Opinião
Olegar Lopes: “Brincando com o nome dos municípios”

Olegar Lopes – Agenda Tradicionalista
Brincando com o nome dos municípios
Dado o ineditismo dos nomes da maioria dos municípios gaúchos, resolvi fazer
uma brincadeira usando o nome de muitos destes numa história, o que não deixa de ser
um assunto muito Sério. Imaginei que com isto poderei dar um sentido de Alegria à
história no seu início e concluindo com um final Feliz, pois afinal vou falar de pessoas e
coisas as quais têm sua Áurea e que emprestaram com Independência e Harmonia
seus nomes para denominarem muitas cidades do nosso Rio Grande, que vai de
Aceguá até Xangri-lá.
De início, posso dizer que são municípios que tiveram um Bom Princípio e, em
consequência disto, um Bom Progresso, embora muitos tenham passado por momento
Agudo. História que começa mais ou menos assim.
Eram Dois Irmãos das Missões de nomes Jarí e Ivorá, dois índios Tapejara
que sempre sonharam conhecer Novo Xingu, lugar onde morava o velho Cacique
Doble. No dia Sete de Setembro, enquanto tomavam chimarrão, combinaram para dia
Dezesseis de Novembro realizarem o sonho de visitar o Novo Xingu. Para não irem
sozinhos convidaram o Tio Hugo, um índio Charrua, que mora em Rio dos Índios.
Dia Quinze de Novembro, véspera da partida, se reuniram à sombra de um pé de
Sarandi, que ficava próximo de uma Restinga Seca dum Mato Queimado. No dia da
partida acordaram cedo. A Alvorada não estava nada convidativa devido ao forte
Mormaço, que era prenuncio de chuva. Jarí perguntou para Caibaté se ia chover, no
que de pronto respondeu: ‘hoje não chove, só Chuvisca’.
Era meio-dia quando encontraram o padre Roque Gonzáles sentado na sombra
das Torres da igreja de São Jorge, comendo um carreteiro de charque que havia
ganhado do amigo Braga, lá das Charqueadas de Piratini. O padre estava
acompanhado de Quatro Irmãos, Gentil, Machadinho, Paulo Bento e Montauri, os
quais convidaram os índios para almoçarem junto. Estavam todos sentados num
Gramado da cor de Esmeralda, próximo de Muitos Capões de Mata nativa. Após o
almoço tiraram uma sesta à sombra de um pé de Canela e, após levantarem, tomaram
água do Lagoão que ficava próximo dali e partiram. Quando começou a escurecer, os
índios estavam cansados, só queriam encontrar um lugar para dormir. O mais Tapejara
diss’e: logo ali, depois daquele Cerrito, fica a Fazenda Vila Nova onde tem um
Barracão’.
Na entrada da fazenda havia um imponente Portão de madeira de Ipê, depois
tinham que passar por uma velha Ponte Preta, onde só Passa Sete de cada vez. Ao
chegarem ao Barracão que tinha no centro um Esteio de madeira sem Casca que
guardava duas velhas Canoas, ao lado de um Engenho Velho, foram logo procurando
onde dormir. Como índio não usa Travesseiro, deitaram a cabeça num Formigueiro de
terra fofa. Foi uma noite Redentora para aqueles índios que nem viram a Estrela boiera
durante a madrugada. Pela manhã levantaram refeitos e foram banhar-se numa
Cachoeirinha próxima dali, antes de seguir em frente, tomaram um chá de cana
Cidreira.
Andaram muito até chegarem numa tal de Coxilha onde havia um Coqueiro
Baixo, por fim, as Colinas, de onde puderam avistar a Tapera do Cacique Doble ao
lado de um Ipê quase Centenário. Antes, foram agradecer o Triunfo da viagem na
Igrejinha dedicada a Santo Ângelo, onde rezaram para Santa Rosa e São Nicolau.
