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21/11/2024
 

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Opinião: Para que honrar a palavra?

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bruno18032016

 

Lembro bem daquelas conversas entre pai e filho, após algumas latinhas vazias já se enfileirarem no costado da parede da área. Sábio da vida, por nunca ter concluído o ensino fundamental, ele dizia para meu desprezo: “A única coisa que tu tem na vida é o teu nome”. Falou o homem que não tem um Porsche, pensava eu. Afinal todo o jovem é dotado, por natureza, de toda a razão. Só que não.

Talvez esse pensamento seja o que me faz não defender o projeto petista de hoje. Nossos governantes não tem palavra. Até tem, mas não a honram dias depois de dizê-las. Não podemos confiar, como eu confiava no passado, nas palavras por eles empregadas.

“O rapaz estava apenas colocando aquilo que ele leu. E se ele leu, porque alguém escreveu, o culpado não é quem divulgou, o culpado é quem escreveu. Portanto, ao invés de culpar quem divulgou, culpe quem escreveu uma bobagem. Se não, não teria o escândalo que tem”. A frase é do ex-presidente Lula, em 2010, quando saiu em defesa ao Wikileaks e ao direito de expressão.

Por qual motivo agora o problema é a divulgação dos áudios e não as bobagens que lá foram ditas? Como o próprio disse, ao invés de culpar quem divulgou, culpe quem escreveu. Se Lula não tivesse a postura que tem, não estaria neste rolo e nada seria encontrado nas gravações. É exatamente para isso que o grampo serve. E este foi sim autorizado pela justiça. Nada de ilegalidade nisso. Divulgá-los, talvez sim. Mas o erro de um juiz de primeira instância precisa, para o bem do bom senso, ser menor que os erros da Presidência da República.

O mesmo ocorreu com a defensora dos direitos humanos, deputada Maria do Rosário. As tentativas da petista de defender Lula da expressão “as mulheres de grelo duro” foram patéticas. “Uma expressão do nordeste”, disse ela. E ficou feio. “Sobre as observações do presidente”, começou a entrevista à Rádio Gaúcha. Não, Maria do Rosário, não são observações. É machismo, idêntico ao praticado por Bolsonaro, o qual tanto critica. A diferença? A sigla. Os cargos. O tempo de televisão. A amizade que permite julgar as entrelinhas que não são vistas no opositor.

“Há uma diferença quando se diz uma expressão dessas em público, no sentido de agredir alguém, e no contexto entre dois amigos. Ele falava com uma pessoa da sua intimidade”, tentou e acabou incentivando, apenas, que o machismo velado não é um problema, apenas quando feito para agredir. Ou, pior, que o machismo pode com os amigos.

E assim continuam as tentativas petistas. Dilma diz que nomeou Lula para tentar barrar o impeachment. Mentira. Trouxe, isso sim, o problema para dentro do Planalto que, até então, nada tinha com os rolos de Delcídio do Amaral. Este, diga-se de passagem, não era qualquer um. Era líder do governo no Senado, pessoa de confiança. Dilma agiu para tirá-lo da mão de Sérgio Moro e o tiro saiu pela culatra assim como quando tentou justificar o “termo de posse” que deveria ser utilizado em “caso de necessidade”. O PT joga para a torcida, mas já foi amarelado e a expulsão parece não tardar. Infelizmente parece que já trocou os três jogadores e não pode mais substituir. Rousseff, mesmo lesionada, terá de segurar os próximos dois anos.

Em Canoas, a exemplo do país, a oposição é nula, inexistente. O que produz não é um grito, mas um ruído facilmente ignorado pelo Paço Municipal. Mas o cenário parece estar mudando. Aqueles que faziam parte da superbase de Jairo Jorge estão vendo nas alterações nacionais uma alternativa para apunhalar o chefe do Executivo pelas costas. Canoas está se movimentando como nunca antes. Na política, a oposição ao governo parece ter saído do armário.

A candidatura de Beth segue ameaçada, sobretudo por representar uma figura muito parecida com Dilma, quando foi eleita à sombra de Lula. O discurso será o mesmo. Ela tem uma história (Dilma também disse). História essa que foi abandonada, após 44 anos de PP, por um projeto particular de poder. O PRB talvez seja o próximo a zarpar do governo por intervenção estadual. Se isso ocorrer, o partido de pouca, ou nenhuma, representação na cidade passa a ser o eixo essencial.

Para o meu pai, político é tudo um bando de ladrão. Ainda tenho esperança. Espero não estar novamente errado. Espero que o resultado saia nas urnas e não no grito. Que justiça seja feita e que essa turbulência que passa o país deixe a lembrança de que, como bem disse Jairo Jorge ao jornal O Timoneiro nesta semana, “ninguém está acima da lei”.

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Prestes a completar 85 anos, Canoas olha para o passado para projetar o futuro

Redação

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Prestes a completar 85 anos, Canoas olha para o passado para projetar o futuro - Enchente 67
por Marcelo Grisa
marcelogrisa@gmail.com

A cidade de Canoas completa 85 anos de emancipação política no dia 27 de junho, enquanto ainda se recupera da maior tragédia de sua história.

As chuvas que atingiram o RS entre o final de abril e o começo de maio de 2024 entraram para a história em todo o Estado. Em Canoas, entretanto, mais de 60% da área urbana da cidade ficou debaixo d’água.

