. Através das redes sociais, o deputado federal lançou vídeo criticando a implantação do Aeromóvel na cidade e, com diferença de dois dias, foi respondido pelo petista que o acusou de defender o interesse dos donos da única empresa que presta o serviço de transporte público no município.
Até a manhã deste sábado, 25, Busato e seus 11.598 mil seguidores online obtiveram em quatro dias 36 mil visualizações, 896 compartilhamentos e 598 curtidas enquanto Jairo Jorge, em menos de dois dias, com seus 24.462 mil seguidores, obteve 10 mil visualizações, 328 comentários e 427 curtidas.
Alcance do Aeromóvel
Em 22 de junho, quarta-feira, Luiz Carlos Busato postou um vídeo onde criticava o novo sistema que classificou como “no mínimo polêmico”. “A Prefeitura diz que a construção do Aeromóvel será a solução do transporte público em Canoas”, pontuou. “Será que ele é mesmo um bom negócio para Canoas?”, concluiu.
“A linha 1 do Aeromóvel terá extensão de 4,6 km. Começa na Brigada Militar, no Guajuviras, e vai até a estação Mathias Velho, do Trensurb. Serão sete estações. Uma na Brigada Militar, outra na rótula do Guajuviras e cinco ao longo da Boqueirão. Aqui já temos o primeiro problema. A pessoa que mora no final do Guajuviras, abaixo da linha de alta tensão, como no Brehm e no Pôr-do-sol, por exemplo, terão de pegar três conduções para ir até o seu destino. Uma para ir até o aeromóvel, outra do aeromóvel até a estação Mathias Velho e, finalmente, pegar o trensurb”, criticou.
Em resposta, com um vídeo nos mesmos moldes, o prefeito compartilhou com seus seguidos na sexta-feira, 24 de junho retificando os números. “O Aeromóvel prevê 18 km de vias. São 27 estações. Essa primeira etapa, que já está em obras, que já está acontecendo, são 4,7 km. É o primeiro passo, é a contrapartida do município. Mas nós queremos fazer uma parceria público-privada, uma PPP, que vai permitir chegar até o fundo da Mathias Velho, complementar a linha da Guajuviras até o fundo do Guajuviras, que vai atender aos bairros Igara, Estância Velha, Harmonia, a Vila Cerne. Portanto, são mais de 80% da cidade serão beneficiados com um transporte rápido. Ou seja, apenas em nove minutos o que hoje leva mais de quarenta. Isso significa mais qualidade de vida da população”, argumentou.
Custos
“Segundo problema: quanto isso irá custar?”, levantou o parlamentar. “O empréstimo é de R$ 272 milhões, mas pagaremos por ele R$ 637 milhões (R$ 637.044.576,72) até o final do contrato que será em 2046. Isso tudo para atender a uma pequena parcela da população. Para vocês terem uma ideia, com esse recurso nós compraríamos 1800 ônibus 0km, com ar condicionado, acessibilidade. Ou seja, um ônibus para cada 200 habitantes. Daria para construir 20 hospitais de Pronto-Socorro iguais aos que nós temos em Canoas. Pagaríamos o salário de mais de 3 mil professores por 30 anos. E agora, você acha ainda que o Aeromóvel é um bom negócio para Canoas?”, concluiu.
Em seu vídeo, Jairo Jorge afirmou que “o Aeromóvel é dez vezes mais econômico que o ônibus e esta redução de custos vai nos permitir pagar, inclusive, o financiamento que a prefeitura está fazendo para viabilizar esse projeto”, respondeu sem entrar em números.
Interesses
O petista foi para o ataque ao dizer que Busato, juntamente com Francisco Fraga, nome forte do governo de Marcos Ronchetti (PSDB) que foi condenado a 18 anos de cadeia em fevereiro deste ano na Operação Solidária, atuarem pelos interesses dos empresários e não da população em geral.