Para a índia Caiçara levaram uma Jóia de Cristal. Em retribuição o cacique ofereceu
um bom café Camargo com pão de milho, e para a viagem de retorno ganharam
cachaça com Butiá e Jabuticaba.
Opinião
“Sapatão com orgulho: nossa existência não pede licença” (por: Isabela Luzardo – Miss diversidade de Canoas 2025)

por Isabela Luzardo*
Desde cedo, a sociedade tentou me enquadrar em um molde que nunca me serviu: brincar de boneca, não jogar futebol, usar vestido, maquiagem e roupas apertadas. Quebrei cada uma dessas imposições ainda na infância. E deixo a pergunta: por que seguimos insistindo que certas práticas, comportamentos ou desejos pertencem a um “gênero exclusivo”? A resposta é simples: não pertencem.
A construção da minha identidade passou por etapas de compreensão, dúvida e coragem. Entender a diferença entre ser lésbica ou bissexual, assumir a palavra “sapatão” com orgulho, e principalmente, mostrar que amar livremente é um direito inegociável. Não é apenas sobre minha vida — é sobre tantas outras mulheres que ainda enfrentam medo, violência e silêncio para existir.
Hoje, eu vivo meu amor com transparência. Sou noiva da Taciana, estamos de casamento marcado, temos casa, emprego, uma gata e, ao lado da minha companheira, formo uma família. Essa normalidade, para muitos banal, é para nós uma conquista política. Porque quando mulheres que amam mulheres afirmam sua existência, elas desafiam séculos de invisibilização.
Neste Dia do Orgulho Lésbico, lembrar do Levante do Ferro’s Bar é lembrar que nossa liberdade foi arrancada com luta. Em plena ditadura, mulheres lésbicas se recusaram a aceitar a exclusão e o apagamento. Elas nos abriram caminho. Se hoje podemos falar em orgulho, é porque ontem houve resistência.
Ser sapatão é muito mais do que uma identidade. É enfrentar o machismo e a lesbofobia. É se recusar a ser apagada. É afirmar que amar mulheres não é desvio, mas potência.
Por isso, neste 19 de agosto, afirmo com toda força: orgulhem-se, mulheres que amam mulheres. Nossa existência é política, nosso amor é resistência.
*Miss diversidade de Canoas 2025
Opinião
Artigo: “CORAGEM” (por Carlos Marun – advogado e ex-Ministro de Estado)

CORAGEM
“A maior de todas
as virtudes é a
Coragem, até
porque sem ela
nenhuma das
outras pode ser
praticada”
Maya Angelou
Poetisa
Alexandre de Moraes é uma figura singular. Penso até que errou ao determinar a prisão, mesmo que domiciliar, de Jair Bolsonaro. Não vi descumprimento claro pelo ex-presidente das medidas restritivas determinadas por ele próprio na decisão anterior que impôs ao Capitão o uso de tornozeleira eletrônica. Penso ainda que as penas que estão sendo aplicadas aos vandalos golpistas do 08/01/2023 são demasiadamente elevadas, especialmente quando comparadas àquelas aplicadas aos autores de outras crimes, aparentemente mais graves. Porém, isto não desfaz o imenso trabalho relalizado pelo STF em defesa da nossa Democracia, trabalho este que teve como como líder o próprio Ministro.
Todos na vida erramos e acertamos. Os inimigos querem nos medir por nossos erros. Os amigos por nossos acertos. Eu já prefiro medir as pessoas pelo saldo médio. E sem nenhuma dúvida, o saldo médio da atuação de Alexandre de Moraes é altamente positivo.
Uma das características que mais admiro em um ser humano é a coragem. E isto inegavelmente Alexandre possui de sobra.
Enfrentou internamente um movimento político dos mais raivosos da nossa existência enquanto nação que é o Bolsonarismo Fanático. Esteve, hoje se sabe, na lista de alvos da operação “Punhal verde-amarelo” tramada dentro do Palácio do Planalto por auxiliares próximos do ex-presidente. Esteve até sob a mira dos fuzis dos militantes desta seita política que haviam sido escolhidos para por em prática a operação. E nada disto o fez recuar.
