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Encontro regional do sul pede saída do PMDB do governo federal
Nomes fortes como Pedro Simon, Germano Rigotto, Ibsen Pinheiro, José Ivo Sartori e Roberto Requião pediram em seus discursos que o partido deve ter candidato próprio em 2018.
O Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) se reuniu no sábado, 5, em Porto Alegre, para decidir o futuro da sigla a nível federal. O resultado foi o já esperado. Lideranças do partido no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul, com discursos inflamados, pediram a saída da sigla do governo, mesmo que o vice-presidente da república seja o filiado Michel Temer.
O partido lançou a “Carta do Sul”, o que chamou de “um grito de alerta ao partido nacional e ao povo”. As lideranças políticas pediram, inclusive que a legenda “deixe imediatamente o governo federal, retome o projeto pela candidatura própria à presidência da República, aprofunde a discussão de sua proposta para o País”, pedindo a “recondução de Michel Temer ao comando nacional na Convenção do próximo dia 12, em Brasília”.
Cenário atual motivou decisão
A justificativa dos membros são os últimos acontecimentos do cenário, muito influenciados pelo mandato de condução coercitiva (quando se é obrigado a ir prestar depoimento) do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ocorrido na sexta-feira, 4. “Partido sem candidato acaba por ser escravo”. Dizia a JPMDB-RS em referência ao hino do estado do Rio Grande do Sul.
Ibsen Pinheiro se destacou pelo discurso inflamado chamando a militância. “Cumprida a tarefa histórica de sepultar o regime militar, neste momento de incerteza temos o papel condutor da superação da crise econômica e moral”, discursou.
Roberto Requião, Senador pelo Paraná e presidente da sigla no estado, disse que é preciso que hoje um renascimento do “velho MDB de Guerra”. “O Brasil precisa retomar o caminho do desenvolvimento e de enfrentamento do domínio do capital financeiro”, defendeu em mais um discurso voltado para a economia.
Pedido de mais ação em SC
Representando o estado de Santa Catarina, o deputado Mauro Mariani, comandante do PMDB-SC, defendeu que o partido esteja conectado com o novo momento do País. “É preciso prestar atenção e entender a mensagem da população brasileira. Velhos discursos não irão construir novos caminhos”, pedindo serenidade.
Ex-governador quer saída de Dilma
“Chega de ser vagão quando temos que ser locomotiva. A hora é agora!”. O discurso provocativo é do ex-governador do RS, Germano Rigotto. Embora tenha alertado que, neste momento, a legenda precisa ter responsabilidade para não colocar “mais combustível na crise”, foi explícito ao exigir à saída do Governo Dilma Rousseff (PT) e candidatura própria à presidência da República. Ainda sustentou que o partido do Sul leve à convenção nacional a decisão de reconduzir o presidente Michel Temer à presidência do partido.
Os deputados federais Darcísio Perondi e Osmar Terra também deixaram o seu recado. “O partido deve se afastar dessa desastrosa condução do país”, reivindicou Terra. E Perondi convocou a militância para ir às ruas na manifestação marcada para o dia 13 de março, quando estão marcadas manifestações contrárias ao governo de Rousseff. O Partido dos Trabalhadores, por sua vez, também está convocando a militância para ir as ruas no dia 13 de março.
Simon comparou atualidade com a redemocratização
Um dos ícones do PMDB na luta das Diretas-já, Pedro Simon comparou a atual situação do país com a do passado. Para ele, “o partido que berrou pelas Diretas-Já tem uma nova responsabilidade e a hora é agora”, declarou. Otimista, o ex-senador afirmou que “o Brasil começa a mudar”.
Como é de praxe em seus discursos, relembrou o histórico encontro do MDB na capital gaúcha que levantou as bandeiras que resultaram na redemocratização. “Lula conclamou forças em sua defesa. E nós, precisamos ir às ruas, para pedir Justiça e deixar que Supremo Tribunal Federal decida”, conclamou.
Porto Alegre na briga
O representante da Capital no encontro foi o vice-prefeito, Sebastião Melo. Para ele, o partido “não aceita a palavra “golpe” para aqueles que foram fiadores deste direito”, afirma relembrando que o partido foi um dos que ajudou no período de redemocratização. “Quando o PT governa, os pobres pensam que governam e os ricos têm certeza” e frisou que “o governo mais benevolente com os banqueiros foi o do ex-presidente Lula”.
Sartori quer preservar a democracia
O contestado governador dos gaúchos, José Ivo Sartori,falou em responsabilidade do PMDB com a nação. “Estamos ressuscitando uma época como aquela em que o MDB fez o resgate democrático e é preciso respeito às instituições. Democracia é um bem tão grande que precisa ser preservado a qualquer custo”, disse pedindo serenidade e tranqüilidade.
Simon e Padilha na executiva nacional
A indicação dos estados do sul para compor a executiva nacional do partido foi conservadora e apostou em grandes nomes do passado como Pedro Simon e Eliseu Padilha, isso em função de dos gaúchos reivindicarem duas vagas na discussão nacional. “Não vamos a Brasília para receber um pacote pronto. Vamos buscar uma composição que contemple o Brasil”, disse o vice-prefeito de Porto Alegre.
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Prestes a completar 85 anos, Canoas olha para o passado para projetar o futuro
por Marcelo Grisa
marcelogrisa@gmail.com
A cidade de Canoas completa 85 anos de emancipação política no dia 27 de junho, enquanto ainda se recupera da maior tragédia de sua história.
