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07/09/2024
 

Opinião

Artigo: ‘VITÓRIA? DE QUEM?’ (por Carlos Marun, ex-Ministro de Estado)

Redação

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Carlos Marun – Advogado e Ex-Ministro de Estado

VITÓRIA? DE QUEM?

Não há como ignorarmos o fato de que este é um conflito midiático militar, onde também se disputam corações e mentes.

É inegável que nas primeiras horas do sábado (07/10) o Hamas obteve surpreendente vitória militar, especialmente sobre os Serviços de Inteligência de Israel. Manteve a operação em sigilo. Destruiu os sistemas de informação atacando Torres de Transmissão. Atravessou a fronteira utilizando “motos voadoras” e chegou a ocupar bases militares, fazendo prisioneiros e destruindo blindados. A partir daí a barbárie tomou conta e o ódio substituiu a racionalidade. As cenas dos massacres divulgadas nos dias seguintes mobilizaram justamente a soliedariedade do mundo em relação a Israel e o ato, que poderia ser de justa resistência, transformou-se em uma barbarie e em um desserviço à Causa Palestina. Israel terminou o dia vencendo o conflito.

Na sequência, as imensamente superiores Forças Armadas Israelenses iniciaram sua reação bombardeando implacavelmente a Faixa de Gaza, que praticamente se transformou em um Campo de Concentração e Extermínio. Pelos próximos três dias a mídia continuou mostrando as cenas das barbáries praticadas pelo Hamas, mas começaram a aparecer também cenas dos massacres provocados pelas bombas em Gaza.

Hoje, passados cerca de 20 dias dos atentados terroristas do Hamas, o que chega a mídia internacional no dia-a-dia é o sofrimento do povo de Gaza. É evidente que está diminuindo o apoio à vingança de Israel e a tendência é que diminua cada vez mais. Salvo para fanáticos, e difícil assistir o noticiário ao lado dos filhos e dizer que “papai” apoia aqueles assassinatos covardes de crianças e mulheres e todo aquele sofrimento.

E a coisa passou de qualquer limite de razoabilidade. Um hospital foi bombardeado e o número de mortos chegou a quase quinhentos neste único ato, aí incluídos muitas crianças e funcionários do hospital.

Israel, que até então vinha ignorando os protestos e não havia questionado a autoria da morte de milhares de civis apressou-se a negar a responsabilidade por este bombardeio. Apresentou uma inverossímil ideia de que um míssil lançado pela tal Jihad Islâmica é quem teria errado o alvo e atingido o hospital. Coisa bastante
difícil de acreditar, já que quem está bombardeando noite e dia Gaza com centenas de bombas é Israel. Já admitiu inclusive ter bombardeando até o Egito por engano.Toda a probabilidade é que um destes projéteis tenha errado a pontaria. Mas a questão não é só esta.

É certo que nem Hamas e nem o Governo de Israel estão preocupados com vidas. Israel até agora não manifestou qualquer preocupação pela vida dos refens. É provável até que tenha inclusive matado alguns em bombardeios. Entra agora em Gaza protegido por tanques destruindo e matando o que vê pela frente nesta obstinação por destruir o Hamas, de quem matou algumas poucas dezenas de terroristas.

O Hamas a cada dia de resistência ao massacre fica mais prestigiado e pensa que estas mortes são um preço a pagar.

Na Cisjordânia a popularidade do Hamas aumenta proporcionalmente a imobilidade da Autoridade Nacional Palestina, que acreditou que através de negociações com Israel poderia atender os anseios dos Palestinos por sua Pátria.

Outro que fica exposto é os EUA. Além do isolamento revelado pelo voto solitário contra a proposta de cessar-fogo apresentada pelo Brasil na ONU, gasta bilhões em armamentos e aproxima o mundo de uma Guerra Nuclear para impedir que a Rússia ocupe partes do território ucraniano. Porém apoia a ocupação militar que Israel prática na Palestina há décadas, mesmo que para que ela se mantenha seja necessária uma “limpeza étnica” por lá.

O futuro? Penso que em poucos dias este pêndulo se inverterá ainda mais e muito mais gente no mundo estará criticando mais a Israel do que ao Hamas. E daí? Daí que somado às vitórias militares do início do dia 07 de outubro, isto se constituirá, mesmo que os militantes do Hamas venham a estar todos mortos(o que não vai acontecer), em uma “vitória” completa destes radicais.