Agora, enfrenta sem vacilações o mais poderoso e nefasto ser que existe sobre a terra que é Trump, que ataca nosso país sob aplausos dos entreguistas, que insistem em manter os dentes arreganhados diante desta ameaça a nossa soberania e deste bombardeio a nossa economia.
Há mais de 200 anos conquistamos, não sem luta, a nossa Independência. Hoje assistimos brasileiros apoiarem e até desejarem o retorno do Brasil à condição de colônia. Não existem outros termos. E nem meio termo. Aplaudir ou desejar que ordens de Trump sejam aceitas pelo nosso Judiciário é desejar que o Brasil volte a ser colônia, agora americana no lugar de portuguesa.
E esta conspiração interna sobre a nossa Soberania é feita às claras, sem pudores ou subterfúgios. Há alguns dias discuti isto em um grupo de zap e ouvi de um empresário que nos transformarmos em um protetorado americano não seria um “mau negocio”. Não é fácil lutar contra adversários externos apoiados por americanófilos internos.
A coragem é a primeira qualidade que deve possuir um Advogado. Escrevi este artigo no “Dia do Advogado” e por isto este 11 de Agosto é dia também de homenagearmos Alexandre de Moraes.
Concluo rogando, como nos ensinou o colega Advogado João de Almeida Neto na bela canção “Vozes Rurais”, Que não falte coragem a estes Homens, contra o tempo e aguentando o repuxo, e que diante de estranhas tendências preservem as nossas Independência e Soberania!
CARLOS MARUN – Advogado e ex-Ministro de Estado
Opinião
‘Punição exemplar para dar um basta à violência contra as mulheres’ (por Patrícia Alba – deputada estadual)

Patrícia Alba*
Se a punição severa é a única maneira de frear os crimes contra as mulheres, quando se trata de uma autoridade, como o primeiro mandatário de uma grande cidade como Viamão, a sociedade saúda e aplaude a decisão da Justiça. O prefeito Rafael Bortoletti foi condenado pelo Juizado da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da Comarca de Viamão a mais de nove anos de prisão, por divulgar áudios íntimos trocados com uma mulher e por tentar silenciar testemunhas que poderiam depor contra ele na Polícia Civil.
Em qualquer sociedade, quem ocupa um cargo público deve prezar pelo respeito, integridade física, moral e intelectual dos seus cidadãos. Agora, cabe ao Legislativo municipal a reparação diante do povo de sua cidade. Votos legitimam uma eleição, mas é a conduta e comportamento do eleito que consagra sua permanência no cargo. É imperioso que os vereadores investiguem e até abram um processo para cassar o mandato. Não podem aceitar essa condenação como um evento banal ou de menor importância. Aliás, em qualquer país ou sociedade civilizada, os ocupantes de cargos dessa representatividade já teriam renunciado, imediatamente.
É inaceitável o ato vil cometido contra a vítima que, seis anos depois, ainda é obrigada a se recolher em uma vida de vergonha. Vejam o absurdo: a vítima foi condenada à humilhação, e o agressor segue livre, no comando do sétimo município mais populoso do Rio Grande do Sul.
Vamos acompanhar esse caso de perto, para que a Justiça seja efetivamente cumprida, dando exemplo para os agressores em potencial e evitando outros casos. Sabemos que há muito trabalho e ações a serem feitas para reduzir a violência contra a mulher – seja física ou moral.
Viamão, uma cidade pujante, com um povo ordeiro e trabalhador, uma comunidade em que praticamente a metade da população é de mulheres, tem a oportunidade de mostrar para o Brasil que não aceita nem banaliza a violência, seja contra quem for e de onde venha, principalmente contra as mulheres.
*Deputada estadual (MDB-RS) e presidente da Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia
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