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07/10/2025
 

Opinião

Tito Guarniere: “Rotulagens ideológicas não querem dizer mais nada”

Redação

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em

Tito Guarniere

RÓTULOS IDEOLÓGICOS 

As rotulagens ideológicas, faz tempo, não querem dizer mais nada. O mundo ficou pequeno para se dizer que alguém é de esquerda ou de direita, conservador ou progressista. 

Mas ainda dá o maior ibope nos redutos de esquerda. Os seus seguidores sempre se orgulharam de ser “da esquerda”. A esquerda, no imaginário dos seus adeptos, é o lugar de defesa dos oprimidos, da solidariedade social, da justiça. E a direita o lugar dos opressores, do egoísmo, do desprezo pelo sofrimento dos outros. 

Claro, isso tudo é teórico, é narrativa. Na vida real, demora-se muito – eu demorei – para descobrir que as coisas não estão assim dispostas, com tanta clareza e simetria. Com o tempo se descobre – e depois as evidências não param de confirmar – que há nuances, que os sentimentos se misturam, que um esquerdista pode ser tão avarento em relação aos seus bens, às vantagens de que usufrui, quanto o mais empedernido dos direitistas. O homem, o ser humano, é uma criatura só – nós temos defeitos incontornáveis, nós todos reagimos com indignação quando ameaçam nossos pertences, interesses, privilégios. 

Não há nenhum grupo social, econômico, político, não há nenhuma classe que detenha a superioridade moral em relação aos outros. 

A esquerda parece focada nos mais pobres, nos desvalidos da terra. Parecem mais comprometidos com a justiça social, com a distribuição mais equitativa dos bens. Mas sejamos francos: na esmagadora maioria das vezes tudo se resume a formulações teóricas, ao nível de intenções supostas e da enunciação de objetivos meritórios. 

Alguém é a favor da pobreza? Da desigualdade social? 

É uma narrativa extravagante que a direita, os ricos conspiram para a permanência da pobreza e dos pobres. Se tem algo que desejam – o empresário ativo, o produtor de bens e serviços no topo do negócio – é que se amplie ao máximo o mercado de consumo, vale dizer, que se reduza ao máximo os níveis de pobreza. Isso é, por assim dizer, uma lei da economia, de invencível pertinência. 

(Não se excluam, entretanto, a existência de uma minoria de trogloditas e sociopatas que não pensam assim). 

Ah, mas os ricos, os empresários, os capitalistas querem ganhar mais dinheiro. Sim. Mas é lenda que eles querem fazê-lo à custa da manutenção da pobreza, à custa dos pobres. Mantida a pobreza em um dado estágio, eles não poderão ampliar os seus negócios, não ficarão mais ricos, nem usufruir em paz e segurança a sua riqueza. 

A questão de vencer a pobreza e distribuir de forma mais equitativa a renda não é apenas uma questão moral. É uma questão de eficiência. Trata-se de saber como, de que forma, por quais mecanismos mais eficientes nós vamos promover a criação de empregos e renda. 

Nesse sentido, a produção dos bens e serviços (a riqueza) antecede a sua distribuição. Se tomarmos todo o PIB do Brasil e dividirmos por todos os brasileiros, vamos ter 213 milhões de pobres. 

Declarações a favor do bem, da verdade e da justiça todos somos capazes de fazer. Mas superar as nossas mazelas, criar renda, riqueza, emprego, exigem bem mais do que isso. Os rótulos confundem, não ajudam em nada.  

titoguarniere@outlook.com
Twitter: @TitoGuarnieree 

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Opinião

Artigo: “CESSAR FOGO JÁ!!!” (por Carlos Marun – ex-Ministro de Estado)

Redação

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Artigo CESSAR FOGO JÁ!!! (por Carlos Marun - ex-Ministro de Estado)

CESSAR FOGO JÁ!!!

