Conecte-se conosco

header-top






 

07/07/2024
 

Destaques

“EXEMPLAR E MAGNO”: Dr. Ednilson Lautenschlager deixa milhares de admiradores e uma cidade em luto

Redação

Publicado

em

“EXEMPLAR E MAGNO”: Dr. Ednilson Lautenschlager deixa milhares de admiradores e uma cidade em luto

O médico Generalista e Gastroenterologista Ednilson Decarlo Oliveira Lautenschlager faleceu aos 55 anos no último sábado, 20, em Canoas.

O médico teve atuação destacada no enfrentamento à pandemia de Covid-19 no município. Atualmente, era Chefe de Serviço de Clínica Médica e da Residência em Clínica Médica do Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG), instituição a qual se dedicou por mais de 30 anos.

Luto na cidade

“A Prefeitura de Canoas manifesta profundo pesar pelo falecimento de Ednilson Decarlo Oliveira Lautenschlager, aos 55 anos. O município decretou luto oficial de três dias como homenagem póstuma”, disse o comunicado postado no site da Prefeitura.

Em 2021, foi agraciado com a medalha Pinto Bandeira  pela uma luta contra a Covid-19

Em 2021, foi agraciado com a medalha Pinto Bandeira pela uma luta contra a Covid-19

História

Ednilson nasceu no dia 3 de março de 1968, na cidade de Pelotas. O filho de Wilson Lautenschlager e Alzira Oliveira Lautenschlager se formou em Medicina em 1991 na cidade natal, a Universidade Federal de Pelotas. Fez residência de Medicina interna, residência em Gastroenterologia e conquistou o título de Especialista em Endoscopia Digestiva.

Em novembro de 1997, começou a trabalhar (onde ficaria até o último dia) no Hospital Nossa Senhora das Graças, o Gracinha, ganhando inúmeros admiradores e o carinho de toda uma cidade.

Adorado por todos

“Querido e amado por todos. Colegas, pacientes e familiares de pacientes”, contou a colega do HSNG Zulma Osório.

“Um preceptor de amor. Humanista e humanitário, contumaz em espargir generosidade, compaixão, suscitando aos que a ele acorriam o despertar de fé e esperança. Propiciava com empatia e elevada espiritualidade, cativar e fazer amigos pela confiança que externava. Sempre sereno e solícito, com civilidade e diligente – foi exemplar, magno! Excelente profissional, dotado de simplicidade, que é o mais alto degrau da sabedoria”, escreveu Getulio Rogerio Arbo Pavlak, Presidente do Conselho Deliberativo da ABC – Mantenedora do HNSG.

festa de 50 anos Hospital Nossa Senhora das Graças

Festa de 50 anos Hospital Nossa Senhora das Graças

O Dr. Erico Lombardi escreveu uma carta e divulgou nas suas redes sociais, que reproduziremos na íntegra abaixo:

“Das pessoas como o Ednilson, costuma-se dizer em inglês que têm uma personalidade maior que a vida. Não sei se há uma tradução mais adequada. Não sei se há uma definição melhor para ele. O Ednilson fez parte da minha vida nos últimos 17 anos.

Alguns aqui tiveram o prazer de tê-lo em suas vidas por mais tempo, outros menos, mas acho que em todos teve impacto semelhante.

Ele era extremamente inteligente, sabia praticamente tudo de medicina que se precisa saber, era profundamente humano e cuidadoso com seus pacientes.  Ele poderia trabalhar onde quisesse, Hospital Moinhos de Vento, Hospital de Clínicas, mas escolheu o Graças como a sua casa.  Perdi a conta de quantos pacientes eu ouvi dizerem que não gostavam do hospital, mas que vinham porque o Ednilson só trabalhava aqui.  Faz vários anos que ele falava em morar no interior, levar uma vida mais tranquila.  Chegou a visitar hospitais e clínicas no interior onde haviam sido oferecidas oportunidades, mas ele nunca conseguiu largar essa paixão pelo Graças, e eu entendo, porque também não consigo.

Ele foi para mim como um irmão mais velho, especialmente no início da minha carreira profissional.  Ele não era tão velho quanto meus professores, nem tão novo quanto meus colegas.  A idade e ponto da carreira perfeitos para poder me dar conselhos sem parecer distante.  É difícil expressar a gratidão que tenho pelo enorme apoio que ele me deu na minha formação profissional.  Difícil imaginar como teria sido a minha vida sem o Ednilson.  Difícil imaginar como teria sido Canoas nos últimos 25 anos sem o Ednilson.  No início da nossa convivência, eu era muito magro e ele estava obeso.  Nós brincávamos que eu não era metade do homem que ele era.  Refletindo agora, eu acho que conheci pouquíssimas pessoas que chegaram a ser metade do homem que ele foi, e eu certamente ainda estou lutando para chegar lá.

