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13/11/2025
 

Opinião

Guilherme Lannig: “O que os canoenses precisam saber sobre ‘Juros Zero'”

Redação

Publicado

em

Por Guilherme Lannig* 

PROGRAMA “CANOAS JURO ZERO”: O QUE OS  CANOENSES PRECISAM ENTENDER 

Foi aprovado na Câmara Municipal de Canoas o Projeto de Lei nº 25, de iniciativa do  Executivo Municipal que cria o programa chamado “Canoas Juro Zero”. A proposta consiste  em subsídio financeiro por parte da Prefeitura de Canoas para cobrir os juros cobrados pelas  instituições que aderirem ao programa e oferecerem créditos para microempreendedores  individuais e microempresas. Pela proposta aprovada, a Prefeitura está autorizada a abrir  crédito em seu orçamento no valor de R$5.220.000,00 (cinco milhões e duzentos e vinte mil  reais). O programa é uma demanda dos setores atingidos pelas restrições impostas pela  pandemia do COVID-19. Não tenho nenhum motivo para duvidar sobre a honestidade desse  pedido e, também, nenhuma razão para questionar a excelente intenção do Prefeito Jairo  Jorge com essa proposição. Entretanto, gostaria de chamar atenção para alguns aspectos que a  população canoense precisa ter em mente com essa ação. 

Os microempreendedores e microempresários canoenses tiveram seus negócios  afetados pela pandemia – isso não há nenhuma dúvida. Assim já seria pela própria natureza de  uma pandemia muito contagiosa e, em alguns casos, fatal. A atitude da população frente a  essa situação é naturalmente a cautela em se expor aos riscos. Evidentemente a receita dos  negócios diminuiria pela simples redução na circulação das pessoas. Receitas essas que  possibilitam as próprias subsistências, oferecer um conforto maior para suas famílias, salários  para empregados e oferta de produtos e serviços para a população em geral. Apenas o fator  pandemia já seria suficiente para impactos econômicos negativos para essas pessoas pela  redução da demanda. Mas tivemos outro fator que terminou de vez com qualquer  possibilidade de receitas para essas famílias: a interferência estatal. 

O Governo do Estado proibiu diversos setores de sequer tentar abrir suas lojas, prestar  seus serviços, tomar os devidos cuidados sanitários e procurar alternativas para lidar com a já  esperada queda em suas receitas. Por meio de Decreto impediu que muitas pessoas pudessem  trabalhar, passando por cima do art. 5º, inciso XIII da Constituição Federal que diz “é livre o  exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão”. Através de seu “modelo de  distanciamento controlado” determinou, de cima para baixo, quais atividades são 

consideradas essenciais e quais não são, quais produtos podem ser consumidos e quais não  podem. Não satisfeito, instituiu uma “cogestão” em que os prefeitos municipais não poderiam  diminuir as restrições impostas; apenas aumentar ainda mais as proibições. Felizmente, tanto o ex-prefeito Luiz Carlos Busato quanto o prefeito Jairo Jorge não restringiram ainda mais as  medidas do Governo do Estado. Mas eles ficaram impossibilitados de permitir que diversas  pessoas pudessem trabalhar seguindo rigorosos protocolos sanitários que, diga-se, muitos se  prepararam adequadamente em seus estabelecimentos. Os microempreendedores,  microempresários e diversas pessoas do setor de eventos em especial sofreram duplamente  com essa situação que já dura mais de um ano. 

E então chegamos no programa “Canoas Juro Zero” proposto pelo Prefeito Jairo Jorge. Aplaudido por diversos vereadores na Câmara Municipal como uma espécie de  atestado de empatia pela situação das famílias, demonstração de preocupação com a  manutenção dos empregos, pela dignidade das pessoas – o falatório foi grande e rasgados  elogios proferidos. Novamente, não questiono em nenhum momento a boa intenção do  Prefeito ao apresentar o projeto, bem como entendo a demanda daqueles que o saúdam.  Gostaria que os canoenses compreendessem por que os microempreendedores e  microempresários necessitam desse aporte da Prefeitura para subsidiar os juros: ora,  justamente porque foram impossibilitados de trabalhar pelo Estado! Ou seja, um ente estatal  primeiro os proibiu de exercerem suas atividades para depois outro ente aparecer com a  solução. E agora se abre a possibilidade para a Prefeitura Municipal capitalizar junto a  sociedade toda a sua virtude, benevolência e empatia junto ao público. 