O Grupo O Timoneiro, no objetivo de discutir os rumos do município e para que a importância desse assunto não seja esquecida, foi atrás de histórias anteriores a que os canoenses vivem hoje.

Fala-se muito nas enchentes de 1941, que definiram políticas para as décadas seguintes em Porto Alegre e na Região Metropolitana. Entretanto, os mais antigos lembram-se também de 1967, quando muitos dos bairros que alagaram no mês passado.

Falamos com algumas dessas pessoas que já sabem, a 57 anos, o que é passar por uma enchente.

Primeiras memórias

Zenona Muzykant, de 85 anos, havia chegado a Canoas, vinda de Dom Feliciano, a menos de dois anos quando as águas atingiram a cidade.

Então moradora do Mathias Velho, ela se recorda de ficar confusa ao receber informações, já que pouco conhecia Canoas à época. “A gente ficava sabendo das coisas por quem passava na rua”, relata.

Na época, Zenoma Muzykant estava em Canoas a apenas dois anos

Na época, Zenoma Muzykant estava em Canoas a apenas dois anos

A água chegou até a metade das janelas da sua casa, na Rua Maceió. “O pessoal levantou tudo, não perdemos muita coisa. Mas muitos parentes meus perderam tudo que tinha em casa”, aponta Zenona.

A sensação que ela tem com a enchente de 2024 é bem diferente. “Parece que muito mais gente foi atingida dessa vez”, diz.

Entretanto, para a moradora do bairro Igara, o mais importante é a manutenção da vida. “O resto se batalha e consegue com garra, vontade e fé.”

Socorrista e resgatado

Samuel Eilert resgatava pessoas de barco na enchente de 1967

Samuel Eilert resgatava pessoas de barco na enchente de 1967

Samuel Eilert nasceu no bairro Rio Branco e, como ele mesmo diz, cresceu na beira do Rio Gravataí. Os diques estavam em construção, e a estrutura que foi afetada em 2024 não estava pronta em 1967.

Então com 23 anos, o professor aposentado saiu pelas ruas junto com seu pai, Douglas, fazendo o que muitos canoenses fizeram em 2024: o resgate dos vizinhos e amigos que não tinham como fazê-lo.

“Naquele momento, os lugares seguros eram dois: a Praça da Igreja ou os trilhos do trem. As pessoas acampavam por lá”, relembra.

Com menos informações a respeito dos rios do que hoje em dia, Samuel diz que não era possível prever o que aconteceria em seguida. “Auxiliávamos e esperávamos. Eu conhecia o terreno, mas nunca tinha visto algo assim”, explica.

Em 2024, o professor Samuca, como muitos ex-alunos o chamam, esteve do outro lado da mesma situação. No mês passado, ele foi resgatado em sua casa por um grupo de jovens em um barco.

“Me senti da mesma forma quando eu resgatava, lá em 67. A juventude salva”, afirma.

Samuel acredita que, assim como no passado, os fatos recentes farão com que os rios não se comportem mais da mesma forma. “A gente precisa que o poder público se prepare de outras formas agora”, diz.

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Prefeitura de Canoas disponibiliza formulário para população se cadastrar no Auxílio Reconstrução do Governo Federal

Redação

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Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Canoas alerta sobre tentativa de golpe contra empreendedores

Todos os canoenses que residem em regiões atingidas pela enchente já podem se cadastrar no formulário disponível pela Prefeitura, para terem acesso ao Auxílio Reconstrução do Governo Federal.

A iniciativa vai garantir R$ 5,1 mil diretamente à população, com pagamento realizado pela Caixa Econômica Federal, via PIX. O município cadastrou todos os CEPs das áreas afetadas. O programa não possui nenhum corte ou limitação de renda, nem a necessidade de inscrição no CadÚnico.

Os canoenses devem realizar o cadastro neste link.

Após o cadastro, a pessoa indicada como responsável deve acessar um sistema do Governo Federal, que será aberto na próxima segunda-feira (27/05), para confirmar o pedido. É necessário ter uma conta GovBr. Quem já possui conta na Caixa receberá o dinheiro diretamente nela. Para quem não tem, será aberta automaticamente uma poupança, onde será depositado o benefício.

No momento do cadastro, os canoenses devem preencher as seguintes informações:

– Nome completo e CPF do responsável da família;
– Nome completo e CPF de todos os outros membros da família;
– Endereço completo e CEP.
– Telefone de contato

*Após a inscrição, o morador deve assinar uma autodeclaração se responsabilizando pelas informações prestadas.

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DESASTRE NO RS: Total de mortos sobe para 83; 111 estão desaparecidos

Redação

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DESASTRE NO RS: Total de mortos sobe para 83; 111 estão desaparecidos

Na manhã desta segunda-feira, 6, um boletim divulgado pela Defesa Civil apontou que o número de mortos em decorrências das chuvas e enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul subiu para 83. Ainda estão sendo investigadas outras 4 mortes, e há 111 desaparecidos e 276 pessoas feridas.

De acordo os dados da Defesa Civil, 141,3 mil pessoas estão fora de casa, sendo 19,3 mil em abrigos e 121,9 mil desalojadas (na casa de amigos ou familiares). Ao todo, 345dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 850  mil pessoas.

Risco de inundação extrema

O nível do Guaíba, em Porto Alegre, está quase 2,30 metros acima da cota de inundação. Em medição realizada às 5h15min desta segunda-feira, 6, o patamar estava em 5,26 metros. O limite para inundação é de 3 metros.

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