Opinião
Manifestação da Abertura da XIIª Semana da Consciência Negra

Por Ubirajara Carvalho Toledo- Coordenador da Comissão Organizadora da Semana da XII Semana Negra
“Ao saudar o Presidente da ALERGS, neste ato representado pelo deputado Valdeci, também quero cumprimentar as demais autoridades aqui representadas, neste momento tão importante que é Abertura da XIIº Semana da Consciência Negra da Assembleia Legislativa no Cinquentenário do Dia Nacional da Consciência Negra.
Dentre as iniciativas desta Casa, destacamos o Projeto de Lei do Deputado Marenco que institui o dia 14 de Novembro – Dia dos Lanceiros Negros, bem como da proposição que denomina ERS 608 como rodovia Dos Lanceiros Negros. Destacamos, também, a Frente Parlamentar em Defesa das Comunidades Tradicionais e a importante iniciativa do então Deputado Prof. Edson Portilho na criação da Lei n° 11.731 de Janeiro de 2002, e que trata das Comunidades Remanescentes de Quilombos.
Nossa luta antirracista é uma luta por representatividade; é uma luta por dignidade e justiça em espaços que são predominantemente ocupados por pessoas não negras e não indígenas e que, historicamente, tem garantido o poder e privilégios para aqueles que sempre os detiveram, alijando parcela da comunidade de acesso aos direitos de uma cidadania plena e de qualidade. Contamos, também, com a parceria dos demais Conselhos de Estado, tais como o CEDH, CEDICA , CONSEA, CEPI, Conselho do Idoso, sempre na defesa dos direitos sociais de comunidades socialmente fragilizadas induzindo consertações que se estabelecem por meio do diálogo horizontal entre distintos atores sociais.
A promoção da igualdade racial consiste no combate aos privilégios de parte da sociedade que constrói seu capital político, social e econômico em função da sua condição étnica e presumida superioridade. Sem meias palavras, tratamos do privilégio branco, que oprime, explora e constrange.
O sistema do capitalismo, em crise, gira em torno de um modelo de controle dos fluxos de produção, de acumulação de riqueza e de circulação de capitais que é, ainda, muito restrito às mãos brancas. No Brasil, os capitalistas tem as suas mãos manchadas por um dinheiro oriundo da exploração dos trabalhos análogos à escravidão, e a devastação sem igual do meio ambiente e por um profundo desrespeito a vida e ao bem viver.
A vida não está fácil, viver está difícil, especialmente nesses tempos marcados por uma tragédia humana sem precedentes, decorrente dessa pandemia, que já vitimou mais de 600 mil brasileiros, além de retirar do seio dos lares gaúchos, de modo trágico, um significativo número de avós, pais, mães e filhos. Mas, atingindo de modo mais intenso as comunidades e famílias negras.
Não é natural observarmos as manifestações nazistas dentro de uma Câmara de Vereadores, assim como não é normal escutarmos ao lado dessa nobre casa, e na frente do Palácio do Governo Estadual, a ode com refrões nazistas em manifestações contra a saúde pública e a preservação da vida.
Não é natural a falta de respeito à Diversidade!
Não é natural a Homofobia!
Não é natural a Xenofobia!
Assim como não pode mais ser visto como natural, o Racismo, senhores deputados, parceiros e amigos aqui presentes.
Ao mesmo tempo em que o poeta diz onde encontramos nossas origens, temos o que está manifesto no Hino Riograndense:
“…Povo que não tem virtude, acaba por ser escravo…”
Senhores, essa questão deve ser objeto de reflexão porque não é de bom tom que o Hino de todos os gaúchos apresente uma parte que causa constrangimento naqueles que são diminuídos pela triste condição promovida pela injustiça e exploração históricas sobre nossos nobres e valentes antepassados.
Faz meio século que o movimento negro disse ao Brasil que 20 de Novembro tem muito mais significado para a população negra brasileira do que o 13 de maio. A população negra compreendeu, também, o pensamento antirracista brasileiro.
