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18/04/2024
 

Comunidade

Um mapeamento dos cidadãos em situação de rua em Canoas

A maioria são homens adultos entre 18 e 39 anos, usuários de drogas lícitas e ilícitas e com conflito familiar

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Por Bruno Lara

Albergue Municipal. Foto: Bruno Lara/OT

Albergue Municipal. Foto: Bruno Lara/OT

Após a matéria sobre Jorge Luís dos Santos ser publicada na edição anterior de O Timoneiro, o diretor do Departamento de Proteção Especial, que envolve os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) Leste e Oeste, o Centro POP e o Albergue Muncipal, Marcio Antônio da Silva, 37 anos, abriu as portas da estrutura governamental para a visita de uma equipe de reportagem.
O Centro Especializado para População em Situação de Rua (Centro POP) atende, em média, 15 pessoas ao dia, com os serviços de café (da manhã e da tarde), almoço e assistência social através da busca por familiares, documentação, saúde, donativos etc.

Em números
Com início dos trabalhos em outubro do ano passado, a estrutura elabora relatórios mensais de atendimentos. No mês de junho de 2015, foram atendidas 68 pessoas, das quais 62 eram homens e apenas seis eram do sexo feminino. A maioria dos atendidos está na faixa etária entre os 18 e os 39 anos, embora 15 homens tenham entre 40 e 59 anos. Chama atenção, no entanto, duas mulheres atendidas que possuem mais de 60 anos de idade.

Destes 68, apenas 28 residiam em Canoas antes de se encontrarem em situação de rua. Sete possuem alguma deficiência física ou mental. Ao todo, 13 não são alfabetizados, os outros 37 não concluíram o Ensino Fundamental, embora 12 tenham o diploma, e outros dois do Ensino Médio. Nenhum deles possui ensino superior iniciado ou concluído. São 54 usuários de drogas ilícitas – como o crack – e 60 que fazem uso de drogas lícitas – como o álcool e o cigarro.

Gráfico: moradores de rua atendidos pela Prefeitura.

Gráfico: moradores de rua atendidos pela Prefeitura.

Uma análise social
A profissão mais comum é na área da Construção Civil, com 28 pessoas inseridas. Seguida de coletor de material reciclável (17). Nenhuns deles era profissional do sexo e todos tinham uma profissão antes de ir para a rua. A grande maioria morava sozinho. O dado importante, na renda familiar, é que 14 deles recebiam auxílio do governo entre BPC Deficiente e Bolsa Família.

Ser usuário de drogas levou 38 deles para as ruas e, muitas vezes, este fato gerou o conflito familiar – outro motivo citado pelos que procuram o Centro POP. O desemprego foi outra causa apontada por 11 deles.

Segundo o Centro, que realizou 838 atendimentos e serviu 660 refeições no mês de junho deste ano, os moradores de rua vindos de outros municípios ou até estados, enfrentam problemas na documentação, mesmo que arrumem um emprego. Neste mês, cinco foram desligados por arrumarem empregou ou voltarem ao vínculo familiar.

Mais tempo no Albergue
Desde julho do ano passado, Marcio desempenha o trabalho a frente do departamento e considera a atuação positiva. “A gente vem fazendo um trabalho contínuo e consistente em cima dos equipamentos e vimos a mudança. O bom relacionamento entre o departamento e os próprios funcionários, o ambiente mais tranquilo, mais alegre. O bom funcionamento para atender melhor a população”, salienta.

A mudança nas diárias é uma reivindicação dos usuários do Albergue, embora elogiem o trabalho realizado no Centro POP. Segundo eles, os critérios para poder permanecer na estrutura é ímpar e não se aplicam a todos os interessados da mesma forma, havendo, por vezes, “favoritos” dos responsáveis pelo Albergue Noturno Rotary Club Canoas Industrial. Eles reivindicam mais noites na estrutura e que ninguém possa entrar após ingerir drogas lícitas ou ilícitas, como reclamam os usuários do espaço. A grande maioria usa o serviço há mais de um mês, alguns até mais do que um ano. Porém, variando de caso em caso, um prazo para permanência e um para vacância do leito é estipulado.