São nos detalhes e nas pequenas histórias que a gente conhece as pessoas de verdade.  Faz quase 10 anos que, conversando com uma paciente em comum que tínhamos, eu pedi que ela consultasse o Ednilson.  Ela me falou o seguinte: “Sabe, doutor, eu adoro o Dr. Ednilson mas ele me assusta. Eu sei que ele me cuida muito bem e é extremamente atencioso, mas uma vez eu estava no hospital dormindo, não estava passando muito bem.  Subitamente, à meia noite eu acordo com porta do quarto abrindo, a luz acendendo, o Dr. Ednilson está ali e fala quase gritando: teus exames estão ruins, troquei teu antibiótico.  Antes que eu tivesse acordado completamente, ele já tinha saído”.  Essa história é a que melhor sintetiza o que era o Ed, na minha opinião.  Viu 50 pacientes durante o dia.  À meia noite de um final de semana, lembrou-se de uma paciente que não estava tão bem, ficou preocupado, voltou ao hospital (sem receber um centavo a mais por isso), viu o exame pendente e prescreveu a medicação.

Como me faltam as palavras adequadas para homenagear com justiça o Ed, faço aqui uma tradução/adaptação de um poema famoso de W. H. Auden, que fala sobre amor romântico, e eu adapto para o amor fraternal que a maioria de nós sentia por ele.

Parem todos os relógios, cortem os telefones,
Evitem que os cachorros latam dando-lhes um osso suculento,
Silenciem os pianos e com um tambor abafado
Tragam o caixão, deixem que venham velá-lo.
Deixe que aviões circulem no alto gemendo,
Escrevendo nos céus a mensagem Ele está morto,
Coloque gravatas de papel no pescoço das pombas da praça,
Deixe os guardas de trânsito usarem luvas de algodão pretas.
Ele era o norte, o sul, o leste e o oeste,
A semana de trabalho e o descanso de domingo,
O meia dia, a meia noite, a conversa, a música;
Eu achei que o amor faria durar para sempre: eu estava errado.
As estrelas não são desejadas agora: apaguem todas;
Empacotem a lua e desmanchem o sol;
Drenem o oceano e juntem a madeira.
Porque hoje nada pode acabar bem.

Faz poucas semanas eu perdi outro amigo médico muito querido, e direi algo parecido com o que falei naquela ocasião. Apesar do Ednilson ter nos deixado cedo demais, ele fez na sua vida mais do que a maioria faria em 100 anos. Tanto no número de pessoas que ele salvou quanto no número de pessoas que ele amou ou por quem se fez amado.  Uma vida como a do Ed não pode ser lamentada. Nós temos que nos juntar aqui para comemorar a vida de um grande homem, um dos maiores que eu tive o prazer de conviver e amar. Ficam imensas dor e saudade, mas dizem que esse é o preço por ter amado. Eu pago esse preço com gosto por ter tido o privilégio de conviver contigo, meu amigo. Um beijo, Ed, onde quer que estejas”.

Ednilson deixa a esposa Denise e os filhos Marco Antônio e Sofia, além de milhares de admiradores e uma cidade em luto.

Obrigada por tudo!

Destaques

Prestes a completar 85 anos, Canoas olha para o passado para projetar o futuro

Redação

Publicado

em

Prestes a completar 85 anos, Canoas olha para o passado para projetar o futuro - Enchente 67
por Marcelo Grisa
marcelogrisa@gmail.com

A cidade de Canoas completa 85 anos de emancipação política no dia 27 de junho, enquanto ainda se recupera da maior tragédia de sua história.

As chuvas que atingiram o RS entre o final de abril e o começo de maio de 2024 entraram para a história em todo o Estado. Em Canoas, entretanto, mais de 60% da área urbana da cidade ficou debaixo d’água.

O Grupo O Timoneiro, no objetivo de discutir os rumos do município e para que a importância desse assunto não seja esquecida, foi atrás de histórias anteriores a que os canoenses vivem hoje.

Fala-se muito nas enchentes de 1941, que definiram políticas para as décadas seguintes em Porto Alegre e na Região Metropolitana. Entretanto, os mais antigos lembram-se também de 1967, quando muitos dos bairros que alagaram no mês passado.

Falamos com algumas dessas pessoas que já sabem, a 57 anos, o que é passar por uma enchente.

Primeiras memórias

Zenona Muzykant, de 85 anos, havia chegado a Canoas, vinda de Dom Feliciano, a menos de dois anos quando as águas atingiram a cidade.

Então moradora do Mathias Velho, ela se recorda de ficar confusa ao receber informações, já que pouco conhecia Canoas à época. “A gente ficava sabendo das coisas por quem passava na rua”, relata.