Então, é hora de Israel aposentar Nethaniahu, este inimigo confesso da Paz, e colocar no Poder gente que tenha coragem de negociar com a Autoridade Nacional Palestina a implantação de um Estado Palestino. Sim, está mesma ANP que renunciou a luta armada e reconheceu Israel, e que desde o assassinato de Rabin e da chegada de Nethaniahu ao Poder está sendo solenemente ignorada e desmoralizada. Tanto que perdeu prestígio e tornou-se mais fraca do que o Hamas.

Só a Paz pode derrotar fanáticos. Então pense nisto antes de se manter obstinadamente favorável às bombas em Gaza. Você pode estar sem saber contribuindo com o jogo do inimigo…

Opinião

ARTIGO: “Palmas para um derrotado” (por Carlos Marun- Ex-Ministro de Estado)

Redação

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Primeiro Ministro de Israel

No dia 24 de Julho de 2024 a Democracia Americana viveu mais um dia triste, coisa que tem infelizmente se tornado comum por lá. Quase a totalidade dos congressistas republicanos e boa parte dos democratas receberam sob aplausos Benjamin Nethaniahu, que pela 6a vez discursou no Capitólio, um símbolo da Democracia Universal, onde um fascínora como este Primeiro-Ministro sequer deveria ser autorizado a pisar.

Nethaniahu chegou ao poder depois do assassinato por um correligionário seu, com um tiro pelas costas, de Ytzak Rabin, um líder forjado na guerra e que teve coragem de buscar a paz. Convenceu o eleitorado israelense de que ele não precisava de paz, mas de segurança. Recebeu uma procuração deste eleitorado para acabar com o processo de Paz. E o fez, também com um tiro pelas costas. Continuou escravizando os palestinos e fortalecendo militarmente Israel, sempre com o apoio incondicional dos Estados Unidos da América.

Tudo parecia estar correndo bem. É verdade que Nethaniahu para continuar no poder e longe da cadeia teve que se unir ao que de mais radical e fanático existe na política israelense, mas os líderes da maioria dos Estados Árabes, contaminados pelo vírus da indignidade, já caminhavam para iniciar negócios com Israel, através de acordos de Paz que se constituíam em tratados comerciais e que esqueciam os Palestinos.

Até que chegou o 07 de outubro. Infelizmente, no lugar de limitar sua ação aos ataques a bases militares de Israel inicialmente praticados, o Hamas permitiu que se instalasse a barbárie de um imenso atentado terrorista. Isto, naturalmente aproximou de Israel e solidariedade do mundo. E o contra-ataque foi ao início imensamente apoiado. Biden foi até lá abraçar Bibi, encostou em Gaza um imenso porta-aviões e autorizou Nethaniahu a lá buscar o armamento que quisesse a fim de destruir o Hamas. O conflito acabaria em alguns dias pensaram muitos. Afinal em 1967 foram necessários somente 6 dias para que Israel derrotasse vários exércitos árabes de uma vez só.

Mas daí as coisas começaram a fugir do script. Nethaniahu não queria só aniquilar o Hamas. Queria aniquilar Gaza. O alvo preferencial passou a ser a infraestrutura do enclave. Seus prédios, escolas, hospitais, igrejas… suas crianças. Um Genocídio começou a ser executado e, desta vez, televisionado. O Mundo começou a se horrorizar com o que assistia. O apoio a barbárie praticado pelas Forças Armadas de Israel, sob o comando de Nethaniahu e de seu governo composto por assassinos fanáticos, começou a minguar. E a se transformar em um pesado fardo para os que mantinham esta posição.

E os combates? Ali o fiasco está sendo pior. Em mais de 9 meses de luta, já são 688 os militares israelenses reconhecidamente mortos e mais de 10 mil os feridos, tudo isto no enfrentamento a um grupo de milicianos famintos e mal armados. E não passaram de 7 os reféns vivos libertados. As FFAA de Israel só tem sido eficientes nos bombardeios aéreos, isto porque não existem armas antiaéreas em Gaza e porque o chão é impossível de errar. E no chão do “gueto” mais densamente povoado do mundo, as bombas não tem dificuldade para acertar as cabeças de civis, sejam eles homens, mulheres ou crianças, que se protegem sob lonas de barracas.

