Saúde
Cremers interdita ensino de medicina da Ulbra no HU; universidade contesta

O Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) interditou eticamente o ensino médico da Ulbra no Hospital Universitário de Canoas (HU), restringindo a presença de estudantes no local.
A decisão, baseada em vistoria realizada em março, apontou a inexistência de contrato formal entre a universidade e o hospital, exigência legal para atividades de ensino. A interdição não afeta os atendimentos médicos à população.
Em nota, a Ulbra classificou a medida como “ilegal e administrativa e juridicamente ilegítima”, alegando que apenas o Ministério da Educação tem competência para suspender atividades educacionais.
Segundo o Cremers, a fiscalização, realizada nesta quarta-feira, 30, foi motivada por denúncias de alunos sobre superlotação nos estágios — média de 12 estudantes por paciente — e falta de aulas básicas. O hospital, gerido pela Associação Saúde em Movimento, convocou reunião para o dia 5, visando regularizar o contrato com a universidade.
O que diz a Ulbra
Procurada pela reportagem de O Timoneiro, a assessoria de comunicação da universidade enviou uma nota.
“A Universidade Luterana do Brasil – Ulbra Canoas/RS, por meio de sua consultoria jurídica e de sua mantenedora AELBRA, vem a público repudiar o conteúdo e a forma do chamado Auto de Interdição do Ensino Médico 01/2025/RS, expedido pelo Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (CREMERS), e esclarecer quanto à sua absoluta ilegitimidade jurídica e administrativa.
- O CREMERS não detém competência legal para suspender ou interditar atividades educacionais de qualquer curso de graduação, função essa que pertence exclusivamente ao Ministério da Educação, conforme a Constituição Federal (art. 209 e 211) e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/1996). Qualquer ingerência do CREMERS nessa seara constitui violação à autonomia universitária, garantida constitucionalmente.
- O alegado “procedimento administrativo” mencionado pelo CREMERS é unilateral, ausente de contraditório e ampla defesa. A Universidade não foi previamente notificada, nem teve a oportunidade de manifestação, sendo surpreendida por uma medida divulgada diretamente à imprensa, sem respaldo técnico, jurídico ou ético.
- A nota e o auto expedido pelo CREMERS não possuem qualquer eficácia jurídica para interferir nas atividades pedagógicas da Ulbra Canoas, nem para coagir docentes, alunos ou pacientes. O uso da autoridade pública para fins intimidatórios, sem base legal ou respaldo judicial, configura, em tese, ilícitos administrativos e penais, que serão devidamente apurados nas esferas competentes.
- O Curso de Medicina da Ulbra Canoas segue autorizado e reconhecido pelo MEC, com infraestrutura adequada, corpo docente qualificado e campo de práticas regularmente estabelecido. As atividades acadêmicas, incluindo estágios supervisionados, seguem integralmente mantidas e em conformidade com os regulamentos educacionais e sanitários vigentes.
- Há mais de 20 anos, a Ulbra mantém convênio regular com a Prefeitura de Canoas e com o Hospital Universitário para as práticas de ensino, o que garante a continuidade das atividades acadêmicas de forma segura e legal.
- Conclamamos toda a comunidade acadêmica a manter a serenidade e a continuidade das atividades programadas, desconsiderando a nota divulgada pelo CREMERS. Qualquer tentativa de intimidação será enfrentada com firmeza, pela via legal e institucional, em defesa dos direitos dos nossos estudantes, professores e da sociedade.
A Universidade reafirma seu compromisso com a ética, com a excelência do ensino médico e com a saúde pública, e continuará promovendo a formação de profissionais qualificados, comprometidos com o bem-estar da população brasileira.”
Saúde
Superlotada, Emergência Pediátrica do Hospital de Clínicas atende exclusivamente casos de risco de morte

De acordo com a instituição, na tarde de hoje, 35 crianças com situações de alta complexidade – incluindo intubação – estão sendo atendidas nas 14 vagas existentes, enquanto outras 15 crianças aguardam assistência. Estão sendo usados no limite máximo todos os recursos materiais e humanos disponíveis. Enquanto a situação se mantiver, pacientes sem gravidade serão redirecionados a outros pontos da rede.
Saúde
Conferência de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora começa no dia 13 de junho

A 4ª Conferência Estadual de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (4ª CESTT) será realizada nos dias 13, 14 e 15 de junho, no Hotel Embaixador, localizado no Centro Histórico de Porto Alegre. As sete macrorregiões de saúde do Rio Grande do Sul estarão representadas. Estima-se que 600 pessoas delegadas de 151 municípios participarão da conferência.
