Destaques
Pecan 2 é aberta para desafogar delegacias da Região Metropolitana
A crise na segurança pública tem preocupado os gaúchos nos últimos anos. Com problemas estruturais, o sistema prisional inchado havia criado uma superlotação em delegacias de diversas cidades do Rio Grande do Sul. O Timoneiro tem relatado essa realidade em Canoas. Na cidade, autoridades chegavam a dizer que as delegacias eram uma “bomba” prestes a explodir. Diante deste cenário de iminente risco, a Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP) informou, no último domingo, 29 de outubro, o início da ocupação de vagas na Pecan 2. Tal ação teve o objetivo de retirar presos de viaturas e desafogar as carceragens das delegacias de polícia, conforme anúncio feito pelo secretário de Segurança Pública do Rio Grande do Sul, Cezar Schirmer.
Gestão
A gestão da penitenciária permanecerá sob responsabilidade da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), enquanto a segurança e a operação ficarão a cargo da Brigada Militar. Os policiais militares que atuarão no presídio estão subordinados a uma Força-Tarefa sob a coordenação do Tenente-Coronel Marcelo Gayer.
Perfil
São 400 vagas abertas. Os presos não pertencerão a facções e não podem ser reincidentes. Os presos transferidos para a Pecan 2 foram selecionados a partir de entrevista com equipes técnicas, que atuaram em três casas prisionais: Penitenciária Estadual de Arroio dos Ratos, Penitenciária Estadual de Charqueadas e Penitenciária Modulada de Charqueadas. Há a possibilidade de serem encaminhados detentos que hoje estão em centros de triagem e de delegacias, desde que se enquadrem nos critérios adotados para ocupação do complexo.
Agentes
Os policiais militares permanecem na Pecan até a chegada de 480 agentes penitenciários aprovados no último concurso da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe). O governador José Ivo Sartori anunciou, no dia 26 de outubro, a convocação de 450 aprovados para o cargo de agente penitenciário e 30 aprovados para o cargo da agente penitenciário administrativo. A Susepe estima que em 25 dias os alunos já estarão aptos a iniciar o curso. A formação durará cerca de 60 dias.
Canoas
O secretário de Segurança Pública e Cidadania de Canoas, Ranolfo Vieira Júnior, ressaltou a liberação de efetivos graças à abertura de vagas na Pecan: “ Isso desocupa as DPPAs da região metropolitana. Chegamos a ter 80 presos por mais de 50 dias em canoas, ocorreram mini rebeliões”. Ranolfo afirma que a Brigada Militar, Policia Civil e guarda municipal poderão colocar mais viaturas nas ruas a partir desse movimento. O secretário ainda destaca que os presos que superlotavam as delegacias da cidade não estão indo diretamente para a Pecan. “Aqui tínhamos presos de alta periculosidade, que não se aplicam ao perfil das vagas abertas da Pecan. Os daqui estão indo para outras cidades”.
Destaques
Prestes a completar 85 anos, Canoas olha para o passado para projetar o futuro
por Marcelo Grisa
marcelogrisa@gmail.com
A cidade de Canoas completa 85 anos de emancipação política no dia 27 de junho, enquanto ainda se recupera da maior tragédia de sua história.
As chuvas que atingiram o RS entre o final de abril e o começo de maio de 2024 entraram para a história em todo o Estado. Em Canoas, entretanto, mais de 60% da área urbana da cidade ficou debaixo d’água.
O Grupo O Timoneiro, no objetivo de discutir os rumos do município e para que a importância desse assunto não seja esquecida, foi atrás de histórias anteriores a que os canoenses vivem hoje.
Fala-se muito nas enchentes de 1941, que definiram políticas para as décadas seguintes em Porto Alegre e na Região Metropolitana. Entretanto, os mais antigos lembram-se também de 1967, quando muitos dos bairros que alagaram no mês passado.
Falamos com algumas dessas pessoas que já sabem, a 57 anos, o que é passar por uma enchente.
Primeiras memórias
Zenona Muzykant, de 85 anos, havia chegado a Canoas, vinda de Dom Feliciano, a menos de dois anos quando as águas atingiram a cidade.