Este novo cenário militar tem animado outros grupos a participarem do conflito em apoio aos Palestinos, aí se destacando o Hezbolah, que há anos já acabou com a ocupação militar do Sul do Líbano, e os Houtis, que do distante Iêmen tem sido hoje a novidade e que já conseguiram atingir até Tel-Aviv.

Biden, acossado por movimentos internos de repúdio a um genocídio praticado com o uso de munição americana teve que passar a rever sua posição. Chegou a aprovar na ONU um razoável plano de cessar-fogo, mas tem recebido em troca a costumeiramente ingrata e arrogante resposta negativa de Bibi.

É este o Nethaniahu que viajou a Washington. Humilhado e isolado. Foi pedir mais munição, em um reconhecimento de que sozinho não pode vencer o Hamas. No lugar disto foi recebido com protestos e apelos por um cessar-fogo tanto de Biden como de de ambos os candidatos a eleição presidencial. Recebeu também aplausos de muitos congressistas é verdade e penso que Nethaniahu visitou o único lugar do mundo onde pode ser hoje aplaudido. Em Israel não pode sequer sair às ruas.

Porém, eis que, quando isto parece se constituir em mais um episódio do triste “fim de carreira” da Democracia Americana, surge o pronunciamento de Kamala Harris imediatamente após seu encontro com Bibi, e renova as nossas esperanças. Ela de forma altiva hipotecou apoio irrestrito a existência de Israel, mas repudiou a forma da vingança de Nethaniahu e reafirmou apoio a instalação do Estado da Palestina. Ou seja, a única coisa aproveitável desta desastrada visita é que aqueles viciados em otimismo como eu passamos a ter para quem torcer naquela eleição.

Carlos Marun- Ex-Ministro de Estado

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Opinião

Neuropsicóloga fala sobre saúde mental nas escolas

Redação

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Neuropsicóloga fala sobre saúde mental nas escolas

Prof Dra.Gilca Lucena Kortmann

Psicóloga CRP-07/38742/ Neuropsicóloga

Todo aluno ao entrar na escola, traz consigo uma bagagem de valores, aptidões, angústias, um mundo interior configurado a partir de uma combinação de fatores que procedem de fontes biológica e ambiental na qual desponta como fator primacial a influência dos pais, colegas, professores. As aprendizagens de crianças e adolescentes são processos evolutivos que estão imbricados no relacionamento destes com a escola e com a figura do professor(a), e em tempos pós pandêmicos, seguidos de manifestações da natureza que colocou a todos em situação de cansaço mental ou estafa mental, estresse crônico com sobrecarga das funções do cérebro, causando desregulação no sistema nervoso, abrimos espaço para reflexão e compreensão dos sentimentos , manifestações em termos de saúde mental destes atores envolvidos no espaço escolar procurando identificar as respostas tóxicas frente a este estresse que viveram  e vivem após inúmeras perdas: de casa , escolas, pertences de recordações..

Quando as crianças e adolescentes vivenciam uma dificuldade forte frequente e prolongada,  sem apoio emocional de um adulto, entre elas estão a negligência, abuso físico e emocional, ou exposição à violência, ou elevada carga de perdas como esta que vivemos no RS no mês de maio, com as catástrofes climáticas, devemos tomar  alguns cuidados com as soluções adotadas especialmente no caso das crianças e adolescentes , pois o estresse é uma resposta fisiológica a uma situação adversa, e quando produzido, desencadeia mudanças químicas em seus corpos que  podem afetar os sistemas imunológico, endocrinológico e psiconeurológico.

Vivemos neste momento, uma enxurrada de informações, em uma velocidade e complexidade que interpela nossa vida pessoal, profissional, com inúmeras demandas, produzimos o tempo todo e, em nosso entorno problemas sociais, angústias, depressões, cansaço dos professores: tristezas, isolamentos, problemas com o sono (Revista Nova Escola/2021).

De que forma acolher nossos alunos? Crianças e adolescentes com comportamentos disruptivos por excesso de telas, e quando os pais retiram ficam sem controle de impulsos, sem controle das suas emoções, pais desgastados faltam com ajuste parental. Portanto, o trabalho de refletir sobre a saúde mental de crianças e adolescentes, fazer modificação na rotina diária, no estilo de vida é um desafio. Força de vontade, é um fator preponderante, não espere! Dê seu modelo.

