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21/12/2024
 

Destaques

O protagonismo da mulher na atualidade e a rotina de trabalhadoras canoenses

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Monique Mendes*
Simone Dutra*

A sociedade foi regida durante anos por um sistema patriarcal que abria pouco espaço para as mulheres no mercado de trabalho. As atividades mais comuns que elas desempenhavam estavam ligadas às tarefas do lar e a responsabilidade pelo cuidado e educação dos filhos.

Essa herança cultural machista e a entrada tardia do gênero feminino no mercado de trabalho influenciaram, de certa forma, na equidade de gênero e na equiparação de salários entre mulheres e homens, enfrentadas ainda nos dias atuais. Mas, o empoderamento feminino, a busca pela qualificação profissional e a influência de exemplos de sucesso de outras mulheres estão abrindo as portas para o protagonismo feminino e tornando, aos poucos, o cenário mais positivo para elas em todos os segmentos da sociedade. O jornal Timoneiro conversou com três mulheres canoenses que são exemplos de protagonismo feminino na cidade e dividem suas experiências no setor que atuam.

Andrea Neumann – Diretora Óticas Vênus

“Assumi a direção das Óticas Vênus depois que passei por todas as etapas necessárias para chegar até aqui. Busquei qualificação e hoje me sinto preparada para assumir meu papel.  Acredito que a mulher está independente e isso é uma coisa muito boa, isso é a virada dos tempos. Nosso ramo dos óticos é um ramo com muito mais homem do que mulher. O fato de nunca ter passado por situações constrangedoras com os homens, talvez seja porque nunca dei nenhum tipo de abertura para que isso ocorresse.  Sempre tratei todas as pessoas com muito respeito e sempre fui tratada igual”.

Ana Cláudia Bitencourt – Empreendedora e empresária

“A nossa visão tem que ser mudada, porque a gente foi tratada assim: minha filha é pra casar e meu filho é pra ser um cara de sucesso. Por conta disso, as mulheres que resolvem empreender enfrentam dificuldades e acabam sofrendo com o preconceito na pele, pelo simples estigma de que são mulher. Por isso o empreendedorismo deve ser incentivado para que mais mulheres sejam protagonistas. O empreendedorismo tem muito a ver com liderança e em geral as mulheres já são líderes nas suas casas.  Quando uma mulher decide que quer fazer algo, em geral ela consegue”.

Gisele Uequed – Advogada, empresária e vice-prefeita de Canoas

“Há um crescimento visível no respeito ao posicionamento das mulheres dentro das instâncias políticas justamente porque estamos cada vez mais capacitadas para ocupar espaços de liderança. Tanto a carreira profissional quanto a política requerem muita dedicação. Mas não podemos deixar que isso retire de nós a essência de ser uma mãe carinhosa, companheira e atenciosa. O grande desafio é achar o equilíbrio e levar para nossos ambientes de trabalho nossa capacidade de lidar com diversos assuntos ao mesmo tempo com um olhar amplo, sensível e justo”.

Dia Internacional da Mulher

O dia 8 de março foi marcado por uma manifestação feminina por melhores condições de vida e trabalho, durante a Primeira Guerra Mundial, se tornando um marco oficial para a escolha do Dia Internacional da Mulher.
As jornadas de trabalho eram de 15 horas diárias e a discriminação de gênero era alguns dos pontos debatidos pelas manifestantes da época.
Com a proximidade da data, o Timoneiro ouviu algumas trabalhadoras canoenses sobre sua rotina e perspectivas profissionais.

Rita Dalla Porta Bianchin Bueno trabalha há 18 anos como motorista de ônibus na cidade de Canoas, profissão predominantemente masculina, e enxerga nisso uma grande conquista, pois, segundo ela, através dos anos as mulheres foram ganhando o seu lugar e mostrando que são tão competentes quanto os homens. Ela diz não sofrer preconceitos na sua profissão por ter adquirido a confiança dos colegas e dos clientes. “Desejo que sejamos todas respeitadas pelo que somos, independente das atividades que exercemos, apesar de ainda vivermos em uma sociedade machista, estamos construindo o nosso espaço”, finaliza Rita.