Precisamos estar atentos para essas ações. Lembro que os recursos que serão  utilizados pela Prefeitura para subsidiar esse programa sairá do único local que financia  qualquer ação governamental: do bolso dos pagadores de impostos. E tudo isso só foi  necessário por conta de uma interferência do governo nas atividades econômicas que hoje  suplicam pelo apelo do governo. Nas palavras de Harry Browne: “o governo é muito bom em  quebrar suas pernas para depois lhe dar uma muleta e dizer: ‘veja, se não fosse pelo governo  você não seria capaz de andar’”. Não tiro a razão dos que comemoram esse programa. Mas  tenham em mente que o ambiente que trouxe essa necessidade foi causado pelo governo; e é  o governo que está usando o seu dinheiro para ganhar a sua simpatia.

*Psicólogo, mestrando em psicologia cognitiva experimental, canoense 

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“O assassinato da paz” (por Carlos Marun – ex-Ministro de Estado)

Redação

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“Tratado de Oslo assinado em 1993” Yasser Arafat, Bill Clinton e Yitzak Rabin

O ASSASSINATO DA PAZ

Por Carlos Marun*

Há exatos 30 anos, em 04 de novembro de 1995, o então Primeiro-Ministro de Israel Itzak Rabin foi assassinado com dois tiros pelas costas por um israelense. Nethaniahu se aproveitou deste crime, praticado por um correligionário seu, para assumir o poder, em eleições é verdade, e transformar-se na figura central da política israelense, sempre agindo no sentido de destruir qualquer chance de Paz.

Israel já havia vencido a Guerra pela sua existência. Isto aconteceu após a Guerra do Yom Kipur, quando em 1978, nos Acordos de Camp David e sob os olhares de Jiimmy Carter, Anwar Sadat assinou com Menahem Begin um tratado de Paz em separado, retirando o Egito da guerra contra Israel.

O Egito era a maior força militar árabe e a partir dali nunca mais Israel correu qualquer risco existencial. Aconteceram vários conflitos com grupos de resistência e até contra terroristas, além de movimentos como as Intifadas, mas guerra de verdade não mais aconteceu. Nem agora.

Rabin entendeu isto e convidado por Bill Clinton foi a Oslo para se reunir com Arafat. O americano os pressionou até que chegassem a um acordo materializado por um aperto de mãos trocado por comandantes que conheciam a guerra e por isto tinham coragem de buscar a Paz. Era o ano de 1993.

Como consequência deste Acordo, Arafat e o Movimento Fatah abandonaram a luta armada, reconheceram a existência de Israel e obtiveram um cronograma de 05 anos para a instalação do Estado da Palestina nas fronteiras anteriores a Guerra de 1967. Ou seja, pela Paz os líderes Palestinos aceitaram instalar o seu Estado em 13% da área original da Palestina, ficando 87% do território para o Estado de Israel.

Havia o temor de uma rejeição popular a proposta. Mesmo assim, Arafat voltou para a Região e foi eleito Presidente da Autoridade Nacional Palestina com mais de 90% dos votos dos habitantes de Gaza e da Cisjordânia. Ali este povo provou que, como seus líderes, queria a Paz.

Já em Israel as coisas aconteceram de forma inversa. Rabin voltou e encontrou cerrada oposição aos acordos. Convocou uma manifestação peja Paz, e foi ali assassinado.