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Opinião

Catástrofe e oportunidade: Sistema de Transporte Público de Canoas e Região precisa ser repensado (Por Flavio Paim)

Redação

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Catástrofe e oportunidade: Sistema de Transporte Público de Canoas e Região precisa ser repensado (Por Flavio Paim*)

Por Flavio Paim*

Conforme os Canoenses vão vendo reduzir aos poucos as agruras da Catástrofe Climática e o Sistema de Transporte Público da Cidade e da Região começa a ser restabelecido, também aparecem os velhos problemas do Sistema.

De novidade até aqui, por conta da catástrofe, O TRENSURB está operando com Tarifa Zero… Por Enquanto. Mas o preço da Passagem de ônibus, mesmo com as empresas subsidiadas por mais de R$ 1 milhão/mês pela Prefeitura, segue caro. E muitas vezes nem o número de ônibus e nem seus trajetos dão conta do que a população precisa, como tem nos mostrado matérias e mais matérias na mídia local.

E não bastasse o enorme custo para quem usa o Transporte Público, se ele não é adequado, obriga muita gente que poderia usá-lo, a andar de carro, e com isto congestionando o trânsito e em tempos de Catástrofe climática, nunca esquecendo também o poder poluente de milhares de carros movidos a combustível fóssil, contribuindo para aumentar o aquecimento do Planeta.

Em Canoas e na Região Metropolitana, o poder público deveria aproveitar toda a comoção gerada pela Catástrofe, e rever muita coisa no funcionamento de serviços na cidade, incluindo o Transporte Coletivo.

Com o TRENSURB como eixo, não só Canoas, mas a Região Inteira poderia e deveria repensar linhas de ônibus, adequando-a mais as necessidades de quem precisa, mas também de todos que tem que se locomover, melhorando a qualidade dos ônibus e oferecendo o Serviço de forma gratuita aos cidadãos, como já acontece em centenas de cidades Brasil afora.

E dirão: “Mas já vamos ter que gastar uma naba de dinheiro pra reconstruir a Cidade. E aí tu propõe gastar mais ainda?”

Mas aí é que está: Se temos que reconstruir e refazer serviços, incluindo o Transporte Público, não é o caso de reconstruirmos de forma diferente, já que da forma como estava, já não dá mais?

Há anos atrás, na época de gestão anterior do Prefeito Jairo Jorge, um Estudo mostrou que o custo total do financiamento da Tarifa Zero para os Canoenses, não custaria mais do que 2% do PIB do Município.

Este Estudo a época aliás, foi encomendado por conta de termos aqui na Cidade a Refinaria Alberto Pasqualini, pela qual a Cidade recebe volumosos Royalties, mas que também é responsável pela produção dos combustíveis fósseis que ajudam no aquecimento Global, responsável sim pelas ,mudanças climáticas que estão acontecendo aqui e em todo o Planeta.

Não se trata de voltarmos aos tempos das cavernas, mas de adaptarmos o que temos, incluindo por enquanto o Petróleo, para financiar uma nova forma de vivermos coletivamente na nossa Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre.

E de quebra ainda sermos referência no tema para o Brasil e o mundo, já que além de Canoas, poderíamos ter toda a Região cortada pelo Trensurb adotando não Sistemas municipais de Transporte Público, mas um Sistema Único e Integrado de todo o Transporte Público da Região Metropolitana de Porto Alegre.

“Quem imaginou que um dia você poderia andar de ônibus sem pagar passagem? Agora, isso é uma realidade em centenas de cidades no país. Agora já acontece em muitas Cidades no Brasil”, diz o Deputado Federal Gilmar Tatto, da FRENTE PARLAMENTAR EM DEFESA DA TARIFA ZERO, criada em 2023 para discutir isto a nível Federal e inclusive ver formas de Custeio, além das que a Prefeitura pode oferecer.

Depois de várias reuniões com trabalhadores do Transporte Público de Canoas e da Região Metropolitana, me convenci de que esta é uma demanda Urgente e Necessária, seja do ponto de vista da mobilidade, da economia, como também do Meio Ambiente.

*Coordenador Instituto Solidariedade

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