Na época, Zenoma Muzykant estava em Canoas a apenas dois anos

Na época, Zenoma Muzykant estava em Canoas a apenas dois anos

A água chegou até a metade das janelas da sua casa, na Rua Maceió. “O pessoal levantou tudo, não perdemos muita coisa. Mas muitos parentes meus perderam tudo que tinha em casa”, aponta Zenona.

A sensação que ela tem com a enchente de 2024 é bem diferente. “Parece que muito mais gente foi atingida dessa vez”, diz.

Entretanto, para a moradora do bairro Igara, o mais importante é a manutenção da vida. “O resto se batalha e consegue com garra, vontade e fé.”

Socorrista e resgatado

Samuel Eilert resgatava pessoas de barco na enchente de 1967

Samuel Eilert resgatava pessoas de barco na enchente de 1967

Samuel Eilert nasceu no bairro Rio Branco e, como ele mesmo diz, cresceu na beira do Rio Gravataí. Os diques estavam em construção, e a estrutura que foi afetada em 2024 não estava pronta em 1967.

Então com 23 anos, o professor aposentado saiu pelas ruas junto com seu pai, Douglas, fazendo o que muitos canoenses fizeram em 2024: o resgate dos vizinhos e amigos que não tinham como fazê-lo.

“Naquele momento, os lugares seguros eram dois: a Praça da Igreja ou os trilhos do trem. As pessoas acampavam por lá”, relembra.

Com menos informações a respeito dos rios do que hoje em dia, Samuel diz que não era possível prever o que aconteceria em seguida. “Auxiliávamos e esperávamos. Eu conhecia o terreno, mas nunca tinha visto algo assim”, explica.

Em 2024, o professor Samuca, como muitos ex-alunos o chamam, esteve do outro lado da mesma situação. No mês passado, ele foi resgatado em sua casa por um grupo de jovens em um barco.

“Me senti da mesma forma quando eu resgatava, lá em 67. A juventude salva”, afirma.

Samuel acredita que, assim como no passado, os fatos recentes farão com que os rios não se comportem mais da mesma forma. “A gente precisa que o poder público se prepare de outras formas agora”, diz.

Continuar a ler

Destaques

Prefeitura de Canoas disponibiliza formulário para população se cadastrar no Auxílio Reconstrução do Governo Federal

Redação

Publicado

em

Prefeitura disponibiliza formulário para população se cadastrar no Auxílio Reconstrução do Governo Federal

Todos os canoenses que residem em regiões atingidas pela enchente já podem se cadastrar no formulário disponível pela Prefeitura, para terem acesso ao Auxílio Reconstrução do Governo Federal.

A iniciativa vai garantir R$ 5,1 mil diretamente à população, com pagamento realizado pela Caixa Econômica Federal, via PIX. O município cadastrou todos os CEPs das áreas afetadas. O programa não possui nenhum corte ou limitação de renda, nem a necessidade de inscrição no CadÚnico.

Os canoenses devem realizar o cadastro neste link.

Após o cadastro, a pessoa indicada como responsável deve acessar um sistema do Governo Federal, que será aberto na próxima segunda-feira (27/05), para confirmar o pedido. É necessário ter uma conta GovBr. Quem já possui conta na Caixa receberá o dinheiro diretamente nela. Para quem não tem, será aberta automaticamente uma poupança, onde será depositado o benefício.

No momento do cadastro, os canoenses devem preencher as seguintes informações:

– Nome completo e CPF do responsável da família;
– Nome completo e CPF de todos os outros membros da família;
– Endereço completo e CEP.
– Telefone de contato

*Após a inscrição, o morador deve assinar uma autodeclaração se responsabilizando pelas informações prestadas.

Continuar a ler

Destaques

DESASTRE NO RS: Total de mortos sobe para 83; 111 estão desaparecidos

Redação

Publicado

em

DESASTRE NO RS: Total de mortos sobe para 83; 111 estão desaparecidos

Na manhã desta segunda-feira, 6, um boletim divulgado pela Defesa Civil apontou que o número de mortos em decorrências das chuvas e enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul subiu para 83. Ainda estão sendo investigadas outras 4 mortes, e há 111 desaparecidos e 276 pessoas feridas.

De acordo os dados da Defesa Civil, 141,3 mil pessoas estão fora de casa, sendo 19,3 mil em abrigos e 121,9 mil desalojadas (na casa de amigos ou familiares). Ao todo, 345dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 850  mil pessoas.

Risco de inundação extrema

O nível do Guaíba, em Porto Alegre, está quase 2,30 metros acima da cota de inundação. Em medição realizada às 5h15min desta segunda-feira, 6, o patamar estava em 5,26 metros. O limite para inundação é de 3 metros.

Continuar a ler
publicidade

Destaques

Copyright © 2023 Jornal Timoneiro. Developed By Develcomm