Então moradora do Mathias Velho, ela se recorda de ficar confusa ao receber informações, já que pouco conhecia Canoas à época. “A gente ficava sabendo das coisas por quem passava na rua”, relata.
A água chegou até a metade das janelas da sua casa, na Rua Maceió. “O pessoal levantou tudo, não perdemos muita coisa. Mas muitos parentes meus perderam tudo que tinha em casa”, aponta Zenona.
A sensação que ela tem com a enchente de 2024 é bem diferente. “Parece que muito mais gente foi atingida dessa vez”, diz.
Entretanto, para a moradora do bairro Igara, o mais importante é a manutenção da vida. “O resto se batalha e consegue com garra, vontade e fé.”
Socorrista e resgatado
Samuel Eilert nasceu no bairro Rio Branco e, como ele mesmo diz, cresceu na beira do Rio Gravataí. Os diques estavam em construção, e a estrutura que foi afetada em 2024 não estava pronta em 1967.
Então com 23 anos, o professor aposentado saiu pelas ruas junto com seu pai, Douglas, fazendo o que muitos canoenses fizeram em 2024: o resgate dos vizinhos e amigos que não tinham como fazê-lo.
“Naquele momento, os lugares seguros eram dois: a Praça da Igreja ou os trilhos do trem. As pessoas acampavam por lá”, relembra.
Com menos informações a respeito dos rios do que hoje em dia, Samuel diz que não era possível prever o que aconteceria em seguida. “Auxiliávamos e esperávamos. Eu conhecia o terreno, mas nunca tinha visto algo assim”, explica.
Em 2024, o professor Samuca, como muitos ex-alunos o chamam, esteve do outro lado da mesma situação. No mês passado, ele foi resgatado em sua casa por um grupo de jovens em um barco.
“Me senti da mesma forma quando eu resgatava, lá em 67. A juventude salva”, afirma.
Samuel acredita que, assim como no passado, os fatos recentes farão com que os rios não se comportem mais da mesma forma. “A gente precisa que o poder público se prepare de outras formas agora”, diz.
Destaques
Prefeitura de Canoas disponibiliza formulário para população se cadastrar no Auxílio Reconstrução do Governo Federal
Todos os canoenses que residem em regiões atingidas pela enchente já podem se cadastrar no formulário disponível pela Prefeitura, para terem acesso ao Auxílio Reconstrução do Governo Federal.
A iniciativa vai garantir R$ 5,1 mil diretamente à população, com pagamento realizado pela Caixa Econômica Federal, via PIX. O município cadastrou todos os CEPs das áreas afetadas. O programa não possui nenhum corte ou limitação de renda, nem a necessidade de inscrição no CadÚnico.
Os canoenses devem realizar o cadastro neste link.
Após o cadastro, a pessoa indicada como responsável deve acessar um sistema do Governo Federal, que será aberto na próxima segunda-feira (27/05), para confirmar o pedido. É necessário ter uma conta GovBr. Quem já possui conta na Caixa receberá o dinheiro diretamente nela. Para quem não tem, será aberta automaticamente uma poupança, onde será depositado o benefício.
No momento do cadastro, os canoenses devem preencher as seguintes informações:
– Nome completo e CPF do responsável da família;
– Nome completo e CPF de todos os outros membros da família;
– Endereço completo e CEP.
– Telefone de contato
*Após a inscrição, o morador deve assinar uma autodeclaração se responsabilizando pelas informações prestadas.
Destaques
DESASTRE NO RS: Total de mortos sobe para 83; 111 estão desaparecidos
Na manhã desta segunda-feira, 6, um boletim divulgado pela Defesa Civil apontou que o número de mortos em decorrências das chuvas e enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul subiu para 83. Ainda estão sendo investigadas outras 4 mortes, e há 111 desaparecidos e 276 pessoas feridas.
De acordo os dados da Defesa Civil, 141,3 mil pessoas estão fora de casa, sendo 19,3 mil em abrigos e 121,9 mil desalojadas (na casa de amigos ou familiares). Ao todo, 345dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 850 mil pessoas.
Risco de inundação extrema
O nível do Guaíba, em Porto Alegre, está quase 2,30 metros acima da cota de inundação. Em medição realizada às 5h15min desta segunda-feira, 6, o patamar estava em 5,26 metros. O limite para inundação é de 3 metros.
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