“É muito importante entender que tem pessoas que defende os interesses da empresa de transporte coletivo na nossa cidade. Eu queria lembrar que no governo do PTB, de Chico Fraga e de Busato, eles, um dia depois que eu e a Beth assumimos, fomos eleito prefeito e vice-prefeita, eles assinaram um contrato com a empresa para dez anos. Me impediram, portanto, de realizar uma licitação. Pois agora, com o Aeromóvel, nós vamos fazer uma nova licitação na cidade. Nós vamos reestruturar o transporte coletivo em Canoas e é exatamente isso que eles não querem. Estão favorecendo e defendendo os interesses de poucos, pois nós queremos que Canoas seja de todos. Nós queremos que Canoas tenha um transporte coletivo de qualidade, que seja referencia para o Rio Grande, que seja referência para o Brasil, que seja referência para o mundo”, discursou.
Beth Colombo, vice-prefeita eleita com Jairo em 2008 e reconduzida com o mesmo em 2011, porém, é esposa do atual presidente do Partido Progressista (PP) municipal, Francisco Biazus, e, portanto, cunhada de Osório Biazus, proprietário da Sogal, empresa que presta o serviço de transporte público coletivo na cidade, e da Vicasa, que faz o trajeto de intermunicipal e de integração.
Operação Solidária: Chico Fraga condenado a 18 anos de cadeia
Relação antiga
Busato dividiu o palanque com Jairo nos últimos anos em diversas oportunidades, sobretudo durante o segundo mandato do prefeito em exercício. Participou da ida à Brasília do prefeito, junto com o também deputado federal Marco Maia e o secretário de relações institucionais de Canoas, Jorge Branco, em 12 de agosto do ano passado, para tratar do Aeromóvel com a Secretaria Nacional de Mobilidade.
Recém reeleito em 2014, porém, Busato já afirmava ao repórter Tiago Guterres, do jornal Diário de Canoas, que não estava certo quanto ao Aeromóvel. “Tenho minhas dúvidas sobre a eficiência do aeromóvel. Não digo que seja ruim, mas o VLT (Veículo Leve Sobre Trilhos) talvez seja um transporte mais consolidado, mais testado ao redor do mundo. A minha dúvida sobre o aeromóvel é para a quantidade de passageiros que ele suporta por viagem. O aeromóvel do aeroporto não significa nada. Aquilo é um trenzinho de brinquedo, e não coloca à prova um transporte de massa. Tenho dúvidas”.
Relação econômica
O parlamentar inclusive foi doador de campanha de Jairo em 2012, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral. Ele doou R$ 3.000,00 ao petista em dia 6 de julho de 2012. Em 2008, porém, o deputado federal havia doado para Jurandir Maciel, que concorria pelo PTB e era o indicado por Ronchetti – de quem era vice – para dar sequência ao seu mandato, a quantia de R$ 5.000,00. Beth Colombo, fiel ao prefeito, doou R$ 1.000,00 em uma oportunidade e R$ 3.000 em outra para a própria chapa.
O mesmo não veio, ao menos na prestação de contas do TSE, para o PTBista em 2014, quando se elegeu Deputado Federal. Jairo Jorge e Beth Colombo não aparecem no sistema de “SPCE WEB” do Tribunal como doadores. Segundo o sistema, aliás, Jairo e Beth não doaram a ninguém.
VÍDEO BUSATO:
VÍDEO JAIRO:
Destaques
Prestes a completar 85 anos, Canoas olha para o passado para projetar o futuro
por Marcelo Grisa
marcelogrisa@gmail.com
A cidade de Canoas completa 85 anos de emancipação política no dia 27 de junho, enquanto ainda se recupera da maior tragédia de sua história.
As chuvas que atingiram o RS entre o final de abril e o começo de maio de 2024 entraram para a história em todo o Estado. Em Canoas, entretanto, mais de 60% da área urbana da cidade ficou debaixo d’água.
O Grupo O Timoneiro, no objetivo de discutir os rumos do município e para que a importância desse assunto não seja esquecida, foi atrás de histórias anteriores a que os canoenses vivem hoje.
Fala-se muito nas enchentes de 1941, que definiram políticas para as décadas seguintes em Porto Alegre e na Região Metropolitana. Entretanto, os mais antigos lembram-se também de 1967, quando muitos dos bairros que alagaram no mês passado.
Falamos com algumas dessas pessoas que já sabem, a 57 anos, o que é passar por uma enchente.
Primeiras memórias
Zenona Muzykant, de 85 anos, havia chegado a Canoas, vinda de Dom Feliciano, a menos de dois anos quando as águas atingiram a cidade.
