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Prefeitura de Canoas interdita academias e reforça a fiscalização sobre o cumprimento dos decretos municipais
Em Canoas, os estabelecimentos de promoção à saúde, como academias e centros de treinamento, estão liberados a operar desde o dia 2 de maio, após a publicação do decreto municipal de número 115. Os espaços devem seguir normas específicas de segurança e higienização a fim de prestar os devidos cuidados com a saúde de funcionários e clientes e evitar a propagação do novo coronavírus.
De acordo com a Diretoria de Vigilância em Saúde, da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), desde a reabertura destes estabelecimentos, foram realizadas 29 vistorias em todos os quadrantes do município, sobretudo nos bairros Mathias Velho, Igara, Moinhos de Vento, Marechal Rondon, Fátima e Niterói. Uma das principais academias da cidade, localizada na região central, acabou interditada na última quarta-feira (12) após a constatação de problemas técnicos na ventilação do ambiente. A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (SMDE), em um primeiro momento, também participou da fiscalização e visitou mais de vinte centros de treinamento.
Além das regras gerais de higienização e distanciamento interpessoal mínimo de dois metros, academias e derivados devem seguir uma série de determinações para continuarem abertos. O atendimento, por exemplo, passou a ser individual e pré-agendado, sem atividades de contato físico e com portas fechadas para demais pessoas. A capacidade máxima de ingresso de clientes está limitada a 30% do previsto no Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI). Idosos, indivíduos com problemas cardíacos ou pneumopatas, imunodeprimidos, doentes renais crônicos em estágio avançado e gestantes de alto risco, por serem o principal alvo da Covid-19, estão proibidos de adentrarem nestes locais.
Empresas de serviço de promoção à saúde devem vedar, ainda, o funcionamento de salas de espera, chuveiros nos banheiros e vestiários, bem como manter janelas externas abertas ou qualquer outra abertura para a circulação de ventilação natural. O decreto de número 115 está disponível no site da Prefeitura de Canoas e o descumprimento de qualquer medida decretada irá gerar imediatamente o comunicado ao Conselho Regional de Educação Física e a interdição pela autoridade municipal.
Para o praticante de crossfit, Jonatha Rodrigues, o treino físico de movimentos funcionais e de alta intensidade alivia a tensão mental em meio à pandemia, mas só ocorre com toda a precaução possível. Visando manter o isolamento social daqueles que não se sentem à vontade para sair de suas residências, o centro de treinamento, no Igara, disponibiliza vídeos na internet e mantém o acompanhamento de seus clientes à distância. No estabelecimento, os profissionais exigem a utilização da máscara em tempo integral. “É um pouco desconfortável, mas nossos cuidados com saúde não podem ser diferentes no momento. Ainda mais no meu caso, que moro com dois idosos e uma criança”, explica o canoense de 31 anos.
Já a funcionária da academia do bairro São José, Tatiana Fátima Correa, revela que a retomada das atividades no local está sendo tranquila graças às exigências de higienização e segurança do município. “Notamos, a partir da rigidez dos decretos, uma conscientização maior dos alunos, que estão se cuidando, mantendo certa distância e agendando a musculação individualmente”, diz. Afinal, segundo a educadora física, além da comunidade canoense que frequenta estes espaços, há um quadro de prestadores de serviços que precisam sustentar suas famílias, mas sem levar o vírus para casa.
As ações de fiscalização são resultado do trabalho integrado da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (SMDE), da Diretoria de Vigilância Sanitária, ligada à Secretaria Municipal da Saúde (SMS), do Procon Canoas e da Guarda Municipal, ligados à Secretaria Municipal de Segurança Pública e Cidadania (SMSPC), da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA) e da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitação (SMDUH).
2 anexos
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Prestes a completar 85 anos, Canoas olha para o passado para projetar o futuro
por Marcelo Grisa
marcelogrisa@gmail.com
A cidade de Canoas completa 85 anos de emancipação política no dia 27 de junho, enquanto ainda se recupera da maior tragédia de sua história.
As chuvas que atingiram o RS entre o final de abril e o começo de maio de 2024 entraram para a história em todo o Estado. Em Canoas, entretanto, mais de 60% da área urbana da cidade ficou debaixo d’água.
O Grupo O Timoneiro, no objetivo de discutir os rumos do município e para que a importância desse assunto não seja esquecida, foi atrás de histórias anteriores a que os canoenses vivem hoje.
Fala-se muito nas enchentes de 1941, que definiram políticas para as décadas seguintes em Porto Alegre e na Região Metropolitana. Entretanto, os mais antigos lembram-se também de 1967, quando muitos dos bairros que alagaram no mês passado.
