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Vistorias contra o Aedes agora tem acompanhamento policial
Município já possui 127 casos suspeitos de dengue, um deles autóctone, o que serviu de alerta
Publicado na página oito da 1220º edição do Diário Oficial do Município, um edital de número 76/2016 tornou público na segunda-feira, 14 de março, uma novidade para os agentes de endemia que estão correndo o município na tentativa de eliminar os criadouros do mosquito Aedes aegypti.
A ação foi intensificada nesta semana, sobretudo nas vistorias de estabelecimentos específicos de comércios e serviços. Na primeira fase, as ações devem se concentrar no bairro Rio Branco, onde foi identificado o primeiro caso autóctone de dengue na cidade (de origem local), e depois, segundo a Prefeitura, serão estendidas a outros bairros.
Os estabelecimentos prioritários para essa operação foram selecionados, tendo em conta o maior potencial de risco. A partir desse critério, serão priorizados, nessa primeira fase, o serviços de borracharia; as floriculturas e comércio de sementes, flores, plantas e gramas e os ferro-velhos.
Tipos de estabelecimentos que serão vistoriados:
– Serviços de borracharia;
– Depósitos de pneus;
– Revenda de pneus;
– Recicladora de pneus;
– Reformadora de pneus;
– Mecânicas;
– Floriculturas e comércio de sementes, flores, plantas e gramas;
– Cemitérios;
– Ferro velho;
– Empresas de chapeação e funilaria;
– Empresas e cooperativas e atividades de reciclagem e de porto fluvial.
Sanções civil e penal
O Edital 76/2016 se orienta pela medida provisória 712/2016, que os agentes públicos realizarão vistorias em residências e estabelecimentos, se necessário com o apoio policial. Também ressalta que, “em caso de abandono, ausência ou resistência à entrada dos agentes de Controle de Endemias, estarão sujeitos sem prejuízo das sanções de natureza civil ou penal cabíveis, compete às autoridades sanitárias a apuração e autuação das infrações sanitárias, as quais serão punidas, com penalidades descritas na legislação sanitária competente”.
127 casos suspeitos de dengue
A vigilância em saúde confirmou mais dois casos positivos importados de dengue (contraídos fora da cidade). A informação, divulgada na quinta-feira, 17, por meio do Boletim da “Situação Epidemiológica das Arboviroses em Canoas”, Ano 2016 – Semana Epidemiológica 11, correspondente ao período entre o dia 5 até o dia 17/03/16.
Segundo o documento, ampliou-se o número de notificações suspeitas de dengue comunicadas na cidade, que já atingem 127 (eram de 91 no boletim anterior), sendo 115 de Canoas e 12 de outros municípios. Outro dado que apresentou aumento foi o do número de casos sob investigação, que era de 60, pulou para 75. Os casos de zika vírus e chikungunya confirmados permanecem zerados na cidade.
Casos autóctone
Chama-se de autóctone quando o caso é originário da cidade e não importado de outra. E foi a partir do primeiro caso interno de dengue da cidade, registrado no bairro Rio Branco, neste mês, que a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), com o apoio de outras secretarias, tem realizado um trabalho sistemático e permanente de orientação, eliminação dos focos e fiscalização de potenciais pontos de risco.
Como reforço ao trabalho dos agentes de saúde, na última quarta-feira, 16, foi realizado um mutirão que reuniu cinco associações de moradores do bairro Rio Branco.
Destaques
Prestes a completar 85 anos, Canoas olha para o passado para projetar o futuro
por Marcelo Grisa
marcelogrisa@gmail.com
A cidade de Canoas completa 85 anos de emancipação política no dia 27 de junho, enquanto ainda se recupera da maior tragédia de sua história.
As chuvas que atingiram o RS entre o final de abril e o começo de maio de 2024 entraram para a história em todo o Estado. Em Canoas, entretanto, mais de 60% da área urbana da cidade ficou debaixo d’água.
O Grupo O Timoneiro, no objetivo de discutir os rumos do município e para que a importância desse assunto não seja esquecida, foi atrás de histórias anteriores a que os canoenses vivem hoje.
Fala-se muito nas enchentes de 1941, que definiram políticas para as décadas seguintes em Porto Alegre e na Região Metropolitana. Entretanto, os mais antigos lembram-se também de 1967, quando muitos dos bairros que alagaram no mês passado.
Falamos com algumas dessas pessoas que já sabem, a 57 anos, o que é passar por uma enchente.