Então moradora do Mathias Velho, ela se recorda de ficar confusa ao receber informações, já que pouco conhecia Canoas à época. “A gente ficava sabendo das coisas por quem passava na rua”, relata.
A água chegou até a metade das janelas da sua casa, na Rua Maceió. “O pessoal levantou tudo, não perdemos muita coisa. Mas muitos parentes meus perderam tudo que tinha em casa”, aponta Zenona.
A sensação que ela tem com a enchente de 2024 é bem diferente. “Parece que muito mais gente foi atingida dessa vez”, diz.
Entretanto, para a moradora do bairro Igara, o mais importante é a manutenção da vida. “O resto se batalha e consegue com garra, vontade e fé.”
Socorrista e resgatado
Samuel Eilert nasceu no bairro Rio Branco e, como ele mesmo diz, cresceu na beira do Rio Gravataí. Os diques estavam em construção, e a estrutura que foi afetada em 2024 não estava pronta em 1967.
Então com 23 anos, o professor aposentado saiu pelas ruas junto com seu pai, Douglas, fazendo o que muitos canoenses fizeram em 2024: o resgate dos vizinhos e amigos que não tinham como fazê-lo.
“Naquele momento, os lugares seguros eram dois: a Praça da Igreja ou os trilhos do trem. As pessoas acampavam por lá”, relembra.
Com menos informações a respeito dos rios do que hoje em dia, Samuel diz que não era possível prever o que aconteceria em seguida. “Auxiliávamos e esperávamos. Eu conhecia o terreno, mas nunca tinha visto algo assim”, explica.
Em 2024, o professor Samuca, como muitos ex-alunos o chamam, esteve do outro lado da mesma situação. No mês passado, ele foi resgatado em sua casa por um grupo de jovens em um barco.
“Me senti da mesma forma quando eu resgatava, lá em 67. A juventude salva”, afirma.
Samuel acredita que, assim como no passado, os fatos recentes farão com que os rios não se comportem mais da mesma forma. “A gente precisa que o poder público se prepare de outras formas agora”, diz.
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Prefeitura de Canoas disponibiliza formulário para população se cadastrar no Auxílio Reconstrução do Governo Federal
Todos os canoenses que residem em regiões atingidas pela enchente já podem se cadastrar no formulário disponível pela Prefeitura, para terem acesso ao Auxílio Reconstrução do Governo Federal.
A iniciativa vai garantir R$ 5,1 mil diretamente à população, com pagamento realizado pela Caixa Econômica Federal, via PIX. O município cadastrou todos os CEPs das áreas afetadas. O programa não possui nenhum corte ou limitação de renda, nem a necessidade de inscrição no CadÚnico.
Os canoenses devem realizar o cadastro neste link.
Após o cadastro, a pessoa indicada como responsável deve acessar um sistema do Governo Federal, que será aberto na próxima segunda-feira (27/05), para confirmar o pedido. É necessário ter uma conta GovBr. Quem já possui conta na Caixa receberá o dinheiro diretamente nela. Para quem não tem, será aberta automaticamente uma poupança, onde será depositado o benefício.
No momento do cadastro, os canoenses devem preencher as seguintes informações:
– Nome completo e CPF do responsável da família;
– Nome completo e CPF de todos os outros membros da família;
– Endereço completo e CEP.
– Telefone de contato
*Após a inscrição, o morador deve assinar uma autodeclaração se responsabilizando pelas informações prestadas.
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DESASTRE NO RS: Total de mortos sobe para 83; 111 estão desaparecidos
Na manhã desta segunda-feira, 6, um boletim divulgado pela Defesa Civil apontou que o número de mortos em decorrências das chuvas e enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul subiu para 83. Ainda estão sendo investigadas outras 4 mortes, e há 111 desaparecidos e 276 pessoas feridas.
De acordo os dados da Defesa Civil, 141,3 mil pessoas estão fora de casa, sendo 19,3 mil em abrigos e 121,9 mil desalojadas (na casa de amigos ou familiares). Ao todo, 345dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 850 mil pessoas.
Risco de inundação extrema
O nível do Guaíba, em Porto Alegre, está quase 2,30 metros acima da cota de inundação. Em medição realizada às 5h15min desta segunda-feira, 6, o patamar estava em 5,26 metros. O limite para inundação é de 3 metros.
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