Falamos com algumas dessas pessoas que já sabem, a 57 anos, o que é passar por uma enchente.
Primeiras memórias
Zenona Muzykant, de 85 anos, havia chegado a Canoas, vinda de Dom Feliciano, a menos de dois anos quando as águas atingiram a cidade.
Então moradora do Mathias Velho, ela se recorda de ficar confusa ao receber informações, já que pouco conhecia Canoas à época. “A gente ficava sabendo das coisas por quem passava na rua”, relata.
A água chegou até a metade das janelas da sua casa, na Rua Maceió. “O pessoal levantou tudo, não perdemos muita coisa. Mas muitos parentes meus perderam tudo que tinha em casa”, aponta Zenona.
A sensação que ela tem com a enchente de 2024 é bem diferente. “Parece que muito mais gente foi atingida dessa vez”, diz.
Entretanto, para a moradora do bairro Igara, o mais importante é a manutenção da vida. “O resto se batalha e consegue com garra, vontade e fé.”
Socorrista e resgatado
Samuel Eilert nasceu no bairro Rio Branco e, como ele mesmo diz, cresceu na beira do Rio Gravataí. Os diques estavam em construção, e a estrutura que foi afetada em 2024 não estava pronta em 1967.
Então com 23 anos, o professor aposentado saiu pelas ruas junto com seu pai, Douglas, fazendo o que muitos canoenses fizeram em 2024: o resgate dos vizinhos e amigos que não tinham como fazê-lo.
“Naquele momento, os lugares seguros eram dois: a Praça da Igreja ou os trilhos do trem. As pessoas acampavam por lá”, relembra.
Com menos informações a respeito dos rios do que hoje em dia, Samuel diz que não era possível prever o que aconteceria em seguida. “Auxiliávamos e esperávamos. Eu conhecia o terreno, mas nunca tinha visto algo assim”, explica.
Em 2024, o professor Samuca, como muitos ex-alunos o chamam, esteve do outro lado da mesma situação. No mês passado, ele foi resgatado em sua casa por um grupo de jovens em um barco.
“Me senti da mesma forma quando eu resgatava, lá em 67. A juventude salva”, afirma.
Samuel acredita que, assim como no passado, os fatos recentes farão com que os rios não se comportem mais da mesma forma. “A gente precisa que o poder público se prepare de outras formas agora”, diz.
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Prefeitura de Canoas disponibiliza formulário para população se cadastrar no Auxílio Reconstrução do Governo Federal
Todos os canoenses que residem em regiões atingidas pela enchente já podem se cadastrar no formulário disponível pela Prefeitura, para terem acesso ao Auxílio Reconstrução do Governo Federal.
A iniciativa vai garantir R$ 5,1 mil diretamente à população, com pagamento realizado pela Caixa Econômica Federal, via PIX. O município cadastrou todos os CEPs das áreas afetadas. O programa não possui nenhum corte ou limitação de renda, nem a necessidade de inscrição no CadÚnico.
Os canoenses devem realizar o cadastro neste link.
Após o cadastro, a pessoa indicada como responsável deve acessar um sistema do Governo Federal, que será aberto na próxima segunda-feira (27/05), para confirmar o pedido. É necessário ter uma conta GovBr. Quem já possui conta na Caixa receberá o dinheiro diretamente nela. Para quem não tem, será aberta automaticamente uma poupança, onde será depositado o benefício.
No momento do cadastro, os canoenses devem preencher as seguintes informações:
– Nome completo e CPF do responsável da família;
– Nome completo e CPF de todos os outros membros da família;
– Endereço completo e CEP.
– Telefone de contato
*Após a inscrição, o morador deve assinar uma autodeclaração se responsabilizando pelas informações prestadas.
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DESASTRE NO RS: Total de mortos sobe para 83; 111 estão desaparecidos
Na manhã desta segunda-feira, 6, um boletim divulgado pela Defesa Civil apontou que o número de mortos em decorrências das chuvas e enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul subiu para 83. Ainda estão sendo investigadas outras 4 mortes, e há 111 desaparecidos e 276 pessoas feridas.
De acordo os dados da Defesa Civil, 141,3 mil pessoas estão fora de casa, sendo 19,3 mil em abrigos e 121,9 mil desalojadas (na casa de amigos ou familiares). Ao todo, 345dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 850 mil pessoas.
Risco de inundação extrema
O nível do Guaíba, em Porto Alegre, está quase 2,30 metros acima da cota de inundação. Em medição realizada às 5h15min desta segunda-feira, 6, o patamar estava em 5,26 metros. O limite para inundação é de 3 metros.
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