A abertura do evento será às 9 horas do dia 13/06, com a presença de gestores, trabalhadores e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Foram cadastradas 1.692 propostas prioritárias provenientes da realização das etapas municipais e regionais, que foram sistematizadas pela Comissão de Relatoria, resultando em um caderno com 96 propostas que serão apreciadas pelas pessoas delegadas nos grupos de trabalho da conferência.
As delegações municipais foram analisadas e homologadas pela Secretaria Geral da Conferência, garantindo a paridade na sua composição: 50% de pessoas do segmento usuário, 25% do segmento trabalhadores e 25% do segmento gestores. Foram homologadas delegações de 151 municípios.
Serão eleitas na 4ª CESTT doze propostas prioritárias, três por eixo temático, para a 5ª Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, que acontecerá em Brasília entre os dias 18 a 21 de agosto, bem como 64 pessoas delegadas que representarão o estado do Rio Grande do Sul no evento.
A conferência discutirá três eixos: “Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora”, “As Novas Relações de Trabalho e a Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora” e “Participação Popular na Saúde dos Trabalhadores e das Trabalhadoras para o Controle Social”.
Desde que a conferência foi lançada, em novembro de 2024, ocorreram as etapas municipais e regionais e uma conferência livre. Estas enviaram as propostas a serem discutidas na Conferência Estadual. As propostas aprovadas na 4ª CESTT serão envidas para a etapa nacional, a ser realizada em Brasília, de 18 a 21 de agosto de 2025.
Promovida pelo Conselho Estadual da Saúde (CES) e pela Secretaria Estadual da Saúde (SES), a conferência tem como objetivo debater, propor, deliberar e aprovar propostas para atualizar e fortalecer as estratégias a serem observadas pelas esferas de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) na atualização das políticas estadual e nacional de saúde do trabalhador e da trabalhadora.
Confira:
- Caderno de Propostas – Conferência Estadual de Saúde do Trabalhador e Trabalhadora
- Proposta de Regulamento
Programação
Dia 13/06/2025 (sexta-feira) – Plenária de Abertura
Local: Hotel Embaixador (R. Jerônimo Coelho, 354- Centro Histórico – POA/RS)
8h30min-12h – Credenciamento
8h30min – 11h – Credenciamento pessoa delegada titular
11h – 12h – Credenciamento pessoa delegada suplente
10h – Mesa de abertura
– Inara Ruas – Presidente da 4ª Conferência Estadual de Saúde do
Trabalhador e da Trabalhadora (4ª CESTT)
– Alfredo Gonçalves – Coordenador Geral da 4ª Conferência Estadual de
Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (4ª CESTT)
– Representante da Secretaria Estadual de Saúde (SES/RS)
– Agnes Soares da Silva – Diretora do Departamento de Vigilância em
Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde (DVSAT/MS)
– Maria Celeste de Souza da Silva – Superintendente Estadual do
Ministério da Saúde no Rio Grande do Sul (SEMS/RS)
– Heliana Neves Hemetério – Conselheira Nacional de Saúde (CNS)
11h – Atividade cultural
12 – 13h30min – Intervalo
13h30min – Mesa de Debates: “Conversando e Construindo a Saúde do
Trabalhador e da Trabalhadora como Direito Humano”
− Luiz Alfredo Scienza – Auditor-Fiscal do Trabalho na área de segurança
e saúde do trabalhador da Superintedência Regional do Trabalho e
Emprego no Rio Grande do Sul (SRTE/RS)
− Valdete Souto Severo – Juíza do Trabalho do Tribunal Regional do
Trabalho da 4ª Região (TRT4)
− Heliana Neves Hemetério – Conselheira Nacional de Saúde
representante da Rede Nacional de Lésbicas e Bissexuais Negras
Feministas – Candaces (CNS)
Mediação: Luciane Antes
17H – Encerramento
Dia 14/05/2025 (sábado) – Grupos de Trabalho
GTs 1 a 5 no Hotel Embaixador (R. Jerônimo Coelho, 354) –
GTs 6 a 20 no Colégio Estadual Coronel Afonso Emílio Massot (R. José
Honorato dos Santos,101)
9h – 12h – Grupos de Trabalho (GTs)
12h – 13h30min – Intervalo
13h30min – 15h – Grupos de Trabalho (GTs)
16h – Eleição da delegação para a 5ª CNSTT
Local: Hotel Embaixador (R. Jerônimo Coelho, 354)
18h – Encerramento
Dia 15/06/2025 (domingo) – Plenária Final
Local: Hotel Embaixador Rua Jerônimo Coelho, 354
9h – Deliberação do resultado dos GTs
9h30min – Início da votação das propostas prioritárias para a 5ª CNSTT
9h45min – Leitura e aprovação das moções
10h15min – Homologação da delegação eleita para a 5ª CNSTT
11h – Apresentação das propostas prioritárias eleitas para a 5ª CNSTT
11h15min – Encerramento
Saúde
Futuro da Fundação Municipal de Saúde de Canoas é debatido na Câmara com manifestação do lado de fora

A Câmara Municipal de Canoas realizou, na terça-feira 10, um Grande Expediente com foco na situação da Fundação Municipal de Saúde (FMSC). O espaço foi solicitado pelo vereador Emílio Neto (PT), com o objetivo de esclarecer informações relacionadas à possível extinção da entidade, responsável pela atenção básica de saúde no município.