Segundo o diretor, se trata de uma regra, mas afirma que há um esforço para flexibilizá-la. “Na verdade é uma regra, um regimento do equipamento de anos e que a gente já vem acompanhando o dia a dia deles e tentando encaixar a melhor forma para poder atender. É um trabalho que estamos fazendo para rediscutir o regimento interno do equipamento”, confirma.

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Comunidade

GUAJUVIRAS 37 ANOS: Moradores lembram da luta pela moradia no surgimento do segundo maior bairro de Canoas

Redação

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Marcelo Grisa
marcelogrisa@gmail.com

Nesta quarta-feira, 17, um dos maiores bairros de Canoas comemora 37 anos de existência. Em 17 de abril de 1987, começava a ocupação do que viria a se tornar o Guajuviras. Com 42.749 habitantes, é o segundo em termos de população na cidade. Mas para quem mora lá, vem em primeiro lugar.

Trajetória

A história do bairro é também uma história de lutas. Originalmente, o espaço do Guajuviras era chamado de Conjunto Habitacional Ildo Meneghetti. No local, construído pela Companhia de Habitação do Estado do Rio Grande do Sul (Cohab) haviam 5.974 unidades habitacionais, muitas delas abandonadas, e que foram ocupadas para formar o que inicialmente foi considerado uma invasão. A obra, que deveria ter 6.400 unidades, nunca foi finalizada pelo órgão estadual e, por isso, não havia sido entregue aos inscritos no programa de habitação popular. A Cohab chegou a tentar repassar as obras à Prefeitura de Canoas em 1984, sem sucesso.

Isso ocorria por conta da conjuntura econômica do país no período. Em 1987, o Brasil estava no período da hiperinflação, com mais de 250% ao ano após o fim do Plano Cruzado. Havia desabastecimento, e o preço dos alugueis se tornava demais para que muitos pudessem pagar.

Foto: Marcelo Grisa/OT

Espera e invasão

Herminio Farinha Vargas chegou no primeiro dia. Aquele 17 de abril era um domingo de Páscoa, e Farinha recebeu o aviso de que muitos estavam indo para lá. Ele e sua esposa, Otacília, foram até o local. “A gente nunca quis o direito de ganhar uma casa, mas o direito de pagar o preço justo por uma. Muitos, como nós, estávamos inscritos na Cohab”, diz.

Otacília explica que a situação se arrastava há anos. “Já tinha um tempo que o pessoal dizia que seria o ideal invadir. Eu passei um dia todo no sol, grávida, em frente à Praça do Avião, para me inscrever na Cohab, em 1982. Cinco anos depois e nada. Pior: algumas moradias já começavam a ser invadias por gente até de municípios vizinhos, que não estavam inscritas”, lamenta.

Maria Aparecida Flores estava no Guajuviras desde os primeiros dias da ocupação. Chegou com dois filhos. A filha mais velha e o marido não quiseram vir de Arambaré, onde morava. A nova vida começava com desafios extras. “O terreno onde hoje fica a igreja de Nossa Senhora Aparecida estava com uma cerca. Eu e mais umas 20 mulheres derrubamos. Precisávamos também de um espaço para a comunidade. Fizemos oficinas, forno coletivo para fazer pão, e conversávamos sobre as nossas vidas e nossos direitos”, recorda.

Ela lembra que, naquele momento de transição democrática do Brasil, ainda haviam resquícios da repressão dos anos da ditadura militar, que terminou oficialmente em 1985. “Antes de vir a Brigada Militar, mandaram o Exército para cercar o bairro. Ninguém entrava, ninguém saía. Fiquei dez dias sem comer por conta disso. Quando a ajuda chegou, eu tentei me alimentar e vomitei”, relata.