O pior veio depois. Nas eleições que se seguiram, Nethaniahu, um jovem, ambicioso e politicamente inexpressivo, derrotou um dos pais do Estado de Israel, Shimon Peres. E assumiu o poder com um único objetivo declarado: acabar com o processo de Paz. Ali o eleitorado israelense, infelizmente, provou que, naquele momento, em sua maioria, preferia a guerra.

Nethaniahu enfraqueceu, ludibriou e desmoralizou os movimentos palestinos que acreditaram no estabelecido nos Acordos já citados. Daí se fortaleceu o Hamas.

Os dois tiros que o israelense Yigar Amil acertou nas costas de Rabin não assassinaram somente este líder israelense. Assassinaram também a Paz.

Agora é torcer para que Trump e a gente de boa vontade que vive em Israel, nos Países Árabes e no Planeta Terra consigam ressusscitá-la…

*Advogado, Engenheiro e Ex-Ministro de Estado

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Opinião

Artigo: “PRÊMIO NOBEL DO CESSAR-FOGO?” (por Carlos Marun – ex-Ministro de Estado)

Redação

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Artigo PRÊMIO NOBEL DO CESSAR-FOGO (por Carlos Marun - ex-Ministro de Estado)

*por Carlos Marun

É evidente que Trump mudou muito depois do fiasco de sua conversação com Putin no Alasca. Estendeu tapete vermelho, trocaram abraços e afagos, falaram em paz e o russo assim que chegou em Moscou mandou bombardear Kiev. E com força até então nunca vista. Me parece que ali o Presidente Americano caiu na real: “Posso muito, mas não posso tudo” deve ter pensado. Certamente não foi fácil para ele se olhar no espelho e concluir que não é um Deus, mas é necessário admitir que as mudanças provocadas em seu comportamento foram para “muito menos pior”.

Vejamos: não mais falou em anexar Canadá, a Groenlândia ou o Canal do Panamá; não estendeu as sanções da Lei Magnitsky aos demais membros do nosso Supremo Tribunal Federal que condenaram Bolsonaro e seus liderados a décadas de prisão; tomou a iniciativa de abrir diálogo com o Governo Brasileiro a respeito das Tarifas; e agora obrigou um contrariado Nethaniahu a aceitar assinar um acordo de Cessar-Fogo com o Hamas. Continua aprontando as suas a nível interno, mas é “um outro Trump” visto de fora. E visto de longe pode até ser considerado um presidente normal.

Tem agora o desafio de fazer com que Nethaniahu cumpra um acordo de cessar-fogo que não deseja cumprir. Bibi precisa da guerra para se manter no poder e longe da cadeia. Chegou ao cúmulo de romper unilateralmente um acordo de cessar-fogo anterior ordenando bombardeios em Gaza minutos antes de depor para o Judiciário Israelense em um caso de corrupção. Foi dispensado do interrogatório porque a “guerra” tinha recomeçado. Vai fazer de tudo para que este cessar-fogo também não dê certo.

Ele é um inimigo declarado da Paz. Ao assumir o poder, em função do assassinato de Rabin, sepultou os Acordos de Oslo articulados por Bill Clinton, causando inclusive constrangimento. Não pense Trump que não pode tentar fazer isto também com ele.

Aí um Trump corajoso e decente, que exija o cumprimentos dos compromissos que ele avslisou, será mais do que necessário. É certo que está sendo heróica a resistência do Povo Palestino. É verdade que foram importantes as posições de países como o Brasil e África do Sul que desde o início repudiaram esta resposta genocida. Foi justa a ordem de prisão emitida pelo Tribunal Penal Internacional contra o Primeiro-Ministro israelense por crime de genocídio. Foram também importantes os reconhecimentos ao Estado Palestino promovidos por vários países há alguns dias, em especial França, Reino Unido e Austrália. Contribuiu muito o boicote promovido na ONU por dezenas de países que se retiraram do plenário e deixaram Nethaniahu na ridícula posição de falar para as paredes. Foi louvável a coragem dos participantes da “Flotilha Humanitária” que partiu para Gaza e terminou nas prisões de Israel, mas que levou milhões de europeus as ruas em protestos contra o genocídio. É meritória a ação de todos aqueles que no mundo pelas mais diversas formas expuseram a sua indignação frente ao que acontecia.