A violência racial continua intensa sobre os corpos negros. Os índices de mortes de jovens negros se mantêm elevado, a escassez de políticas públicas destinadas ao combate ao racismo, as discriminações e a xenofobia não tem movido políticas de promoção de igualdade racial.
É importante lembrar do Grupo Palmares, do Quilombo dos Palmares e das lutas de Zumbi e Dandara. E dizer que hoje são muitos Grupos Palmares espraiados pelo Rio Grande e pelo Brasil afora.
Nessa atividade que marca o início das comemorações do Cinquentenário dia 20 de Novembro aqui nesta Casa, gostaria, antes de encerrar minha saudação, dizer que temos a oportunidade de começar essa atividade fazendo um momento de silêncio para reverberar os corpos negros que tombam, infelizmente, assassinados pelo racismo estrutural que domina a nossa sociedade.
Que mortes como da Jane servidora pública municipal; do João Alberto (Beto), no Carrefour, e do jovem engenheiro eletricista Gustavo Amaral; da Sra. Dorildes, amiga do angolano Daniel Almeida, além de incontáveis outras injustiças raciais, e gritando aos brados para que “Não ocorram Jamais!!!”.
Que o eco das lutas palmarinas ressoem nos ouvidos daqueles que compreendem que a luta antirracista não é uma luta dos negros contra os brancos, mas que é uma luta de brancos e negros, unidos contra o racismo.
É importante celebrar os 50 anos do Dia da Consciência Negra compreendendo que a felicidade do negro é uma felicidade guerreira.
Muito obrigado!
Valeu Zumbi, Zumbi!”
Opinião
‘Punição exemplar para dar um basta à violência contra as mulheres’ (por Patrícia Alba – deputada estadual)

Patrícia Alba*
Se a punição severa é a única maneira de frear os crimes contra as mulheres, quando se trata de uma autoridade, como o primeiro mandatário de uma grande cidade como Viamão, a sociedade saúda e aplaude a decisão da Justiça. O prefeito Rafael Bortoletti foi condenado pelo Juizado da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da Comarca de Viamão a mais de nove anos de prisão, por divulgar áudios íntimos trocados com uma mulher e por tentar silenciar testemunhas que poderiam depor contra ele na Polícia Civil.
Em qualquer sociedade, quem ocupa um cargo público deve prezar pelo respeito, integridade física, moral e intelectual dos seus cidadãos. Agora, cabe ao Legislativo municipal a reparação diante do povo de sua cidade. Votos legitimam uma eleição, mas é a conduta e comportamento do eleito que consagra sua permanência no cargo. É imperioso que os vereadores investiguem e até abram um processo para cassar o mandato. Não podem aceitar essa condenação como um evento banal ou de menor importância. Aliás, em qualquer país ou sociedade civilizada, os ocupantes de cargos dessa representatividade já teriam renunciado, imediatamente.
É inaceitável o ato vil cometido contra a vítima que, seis anos depois, ainda é obrigada a se recolher em uma vida de vergonha. Vejam o absurdo: a vítima foi condenada à humilhação, e o agressor segue livre, no comando do sétimo município mais populoso do Rio Grande do Sul.
Vamos acompanhar esse caso de perto, para que a Justiça seja efetivamente cumprida, dando exemplo para os agressores em potencial e evitando outros casos. Sabemos que há muito trabalho e ações a serem feitas para reduzir a violência contra a mulher – seja física ou moral.
Viamão, uma cidade pujante, com um povo ordeiro e trabalhador, uma comunidade em que praticamente a metade da população é de mulheres, tem a oportunidade de mostrar para o Brasil que não aceita nem banaliza a violência, seja contra quem for e de onde venha, principalmente contra as mulheres.
*Deputada estadual (MDB-RS) e presidente da Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia
Opinião
“Oportunidades perdidas!” (Por Carlos Marun – ex-Ministro)

OPORTUNIDADES PERDIDAS!