*por Carlos Marun

Desejo a aceitação pela Resistência Palestina do plano de trégua proposto por Trump. É óbvio que existem razões de sobra para a desconfiança em torno das intenções da besta-fera genocida chamada Nethaniahu. E confiar em garantias oferecidas pela metamorfose ambulante chamada Trump é coisa difícil. Mas é o que temos. E é urgente uma trégua que possa avançar para a paz antes que todos os habitantes de Gaza encontrem a morte provocada por bombas, fome, sede ou falta de remédios.

Os habitantes de Gaza já ofereceram ao mundo um inédito exemplo de resiliência, de coragem e de amor a sua terra. Mas agora merecem uma chance de sobreviver. E Nethaniahu já demonstrou que é suficiente mau para levar a efeito uma “Solução Final” para os Palestinos, coisa que Hitler tentou e felizmente foi impedido de concluir em relação aos Judeus.

Além dos Palestinos, os reféns ainda vivos também merecem sobreviver e os jovens soldados israelenses merecem parar de morrer. Já são 913 os militares israelenses mortos em enfrentamentos terrestres, tudo isto para a libertação de somente 7 reféns em combates.

A reação interna em Israel, onde os israelenses de bem que são muitos repudiam este massacre e exigem a volta dos reféns vivos, os últimos reconhecimentos ao Estado Palestino e o vexame imposto a Nethaniahu com a saída de diversas delegações do plenário da ONU no momento da sua fala pelo jeito abriram os olhos de Trump. E os interresses dos EUA na região são muitos e maiores do que simplesmente permanecer sustentando e apoiando o sanguinarismo de Bibi.

Pelo menos a perspectiva de retirada das tropas israelenses de Gaza e da instalação do Estado da Palestina estão presentes no documento proposto e este é o único caminho para a Paz.

Na sequência será hora de os homens e mulheres de bem que vivem na Terra buscarmos a punição de Nethaniahu. Os líderes do bárbaro atentado terrorista de 07/10/2023 já estão mortos. Falta agora a punição daqueles que desde aquele dia praticaram o Terrorismo de Estado matando e esfolando civis em uma Gaza onde não existe sequer uma única arma anti-aérea.

Julgamento e cadeia para Nethaniahu!!!
O Mundo precisa deste exemplo…

*Ex-ministro de Estado

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Opinião

“Sapatão com orgulho: nossa existência não pede licença” (por: Isabela Luzardo – Miss diversidade de Canoas 2025)

Redação

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por Isabela Luzardo*

Desde cedo, a sociedade tentou me enquadrar em um molde que nunca me serviu: brincar de boneca, não jogar futebol, usar vestido, maquiagem e roupas apertadas. Quebrei cada uma dessas imposições ainda na infância. E deixo a pergunta: por que seguimos insistindo que certas práticas, comportamentos ou desejos pertencem a um “gênero exclusivo”? A resposta é simples: não pertencem.

A construção da minha identidade passou por etapas de compreensão, dúvida e coragem. Entender a diferença entre ser lésbica ou bissexual, assumir a palavra “sapatão” com orgulho, e principalmente, mostrar que amar livremente é um direito inegociável. Não é apenas sobre minha vida — é sobre tantas outras mulheres que ainda enfrentam medo, violência e silêncio para existir.

Hoje, eu vivo meu amor com transparência. Sou noiva da Taciana, estamos de casamento marcado, temos casa, emprego, uma gata e, ao lado da minha companheira, formo uma família. Essa normalidade, para muitos banal, é para nós uma conquista política. Porque quando mulheres que amam mulheres afirmam sua existência, elas desafiam séculos de invisibilização.

Neste Dia do Orgulho Lésbico, lembrar do Levante do Ferro’s Bar é lembrar que nossa liberdade foi arrancada com luta. Em plena ditadura, mulheres lésbicas se recusaram a aceitar a exclusão e o apagamento. Elas nos abriram caminho. Se hoje podemos falar em orgulho, é porque ontem houve resistência.

