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22/11/2024
 

Destaques

Mulheres (canoenses) ganham menos: Desigualdade salarial aumenta em Canoas entre 2006 e 2014

Unilasalle aponta em estudo que diferença era de 6% em 2006 e já chegava a 10% em 2014

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gráfico do Unilassale aponta diferença. Foto: Ilustração/unilassale.

gráfico do Unilassale aponta diferença. Foto: Ilustração/unilassale.

 

Por Émerson Vasconcelos
e Bruno Lara
reportagem especial

 

O Observatório Unilasalle: Trabalho, Gestão e Políticas Públicas apresentou na última semana a Carta Especial Mulheres no Mercado de Trabalho. O documento produzido pela universidade apresenta um olhar sobre a força de trabalho feminina no que diz respeito à sua participação e remuneração, no conjunto da atividade econômica e também na atividade da cultura, mais especificamente os vínculos ligados as Atividades artísticas, criativas e de espetáculos e as Atividades ligadas ao patrimônio cultural e ambiental. O documento mostra um dado alarmante em relação a Canoas.
Este material é elaborado a partir dos dados disponibilizados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) por meio da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS). As informações dizem respeito aos anos de 2006 e 2014, últimos dados divulgados.

Embora o Município esteja alinhado com as realidades nacional e estadual, com aumento de postos de trabalho femininos, a desigualdade salarial aumentou na comparação dos dois anos estudados, com as mulheres ganhando ainda menos que os homens.

Maressah Sampaio. Foto: Divulgação

Maressah Sampaio. Foto: Divulgação

Para a especialista em relações internacionais e ativista pelos direitos das mulheres Maressah Sampaio (foto), o crescimento do número de mulheres no mercado de trabalho reflete tanto o aumento geral na criação de empregos nesse período.

Em seu entendimento, a natureza das vagas criadas no município é um dos fatores que pode explicar o aumento da diferença salarial no município. “como nas vagas de empresas terceirizadas de limpeza e higienização, que oferecem um salário achatado”, argumenta.

“Quando o Brasil chegou a viver a situação do chamado pleno emprego, quando os programas sociais e investimentos que priorizaram o empoderamento da mulher, a exemplo do Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida e Pronatec e a construção recorde de creches (este último fator facilitante para que as mães possam trabalhar)”. Entende ela que o âmbito estadual “seguiu a mesma linha”.

 

Geração de postos de trabalho

A carta do Unilasalle mostra que, em âmbito nacional ocorreu crescimento na geração de postos de trabalho tanto no total da atividade econômica, quanto na atividade cultural, e também no trabalho feminino e no masculino. No ano de 2006 o Brasil totalizava 35,1 milhões de postos trabalho, sendo que destes 14,2 milhões eram postos de trabalho feminino. Na atividade cultural o conjunto dos postos de trabalho somavam 17,8 mil, dos quais 7,9 mil eram vagas femininas, já no ano de 2014 o Brasil totalizava 49,5 milhões de postos trabalho, sendo 21,4 milhões postos de trabalho feminino. Na atividade cultural o conjunto dos postos de trabalho somavam 25,4 mil, dos quais 10,5 mil eram vagas femininas.

Ao apresentar o recorte estadual, a carta constata que, assim como no cenário nacional, ocorreu crescimento na geração de postos de trabalho tanto no total da atividade econômica, quanto na atividade cultural, e também no trabalho feminino e no masculino. Em 2006 o Rio Grande do Sul somava 2,3 milhões de postos trabalho, sendo que destes um milhão era de postos de trabalho feminino. Na área cultural o conjunto dos postos de trabalho somava 416, dos quais 189 eram vagas femininas. Em 2014 o Estado totalizava 3,1 milhões de postos trabalho, sendo 1,4 milhões postos de trabalho feminino. Enquanto isso, na atividade cultural o conjunto dos postos de trabalho somava 1300 vagas, das quais 539 eram ocupadas por mulheres.

Em Canoas não foi possível medir o crescimento na área cultural, já que em 2006 não havia nenhuma vaga na cidade registrada neste tipo de atividade. No entanto, a carta aponta crescimento na geração total de postos de trabalho e também no trabalho feminino. No ano de 2006 o município de Canoas totalizava 65,6 mil de postos trabalho, sendo que destes 22,5 mil eram postos de trabalho feminino. No ano de 2014 o município de Canoas totalizava 88 mil postos trabalho, sendo 36 mil postos de trabalho feminino. Na atividade cultural o conjunto dos postos de trabalho somava oito vagas, das quais quatro eram femininas.

