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17/09/2025
 

Opinião

Tito Guarniere: “Não por falta de aviso, estamos agora na casa fatídica de 300 mil”

Redação

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em

Tito Guarniere

300 MIL 

Um pouco por otimismo, nos primeiros meses de 2020, jamais imaginei que poderíamos chegar aos 10 mil mortos pela covid-19. Chegou aos 100, aos 200 e estamos agora na casa fatídica de 300 mil. 

E não foi por falta de aviso. O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, com pouco mais de uma centena de brasileiros mortos de covid-19, perguntou a Bolsonaro se ele estava preparado para ver na televisão os caminhões do Exército transportando corpos das vítimas pelas ruas. Médicos, epidemiologistas, infectologistas, diante dos fatos a que assistiam horrorizados, e diante das projeções possíveis da calamidade, gastaram a voz para advertir sobre o impacto da pandemia nas estruturas de saúde do país, na economia, na vida dos brasileiros. 

Na outra ponta, Bolsonaro, que vai levar folgado o título de pior governante que este país já teve, debochava da doença, e sabotava dia sim e outro também qualquer ação de combate contra a pandemia que não fosse o uso da cloroquina, condenando o distanciamento social e o uso das máscaras de proteção facial. Adiante, voltou as baterias contra a vacina Coronavac, porque tinha origem na China e porque estava sendo desenvolvida pelo Instituto Butantã, de São Paulo, governado por João Doria, um inimigo político.

Agora, tendo chegado à estatística macabra de 300 mil mortos, está na defensiva: os aliados do Centrão, temerosos do que pode acontecer nos próximos meses, na voz do presidente da Câmara Arthur Lira dizem que “tudo tem limite”. Empresários, ex-ministros, economistas de escol, em manifestação vigorosa da sociedade civil, desmantelaram a escolha falaciosa de Bolsonaro entre os ditames da saúde e as necessidades da economia. Acossado, o presidente sai pela via comum do improviso, criando uma comissão para coordenar as ações contra a doença.

Mais do que isso, agora se entrega com sofreguidão ao elogio da vacina, transformada em grande solução, e com o tom triunfalista, dá a entender que nunca faltou empenho do seu governo para trazê-la o quanto antes para o Brasil. 

O comitê de coordenação, um apelo que ecoou em várias instâncias desde o início da pandemia, e que foi sempre desprezado pelo governo central, contou com a presença e participação de quem nada tem a fazer ali, como o STF e a Procuradoria Geral da República, e com ausências injustificáveis, uma vez que deixou de fora prefeitos, secretários estaduais de saúde, e governadores importantes, como os do Rio Grande do Sul e São Paulo, que não bebem água na mesma fonte de Bolsonaro. 

Trata-se (o comitê) de uma ação entre amigos, uma confraria de coleguinhas, uma panelinha de personagens menores, uma ação oportunista e mal ajambrada, da qual não sairá nenhuma solução. 

Tudo ainda ficou mais ridículo, mais patético, quando o governador João Doria, de São Paulo, anunciou a fabricação de uma vacina brasileira anti-covid pelo Instituto Butantã. No mesmo dia, o ministro Marcos Pontes, da Ciência e Tecnologia – personagem sem brilho – foi chamado às pressas para anunciar que São Paulo não está sozinho, o governo Bolsonaro está no páreo e também tem sua vacina. O governo não se cansa de dar vexame. 

titoguarniere@outlook.com

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Opinião

“Sapatão com orgulho: nossa existência não pede licença” (por: Isabela Luzardo – Miss diversidade de Canoas 2025)

Redação

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por Isabela Luzardo*

Desde cedo, a sociedade tentou me enquadrar em um molde que nunca me serviu: brincar de boneca, não jogar futebol, usar vestido, maquiagem e roupas apertadas. Quebrei cada uma dessas imposições ainda na infância. E deixo a pergunta: por que seguimos insistindo que certas práticas, comportamentos ou desejos pertencem a um “gênero exclusivo”? A resposta é simples: não pertencem.

A construção da minha identidade passou por etapas de compreensão, dúvida e coragem. Entender a diferença entre ser lésbica ou bissexual, assumir a palavra “sapatão” com orgulho, e principalmente, mostrar que amar livremente é um direito inegociável. Não é apenas sobre minha vida — é sobre tantas outras mulheres que ainda enfrentam medo, violência e silêncio para existir.

Hoje, eu vivo meu amor com transparência. Sou noiva da Taciana, estamos de casamento marcado, temos casa, emprego, uma gata e, ao lado da minha companheira, formo uma família. Essa normalidade, para muitos banal, é para nós uma conquista política. Porque quando mulheres que amam mulheres afirmam sua existência, elas desafiam séculos de invisibilização.

Neste Dia do Orgulho Lésbico, lembrar do Levante do Ferro’s Bar é lembrar que nossa liberdade foi arrancada com luta. Em plena ditadura, mulheres lésbicas se recusaram a aceitar a exclusão e o apagamento. Elas nos abriram caminho. Se hoje podemos falar em orgulho, é porque ontem houve resistência.

Ser sapatão é muito mais do que uma identidade. É enfrentar o machismo e a lesbofobia. É se recusar a ser apagada. É afirmar que amar mulheres não é desvio, mas potência.

Por isso, neste 19 de agosto, afirmo com toda força: orgulhem-se, mulheres que amam mulheres. Nossa existência é política, nosso amor é resistência.