Primeiras memórias
Zenona Muzykant, de 85 anos, havia chegado a Canoas, vinda de Dom Feliciano, a menos de dois anos quando as águas atingiram a cidade.
Então moradora do Mathias Velho, ela se recorda de ficar confusa ao receber informações, já que pouco conhecia Canoas à época. “A gente ficava sabendo das coisas por quem passava na rua”, relata.
A água chegou até a metade das janelas da sua casa, na Rua Maceió. “O pessoal levantou tudo, não perdemos muita coisa. Mas muitos parentes meus perderam tudo que tinha em casa”, aponta Zenona.
A sensação que ela tem com a enchente de 2024 é bem diferente. “Parece que muito mais gente foi atingida dessa vez”, diz.
Entretanto, para a moradora do bairro Igara, o mais importante é a manutenção da vida. “O resto se batalha e consegue com garra, vontade e fé.”
Socorrista e resgatado
Samuel Eilert nasceu no bairro Rio Branco e, como ele mesmo diz, cresceu na beira do Rio Gravataí. Os diques estavam em construção, e a estrutura que foi afetada em 2024 não estava pronta em 1967.
Então com 23 anos, o professor aposentado saiu pelas ruas junto com seu pai, Douglas, fazendo o que muitos canoenses fizeram em 2024: o resgate dos vizinhos e amigos que não tinham como fazê-lo.
“Naquele momento, os lugares seguros eram dois: a Praça da Igreja ou os trilhos do trem. As pessoas acampavam por lá”, relembra.
Com menos informações a respeito dos rios do que hoje em dia, Samuel diz que não era possível prever o que aconteceria em seguida. “Auxiliávamos e esperávamos. Eu conhecia o terreno, mas nunca tinha visto algo assim”, explica.
Em 2024, o professor Samuca, como muitos ex-alunos o chamam, esteve do outro lado da mesma situação. No mês passado, ele foi resgatado em sua casa por um grupo de jovens em um barco.
“Me senti da mesma forma quando eu resgatava, lá em 67. A juventude salva”, afirma.
Samuel acredita que, assim como no passado, os fatos recentes farão com que os rios não se comportem mais da mesma forma. “A gente precisa que o poder público se prepare de outras formas agora”, diz.
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Prefeitura de Canoas disponibiliza formulário para população se cadastrar no Auxílio Reconstrução do Governo Federal
Todos os canoenses que residem em regiões atingidas pela enchente já podem se cadastrar no formulário disponível pela Prefeitura, para terem acesso ao Auxílio Reconstrução do Governo Federal.
A iniciativa vai garantir R$ 5,1 mil diretamente à população, com pagamento realizado pela Caixa Econômica Federal, via PIX. O município cadastrou todos os CEPs das áreas afetadas. O programa não possui nenhum corte ou limitação de renda, nem a necessidade de inscrição no CadÚnico.
Os canoenses devem realizar o cadastro neste link.
Após o cadastro, a pessoa indicada como responsável deve acessar um sistema do Governo Federal, que será aberto na próxima segunda-feira (27/05), para confirmar o pedido. É necessário ter uma conta GovBr. Quem já possui conta na Caixa receberá o dinheiro diretamente nela. Para quem não tem, será aberta automaticamente uma poupança, onde será depositado o benefício.
No momento do cadastro, os canoenses devem preencher as seguintes informações:
– Nome completo e CPF do responsável da família;
– Nome completo e CPF de todos os outros membros da família;
– Endereço completo e CEP.
– Telefone de contato
*Após a inscrição, o morador deve assinar uma autodeclaração se responsabilizando pelas informações prestadas.
Destaques
DESASTRE NO RS: Total de mortos sobe para 83; 111 estão desaparecidos
Na manhã desta segunda-feira, 6, um boletim divulgado pela Defesa Civil apontou que o número de mortos em decorrências das chuvas e enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul subiu para 83. Ainda estão sendo investigadas outras 4 mortes, e há 111 desaparecidos e 276 pessoas feridas.
De acordo os dados da Defesa Civil, 141,3 mil pessoas estão fora de casa, sendo 19,3 mil em abrigos e 121,9 mil desalojadas (na casa de amigos ou familiares). Ao todo, 345dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 850 mil pessoas.
Risco de inundação extrema
O nível do Guaíba, em Porto Alegre, está quase 2,30 metros acima da cota de inundação. Em medição realizada às 5h15min desta segunda-feira, 6, o patamar estava em 5,26 metros. O limite para inundação é de 3 metros.
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