Catiúscia Picoral trabalha há 15 anos na Guarda Municipal de Canoas, e atualmente é Inspetora Fiscal Administrativa e cursa Gestão Pública. Ao usar uma farda, ela conta que percebe a admiração das pessoas nas ruas e não o contrário. Ela relata que com a presença massiva dos homens no departamento é necessário que se tenha que se adaptar ao jeito da maioria, “pois aqui não somos homens nem mulheres, e sim guardas municipais”, completa. Segundo ela, quando percebe alguma atitude sexista no dia a dia, fala: “Para com machismo, porque comigo não cola!”. A inspetora reforça que acredita no direito que todos têm de ser respeitados, e que se todo mundo respeitasse o outro, não existiria sexo e sim seres humanos, e também não seria preciso estar tendo esta conversa. “Nós precisamos evoluir muito ainda como cidadãos, como pessoas. Não é por que estou de saia curta que devo ser agredida. Por que digo NÃO para um homem que posso levar um tapa na cara. E, também, por que ele vem contra mim que pode apanhar. Ou pessoas que têm opção sexual diferenciada possam ser violentadas. As mulheres devem ser verdadeiramente reconhecidas. Não podemos desistir”, conclui.

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“Nunca trabalhei na vida, eu faço o que me dá prazer”; morre Jesus Pfeil aos 85 anos

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“Nunca trabalhei na vida, eu faço o que me dá prazer”; morre Jesus Pfeil aos 85 anos

Morreu no domingo, 24, o cineasta, historiador e escritor, e figura ilustre de Canoas, Antonio Jesus Pfeil. O prefeito de Canoas, Jairo Jorge, decretou três dias de luto oficial. O velório acontece nesta segunda-feira, até 17 horas, no Crematório de Cemitério São Vicente, em Canoas.

Antonio Jesus Pfeil nasceu em 7 de outubro de 1939, na área de Canoas que posteriormente foi emancipada e se tornou Nova Santa Rita. Cineasta, historiador e pesquisador do cinema gaúcho, estudou no Colégio La Salle e passou pelo serviço militar. Em 1960, atuou como ator no Teatro Brasileiro de Comédias, que estava com uma peça em cartaz no Theatro São Pedro. Na ocasião, subiu ao palco ao lado de Nathália Timberg e Leonardo Villar.

Seu primeiro curta-metragem, Cinema Gaúcho dos Anos 20, participou da mostra do Festival de Cinema Brasileiro de Gramado e, em 1974, recebeu um prêmio especial no mesmo festival. Além da carreira como cineasta, Jesus também conquistou espaço como pesquisador, autor de artigos e, paralelamente, atua como participante de conferências e de comissões julgadoras em festivais e outros eventos ligados à História do Cinema Gaúcho e Brasileiro.

Resgate

Como escritor e historiador, Jesus tem profunda contribuição para o resgate histórico da cidade. Ele é autor da coleção Canoas: Anatomia de Uma Cidade, e organizador do livro Origens de Canoas, que conta com artigos de Edgar Braga da Fontoura, primeiro prefeito do município. Estas são apenas algumas dentre muitas obras de Jesus no cinema e na literatura.

No ano 2000, Jesus recebeu uma justa homenagem pela sua contribuição para a cultura na cidade.  A biblioteca da Escola Municipal Ícaro foi inaugurada e, desde então, se chama Biblioteca Antonio Jesus Pfeil.

Prazeres

Ao ser indagado pelo O Timoneiro, em 2018, sobre como enxerga a importância de seu trabalho para o meio cultural e para Canoas, Jesus, sempre bem-humorado, brinca: “Trabalho? Que trabalho? Eu nunca trabalhei na vida, eu só tenho prazeres, só faço o que me dá prazer”.

“As pessoas me perguntam ‘Jesus, qual é a novidade hoje?’, e eu respondo: ‘Olha, de manhã eu abri os olhos e estava vivo, não morri dormindo. Vamos ver o que acontece hoje’. Eu sempre digo, e disse no filme Jesus – O Verdadeiro, é que meu futuro foi ontem e não tem como saber o que vai acontecer hoje. Sobre o que eu já vivi, eu posso falar. Meu primeiro Kikito em gramado eu ganhei em 1974 e foi o primeiro Kikito gaúcho do festival. Eu gosto de trabalhar com História porque filme de ficção todo mundo faz e faz igual hoje em dia, só muda o nome dos personagens e o título, é sempre o mesmo roteiro. Um filme que eu fiz e gosto de destacar é o Porto Alegre, Adeus…! É uma carta que eu escrevi ao Glauber Rocha. E o Glauber Rocha tinha aquela frase que dizia que tinha que ter uma câmera na mão e uma ideia na cabeça. Pensando bem, hoje em dia as pessoas, muitas vezes, têm a câmera na mão, mas não têm a ideia na cabeça, por isso fazem tanta coisa igual”.

 

 

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Prestes a completar 85 anos, Canoas olha para o passado para projetar o futuro

Redação

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Prestes a completar 85 anos, Canoas olha para o passado para projetar o futuro - Enchente 67
por Marcelo Grisa
marcelogrisa@gmail.com

A cidade de Canoas completa 85 anos de emancipação política no dia 27 de junho, enquanto ainda se recupera da maior tragédia de sua história.