Por Carlos Marun – Advogado e ex-Ministro
Não exerço atualmente nenhuma função pública e também não sou aposentado. Sou Advogado e Engenheiro e obtenho a remuneração necessária ao meu sustento e de minha família através da prestação de serviços de advocacia e consultoria a particulares. Niels Bohr, ganhador do prêmio Nobel de Física e um dos pais do modelo atômico, declarou em determinada oportunidade: “A previsão é muito difícil, especialmente se for sobre o futuro!”. Pois bem, a obrigação do consultor é opinar, e muitas vezes sobre o futuro. Obviamente não utilizando uma bola de cristal ou poderes extra-sensoriais, mas a lógica somada a razoável conhecimento.
Acordo cedo e diariamente envio para clientes, até as 9hs da manhã, um boletim matinal com análises políticas e jurídicas sobre a vida governamental, jurídica e legislativa do país. No de 3a feira(07/01) passada, declarei pensar que o fato de a imensa maioria dos brasileiros continuarem repudiando os atos do 08 de Janeiro somado à onda de “patriotismo fraterno” decorrente da vitória de Fernanda Torres se constituíam em uma excelente oportunidade para Lula buscar atrair o Centro com gestos de pacificação. E daí opinei sobre o futuro, arriscando dizer que o Presidente da República não estava à altura de conseguir se posicionar desta forma.
Infelizmente, acertei. No dia 09/01, Lula, no lugar de agir neste sentido, retomou a verborragia tragicômica, afirmando durante visita à galeria de fotos de ex-presidentes da República que Dilma foi vítima de um golpe comandado por Temer.
Dilma caiu, na forma prevista na Constituição, porque cometeu crime de responsabilidade e porque a isto se somaram condições políticas resultantes do péssimo governo que fazia. Lula não consegue entender que Temer não é mais o Presidente da República pressionado por uma conspiração comandada pelo então Procurador Geral da República que, através de chantagem, obteve o apoio de dois dos maiores grupos econômicos do país, um do ramo das Comunicações e outro do ramo das proteínas animais.
Michel Temer é hoje enormemente reconhecido como o chefe de um exitoso Governo de Centro, que teve coragem de promover reformas fundamentais e positivas. Tão positivas que, não obstante a já citada verborragia, não foram até hoje revogadas pelo atual governo do PT. Até algumas foram levemente alteradas, mas sempre para pior.
Lula não consegue entender também que estas declarações constrangem seus aliados não PTistas ou PSOListas, muitos inclusive ministros(as) que foram na sua grande maioria favoráveis ao impeachment, inclusive votando desta forma. Constrangem de forma especial aqueles MDBistas que participam de seu governo, todos hoje concientes do avanço representado pelo breve Governo Temer.
Lula pensa que pode “comprar” o Centro com cargos. Está errado. Pode no máximo “alugar”. Ele me parece um “caso perdido” que precisa do Centro para a sua reeleição, mas que se afasta dele e dela cada vez que expressa o seu rancor pela deposição constitucional de Dilma, perfeitamente prevista no Estado Democrático de Direito do qual apregoa ser um “amante”.
Porém, como eu afirmei, consultor tem que opinar também sobre o futuro e vou então falar de outra oportunidade que provavelmente será perdida.
O Centro não tem candidato a presidência e segue como uma boiada para o matadouro, “mugindo tonta” e sabendo que ao final terá que optar entre um candidato de direita ou de esquerda. Pois bem, um simples gesto pode hoje fazer surgir este candidato.
Neste caso uma candidata. Falo de Simone Tebet e afirmo que se deixasse o Governo agora em função das palavras de Lula, estaria iniciando uma trajetória que poderia levar o Centro a Presidência em 2026. Não precisaria e nem deveria sair atirando em um governo do qual participa, mas teria que deixar claro que sai porque discorda destas palavras reincidentemente repetidas por Lula.
Conheço Simone. Trata-se de mulher capaz e honrada e que de forma alguma precisa do cargo de Ministra para viver. Mas por dever de ofício devo declarar que penso que ela não aproveitará esta oportunidade.
Opinião
“Quando o Jogo Se Torna Armadilha: A importância da Educação Financeira em Tempos de Apostas” (por Cristiane Souza)

O crescimento das plataformas de apostas, popularmente conhecidas como “bets“, tem gerado um impacto profundo e preocupante em diferentes segmentos da população brasileira, especialmente entre as famílias em situação de vulnerabilidade econômica.