Foto: Marcelo Grisa/OT

Organização

Cida, como é conhecida no bairro, também fez parte da Comissão dos Setenta, o grupo que atuava nas negociações junto à Cohab. Ela aponta que a organização entre os moradores foi fundamental para garantir o direito à moradia. “Nós nunca fizemos nada debaixo dos panos. Tínhamos os líderes de cada quadra, que precisavam saber tudo que discutíamos em conjunto. Depois cada um precisava ir na sua quadra, chamar todo mundo e repassar”, explica.

Farinha, que também integrou o grupo, diz que o esforço precisava ser constante, com reuniões diárias. “Era difícil. Não tínhamos água, luz, nada. E a maioria de nós trabalhava. O encontro começava às 20 horas e terminava entre uma e duas da manhã. Mas valeu a pena”, observa.

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Comunidade

Moradores dos bairros Niterói e Nossa Senhora das Graças podem agendar castração de cães e gatos na quarta-feira, 27

Redação

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Moradores dos bairros Niterói e Nossa Senhora das Graças podem agendar castração de cães e gatos na quarta-feira, 27

As inscrições para agendamento da castração de cães e gatos desta semana será na região Sudeste de Canoas. Na quarta-feira, 27, os interessados podem buscar o serviço na Subprefeitura, localizada na rua Marechal Rondon, 100, no bairro Niterói.

Na quinta-feira, 28, no mesmo bairro, o agendamento acontecerá na Praça da Juventude João de Barro. As iniciativas são gratuitas e ocorrem das 9 horas às 12 horas. No total, serão disponibilizadas 40 fichas para cada local.

A ação é promovida pela Secretaria de Bem-Estar Animal.

O que precisa levar

Os tutores interessados em solicitar o serviço devem comparecer no local, com documento de identidade, comprovante de residência e CPF. É preciso também ter renda familiar per capita de até três salários mínimos e estar inscrito no CadÚnico.

Apenas os moradores da região da Subprefeitura, que abrange os bairros Nossa Senhora das Graças e Niterói, podem encaminhar o atendimento. Não é necessário levar o animal para fazer a inscrição.

 

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Comunidade

Quatro cães são resgatados em situação de abandono em Canoas

Redação

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Quatro cães são resgatados em situação de abandono em Canoas - Foto: Renan Caumo

A Secretaria de Bem-Estar Animal (SMBEA) fez na terça-feira, 19, o resgate de quatro cachorros no bairro São José. Os cães, três fêmeas e um macho, estavam em situação de abandono em uma casa.

Na denúncia, é relatado que os maus-tratos aconteciam desde o ano passado. As equipes de fiscalização da SMBEA, a Guarda Municipal e a Polícia Civil estiveram presentes na ação.

Resgate de cães no bairro São José - Foto: Renan Caumo

Resgate de cães no bairro São José – Foto: Renan Caumo

Após o resgate, a equipe realizou um boletim de ocorrência na delegacia e os cães foram encaminhados para a Secretaria, onde devem passar por exames e tratamento adequado, de acordo com a diretora de Saúde Animal e médica veterinária da SMBEA, Katia Gueiral Lima.

“Eles receberão todo o suporte nutricional adequado, as medicações e vacinação, porque não sabemos como estavam antes”, completou. Essa já é a segunda vez que esses animais são resgatados pela secretaria.

O titular da pasta, Paulo Facio, reforçou que as equipes da SMBEA estão fazendo as fiscalizações e farão os resgates sempre que necessário.

“É impressionante o estado dos animais que estavam ali. Por isso, ressaltamos que a Prefeitura de Canoas está nas ruas fiscalizando. A SMBEA está checando as denúncias de maus-tratos. E nós vamos retirar, sim, os animais, caso seja preciso. Nós vamos combater os maus-tratos a animais em Canoas”, disse.

Abandono é crime; denuncie!

O abandono de animais é crime, de acordo com a lei 9.605/98. Em 2020, com a aprovação da lei 14.064 houve um aumento na pena para maus-tratos, prevendo de dois a cinco anos, multa e proibição de guarda.

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