As chuvas que atingiram o RS entre o final de abril e o começo de maio de 2024 entraram para a história em todo o Estado. Em Canoas, entretanto, mais de 60% da área urbana da cidade ficou debaixo d’água.

O Grupo O Timoneiro, no objetivo de discutir os rumos do município e para que a importância desse assunto não seja esquecida, foi atrás de histórias anteriores a que os canoenses vivem hoje.

Fala-se muito nas enchentes de 1941, que definiram políticas para as décadas seguintes em Porto Alegre e na Região Metropolitana. Entretanto, os mais antigos lembram-se também de 1967, quando muitos dos bairros que alagaram no mês passado.

Falamos com algumas dessas pessoas que já sabem, a 57 anos, o que é passar por uma enchente.

Primeiras memórias

Zenona Muzykant, de 85 anos, havia chegado a Canoas, vinda de Dom Feliciano, a menos de dois anos quando as águas atingiram a cidade.

Então moradora do Mathias Velho, ela se recorda de ficar confusa ao receber informações, já que pouco conhecia Canoas à época. “A gente ficava sabendo das coisas por quem passava na rua”, relata.

Na época, Zenoma Muzykant estava em Canoas a apenas dois anos

Na época, Zenoma Muzykant estava em Canoas a apenas dois anos

A água chegou até a metade das janelas da sua casa, na Rua Maceió. “O pessoal levantou tudo, não perdemos muita coisa. Mas muitos parentes meus perderam tudo que tinha em casa”, aponta Zenona.

A sensação que ela tem com a enchente de 2024 é bem diferente. “Parece que muito mais gente foi atingida dessa vez”, diz.

Entretanto, para a moradora do bairro Igara, o mais importante é a manutenção da vida. “O resto se batalha e consegue com garra, vontade e fé.”

Socorrista e resgatado

Samuel Eilert resgatava pessoas de barco na enchente de 1967

Samuel Eilert resgatava pessoas de barco na enchente de 1967

Samuel Eilert nasceu no bairro Rio Branco e, como ele mesmo diz, cresceu na beira do Rio Gravataí. Os diques estavam em construção, e a estrutura que foi afetada em 2024 não estava pronta em 1967.

Então com 23 anos, o professor aposentado saiu pelas ruas junto com seu pai, Douglas, fazendo o que muitos canoenses fizeram em 2024: o resgate dos vizinhos e amigos que não tinham como fazê-lo.

“Naquele momento, os lugares seguros eram dois: a Praça da Igreja ou os trilhos do trem. As pessoas acampavam por lá”, relembra.

Com menos informações a respeito dos rios do que hoje em dia, Samuel diz que não era possível prever o que aconteceria em seguida. “Auxiliávamos e esperávamos. Eu conhecia o terreno, mas nunca tinha visto algo assim”, explica.

Em 2024, o professor Samuca, como muitos ex-alunos o chamam, esteve do outro lado da mesma situação. No mês passado, ele foi resgatado em sua casa por um grupo de jovens em um barco.

“Me senti da mesma forma quando eu resgatava, lá em 67. A juventude salva”, afirma.

Samuel acredita que, assim como no passado, os fatos recentes farão com que os rios não se comportem mais da mesma forma. “A gente precisa que o poder público se prepare de outras formas agora”, diz.

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Prefeitura de Canoas disponibiliza formulário para população se cadastrar no Auxílio Reconstrução do Governo Federal

Redação

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Prefeitura de Canoas alerta empreendedores da cidade contra tentativa de golpe

Todos os canoenses que residem em regiões atingidas pela enchente já podem se cadastrar no formulário disponível pela Prefeitura, para terem acesso ao Auxílio Reconstrução do Governo Federal.

A iniciativa vai garantir R$ 5,1 mil diretamente à população, com pagamento realizado pela Caixa Econômica Federal, via PIX. O município cadastrou todos os CEPs das áreas afetadas. O programa não possui nenhum corte ou limitação de renda, nem a necessidade de inscrição no CadÚnico.

Os canoenses devem realizar o cadastro neste link.

Após o cadastro, a pessoa indicada como responsável deve acessar um sistema do Governo Federal, que será aberto na próxima segunda-feira (27/05), para confirmar o pedido. É necessário ter uma conta GovBr. Quem já possui conta na Caixa receberá o dinheiro diretamente nela. Para quem não tem, será aberta automaticamente uma poupança, onde será depositado o benefício.

No momento do cadastro, os canoenses devem preencher as seguintes informações:

– Nome completo e CPF do responsável da família;
– Nome completo e CPF de todos os outros membros da família;
– Endereço completo e CEP.
– Telefone de contato

*Após a inscrição, o morador deve assinar uma autodeclaração se responsabilizando pelas informações prestadas.

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