Ao justificar o pedido, o vereador Emílio afirmou que a primeira reunião entre o secretário Fernando Bermúdez e a direção da Fundação teria gerado preocupação.
“Ele externou o seu desejo de extinção da Fundação. Depois disso, veio a confirmação de um estudo de viabilidade e os rumores se espalharam”, disse.
Emílio também mencionou a fala do prefeito, negando a intenção de encerramento, mas reforçou a necessidade de esclarecimentos públicos.
“Mesmo com o vídeo do prefeito dizendo que são boatos, eu ainda acho importante essa reafirmação aqui na Casa do Povo.”
Durante o debate, o presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul, Marcelo Matias, defendeu a continuidade da FMSC.
“Esses profissionais representam a base da saúde pública da cidade. A Fundação consolidou vínculos com a comunidade e garantiu estabilidade no atendimento”, afirmou.
Segundo ele, o modelo atual permite que os trabalhadores desempenhem suas funções com segurança, o que impacta diretamente na qualidade da assistência.
“Não houve movimento dos médicos da Fundação por instabilidade. Houve, sim, tranquilidade para trabalhar.” Matias também alertou sobre os riscos de uma possível transição para vínculos mais frágeis.
“A substituição por contratos temporários pode romper o elo entre profissionais e comunidade. A Fundação é reconhecida por manter esse vínculo”, disse.
Ele encerrou destacando que, ao defender a Fundação, não se trata de um debate corporativista, mas sim de um posicionamento em defesa da saúde pública. “Defender os trabalhadores da Fundação é defender cada cidadão que precisa desse cuidado.”
Em nome do Executivo, o secretário de Relações Institucionais, Rossano Gonçalves, afirmou que “não há, e nunca houve, por parte do Executivo, a intenção de extinguir ou estudar a extinção da Fundação”.
Segundo ele, qualquer fala que tenha sugerido o contrário não foi autorizada pela gestão. Rossano informou que o contrato com a FMSC foi prorrogado por dois meses, conforme previsto em lei, e que está em trâmite um novo processo de contratação. O secretário também anunciou a criação de uma comissão com representantes da área da saúde para discutir o futuro da entidade.
“Essa portaria será publicada na segunda-feira. A reestruturação não será apenas da Fundação, mas de todo o sistema municipal de saúde. E não haverá decisão de cima para baixo”, declarou. Ao final, reafirmou que a Fundação continuará atuando e que o processo será conduzido com participação dos trabalhadores e das entidades representativas.
Representando os servidores da FMSC, o técnico Sérgio Willian Prinstrop disse que a forma como o tema foi conduzido gerou insegurança entre os profissionais.
“Não se trata de boato, desde a semana passada os fatos foram se confirmando. Conhecemos os trâmites administrativos, não nos mobilizaríamos à toa”, afirmou.
Segundo ele, a ausência de um novo contrato de longo prazo e a decisão por apenas um aditivo contratual de dois meses reforçaram a preocupação da categoria. Sérgio também questionou o fato de o secretário de Saúde acumular a presidência da Fundação.
“A Fundação é ordenada pela Secretaria. Se o mesmo gestor ordena e executa, onde está a autonomia administrativa?”, disse.
Ele ainda mencionou que a entidade nunca teve apontamentos por órgãos de controle e que o foco de eventuais reestruturações deveria estar nos níveis secundário e terciário da saúde.
“A atenção básica é a única área que não tem histórico de crise no município. Se é o único setor que funciona, por que mexer?”
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