Ser sapatão é muito mais do que uma identidade. É enfrentar o machismo e a lesbofobia. É se recusar a ser apagada. É afirmar que amar mulheres não é desvio, mas potência.

Por isso, neste 19 de agosto, afirmo com toda força: orgulhem-se, mulheres que amam mulheres. Nossa existência é política, nosso amor é resistência.

*Miss diversidade de Canoas 2025

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Opinião

Artigo: “CORAGEM” (por Carlos Marun – advogado e ex-Ministro de Estado)

Redação

Publicado

em

Artigo CORAGEM (por Carlos Marun)

CORAGEM

“A maior de todas
as virtudes é a
Coragem, até
porque sem ela
nenhuma das
outras pode ser
praticada”
Maya Angelou
Poetisa

Alexandre de Moraes é uma figura singular. Penso até que errou ao determinar a prisão, mesmo que domiciliar, de Jair Bolsonaro. Não vi descumprimento claro pelo ex-presidente das medidas restritivas determinadas por ele próprio na decisão anterior que impôs ao Capitão o uso de tornozeleira eletrônica. Penso ainda que as penas que estão sendo aplicadas aos vandalos golpistas do 08/01/2023 são demasiadamente elevadas, especialmente quando comparadas àquelas aplicadas aos autores de outras crimes, aparentemente mais graves. Porém, isto não desfaz o imenso trabalho relalizado pelo STF em defesa da nossa Democracia, trabalho este que teve como como líder o próprio Ministro.

Todos na vida erramos e acertamos. Os inimigos querem nos medir por nossos erros. Os amigos por nossos acertos. Eu já prefiro medir as pessoas pelo saldo médio. E sem nenhuma dúvida, o saldo médio da atuação de Alexandre de Moraes é altamente positivo.

Uma das características que mais admiro em um ser humano é a coragem. E isto inegavelmente Alexandre possui de sobra.

Enfrentou internamente um movimento político dos mais raivosos da nossa existência enquanto nação que é o Bolsonarismo Fanático. Esteve, hoje se sabe, na lista de alvos da operação “Punhal verde-amarelo” tramada dentro do Palácio do Planalto por auxiliares próximos do ex-presidente. Esteve até sob a mira dos fuzis dos militantes desta seita política que haviam sido escolhidos para por em prática a operação. E nada disto o fez recuar.

Agora, enfrenta sem vacilações o mais poderoso e nefasto ser que existe sobre a terra que é Trump, que ataca nosso país sob aplausos dos entreguistas, que insistem em manter os dentes arreganhados diante desta ameaça a nossa soberania e deste bombardeio a nossa economia.

Há mais de 200 anos conquistamos, não sem luta, a nossa Independência. Hoje assistimos brasileiros apoiarem e até desejarem o retorno do Brasil à condição de colônia. Não existem outros termos. E nem meio termo. Aplaudir ou desejar que ordens de Trump sejam aceitas pelo nosso Judiciário é desejar que o Brasil volte a ser colônia, agora americana no lugar de portuguesa.

E esta conspiração interna sobre a nossa Soberania é feita às claras, sem pudores ou subterfúgios. Há alguns dias discuti isto em um grupo de zap e ouvi de um empresário que nos transformarmos em um protetorado americano não seria um “mau negocio”. Não é fácil lutar contra adversários externos apoiados por americanófilos internos.

A coragem é a primeira qualidade que deve possuir um Advogado. Escrevi este artigo no “Dia do Advogado” e por isto este 11 de Agosto é dia também de homenagearmos Alexandre de Moraes.

Concluo rogando, como nos ensinou o colega Advogado João de Almeida Neto na bela canção “Vozes Rurais”, Que não falte coragem a estes Homens, contra o tempo e aguentando o repuxo, e que diante de estranhas tendências preservem as nossas Independência e Soberania!

CARLOS MARUN – Advogado e ex-Ministro de Estado

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