*Miss diversidade de Canoas 2025

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Opinião

Artigo: “CORAGEM” (por Carlos Marun – advogado e ex-Ministro de Estado)

Redação

Publicado

em

Artigo CORAGEM (por Carlos Marun)

CORAGEM

“A maior de todas
as virtudes é a
Coragem, até
porque sem ela
nenhuma das
outras pode ser
praticada”
Maya Angelou
Poetisa

Alexandre de Moraes é uma figura singular. Penso até que errou ao determinar a prisão, mesmo que domiciliar, de Jair Bolsonaro. Não vi descumprimento claro pelo ex-presidente das medidas restritivas determinadas por ele próprio na decisão anterior que impôs ao Capitão o uso de tornozeleira eletrônica. Penso ainda que as penas que estão sendo aplicadas aos vandalos golpistas do 08/01/2023 são demasiadamente elevadas, especialmente quando comparadas àquelas aplicadas aos autores de outras crimes, aparentemente mais graves. Porém, isto não desfaz o imenso trabalho relalizado pelo STF em defesa da nossa Democracia, trabalho este que teve como como líder o próprio Ministro.

Todos na vida erramos e acertamos. Os inimigos querem nos medir por nossos erros. Os amigos por nossos acertos. Eu já prefiro medir as pessoas pelo saldo médio. E sem nenhuma dúvida, o saldo médio da atuação de Alexandre de Moraes é altamente positivo.

Uma das características que mais admiro em um ser humano é a coragem. E isto inegavelmente Alexandre possui de sobra.

Enfrentou internamente um movimento político dos mais raivosos da nossa existência enquanto nação que é o Bolsonarismo Fanático. Esteve, hoje se sabe, na lista de alvos da operação “Punhal verde-amarelo” tramada dentro do Palácio do Planalto por auxiliares próximos do ex-presidente. Esteve até sob a mira dos fuzis dos militantes desta seita política que haviam sido escolhidos para por em prática a operação. E nada disto o fez recuar.

Agora, enfrenta sem vacilações o mais poderoso e nefasto ser que existe sobre a terra que é Trump, que ataca nosso país sob aplausos dos entreguistas, que insistem em manter os dentes arreganhados diante desta ameaça a nossa soberania e deste bombardeio a nossa economia.

Há mais de 200 anos conquistamos, não sem luta, a nossa Independência. Hoje assistimos brasileiros apoiarem e até desejarem o retorno do Brasil à condição de colônia. Não existem outros termos. E nem meio termo. Aplaudir ou desejar que ordens de Trump sejam aceitas pelo nosso Judiciário é desejar que o Brasil volte a ser colônia, agora americana no lugar de portuguesa.

E esta conspiração interna sobre a nossa Soberania é feita às claras, sem pudores ou subterfúgios. Há alguns dias discuti isto em um grupo de zap e ouvi de um empresário que nos transformarmos em um protetorado americano não seria um “mau negocio”. Não é fácil lutar contra adversários externos apoiados por americanófilos internos.

A coragem é a primeira qualidade que deve possuir um Advogado. Escrevi este artigo no “Dia do Advogado” e por isto este 11 de Agosto é dia também de homenagearmos Alexandre de Moraes.

Concluo rogando, como nos ensinou o colega Advogado João de Almeida Neto na bela canção “Vozes Rurais”, Que não falte coragem a estes Homens, contra o tempo e aguentando o repuxo, e que diante de estranhas tendências preservem as nossas Independência e Soberania!

CARLOS MARUN – Advogado e ex-Ministro de Estado

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Opinião

‘Punição exemplar para dar um basta à violência contra as mulheres’ (por Patrícia Alba – deputada estadual)

Redação

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'Punição exemplar para dar um basta à violência contra as mulheres' (por Patrícia Alba - deputada estadual)

Patrícia Alba*

Se a punição severa é a única maneira de frear os crimes contra as mulheres, quando se trata de uma autoridade, como o primeiro mandatário de uma grande cidade como Viamão, a sociedade saúda e aplaude a decisão da Justiça. O prefeito Rafael Bortoletti foi condenado pelo Juizado da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da Comarca de Viamão a mais de nove anos de prisão, por divulgar áudios íntimos trocados com uma mulher e por tentar silenciar testemunhas que poderiam depor contra ele na Polícia Civil.

Em qualquer sociedade, quem ocupa um cargo público deve prezar pelo respeito, integridade física, moral e intelectual dos seus cidadãos. Agora, cabe ao Legislativo municipal a reparação diante do povo de sua cidade. Votos legitimam uma eleição, mas é a conduta e comportamento do eleito que consagra sua permanência no cargo. É imperioso que os vereadores investiguem e até abram um processo para cassar o mandato. Não podem aceitar essa condenação como um evento banal ou de menor importância. Aliás, em qualquer país ou sociedade civilizada, os ocupantes de cargos dessa representatividade já teriam renunciado, imediatamente.

É inaceitável o ato vil cometido contra a vítima que, seis anos depois, ainda é obrigada a se recolher em uma vida de vergonha. Vejam o absurdo: a vítima foi condenada à humilhação, e o agressor segue livre, no comando do sétimo município mais populoso do Rio Grande do Sul.

Vamos acompanhar esse caso de perto, para que a Justiça seja efetivamente cumprida, dando exemplo para os agressores em potencial e evitando outros casos. Sabemos que há muito trabalho e ações a serem feitas para reduzir a violência contra a mulher – seja física ou moral.

Viamão, uma cidade pujante, com um povo ordeiro e trabalhador, uma comunidade em que praticamente a metade da população é de mulheres, tem a oportunidade de mostrar para o Brasil que não aceita nem banaliza a violência, seja contra quem for e de onde venha, principalmente contra as mulheres.

*Deputada estadual (MDB-RS) e presidente da Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia

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