 

Proporções mais equilibradas

Os dados nacionais apresentados na carta apontam que em 2006, no total do trabalho feminino, a proporção era de 41% e passa para 43% em 2014. Na atividade cultural a proporção passa de 44% em 2006 para 41%. Verifica-se desta forma que o trabalho feminino no Brasil avança no geral, porém recua a atividade de cultura, mesmo que tenha ocorrido um aumento na quantidade de absoluta de vínculos.

Cenário semelhante ocorre no recorte estadual. No total do trabalho feminino no Estado, a proporção era de 44% e passa para 46% em 2014. Já na atividade cultural a porcentagem que era de 45% em 2006 passa para 40% no ano de 2014. É possível detectar, através destes números, que o trabalho feminino no Rio Grande do Sul avança no geral, porém recua a atividade de cultura, igual ao comportamento do Brasil.
No caso de Canoas, no ano de 2006, no total do trabalho feminino, a proporção era de 34% e passa para 42% em 2014. Já na atividade cultural 50% são dos postos femininos em 2014. Verifica-se forma que o trabalho feminino no município de Canoas avança no geral no período apontado pela carta.

 

Canoas na contramão

Sobre os rendimentos, no cenário nacional, a carta mostra que as mulheres no ano de 2006 recebiam 7% a menos que a média geral dos trabalhadores e que na atividade cultural recebiam 4% acima da média. No ano de 2014 no total dos postos de trabalho as mulheres recebiam 4% a menos que a média geral, e na atividade cultural recebiam 1% a mais que a média. Portanto, no total das atividades econômicas, ocorreu uma redução da desigualdade entre os rendimentos dos homens e das mulheres, o mesmo ocorrendo do setor cultural, mesmo que aqui tenha o rendimento caído em relação à média.

No Rio Grande do Sul as mulheres no ano de 2006 no total dos postos de trabalho recebiam 6% a menos que a média geral dos trabalhadores. Já na atividade cultural recebiam o equivalente à média da atividade. Em 2014 no total dos postos de trabalho as mulheres recebiam 4% a menos que a média geral, e na atividade cultural recebiam 4% a mais que a média. Pode-se então refletir que no estado do Rio Grande do Sul, no total das atividades econômicas, ocorreu uma redução da desigualdade entre os rendimentos dos homens e das mulheres, na atividade cultural a mulheres recebem a mais que a média do setor.

Enquanto isso, no cenário canoense as mulheres em 2006 no total dos postos de trabalho recebiam 6% a menos que a média geral dos trabalhadores. No ano de 2014 no total dos postos de trabalho as mulheres recebiam 10% a menos que a média geral, e na atividade cultural recebiam 10% a menos que a média. Pode-se então refletir que no município de Canoas, no total das atividades econômicas, ocorreu um aumento da desigualdade entre os rendimentos dos homens e das mulheres. Ou seja, o município vai na contramão do que acontece em âmbito nacional e estadual no que diz respeito à valorização do trabalho feminino.

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Prestes a completar 85 anos, Canoas olha para o passado para projetar o futuro

Redação

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Prestes a completar 85 anos, Canoas olha para o passado para projetar o futuro - Enchente 67
por Marcelo Grisa
marcelogrisa@gmail.com

A cidade de Canoas completa 85 anos de emancipação política no dia 27 de junho, enquanto ainda se recupera da maior tragédia de sua história.

As chuvas que atingiram o RS entre o final de abril e o começo de maio de 2024 entraram para a história em todo o Estado. Em Canoas, entretanto, mais de 60% da área urbana da cidade ficou debaixo d’água.

O Grupo O Timoneiro, no objetivo de discutir os rumos do município e para que a importância desse assunto não seja esquecida, foi atrás de histórias anteriores a que os canoenses vivem hoje.

Fala-se muito nas enchentes de 1941, que definiram políticas para as décadas seguintes em Porto Alegre e na Região Metropolitana. Entretanto, os mais antigos lembram-se também de 1967, quando muitos dos bairros que alagaram no mês passado.

Falamos com algumas dessas pessoas que já sabem, a 57 anos, o que é passar por uma enchente.

Primeiras memórias

Zenona Muzykant, de 85 anos, havia chegado a Canoas, vinda de Dom Feliciano, a menos de dois anos quando as águas atingiram a cidade.

Então moradora do Mathias Velho, ela se recorda de ficar confusa ao receber informações, já que pouco conhecia Canoas à época. “A gente ficava sabendo das coisas por quem passava na rua”, relata.