As chuvas que atingiram o RS entre o final de abril e o começo de maio de 2024 entraram para a história em todo o Estado. Em Canoas, entretanto, mais de 60% da área urbana da cidade ficou debaixo d’água.
O Grupo O Timoneiro, no objetivo de discutir os rumos do município e para que a importância desse assunto não seja esquecida, foi atrás de histórias anteriores a que os canoenses vivem hoje.
Fala-se muito nas enchentes de 1941, que definiram políticas para as décadas seguintes em Porto Alegre e na Região Metropolitana. Entretanto, os mais antigos lembram-se também de 1967, quando muitos dos bairros que alagaram no mês passado.
Falamos com algumas dessas pessoas que já sabem, a 57 anos, o que é passar por uma enchente.
Primeiras memórias
Zenona Muzykant, de 85 anos, havia chegado a Canoas, vinda de Dom Feliciano, a menos de dois anos quando as águas atingiram a cidade.
Então moradora do Mathias Velho, ela se recorda de ficar confusa ao receber informações, já que pouco conhecia Canoas à época. “A gente ficava sabendo das coisas por quem passava na rua”, relata.
A água chegou até a metade das janelas da sua casa, na Rua Maceió. “O pessoal levantou tudo, não perdemos muita coisa. Mas muitos parentes meus perderam tudo que tinha em casa”, aponta Zenona.
A sensação que ela tem com a enchente de 2024 é bem diferente. “Parece que muito mais gente foi atingida dessa vez”, diz.
Entretanto, para a moradora do bairro Igara, o mais importante é a manutenção da vida. “O resto se batalha e consegue com garra, vontade e fé.”
Socorrista e resgatado
Samuel Eilert nasceu no bairro Rio Branco e, como ele mesmo diz, cresceu na beira do Rio Gravataí. Os diques estavam em construção, e a estrutura que foi afetada em 2024 não estava pronta em 1967.
Então com 23 anos, o professor aposentado saiu pelas ruas junto com seu pai, Douglas, fazendo o que muitos canoenses fizeram em 2024: o resgate dos vizinhos e amigos que não tinham como fazê-lo.
“Naquele momento, os lugares seguros eram dois: a Praça da Igreja ou os trilhos do trem. As pessoas acampavam por lá”, relembra.
Com menos informações a respeito dos rios do que hoje em dia, Samuel diz que não era possível prever o que aconteceria em seguida. “Auxiliávamos e esperávamos. Eu conhecia o terreno, mas nunca tinha visto algo assim”, explica.
Em 2024, o professor Samuca, como muitos ex-alunos o chamam, esteve do outro lado da mesma situação. No mês passado, ele foi resgatado em sua casa por um grupo de jovens em um barco.
“Me senti da mesma forma quando eu resgatava, lá em 67. A juventude salva”, afirma.
Samuel acredita que, assim como no passado, os fatos recentes farão com que os rios não se comportem mais da mesma forma. “A gente precisa que o poder público se prepare de outras formas agora”, diz.
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Prefeitura de Canoas disponibiliza formulário para população se cadastrar no Auxílio Reconstrução do Governo Federal
Todos os canoenses que residem em regiões atingidas pela enchente já podem se cadastrar no formulário disponível pela Prefeitura, para terem acesso ao Auxílio Reconstrução do Governo Federal.
A iniciativa vai garantir R$ 5,1 mil diretamente à população, com pagamento realizado pela Caixa Econômica Federal, via PIX. O município cadastrou todos os CEPs das áreas afetadas. O programa não possui nenhum corte ou limitação de renda, nem a necessidade de inscrição no CadÚnico.
Os canoenses devem realizar o cadastro neste link.
Após o cadastro, a pessoa indicada como responsável deve acessar um sistema do Governo Federal, que será aberto na próxima segunda-feira (27/05), para confirmar o pedido. É necessário ter uma conta GovBr. Quem já possui conta na Caixa receberá o dinheiro diretamente nela. Para quem não tem, será aberta automaticamente uma poupança, onde será depositado o benefício.
No momento do cadastro, os canoenses devem preencher as seguintes informações:
– Nome completo e CPF do responsável da família;
– Nome completo e CPF de todos os outros membros da família;
– Endereço completo e CEP.
– Telefone de contato
*Após a inscrição, o morador deve assinar uma autodeclaração se responsabilizando pelas informações prestadas.
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DESASTRE NO RS: Total de mortos sobe para 83; 111 estão desaparecidos
Na manhã desta segunda-feira, 6, um boletim divulgado pela Defesa Civil apontou que o número de mortos em decorrências das chuvas e enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul subiu para 83. Ainda estão sendo investigadas outras 4 mortes, e há 111 desaparecidos e 276 pessoas feridas.
De acordo os dados da Defesa Civil, 141,3 mil pessoas estão fora de casa, sendo 19,3 mil em abrigos e 121,9 mil desalojadas (na casa de amigos ou familiares). Ao todo, 345dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 850 mil pessoas.
Risco de inundação extrema
O nível do Guaíba, em Porto Alegre, está quase 2,30 metros acima da cota de inundação. Em medição realizada às 5h15min desta segunda-feira, 6, o patamar estava em 5,26 metros. O limite para inundação é de 3 metros.
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