O fácil acesso a essas plataformas, aliado à promessa de ganhos rápidos, atrai indivíduos que, diante de oportunidades limitadas e dificuldades financeiras, veem no jogo uma esperança de alívio imediato. No entanto, essa promessa frequentemente se transforma em uma armadilha perigosa, levando a perdas financeiras expressivas e aumentando ainda mais a instabilidade das famílias.
Um dos aspectos mais alarmantes desse fenômeno é o uso de recursos provenientes de programas assistenciais, como o Bolsa Família, para financiar apostas. Segundo dados do Banco Central, em agosto deste ano, cerca de 3 bilhões de reais destinados a apoiar famílias em extrema pobreza foram direcionados para plataformas de apostas. Embora o Bolsa Família seja apenas uma das fontes de renda afetadas, o impacto das apostas não se restringe a esses beneficiários, atingindo diversas famílias de baixa renda que, por falta de orientação financeira, acabam comprometendo seu sustento em busca de ganhos ilusórios, oferecidos por jogos online.
Nesse aspecto, a educação financeira surge como uma ferramenta essencial para evitar que famílias sejam atraídas pelas armadilhas do jogo. Porque muitas vezes, a falta de conhecimento sobre os riscos envolvidos nas apostas e a ausência de planejamento financeiro adequado levam as pessoas a decisões impulsivas, agravando sua situação econômica. A falta de controle sobre os gastos, a tentação de compensar perdas com novas apostas e a dificuldade em priorizar necessidades básicas criam um ciclo vicioso que coloca em risco não apenas as finanças, mas também o bem-estar emocional e social dessa população.
É crucial que a educação financeira seja acessível e adaptada às realidades dessas populações, ensinando-as a planejar, poupar e gastar de forma consciente. Mais do que nunca, em um cenário de crescente popularidade das apostas, as famílias, especialmente as em situação de vulnerabilidade precisam ser capacitadas para tomar decisões financeiras responsáveis, evitando que o sonho de um ganho rápido as leve a uma armadilha de dívidas e frustrações.
Além disso, a conscientização sobre os perigos das apostas deve ser acompanhada por políticas públicas que incentivem o uso responsável dos recursos e ofereçam alternativas viáveis para melhorar a qualidade de vida dessas famílias. O jogo, em si, não é a raiz do problema, mas sim a combinação de vulnerabilidade econômica, falta de informação e ausência de planejamento financeiro que expõe famílias aos riscos das apostas.
Em tempos de apostas, é urgente reforçar a importância da educação financeira para proteger as famílias e oferecer-lhes a oportunidade de construir um futuro mais seguro e estável. Somente com conhecimento e conscientização será possível romper com o ciclo de perdas e garantir que os recursos recebidos sejam utilizados para sua verdadeira finalidade: promover dignidade e segurança.
Cristiane Souza – Educadora financeira e estudante de Psicologia
- Canoas1 semana atrás
Medalha Pinto Bandeira é entregue a 15 cidadãos nesta segunda-feira, 23; confira quem são
- Cultura1 semana atrás
Turma do Pagode retorna a Canoas com novo show no Clube Tradição, dia 27 de junho
- Política1 semana atrás
Na CICS, deputado federal Busato se posiciona contra aumento de impostos em Canoas
- Enchente 2024 Canoas7 dias atrás
Canoas vai receber mais de R$ 300 milhões para obras de prevenção e reconstrução, garante Busato
- Destaques1 semana atrás
CHUVAS: Mais de 7 mil pessoas desalojadas, quatro mortos e 146 municípios afetados no RS
- Clima4 dias atrás
Defesa Civil Estadual emite alerta para ciclone extratropical e grande volume de chuva no final de semana
- Política1 semana atrás
Câmara de Canoas realiza audiência pública para debater proposta de aumento do ISSQN
- Esporte1 semana atrás
Inscrições para sorteio de horários em espaços esportivos públicos de Canoas serão abertas na quarta-feira, 25