Na época, Zenoma Muzykant estava em Canoas a apenas dois anos

Na época, Zenoma Muzykant estava em Canoas a apenas dois anos

A água chegou até a metade das janelas da sua casa, na Rua Maceió. “O pessoal levantou tudo, não perdemos muita coisa. Mas muitos parentes meus perderam tudo que tinha em casa”, aponta Zenona.

A sensação que ela tem com a enchente de 2024 é bem diferente. “Parece que muito mais gente foi atingida dessa vez”, diz.

Entretanto, para a moradora do bairro Igara, o mais importante é a manutenção da vida. “O resto se batalha e consegue com garra, vontade e fé.”

Socorrista e resgatado

Samuel Eilert resgatava pessoas de barco na enchente de 1967

Samuel Eilert resgatava pessoas de barco na enchente de 1967

Samuel Eilert nasceu no bairro Rio Branco e, como ele mesmo diz, cresceu na beira do Rio Gravataí. Os diques estavam em construção, e a estrutura que foi afetada em 2024 não estava pronta em 1967.

Então com 23 anos, o professor aposentado saiu pelas ruas junto com seu pai, Douglas, fazendo o que muitos canoenses fizeram em 2024: o resgate dos vizinhos e amigos que não tinham como fazê-lo.

“Naquele momento, os lugares seguros eram dois: a Praça da Igreja ou os trilhos do trem. As pessoas acampavam por lá”, relembra.

Com menos informações a respeito dos rios do que hoje em dia, Samuel diz que não era possível prever o que aconteceria em seguida. “Auxiliávamos e esperávamos. Eu conhecia o terreno, mas nunca tinha visto algo assim”, explica.

Em 2024, o professor Samuca, como muitos ex-alunos o chamam, esteve do outro lado da mesma situação. No mês passado, ele foi resgatado em sua casa por um grupo de jovens em um barco.

“Me senti da mesma forma quando eu resgatava, lá em 67. A juventude salva”, afirma.

Samuel acredita que, assim como no passado, os fatos recentes farão com que os rios não se comportem mais da mesma forma. “A gente precisa que o poder público se prepare de outras formas agora”, diz.

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Prefeitura de Canoas disponibiliza formulário para população se cadastrar no Auxílio Reconstrução do Governo Federal

Redação

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Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Canoas alerta sobre tentativa de golpe contra empreendedores

Todos os canoenses que residem em regiões atingidas pela enchente já podem se cadastrar no formulário disponível pela Prefeitura, para terem acesso ao Auxílio Reconstrução do Governo Federal.

A iniciativa vai garantir R$ 5,1 mil diretamente à população, com pagamento realizado pela Caixa Econômica Federal, via PIX. O município cadastrou todos os CEPs das áreas afetadas. O programa não possui nenhum corte ou limitação de renda, nem a necessidade de inscrição no CadÚnico.

Os canoenses devem realizar o cadastro neste link.

Após o cadastro, a pessoa indicada como responsável deve acessar um sistema do Governo Federal, que será aberto na próxima segunda-feira (27/05), para confirmar o pedido. É necessário ter uma conta GovBr. Quem já possui conta na Caixa receberá o dinheiro diretamente nela. Para quem não tem, será aberta automaticamente uma poupança, onde será depositado o benefício.

No momento do cadastro, os canoenses devem preencher as seguintes informações:

– Nome completo e CPF do responsável da família;
– Nome completo e CPF de todos os outros membros da família;
– Endereço completo e CEP.
– Telefone de contato

*Após a inscrição, o morador deve assinar uma autodeclaração se responsabilizando pelas informações prestadas.

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DESASTRE NO RS: Total de mortos sobe para 83; 111 estão desaparecidos

Redação

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DESASTRE NO RS: Total de mortos sobe para 83; 111 estão desaparecidos

Na manhã desta segunda-feira, 6, um boletim divulgado pela Defesa Civil apontou que o número de mortos em decorrências das chuvas e enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul subiu para 83. Ainda estão sendo investigadas outras 4 mortes, e há 111 desaparecidos e 276 pessoas feridas.

De acordo os dados da Defesa Civil, 141,3 mil pessoas estão fora de casa, sendo 19,3 mil em abrigos e 121,9 mil desalojadas (na casa de amigos ou familiares). Ao todo, 345dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 850  mil pessoas.

Risco de inundação extrema

O nível do Guaíba, em Porto Alegre, está quase 2,30 metros acima da cota de inundação. Em medição realizada às 5h15min desta segunda-feira, 6, o patamar estava em 5,26 metros. O limite para inundação é de 3 metros.

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