Porém nada é tão importante quanto este novo posicionamento americano. Por que? Porque os EUA são os garantidores deste acordo e tem verdadeiro poder sobre Israel. Se não o utilizou até agora foi porque não quis. Dou um exemplo: se não fossem os mísseis americanos “Patriots”, operados por militares americanos de dentro de Israel, teríamos assistido imagens de Tel-Aviv que pensaríamos até tratarem-se de fotos de Gaza quando os Alatoiás decidiram reagir com saraivadas de mísseis as provocações israelenses. Tudo é importante, mas no caso, só os EUA e Trump são imprescindíveis.

É sabido que, na sua megalomania, Trump deseja ser agraciado com um Premio Nobel da Paz. Porém, penso que ele só será digno disto se realmente conseguir efetivar a instalação de um Estado Palestino viável ao lado de Israel, e com o reconhecimento mútuo entre ambos. Ele tem poder para isto. Que o faça e receba então este reconhecimento que será justo.
Este é o caminho para a Paz e estaremos torcendo para que ele seja percorrido…

Por enquanto merece um louvável “Prêmio Nobel do Cessar-Fogo”, mas este prêmio não existe…

*Advogado, engenheiro e ex-Ministro de Estado

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Artigo: “CESSAR FOGO JÁ!!!” (por Carlos Marun – ex-Ministro de Estado)

Redação

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Artigo CESSAR FOGO JÁ!!! (por Carlos Marun - ex-Ministro de Estado)

CESSAR FOGO JÁ!!!

*por Carlos Marun

Desejo a aceitação pela Resistência Palestina do plano de trégua proposto por Trump. É óbvio que existem razões de sobra para a desconfiança em torno das intenções da besta-fera genocida chamada Nethaniahu. E confiar em garantias oferecidas pela metamorfose ambulante chamada Trump é coisa difícil. Mas é o que temos. E é urgente uma trégua que possa avançar para a paz antes que todos os habitantes de Gaza encontrem a morte provocada por bombas, fome, sede ou falta de remédios.

Os habitantes de Gaza já ofereceram ao mundo um inédito exemplo de resiliência, de coragem e de amor a sua terra. Mas agora merecem uma chance de sobreviver. E Nethaniahu já demonstrou que é suficiente mau para levar a efeito uma “Solução Final” para os Palestinos, coisa que Hitler tentou e felizmente foi impedido de concluir em relação aos Judeus.

Além dos Palestinos, os reféns ainda vivos também merecem sobreviver e os jovens soldados israelenses merecem parar de morrer. Já são 913 os militares israelenses mortos em enfrentamentos terrestres, tudo isto para a libertação de somente 7 reféns em combates.

A reação interna em Israel, onde os israelenses de bem que são muitos repudiam este massacre e exigem a volta dos reféns vivos, os últimos reconhecimentos ao Estado Palestino e o vexame imposto a Nethaniahu com a saída de diversas delegações do plenário da ONU no momento da sua fala pelo jeito abriram os olhos de Trump. E os interresses dos EUA na região são muitos e maiores do que simplesmente permanecer sustentando e apoiando o sanguinarismo de Bibi.

Pelo menos a perspectiva de retirada das tropas israelenses de Gaza e da instalação do Estado da Palestina estão presentes no documento proposto e este é o único caminho para a Paz.

Na sequência será hora de os homens e mulheres de bem que vivem na Terra buscarmos a punição de Nethaniahu. Os líderes do bárbaro atentado terrorista de 07/10/2023 já estão mortos. Falta agora a punição daqueles que desde aquele dia praticaram o Terrorismo de Estado matando e esfolando civis em uma Gaza onde não existe sequer uma única arma anti-aérea.

Julgamento e cadeia para Nethaniahu!!!
O Mundo precisa deste exemplo…

*Ex-ministro de Estado

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